
É comum nos tempos atuais, diante de tantos suplementos nutricionais, ouvirmos falar em uma classe a qual tem se destacado muito: Falo dos estimulantes, muito utilizados na redução de gordura corpórea, na perda de peso e no aumento da performance, seja do praticante de musculação ou de outro esporte qualquer. Entre esses inúmeros estimulantes hoje presentes no mercado legalizado e ilegal, podemos destacar alguns como a cafeína e seus derivados, a dimetilamilamina e a conhecida Sinefrina, que é sobre a qual conheceremos melhor.
O que é a sinefrina?
A sinefrina é um estimulante de correto nome p-sinefrina. Sendo um alcaloide, é ocorrida naturalmente em algumas plantas e frutos, como as cítricas e em animais, sendo essa presente em tecidos de mamíferos e na urina humana também.
A sinefrina é obtida através do extrato da casca de laranja amarga (citrus aurantium). Muito similar a efedrina, a sinefrina vem sendo utilizada como droga e/ou substância de caráter medicinal há séculos, em especial pelos povos do oriente.
Hoje, a sinefrina passou de um caráter simplesmente medicinal para ergogênico, ou seja, passou de um patamar unicamente utilizado em patogenias para um patamar relacionado com a performance dos mais diferentes indivíduos. E, por que não ligar essa performance, com o desenvolvimento de condições corpóreas modificadas, como a redução dos níveis de gordura corpórea?
Quais são os principais efeitos da sinefrina?
Como um potente estimulante do sistema nervoso central, ela faz com que o sistema nervoso adrenérgico entre em ação, trazendo consequências, como o aumento da pressão cardiovascular, o aumento dos batimentos cardíacos, a dilatação da pupila e outros.
Além disso, a sinefrina apresenta propriedades termogênicas (que aumentam a temperatura corpórea), propriedades que fazem com que o corpo demande mais calorias em sua taxa metabólica basal e também propriedades as quais aumentam a energia corpórea e a disposição do gasto de calorias.
Em níveis celulares, ela faz com que haja estímulo para maior produção de noradrenalina e adrenalina em diferentes classes de receptores como alfa-1, beta-1, alfa-2, beta-2 e beta-3.
Em especial, pela ativação dos receptores beta-3, ela é um potente agente lipolítico, ou seja, que favorece o desprendimento da gordura armazenada para que esta seja utilizada como energia pelo corpo e também pelo aumento da taxa metabólica basal.
Sinefrina X Efedrina: E agora, qual optar?
Muitos se perguntam se, na realidade não será exatamente a mesma coisa consumir uma ou outra substância e é justamente isso que faz muitos indivíduos cometerem erros na hora da opção e, consequentemente do uso também.
Hoje, a efedrina é uma substância PROIBIDA na maioria dos órgãos desportivos, pelo alto grau de periculosidade que pode apresentar ao corpo. Apesar de apresentarem fórmulas moleculares próximas e efeitos próximos também, sabemos que a sinefrina pode apresentar um grau termogênico maior do que a da efedrina, porém sem causar os mesmos efeitos estimulantes excessivos, que podem levar a problemas agudos e momentaneamente irreversíveis como problemas cardíacos e respiratórios.
A sinefrina tem se mostrado mais eficaz também, principalmente quando combinada com outras substâncias, como a cafeína ou mesmo a octopamina, na redução do tecido adiposo subcutâneo, que tanto atrapalha a definição muscular. Entretanto, apesar de não ser lá tão estimulante como a efedrina, a mistura da sinefrina com outros compostos dessa categoria deve precisamente ser observado e principalmente dosado para que assim, os efeitos colaterais não sejam maiores do que os possíveis benefícios da substância.
O uso da sinefrina
A sinefrina é um composto que pode ser utilizado por sprays nasais (como na realidade foi utilizada há anos para fins terapêuticos e medicinais), mas esse modo não apresenta efetividade na ergogênese, principalmente no quesito de redução da gordura corpórea. Portanto, aos que objetivam essa finalidade, normalmente ingere-se a substância de maneira oral, normalmente em comprimidos.
A sinefrina, normalmente, é colocada em suplementos ergogênicos com outros compostos não estimulantes os quais também podem, de maneira direta ou indireta aumentar a redução da gordura corpórea. Alguns desses podem ser o cromo e os extratos de canela, os quais controlam a insulina e melhoram à sensibilidade celular a este hormônio (diminuindo a fome, a compulsão por doces, o armazenamento de gordura corpórea etc), alguns outros minerais como o cálcio, algumas vitaminas, em especial as do complexo B, antioxidantes, extratos lipolíticos e de melhora de concentração, além de estimulantes e outras substâncias de diferentes naturezas e com diferentes finalidades.
Principais efeitos colaterais da sinefrina
Antes de falar, propriamente dito sobre os efeitos colaterais, vale lembrar que esses acontecem a depender da individualidade biológica do indivíduo, bem como sua tolerância não necessariamente a estimulantes, mas à substância, especificamente, em questão. Portanto, um indivíduo que possa ser extremamente resistente, por exemplo, ao clembuterol, pode não ser nada resistente à sinefrina. Uma pessoa resistente à sinefrina, por sua vez, pode não ser à cafeína e assim por diante. E isso se deve ao tipo de receptor mais sensível do indivíduo, estimulado por determinada substância em maior quantidade.
Porém, seja em superdoses ou simplesmente por baixa tolerância, os principais efeitos colaterais da sinefrina envolvem a possível hemorragia, frente a vasoconstrição, arritmias cardíacas, elevação excessiva nos batimentos cardíacos, bem como na pressão arterial, aumento na frequência respiratória, desconfortos gástricos, dores de cabeça leves ou intensas, sudorese e diurese intensas entre outros.
Portanto, é fundamental que antes de quaisquer protocolos de uso da sinefrina, tenha-se em mãos uma boa orientação dada por um profissional devidamente qualificado.
Conclusão:
A sinefrina, muito utilizada recentemente nos mais diferentes suplementos ergogênicos, é uma substância próxima à efedrina, porém que possui efeitos singulares e mais ergogênicos.
Entretanto, como quaisquer outras substâncias, essa também apresenta riscos, os quais devem ser medidos, dosados e avaliados por um bom profissional que através de uma adequada e devida orientação possa auxiliar seu paciente a conquistar seus objetivos de maneira segura.