Um resumo do que eu achei dessa campanha do Flamengo no Brasileirão 2016.. Compartilhem se possível
É preciso reconhecer as coisas como são: na hora H, na qual esperávamos que fosse dar o salto necessário rumo ao título, quando conseguimos reduzir pra 1 ponto a desvantagem para o Palmeiras, o time fraquejou. Não teve forças para superar quatro grandes adversários - grandes no sentido do tamanho do clube, não necessariamente do time - viu a distância se abrir e até fomos ultrapassados pelo Santos (estamos na frente de novo). O campeonato praticamente acabou antes que gostaríamos e ficamos todos frustrados. Essa é a premissa.
A partir dessa premissa, porém, podemos chegar a um silogismo ou a um sofisma. A pior coisa que podemos fazer é abortar um trabalho e começar tudo do zero porque o objetivo final não foi alcançado. "Abortar o trabalho" no sentido de mudar técnico e vender o elenco todo. Isso não existe, mas acreditem, tem torcedor que pensa assim. Não é o meu caso e imagino que não seja o da maioria.
Desde a eleição no fim do ano passado, o Flamengo deixou claro os objetivos pra esse ano: Concluir o módulo profissional do CT e começar e terminar o ano com o mesmo treinador. Consideravam os dois passos fundamentais para passarmos a ter dentro de campo o mesmo sucesso obtido do lado de fora no primeiro mandato do EBM. O primeiro objetivo será cumprido e o módulo profissional do CT será entregue no dia 13 de dezembro. O segundo foi afetado pelo acaso, mas há males que vem para o bem - encontramos dentro do próprio clube um excelente treinador, que em seu primeiro ano como técnico do profissional nos fez ter a nossa melhor campanha da história nos pontos corridos. Como qualquer ser humano, comete erros de vez em quando, mas mesmo assim espero que fique muito tempo no clube. Além desses dois objetivos principais, dentro de campo a principal meta do ano era chegar à Libertadores. Estaremos nela depois de dois anos de ausência. Isso jogando o campeonato quase todo na condição adversa de não ter uma casa e sendo vistos como empecilho pela CBF e sofrendo as devidas represálias.
Quando eu coloco aqui uma série de dados para mostrar como a atual campanha é muito acima da média do Flamengo e como estamos acumulando recordes históricos, é uma tentativa de colocar as coisas em perspectiva e ver que estamos enfim começando a colher os frutos do trabalho fora de campo. Se esses recordes não bastarão para ser campeão, é só uma prova de como estamos andando atrás há mais de duas décadas - e sim, fomos campeões em 2009, foi maravilhoso, aquele título e aquele time sempre estarão marcados na minha vida, mas à meia-noite a carruagem virou abóbora e veio 2010 para nos lembrar da dura realidade. E a realidade é de um time que desde 1994 ficou apenas 7 vezes entre os 10 primeiros colocados do Brasileiro -sim, em 22 campeonatos, por 15 vezes não estivemos entre os DEZ PRIMEIROS.
Estamos em posição de reescrever a história - não ganhamos esse ano, mas brigaremos de novo em cima no ano que vem e nos próximos. Não há absolutamente nenhum motivo para agir como se estivéssemos vivendo terra arrasada. O momento é de ajustes pontuais, não de revolução. Contratar pouco e bem. Um Diego é melhor do que dez jogadores comuns.
Alguém certa vez disse que os inimigos podem te debilitar, mas só um amigo atrapalhado pode te destruir. Durante duas décadas os dirigentes fizeram esse papel no Flamengo. Não vamos nós assumi-lo agora.
"O CHEIRINHO ACABOU"
Será que acabou? Eu digo que não. Está apenas começando. Começando uma nova realidade para nós. CT, em breve um estádio, salários em dia, times competitivos, presença constante na libertadores e títulos, que eu sei que virão. Jogamos praticamente o campeonato todo sem uma casa, montamos o time ao longo do campeonato, estreamos um técnico, arbitragem ajudando nosso concorrente em alguns jogos e mesmo assim brigamos. Uns preferem ficar chateados por não terminarmos o ano com o hepta. Eu prefiro comemorar a Libertadores e me encher de orgulho e esperança pelo Flamengo que está ressurgindo.
Forte abraço
Ruan Lopes, do Flamengo da Depressão