Opinião escreveu: ↑28 Abr 2019 21:33
Não entendi.
Eu fiz uma pergunta.
Além de você não responder.
Ainda mencionou algo que não está certo.
De qualquer modo...
...valeu pela atenção.
Eu respondi que sim, a divida do Cruzeiro quase dobrou num curto período, conforme balanço do próprio clube (ver materia 1 abaixo).
O Itair, assim q a atual diretoria assumiu, já havia declarado que a dívida chegava perto de meio bilhão.
Para que a conta não ficasse tão ruim, ainda colocaram recebíveis de 2019 no balanço de 2018 (matéria 2).
O que eu mencionei que não está certo?
O Flamengo, já ha alguns anos, deixa no site (por conta da governança corporativa adotada em estatuto) os balanços dos ultimos anos. Hoje, com as auditorias, o balanço tem mais informações do que os primeiros que publicaram, além de ter como padrão um planejamento financeiro conservador (exemplo: não se consideram receitas de vendas não concretizadas; de modo popular, é não contar com o ovo que a galinha ainda não botou. E por mais que isso possa parecer primário, quase todos os clubes usam essa prerrogativa para fechar balanços, pelo que passei a entender).
Balanço do Cruzeiro: arrecadação e custos aumentam em 2018; dívida ultrapassa meio bilhão
Cruzeiro chega aos R$ 520 milhões em dívidas acumuladas, de acordo com o balanço financeiro entregue aos conselheiros, que será votado no dia 25 próximo
Por Gabriel Duarte — de Belo Horizonte
15/04/2019
Balanço do Cruzeiro: arrecadação e custos aumentam em 2018; dívida ultrapassa meio bilhão Balanço do Cruzeiro: arrecadação e custos aumentam em 2018; dívida ultrapassa meio bilhão
Divulgação/ Cruzeiro
Está pronto o balanço financeiro do Cruzeiro referente ao primeiro ano de gestão de Wágner Pires de Sá, iniciada 2018. O cenário financeiro cruzeirense basicamente é: a arrecadação aumentou, mas os gastos do clube também foram elevados. A dívida pulou de R$ 384 milhões para mais de meio bilhão de reais (R$ 520 milhões, aproximadamente).
O balanço cruzeirense foi obtido pela reportagem do GloboEsporte.com e a análise dos números contou com o auxílio do jornalista Rodrigo Capelo. A seguir, os principais destaques do balanço que será votado no próximo dia 25, às 19h (de Brasília), pelos conselheiros do clube.
Dívida total do Cruzeiro
A dívida cruzeirense chega a mais de meio bilhão com a seguinte soma: R$ 316.884.811 milhões (passivo circulante, que são dívidas que o Cruzeiro precisa pagar no prazo de um ano) mais R$ 304.915.835,00 (passivo não circulante, que são dívidas que podem ser pagas em um prazo maior que um ano) menos R$ 57.839.677,00 (receita a apropriar circulante), R$ 41.145.106,00 (receitas futuras) e R$ 2.711.574,00 (caixa e equivalentes). Assim, o valor da dívida chega aos R$ 520.104.289,00.
O valor da dívida total já havia sido apresentado pelo clube mineiro em reunião para apresentação do projeto de empréstimo. O clube mineiro ainda tenta viabilizar o montante para sanar boa parte dos débitos que possui atualmente.
Dinheiro no caixa
O Cruzeiro aumentou também as receitas em relação ao ano de 2017. O clube mineiro arrecadou, em 2018, R$ 383 milhões contra R$ 308 milhões do ano anterior. As vendas de jogadores também subiram: de R$ 35 milhões para R$ 90 milhões. Assim como os direitos de transmissão das partidas: chegou, em 2018, a R$ 191 milhões contra R$ 177 milhões de 2017. No valor de transmissão, entra a premiação da Copa do Brasil, de cerca de R$ 50 milhões.
A quantia arrecadada com patrocínios também aumentou: de R$ 26 milhões para R$ 33 milhões. O dinheiro com a bilheteria saltou de R$ 16 milhões para R$ 24 milhões. O cenário com aumento de receitas já havia sido também destacado em reunião com os conselheiros da Raposa.
Aumento do déficit
Entretanto, se a arrecadação aumentou, as perdas também cresceram. No ano passado, o clube mineiro teve um déficit de R$ 27.236.795,00. Em 2017, havia tido um prejuízo R$ 16.844.160,00.
Nesses cálculos, entram impostos sobre a receita, que chegaram a mais de R$ 13 milhões, gastos com pessoal (ultrapassaram R$ 226 milhões, contra R$ 174 milhões do ano anterior, por exemplo), compra de direitos de atletas (mais de R$ 58 milhões), gastos gerais e administrativos (superior a R$ 39 milhões), gastos com pessoal e amadores (mais de R$ 21 milhões), além de despesas operacionais, que ultrapassam os R$ 30 milhões.
Os empréstimos bancários também tiveram um salto. Em 2017, o clube apresentou pouco mais de R$ 33 milhões contra mais de R$ 92 milhões. A dívida com clubes nacionais e internacionais foi de R$ 98 milhões aproximadamente contra mais de R$ 65 milhões do ano anterior.
Fonte:
https://globoesporte.globo.com/futebol/ ... lhao.ghtml
Itair revela verdadeira dívida do Cruzeiro: quase meio bilhão de reais
Vice-presidente afirma que dívida foi uma surpresa para a atual gestão quando ela assumiu o clube
29/11/18 - 13h01
O vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, esteve na rádio Super Notícia FM, nesta quinta-feira (29), e abriu o jogo sobre o presente e sobre o futuro do Cruzeiro. E o dirigente trouxe uma revelação bombástica sobre a real dívida da Raposa: quase meio bilhão de reais.
“O Cruzeiro reuniu o seu Conselho Deliberativo e divulgou a dívida de R$ 268 milhões, em dinheiro. E tem mais os R$ 170 milhões que está no Profut. São quase meio bilhão de reais (dá R$ 438 milhões). Mas pelo tamanho do Cruzeiro, nós vamos resolver”.
O dirigente lembrou ainda que o clube celeste tem uma dívida alta para pagar a empresários de jogadores. “O Cruzeiro deve R$ 90 milhões só de comissões passadas (negociações das outras diretorias). Desta vez, a gente fez, parcelou e está tudo em dia”, finaliza.
Fonte:
https://www.otempo.com.br/superfc/cruze ... -1.2074150
Rodrigo Capelo, que faz análise dos balanços, publicou como o Cruzeiro fez essa "contabilidade criativa":
Mesmo com contabilidade criativa, Cruzeiro tem prejuízo e eleva dívida a mais de meio bilhão
Diretoria vendeu Arrascaeta para o Flamengo no início de 2019, mas entendeu que poderia contabilizar o seu valor no balanço de 2018. Nem assim conseguiu ocultar a atual crise financeira
16/04/2019
Logo depois de vender Arrascaeta, interessado em tranquilizar a torcida em relação à saúde financeira do Cruzeiro, o vice-presidente de futebol Itair Machado foi ao Seleção SporTV dizer que as coisas estavam sob controle. Afirmou o dirigente que a diretoria da qual é protagonista tinha conseguido pagar de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões em dívidas – número que o balanço financeiro celeste, quando publicado, confirmaria.
O documento ainda não foi apresentado ao Conselho Deliberativo, mas o GloboEsporte.com teve acesso à versão não auditada assinada pelo presidente cruzeirense, Wagner Pires de Sá, e pela contadora do clube. Em vez de reduzir o endividamento, como afirmou Itair, a diretoria o aumentou em R$ 136 milhões na relação com o ano anterior.
As dívidas são a consequência da mentalidade adotada pelo novo presidente, cujo primeiro ano à frente do clube foi completado em 2018. Diante de uma situação já muito ruim, deixada pelo antecessor Gilvan de Pinho Tavares, o novo presidente decidiu aumentar investimentos e custos atrás de bons resultados. Ganhou o primeiro título, da Copa do Brasil, com o elenco que herdou da administração anterior. E está disposto a arriscar tudo para conquistar outros títulos mais.
A parte positiva do alto investimento é que, com bons jogadores em campo, dirigidos por um excelente técnico, como é o caso de Mano Menezes, a expectativa da torcida vai às alturas. E o impacto disso aparece nas receitas. O Cruzeiro elevou praticamente todas as frentes: bilheterias, patrocínios, sócio torcedor, direitos de transmissão. A Copa do Brasil rendeu incremento de R$ 64 milhões na renda com tevê.
O problema, e isso acontece muito na história do futebol, é que as receitas adicionais obtidas pela estratégia agressiva raramente compensam os custos. No caso do Cruzeiro de 2018, não compensaram. O clube terminou a temporada com prejuízo de R$ 28 milhões, que poderia ter sido muito mais grave se não fosse a contabilidade criativa que seus diretores inventaram para contornar a realidade.
Abre parênteses.
Você lembra da transferência de Arrascaeta no início de 2019? Deu um bafafá. O Flamengo fez proposta pelo jogador nos primeiros dias do ano, o Cruzeiro inicialmente se irritou com o que chamou de "aliciamento" do atleta, encenou até com ameaça de que entraria com ação contra os cariocas na Fifa. Itair afirmou publicamente em 3 de janeiro de 2019 que a oferta tinha sido rejeitada. Venderia uma semana depois.
No balanço financeiro cruzeirense, dentro dos R$ 90 milhões que o clube arrecadou com a venda de jogadores supostamente no exercício de 2018, está a venda de Arrascaeta para o Flamengo por cerca de R$ 55 milhões – este último valor veiculado pela imprensa, porém não descrito no documento. O próprio balanço descreve a transferência como um evento subsequente à temporada anterior, portanto ocorrido em 2019, mas registra a venda como se ela tivesse acontecido no ano passado.
A justificativa dada pela diretoria no balanço é a de que as negociações começaram em 2018, tendo como evidência documento em que uma empresa chamada Link Assessoria, detentora do "direito exclusivo de negociações", assinou para cumprir supostos requisitos contábeis. Procurado pelo blog, o Cruzeiro afirmou que "não entrará em detalhes" sobre o balanço antes da apresentação dele ao Conselho Deliberativo.
A manobra contábil feita pelo Cruzeiro pode livrá-lo de problemas com o Profut, programa do governo federal para refinanciamento de impostos. Em troca de descontos e benefícios na renegociação com clubes, o governo exige que sigam regras da boa gestão, como a proibição de déficits superiores a 10% da receita registrada no ano anterior. O Cruzeiro estava impedido de ter prejuízo maior do que R$ 34 milhões. A diretoria manteve as perdas em "apenas" R$ 28 milhões, número impossível se não fosse a inusitada inclusão de Arrascaeta em 2018.
Fecha parênteses.
Mesmo com a contabilização de Arrascaeta, a diretoria não conseguiu ocultar a crise financeira na qual está o Cruzeiro. Para que se tenha uma ideia, dos R$ 520 milhões devidos, nada menos do que R$ 256 milhões têm vencimento em prazo inferior a um ano, portanto no decorrer da temporada de 2019. Mesmo que venda mais jogadores e ganhe novamente a Copa do Brasil, cuja premiação amenizou problemas, as dívidas, quando acrescentadas aos custos do cotidiano, são impagáveis.
A combinação de dívidas herdadas da administração anterior com dívidas feitas pela nova gestão, ambas ousadas, colocou o Cruzeiro no estado atual, em que tentará obter R$ 300 milhões emprestados no mercado financeiro para reestruturar seu endividamento. Wagner Pires de Sá e Itair Machado esperam que esse novo crédito lhes dê mais tempo, na esperança de que as receitas aumentem consideravelmente, enquanto prosseguem com a estratégia do vale tudo por títulos.
@rodrigocapelo
Fonte:
https://globoesporte.globo.com/blogs/bl ... lhao.ghtml
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Esse é um ranking simplicado, que o Mauro Cezar tinha postado no blog dele em 2017.
Ou seja, há 5 anos atrás, em 2014, a divida do Cruzeiro era R$ 223 milhões. Ou seja, mais do que dobrou em 2018, que ficou em R$ 520 milhões.

Fonte:
http://www.espn.com.br/blogs/mauroceza ... orinthians
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Obviamente não estou entrando no debate de comparar gestão de clube A x clube B.
Mas seria importante que os torcedores de verdade, aqueles que se importam com o clube que dizem torcer, e não os torcedores que só amam resultados, deveriam compreender, fiscalizar, debater e cobrar profissionalismo de seus dirigentes.
Porque um dia a conta vem, e nós sabemos bem como é duro o processo de recuperação de uma situação pré-falimentar.