Weidman x Rockhold pode ser decidido na trocação?
Enviado: 04 Dez 2015 13:50
Weidman x Rockhold pode ser decidido na trocação?
Os tão aguardados eventos de fim de ano do UFC se aproximam. Nesta semana, começaremos a desossar a edição 194, que acontece em 12 de dezembro com grande potencial para ser histórica.
No co-main event da noite, o campeão dos médios, Chris Weidman, colocará o cinturão em jogo contra o embalado Luke Rockhold.
Como são dois lutadores que têm evoluído a passos largos, sobretudo em pé, vamos conferir alguns detalhes que podem fazer a diferença.
Progressos
Podemos dizer que o striking de Chris Weidman ainda é um ‘meio para justificar o fim’, já que a base de jogo gira em torno do poder de wrestling/grappling e toda capacidade de ser contundente dentro disso.
Mas o campeão dos médios do UFC mostra maturidade em pé a cada atuação e não depende, única e exclusivamente, do poder de quedar e neutralizar para vencer.
Prova disso é o conjunto de movimentação consciente que já colocou em prática, algo complexo de ser entendido e executado por wrestlers mais ortodoxos.
As habilidades de cortar as dimensões do octógono, cercando adversários e matando ângulos que possam oferecer perigo com destreza e controle foram usadas com mais propriedade no combate contra Lyoto Machida (UFC 175), quando conseguiu cercar e ‘espelhar’ gradativamente as passadas de um dos atletas mais elusivos do esporte até desenhar entradas de queda em momentos cruciais da luta e bater de frente nos momentos de trocas de golpes mais intensas.
Nas entrelinhas disso tudo, Chris Weidman customiza golpes para serem utilizados como fintas ou facilitar a criação de posições favoráveis no grappling, facilmente um dos detalhes mais cuidadosos que o treinador Ray Longo vislumbra.
Os diretos de direita, por exemplo, são executados com a posição alongada e com o tronco inclinado para a esquerda, com intenção de aproximá-lo imediatamente do quadril do oponente e viabilizar o agarre para colocar para baixo.
O mesmo acontece frequentemente com joelhadas ou outros golpes aplicados em distâncias curtas, criando um timing de ataque/consequência diferente, que dobra a preocupação defensiva dos oponentes, muitas vezes induzindo-os a falhar.
Na parte de chutes, o campeão dos médios ainda não é propriamente um cara hábil, mas tem se arriscado mais nesse sentido em virtude dos camps realizados ao lado de Stephen ‘Wonderboy’ Thompson, um dos kickers mais virtuosos do esporte.
Malícia
ambém com passado marcial calcado no grappling, Luke Rockhold tem marcas registradas mais variadas e definidas em pé quando comparadas a Weidman. Canhoto, tira proveito do alcance, dos choques e ângulos desajeitados que a postura espelhada (quando enfrenta destros) pode trazer. E muito disso se deve à destreza nos golpes com as pernas.
Os chutes médios são frequentes. Rockhold tem algumas variações interessantes para esse tipo de habilidade, como levantar bastante o joelho – como se fosse chutar alto – e aplicar o golpe nas costelas.
Em outra, finta um soco reto com a esquerda, que serve de ‘ponte’ para que o adversário, e aplica a patada emendada ao primeiro movimento.
Condicionar oponentes também é uma das malícias técnicas mais usadas pelo desafiante, e o chute frontal/circular ilustra isso. Ele costuma fintar alguns ataques no plexo – como chutes frontais, por exemplo – e variar níveis (altura) para que o adversário se preocupe com o setor médio e seja atingido no alto (e vice-versa) após uma finta.
‘Esconder’ o quadril desse jeito no momento dos chutes é a forma mais surpreendente de execução e possibilita dezenas de variações, mas são habilidades complexas de serem dominadas.
Se tempos atrás Rockhold era um striker basicamente ‘retilíneo’, tanto em ataques como defesas, a evolução em ângulos e dinâmica também tem sido constante, fruto visível do trabalho com os profissionais da AKA.
Variar ataques com passadas laterais, esquivas e pêndulos cria margens de segurança maiores e sempre é um trabalho personalizado de acordo com as habilidades prévias de cada lutador.
Nesse sentido, Rockhold desenvolveu instinto de contragolpear recuando.
Isso fatalmente configura refinamento técnico discutível entre os mais puristas, mas rende bons resultados se o misto de timing e alcance é usado de forma consciente e dentro dos fundamentos, como manter da postura equilibrada, por exemplo.
A variação mais comum é a de criar um contrapé aproveitando o timing de investida do adversário para responder ao ataque com cruzados de direita.
A variação mais comum é a de criar um contrapé aproveitando o timing de investida do adversário para responder ao ataque com cruzados de direita.
Conclusão
Não quero entregar meu palpite ainda. Mas no conjunto da obra, Luke Rockhold é o adversário mais perigoso para o campeão até agora. Serão dois pesos médios grandes oriundos do grappling e que podem usar os artifícios do striking como diferencial, cada um dentro das suas características.
No 50/50, vejo até uma ligeira vantagem para o desafiante, com o poder de cadenciar a disputa com chutes e todo rol de habilidades descrito acima.
Mas o talento de Weidman, criticado colocado em xeque insistentemente a cada atuação, é inegável e nunca o deixou na mão. Veremos.
Os tão aguardados eventos de fim de ano do UFC se aproximam. Nesta semana, começaremos a desossar a edição 194, que acontece em 12 de dezembro com grande potencial para ser histórica.
No co-main event da noite, o campeão dos médios, Chris Weidman, colocará o cinturão em jogo contra o embalado Luke Rockhold.
Como são dois lutadores que têm evoluído a passos largos, sobretudo em pé, vamos conferir alguns detalhes que podem fazer a diferença.
Progressos
Podemos dizer que o striking de Chris Weidman ainda é um ‘meio para justificar o fim’, já que a base de jogo gira em torno do poder de wrestling/grappling e toda capacidade de ser contundente dentro disso.
Mas o campeão dos médios do UFC mostra maturidade em pé a cada atuação e não depende, única e exclusivamente, do poder de quedar e neutralizar para vencer.
Prova disso é o conjunto de movimentação consciente que já colocou em prática, algo complexo de ser entendido e executado por wrestlers mais ortodoxos.
As habilidades de cortar as dimensões do octógono, cercando adversários e matando ângulos que possam oferecer perigo com destreza e controle foram usadas com mais propriedade no combate contra Lyoto Machida (UFC 175), quando conseguiu cercar e ‘espelhar’ gradativamente as passadas de um dos atletas mais elusivos do esporte até desenhar entradas de queda em momentos cruciais da luta e bater de frente nos momentos de trocas de golpes mais intensas.
Nas entrelinhas disso tudo, Chris Weidman customiza golpes para serem utilizados como fintas ou facilitar a criação de posições favoráveis no grappling, facilmente um dos detalhes mais cuidadosos que o treinador Ray Longo vislumbra.
Os diretos de direita, por exemplo, são executados com a posição alongada e com o tronco inclinado para a esquerda, com intenção de aproximá-lo imediatamente do quadril do oponente e viabilizar o agarre para colocar para baixo.
O mesmo acontece frequentemente com joelhadas ou outros golpes aplicados em distâncias curtas, criando um timing de ataque/consequência diferente, que dobra a preocupação defensiva dos oponentes, muitas vezes induzindo-os a falhar.
Na parte de chutes, o campeão dos médios ainda não é propriamente um cara hábil, mas tem se arriscado mais nesse sentido em virtude dos camps realizados ao lado de Stephen ‘Wonderboy’ Thompson, um dos kickers mais virtuosos do esporte.
Malícia
ambém com passado marcial calcado no grappling, Luke Rockhold tem marcas registradas mais variadas e definidas em pé quando comparadas a Weidman. Canhoto, tira proveito do alcance, dos choques e ângulos desajeitados que a postura espelhada (quando enfrenta destros) pode trazer. E muito disso se deve à destreza nos golpes com as pernas.
Os chutes médios são frequentes. Rockhold tem algumas variações interessantes para esse tipo de habilidade, como levantar bastante o joelho – como se fosse chutar alto – e aplicar o golpe nas costelas.
Em outra, finta um soco reto com a esquerda, que serve de ‘ponte’ para que o adversário, e aplica a patada emendada ao primeiro movimento.
Condicionar oponentes também é uma das malícias técnicas mais usadas pelo desafiante, e o chute frontal/circular ilustra isso. Ele costuma fintar alguns ataques no plexo – como chutes frontais, por exemplo – e variar níveis (altura) para que o adversário se preocupe com o setor médio e seja atingido no alto (e vice-versa) após uma finta.
‘Esconder’ o quadril desse jeito no momento dos chutes é a forma mais surpreendente de execução e possibilita dezenas de variações, mas são habilidades complexas de serem dominadas.
Se tempos atrás Rockhold era um striker basicamente ‘retilíneo’, tanto em ataques como defesas, a evolução em ângulos e dinâmica também tem sido constante, fruto visível do trabalho com os profissionais da AKA.
Variar ataques com passadas laterais, esquivas e pêndulos cria margens de segurança maiores e sempre é um trabalho personalizado de acordo com as habilidades prévias de cada lutador.
Nesse sentido, Rockhold desenvolveu instinto de contragolpear recuando.
Isso fatalmente configura refinamento técnico discutível entre os mais puristas, mas rende bons resultados se o misto de timing e alcance é usado de forma consciente e dentro dos fundamentos, como manter da postura equilibrada, por exemplo.
A variação mais comum é a de criar um contrapé aproveitando o timing de investida do adversário para responder ao ataque com cruzados de direita.
A variação mais comum é a de criar um contrapé aproveitando o timing de investida do adversário para responder ao ataque com cruzados de direita.
Conclusão
Não quero entregar meu palpite ainda. Mas no conjunto da obra, Luke Rockhold é o adversário mais perigoso para o campeão até agora. Serão dois pesos médios grandes oriundos do grappling e que podem usar os artifícios do striking como diferencial, cada um dentro das suas características.
No 50/50, vejo até uma ligeira vantagem para o desafiante, com o poder de cadenciar a disputa com chutes e todo rol de habilidades descrito acima.
Mas o talento de Weidman, criticado colocado em xeque insistentemente a cada atuação, é inegável e nunca o deixou na mão. Veremos.