A maior decepção da Copa América tem nome: Dorival Júnior. Vexame faz com que corra risco de demissão
A princípio, a CBF vai manter Dorival Júnior. Mas o baque nos Estados Unidos foi enorme. Treinador demonstrou falhas nos momentos mais importantes na eliminação precoce e vexatória da Seleção. Não cobrou Vinicius Júnior. Faltou coragem tática. E ficou fora na escolha dos cobradores de pênaltis, na derrota para o Uruguai
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07/07/2024 - 02H39 (ATUALIZADO EM 07/07/2024 - 04H51)
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Oito partidas bastaram.
Três vitórias e cinco empates.
Inseguro, tenso e pressionado.
Dorival Júnior sentiu todo o peso do fracasso no comando da Seleção, na primeira competição oficial como treinador.
A eliminação diante do Uruguai acabou com a aura de otimismo que a direção da CBF mantinha em relação ao técnico.
Ficaram muito marcadas duas atitudes de Dorival.
A primeira foi não ter cobrado Vinicius Júnior pelo cartão amarelo egoísta e infantil que recebeu diante da Colômbia.
E que o impediu de jogar ontem contra os uruguaios.
A segunda foi simbólica.
Ter ficado de fora da ‘roda’ que decidiu os cobradores de pênaltis contra o Uruguai.
Ele até tentou falar com os atletas, mas a ‘roda’ estava fechada, com os jogadores abraçados.
E Dorival não teve atitude de se impor como comandante e participar da conversa.
Quem definiu os cobradores foi seu filho, que também é seu auxiliar.
Lucas Silvestre.
Dorival não questionou a escolha do filho.
Sua explicação não convenceu os jornalistas que estavam em Las Vegas.
“Eu fiquei de fora porque eu vinha falando com cada um deles aquilo que vinha na minha cabeça. Definidas as cinco posições iniciais, eu vinha falando a respeito daquilo que nós havíamos treinado.
“Aliás, treinamento que aconteceu desde o primeiro dia em Orlando. Nós vínhamos trabalhando penalidades porque sabíamos que provavelmente teríamos essa possibilidade nas definições de partidas.”
Dorival não quis se aprofundar sobre o tema.
Mas as imagens eram mais do que constrangedoras.
O técnico sentiu, no entanto, o tom dos questionamentos com a eliminação precoce.
E ele insistiu no seu discurso de ‘coisas muito positivas.’
Mesmo não conseguindo levar o Brasil a figurar entre os quatro melhores da Copa América.
“É natural que depois de uma partida como essa, tudo o que poderia ter sido levado em conta, apaga-se. Tenho de ter consciência clara. É natural que muitas coisas aconteceram na competição, não fizemos jogos de um ótimo nível tecnicamente falando, mas também não descarto nenhuma das partidas, houve entrega, espirito de luta, a equipe nunca deixou de ir atrás do resultado, foi uma equipe valente sempre, tivemos coisas muito mais positivas que negativas neste processo.”
Dorival não teve como escapar da pergunta óbvia.
Como é que o Brasil não aproveitou os 22 minutos que teve um jogador a mais, com a expulsão de Nández.
A resposta foi comprometedora.
Disse claramente que a Seleção ‘se complicou’ tendo 11 atletas contra dez.
E que faltou ‘lucidez’.
“Foi um jogo de muitos duelos e “trocação”, poucos momentos de lucidez técnica das duas equipes. A partir do momento em que ficamos com um jogador a mais nos complicamos, não tivemos essa lucidez de entrar com tranquilidade, com equilíbrio pelos lados do campo. Não aconteceu como queríamos.”
O treinador admitiu que, sob sua ótica, o trabalho com a Seleção, com esta geração, será ‘moroso’, ‘demorado’.
“Acho que é um trabalho moroso, paciencioso, tudo o que queremos é acelerar para voltar a ter essa equipe. Todo esse sentimento que estamos tendo, olhando, observando, será importante. Alinharmos tudo isso, sentarmos com a CBF, conversarmos sobre tudo o que se passou, tivemos coisas positivas ao longo deste período de treinos e jogos, não foram os resultados que gostaríamos, tenho de reconhecer, chamando a responsabilidade dos resultados para o treinador. Mas temos tudo para evoluir, crescer, melhorar muito além do que foi apresentado.”
Mas não há a certeza que ele terá esse tempo.
A participação do Brasil na Copa América foi constrangedora.
Ednaldo Rodrigues havia se comprometido com presidentes das Federações, que o apoiaram, quando houve a tentativa de tirá-lo do cargo de comandante da CBF, em 2023, que a Seleção Brasileira mostraria ‘um grande futebol’.
A campanha péssima, com direito a apenas uma vitória, dois empates e uma derrota também afeta os patrocinadores da Seleção.
Eles não terão mais os holofotes da competição nos Estados Unidos.
O clima de descontentamento é generalizado.
Dorival Júnior será muito cobrado.
Não há certeza que ele manterá o cargo até as Eliminatórias.
A resposta oficial é que ‘a princípio, sim’.
Mas muita coisa pode acontecer até setembro.
Antes das partidas contra o Equador e Paraguai.
Há gente poderosa exigindo um técnico estrangeiro, de renome.
Ou Abel Ferreira...