História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

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malaca
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por malaca » 21 Mai 2015 15:52

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Hall
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por Hall » 22 Mai 2015 10:02

O seguinte artigo apareceu em um jornal japonês um pouco após a morte de Kenshiro Abbe.

Uma revista italiana também publicou o mesmo artigo

A data do artigo não é muito precise. Quando Kenshiro Abbe foi perguntado como ele ganhou de Kimura, ele disse: “Com O Soto Gari”. As datas de Nascimento, morte e de quando ele se alistou no exército estão erradas.

O judoka mais forte que Kimura

Antes da Segunda Guerra Mundial, Masahiko Kimura era tão forte que não tinha oponente. Houve apenas um judoca que o podia arremessar e trata-lo como uma criança: Kenshiro Abbe.

Nascido no terceiro ano da era Taisho (1914) ele era três anos mais velho que Kimura. Ele estudou na Budo Senmon Gakko (Bu-sen), no décimo primeiro ano da era Showa (1936) na cidade de Fukuoka, ocorreu o Campeonato Japonês em que os judocas eram divididos em dois times: Leste e Oeste. Graças a Abbe o time do Oeste ganhou o campeonato. Ele tinha 1,68m e 70 Kg.

No fim dos seus estudos ele ficou como assistente na Bu-Sen. Um mes depois ele foi chamado pelo dojo Sainekan no Palácio Imperial para disputar um torneio. Todos os melhores judocas do Japão estavam lá competindo: Kimura, Murada de Karafu, Osawa de Tokyo e Sato da polícia imperial.

Abbe fez a pegada em Kimura delicadamente e usando um ashibarai com o pé direito conseguiu um wazari; Kimura começou a atacar, mas Abbe utilizou outro ashibarai com o pé direito, mudou para o O-soto Gari e Kimura caiu de cabeça conseguindo assim um ippon. É dito que o melhor judoka é aquele que consegue arremessar seu oponente com um ashibarai, e Kimura caiu justamente para esse golpe. Os outros três oponente caíram em menos de três minutos.

Olhando os torneios vencidos por Abbe, pode-se dizer que despois desse episódio até quando ele entreou no exército japonês (1937) ele certamente era o melhor judoca do Japão. No quinto ano na Bu-sen Abbe era terceiro dan, suas técnicas preferidas eram: ashibarai, Harai Tsuri Comi Ashi, Uchi Mata, Hane Goshi, O soto gari e Tai o toshi. O seu ashi-sabaki (movimentos com os pes) era como o voo de uma borboleta. Abbe ficou em segundo no exame de seleção para a Bu-sen.

Os treinamentos na Bu-sen começavam as 13h 30 min e iam até as 16h 30 min, e de manhã começavam as 6h e iam até as 7h e 30 min. O treinamento era bem intenso, era nesse período que se desenvolviam para os torneios escolares onde várias escolas tomavam parte. Todos os estudantes tinham que fazer o Shiai-geko (treinamento para os torneios) que duravam de 40 minutos à 1h. No final dos treinos os judocas ficavam tão cansados que só conseguiam subir as escadas usando as mãos e os pés.

Antes da Segunda Guerra mundial, não havia judocas gordos, os treinamentos eram tão duros que não engordavam. Na Bu-sen, Kenshiro Abbe se desenvolveu tanto que chegou a dominar Oni no Kimura (demônio Kimura).

Infelizmente deixou os treinos para servir o exército em junho de 1937 e ficou lá por oito anos. Durante esse período Abbe não treinou judo e perdeu os melhores anos de sua vida. Quando a guerra acabou, Abbe voltou para reconstruir a Butokukai e a Bu-sen que haviam sido fechadas. Como era contra a política da Kodokan e da Associção japonesa de judo (Zen Nihon Judo Renmei) ele acabou sendo fechado e excluído do meio judoca.

Em Março de 1956, ele foi a Londres, Estocolmo, Algiers e Dakar para ensinar judo, depois voltou o Japão, mas se mudou novamente. Voltou em junho de 1971 mas desepareceu sem deixar rastro. Morreu em 1 de Dezembro de 1986 sem nenhum reconhecimento do seu talento e do seu trabalho.

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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por Gardenal_JJ » 22 Mai 2015 10:52

Ironia mode on

cm assim george aplicando uma leglock no helio em 1932 se esse gokpe foi inventado pela lle?

Ops, o george foi um dos introdutores da lle rs.

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RodrigoSilva
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por RodrigoSilva » 22 Jun 2015 23:50

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Postado no facebook pelo irmão de Ivan..
"O Sport será um autêntico campeão, pois nasceu sob o signo da valentia e dele jamais se apartará."
— Guilherme de Aquino Fonseca, fundador do Sport

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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por Godfather » 26 Jun 2015 15:46

Esse tópico eh muito bom, obrigado.

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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por cicero » 09 Jul 2015 10:40

Tópico sensacional.
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech

Mensagem por magrinho » 09 Jul 2015 15:23

RodrigoSilva escreveu:Imagem

Postado no facebook pelo irmão de Ivan..
Uma coisa que me chamou atenção nesse irmão do ivan é que ele tem uma federação de JJ tracional estilo ivan gomes e é:
mestrissimo decimo dan... :-J

outra coisa que me chamou atenção é que um tal de Marcelo Barreira é 6 dan desse jiu-jitsu ae... :D :D

não conheço mas pelo que parece, ta igual a o neto de um lutador que gradua pela net e a maior gloria é ter tido a sorte de nascer na familia certa.
Existem bons lutadores que praticam boas lutas, porem existem os melhores que praticam a melhor luta!

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Hall
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 11 Dez 2015 18:42

magrinho escreveu:Pô sou fã dele não hahaha, porem p vc ter a opinião de algo é bom conhecer mesmo que pouco a pessoa.
No caso do Belfort falo pq conheci desde q era muleque (e ele nunca foi unanimidade) o proprio minotauro que tem forista dizendo que foi mal tratado pelo cara, c exceção dessas daqui (que parto do principio que ninguem é personagem e teria pq inventar que nem riperts da vida) falam muito bem do cara e esse pessoal não é só de gente famosa não..são pessoas que conheço que treinavam desde 1900 e lá vem pedrada.

A formação da BTT foi uma situação "esquisita" na época, muitos estavam descontentes (da galera top) pelo fato do Carlson ter ido pros EUA, e se juntaram p treinar entre si p não pagar a porcentagem do Carlson (que nunca fez contrato c ninguem).
Já falando um pouco do Carlson o seu Helio tinha a visão de que os Gracie não poderiam treinar alguem p lutar contra um deles, e o Carlson na competição presava por ele, ou seja, se é meu aluno tenho que treina-lo o melhor que conseguir, não engana-lo,
Houve na época uma magoa muito grande, porem como o Gardena já falou, o Vitor foi um caso a parte..
Não acho possivel as pessoas que acompanham não visualizarem os trejeitos (ou caracteristicas) de pilantra, até p afirmar algo ele fica em cima do muro, ele age muito como politico (no sentido pejorativo da palavra) ele sempre achou que era o iluminado (que ele fez o Carlson aparecer e não o contrario), p ele o mundo gira em torno dele, e quem não pensa como ele tá errado, tem N fatores, TRT, as respostas evasivas, as falas de jesus e depois agindo de outra forma..
Sei que existem "personagens" tipo sonnem e os WWE, porem quando vc é pior na sua vida como no personagem, ai p mim é falta de carater.
Exemplo que tive pessoalmente foram com o Wallid e com o Wanderlei Silva, o Wand mesmo tava na CB no auge da guerra, eu c a camisa do jiu-jitsu e ele tratou não só eu mas todos muito bem, parecia que era seu amigo de infancia e ficou famosos mas continua seu amigo.(contrariando o Rudimar que queria que ele ficasse paparicando o Kawasaki do pride que tb tava lá)
O Wallid já tirou a camisa p dar p um amigo meu, e quem é meu amigo??? ninguem..p ele não mudaria nada ..saindo de evento tarde, pq dar atenção a um estranho? Minha mãe chega a brigar se falam mal do Wallid aqui.
Uma época que não havia internet, mas o Vitor enquanto morava c o Carlson foi atras do Rickson e pediu p ser treinado, o Rickson mandou ele falar c o Carlson primeiro e ele "sumiu"
O "problema" foi que o Vitor saiu unico e exclusivamente por dinheiro, p não ajudar a pessoa que tirou ele da vida comum, dava conselhos que podem ser usados p vida toda e em todas areas, seja relacionamento, saúde e como levar a vida..só levar em consideração que quando o Carlson partiu (desse mundo) a carreira do Paulão foi sendo prejudicada, pois p maioria era tipo adriano do mengo (ta ganhando tá bom, tampa-se o sol c a peneira), imagine na época (e creio que até hj) quantos não gostariam da oportunidade de ir morar c o Carlson, viver do jiu-jitsu e sair da vida de ser o "tostines" da galera namorando a "menina sem graça" levando cascudo, p comedor de gostosa de revista, campeão de VT novo e famoso, ganhando dinheiro?????? e diferente de futebol, não foi dom nem talento, foi treinamento, e ajuda psicologica ( e como havia N pessoas só ali na academia c mais talento que ele, era tido como fato, se o Carlson por a mão vc muda de vida). O Carlson tb tinha disso de trabalhar c a mente, sem nunca ter feito faculdade de psicologia, tirem pelo Wallid, desafio 91 entre outros guerreiros (tem tantos e os comuns tb..conheci pessoas que eram muito timidas de parecer doença e foram campeões e muitos bem sucedidos na vida profissional fora da luta) ele REALMENTE acreditava e te fazia acreditar que vc era invencivel, ou q no minimo venderia caro a derrota, quem conversou pouco c ele sabe (diziam que o seu Helio era assim e o Seu Carlos tb) era uma aurea, sei lá espiritual, não sei dizer..
lembrei das palavras do Vinicinho (cascagrossissima faixa preta foda) "é impressionante como todo dia se lembra da época de ouro."

Arrisco dizer de quem me conheceu pessoalmente e aqui tem varios, que embora eu seja meio doido, existem principios que uso p vida toda sobretudo de justiça e amizade, que foi a vida no jiu-jitsu que me deu..
a ponto de conhecer uma galera pessoalmente (outras virtuais) e acho que me dou bem c TODOS (c exceção do casal 20 do finado e de uns dois que eram cabeças lá)e esses não conheci pessoalmente e foram pelas atitudes, sejam covardes, de frouxo,ou de sem vergonha..
isso é p dizer que carater (vide aldo que é igual a vida toda) carater, não se compra, não se conquista e sobretudo não se disfarça muito tempo ou a pessoa tem ou não e o Vitor p mim não tem (sem olhar fãs os que conhecem a maioria pensa igual)
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 12 Dez 2015 15:26

Garfield escreveu:Melhor entrevista da Palyboy, Hélio Gracie:
Spoiler:
PLAYBOY – O senhor já bateu em muita gente?

GRACIE – Eu tinha um péssimo temperamento na adolescência. [Risos.] Mas fazia muito papel de bobo também. Às vezes desafiava quem não estava nem aí para mim. Uma ocasião cismei que um cidadão estava me olhando esquisito num baile. Cheguei perto e perguntei se ele estava me achando com cara de veado. Daí ele olhou para mim como se me visse pela primeira vez e percebi que estava fazendo papel de palhaço. Saí de fininho, tremendo nas pernas. Uma outra vez tomei uma surra terrível de um cara de 1,80 de altura. Não estava preparado. Essas duas ocasiões me serviram como lição. Descobri que ser valente não é ser brigão. Passei a ensinar isso nas minhas aulas.

PLAYBOY – Que diferenças há entre o jiu-jítsu que o senhor ensina e o tradicional?

GRACIE – Adaptei o jiu-jítsu à minha pessoa. Era fraco, desajeitado, leve. [Com 1,75 metro, nunca passou dos 63 quilos.] Não conseguia fazer o que o meu irmão [Carlos] fazia, pois o jiu-jítsu dele dependia de força e habilidade. Eu não tinha nem uma coisa nem outra. Então fiz o que se conhece hoje. Aperfeiçoei a técnica precária de meu irmão em prol dos mais fracos, usando os princípios da física, como a força da alavanca. Você, por exemplo, não é capaz de levantar um automóvel com uma das mãos, mas com um macaco você levanta. Foi o que fiz. Descobri golpes de alavanca capazes de otimizar a força. Essas modificações foram de tal forma superiores ao que existia antes que hoje o mundo inteiro aprende jiu-jítsu do meu jeito.

PLAYBOY – Então, para lutar jiu-jítsu não é preciso ser forte?

GRACIE – Não. Você mesma, se aprendesse o meu método, poderia dar uma surra em qualquer homem por aí. [Risos.] Não é uma questão de habilidade ou de força, mas de saber usar direito a técnica de alavanca. Com um único dedo eu sou capaz, apesar da minha idade, de botar um homem no chão. Vou dar um exemplo. [Ele se levanta e me pede para ficar diante dele. Em seguida manda segurá-lo com as duas mãos pelo pescoço. Dois segundos depois, fico presa numa chave-de-braço.] Viu como é fácil? [Risos.] É uma espécie de ratoeira. A ratoeira não corre atrás do rato. Mas, quando o rato bota sua garra no queijo, a armadilha dispara. Toda agressão se encaixa num tipo de defesa. É a agressão que define o tipo de golpe.

PLAYBOY – Quais são os tipos de agressão mais comuns?

GRACIE – Não existem dez tipos de agressão diferentes. Pode ser soco, pontapé, cabeçada, paulada, facada... No jiu-jítsu existem 100 tipos de defesa para essas agressões. Para cada tipo nós temos três ou quatro golpes diferentes. Eu mesmo, que nunca pesei mais do que 63 quilos, já botei no chão homens de 120 quilos. É isso o que meu filho Royce mostra nas lutas de Ultimate Fight.

PLAYBOY – O Ultimate Fight é uma invenção da família GRACIE?

GRACIE – Sem dúvida. O Ultimate Fight foi inventado pelo meu filho Rorion. Todo mundo que pratica uma luta de arte marcial diz que sua própria é a melhor. Então, para saber qual realmente é a mais efetiva, meu filho decidiu criar o Ultimate. E meu outro filho, o Royce, ganhou de todos os concorrentes. Ele é um campeão invicto. Isso impressionou de tal forma os americanos que hoje o mundo inteiro aprende jiu-jítsu conosco, até mesmo os japoneses, que foram os inventores da luta. [Risos.] Minha família agora já tem uma forte tradição no jiu-jítsu.

PLAYBOY – A propósito, qual é a origem da família Gracie?

GRACIE – O meu bisavô, James Gracie, era escocês. Ele se desentendeu com o governo de lá e mudou-se para o Brasil. O filho dele, meu avô Pedro, era banqueiro no Rio de Janeiro e teve dezoito filhos, entre eles meu pai. Quase todos eram diplomatas. Meu pai, Gastão, falava cinco línguas e ia assumir um posto diplomático na América Central, mas antes de chegar lá desembarcou em Belém do Pará e apaixonou-se por minha mãe, Cesalina, e ficou por lá mesmo [e estabeleceu-se como importador de dinamite]. Eles tiveram cinco filhos homens [Carlos, Oswaldo, Gastão Filho, Jorge e Hélio] e três mulheres [Mary, Helena e Ilka]. Depois da morte do meu avô, nós saímos de Belém e viemos para o Rio de Janeiro.

PLAYBOY – Diplomacia e paixão, isso parece coisa de cinema... Mas onde entra o jiu-jítsu?

GRACIE – [Risos.] Meu irmão, Carlos [morto em 1995, aos 94 anos], aprendeu a luta com um professor japonês em Belém chamado Mitsuyo Maeda, conhecido como conde Koma, um ex-campeão de jiu-jítsu [e adido comercial de seu país no Brasil]. Ele era amigo do meu pai e conhecia sua preocupação com os filhos mais velhos, metidos em brigas de rua. Maeda ensinou a técnica e o Carlos começou a dar aulas para os amigos do Banco do Brasil. Acabou fazendo disso uma profissão.

PLAYBOY – O senhor também foi aluno de Maeda?

GRACIE – Não. Eu era o caçula, não tinha idade para isso. Também não recebi aulas do Carlos, embora o considere o meu segundo pai. O que aconteceu foi que eu estudava no Colégio Diocesano, do Rio, e sofria de vertigens e desmaios. Como ninguém sabia o que eu tinha, acabei convencendo minha mãe a me tirar da escola. Fiz apenas até o terceiro ano primário. Perto dos 14 anos, não tinha o que fazer e passava o dia inteiro vendo o meu irmão dar aulas para os outros. Depois de um ano e meio eu já parecia um papagaio, sabia repetir tudo o que ele explicava para os alunos. Um dia o Carlos estava atrasado e dei aula no lugar dele. A partir daí resolvi adaptar o jiu-jítsu ao meu próprio jeito.

PLAYBOY – Uma outra parte da família Gracie atribui o sucesso do jiu-jítsu ao seu irmão, Carlos. São duas linhas de luta diferentes?

GRACIE – Não se trata de linha. É como comparar o avião do Santos-Dumont com o supersônico de hoje. Quem atualmente iria querer voar com o teço-teco do Santos-Dumont? Ou quem gostaria de andar num Ford bigode fabricado em 1930? O que eu quero dizer é que não inventei o jiu-jítsu. Mas o que eu peguei era uma porcaria, assim como o aviãozinho do Santos-Dumont. Não iria daqui até a esquina voando nele. Não existe um outro jiu-jítsu para mim além daquele que aprimorei.

PLAYBOY – Como foi a sua estréia no ringue?

GRACIE – Eu tinha 17 anos e lutei contra um campeão brasileiro de boxe, Antônio Portugal. Venci em 30 segundos. O boxer me mandou um soco, eu bloqueei, o derrubei no chão, montei nele e dei uma chave-de-braço.

PLAYBOY – Que outros combates lhe renderam crédito?

GRACIE – Um deles foi contra o japonês I. Ono, que liderava uma academia de jiu-jítsu em São Paulo. Eu já tinha 37 anos. O desafio previa rounds de 20 minutos. Quando o primeiro terminou, eu não enxergava nada, estava praticamente desmaiado. Meu irmão me deu amoníaco para cheirar. No segundo e no terceiro rounds, estava recuperado. O japonês acabou caindo numa posição ruim e eu o enforquei. Deu sorte, porque o gongo soou e tive de soltá-lo. Passou o restante dos rounds fugindo de mim no ringue. Não houve vencedor no tempo regulamentar, mas o combate me tornou famoso.

PLAYBOY – Seu encontro com o campeão japonês Yukio Kato, em 1951, o tornou ainda mais popular. Como foi?

GRACIE – Um jornal japonês [Asahi Shimbum] havia patrocinado a vinda de três campeões japoneses ao Brasil. Um deles era o [vice] Kato, que me desafiou. A primeira luta foi no Maracanã e não houve vencedor nos três rounds. A segunda aconteceu no estádio do Pacaembu [em São Paulo] e ganhei no segundo round. Depois dele veio o Masahiko Kimura, que pesava 98 quilos e estava invicto havia quinze anos. Até o presidente da República [Eurico Gaspar Dutra] foi assistir à luta. O Kimura dizia que, se não ganhasse de mim em 3 minutos, o título seria meu. Lutei com ele durante 15 minutos.

PLAYBOY – E levou o título?

GRACIE – Não ganhei porque meu irmão [Carlos] jogou a toalha por mim quando me viu preso numa chave-de-braço. O Kimura aproveitou e saiu do ringue. O juiz veio me perguntar e eu confirmei, porque sabia que meu irmão havia jogado a toalha por mim e seria desonestidade negar. Mas não me considerei verdadeiramente vencido.

PLAYBOY – Se o senhor lutasse contra o boxeador Acelino da Silva, o Popó, seria uma disputa fácil?

GRACIE – O Popó é um colosso, tenho admiração e respeito por ele. Mas, para um bom lutador de jiu-jítsu, não existe adversário praticante de outras lutas. Ele [Popó] cairia em 2 minutos. Se for lutar contra as técnicas do jiu-jítsu, está roubado. Tem de terminar logo, porque eu, levando um murro daqueles, cairia na mesma hora. Mas os recursos do jiu-jítsu são muitos.

PLAYBOY – Nunca se machucou numa luta?

GRACIE – Nunca. Em compensação, já quebrei quatro costelas quando caí do telhado, fazendo um conserto aqui em casa. [Risos.] E também fraturei a perna num tombo de bicicleta. [Risos.] Minha primeira luta oficial foi em 1934, no Rio de Janeiro. Tinha 20 anos. Era um vale-tudo, tinha soco, pontapé... O adversário pesava 100 quilos. Mas eu ganhei. [Risos.]

PLAYBOY – Qual a diferença entre o jiu-jítsu e o vale-tudo?

GRACIE – No jiu-jítsu há regras. Tem de se respeitar peso, faixas, regulamentos. O vale-tudo é uma briga, cada um faz o que quer. Mas, como o que eu prego não é uma coisa nem outra, e sim um jiu-jítsu de eficiência pessoal, para proteger os mais fracos, qualquer um pode fazer. É a força de alavanca contra a força bruta.

PLAYBOY – E em brigas de rua, nunca o senhor apanhou?

GRACIE – Também não. [Risos.] Uma vez meu irmão, Carlos, estava na janela da academia e jogou miolo de pão num vendedor de galinhas. Era uma brincadeira, mas ele se zangou e o Carlos me mandou ir lá embaixo dar um jeito no homem. Apliquei um estrangulamento e ele ficou na calçada, desacordado. Quando acordou não se lembrava de nada que tinha acontecido. Quando a pessoa desmaia por insuficiência sanguínea, o efeito colateral é uma espécie de amnésia. O sujeito fica um tempo meio bobo.

PLAYBOY – Houve outras brigas de rua memoráveis?

GRACIE – Não foram muitas, porque eu era um brigador de ringue, não de rua. Mas uma outra vez um chofer de táxi me fechou numa rua do cais do porto. Ou talvez eu o tenha fechado. O certo é que acabamos discutindo, descemos do carro e eu deixei o cara dormindo na calçada, com um golpe de estrangulamento. Peguei meu carro e fui embora.

PLAYBOY – Só teve mais essa briguinha mesmo?

GRACIE – Teve uma outra, em Petrópolis [na região serrana do Rio de Janeiro]. Eu dirigia um serviço de operários numa obra e o motorista de um caminhão desceu da boléia querendo brigar depois de uns desaforos. Eu o fiz dormir também.

PLAYBOY – Nunca teve medo de matar alguém por estrangulamento? GRACIE – Não. Sei o ponto certo de parar. Antes de morrer o sujeito desmaia. Só morre se a pressão no pescoço continuar além desse ponto. E o estrangulamento é a minha especialidade. Criei fama no Japão assim. Devido a minha constituição física fraca, tenho de atingir o adversário rapidamente. Quando se pega no pescoço não tem valente. Todo mundo dorme muito rápido. [Risos.]

PLAYBOY – Quando é válido utilizar os golpes do jiu-jítsu?

GRACIE – Quando, depois de tentar uma conversa civilizada, o sujeito parte para a agressão. Não há por que dar o primeiro golpe. Como sei que não apanho, dou ao outro a chance de evitar o confronto. Agora, se o sujeito é metido a valente, não posso fazer nada. Como defesa, estou amparado pela lei.

PLAYBOY – Foi isso o que o senhor fez quando chegou a ser preso por agressão?

GRACIE – Isso foi há 66 anos, na última grande encrenca em que me meti. Um lutador famoso no Brasil, o [ex-campeão de luta livre] Manoel Rufino dos Santos, dizia que, se não estivesse afastado dos ringues, iria mostrar a todo mundo que nós, da família Gracie, não éramos de nada. Então fui lá [ao Tijuca Tênis Clube, no Rio] dar uma resposta a ele. Cheguei e disse: "Vim lhe trazer uma resposta à declaração que você deu". Ele me deu um soco e eu o botei no chão, com duas fraturas na cabeça, a clavícula quebrada, o sangue espirrando longe. Mas foi uma besteira que fiz. Hoje jamais repetiria uma coisa dessas.

PLAYBOY – E o que aconteceu?

GRACIE – Foi instaurado um processo criminal e fui condenado a dois anos e meio de detenção. A apelação foi para o Supremo Tribunal, meu advogado era o Romero Neto, e o relator confirmou a sentença dizendo: "Hoje foi com o Manoel Rufino dos Santos. Amanhã seremos nós".

PLAYBOY – Quanto tempo o senhor ficou na cadeia?

GRACIE – Nunca fui para a cadeia. Duas horas depois de o Supremo confirmar a sentença, o [então presidente] Getúlio [Vargas] me indultava. Uma aluna nossa, Rosalina Coelho Lisboa, cujo irmão era embaixador, era muito chegada ao Getúlio e interferiu dizendo que não era justo um rapaz tão jovem ir para a cadeia por causa de uma briga de rua. Ele era bom sujeito e me indultou. O Supremo Tribunal ficou desmoralizado. [Risos.] Depois disso por várias vezes me encontrei com Getúlio. E dei aulas ao filho dele, Maneco.

PLAYBOY – O seu sobrinho-neto Ryan Gracie também teve problemas com a Justiça, quando bateu em um homem e o esfaqueou depois de uma discussão numa boate do Rio, em fevereiro do ano passado, não foi?

GRACIE – Considero tudo isso lamentável. Ninguém ignora que a família Gracie atuante no Brasil está dividida em duas. A primeira é oriunda de Carlos Gracie, meu irmão, homem de grandes qualidades, valente, tolerante e de moral inabalável. Seu único erro foi ter tido 21 filhos com cinco mulheres diferentes, gerando um enorme clã com mais de 150 pessoas, hoje sem um líder que as aconselhe, controle e oriente. Não conheço nem a metade delas. Numa família com tanta gente, existe de tudo, gente de todo tipo. A segunda parte da família é a minha, Hélio Gracie, com nove filhos, que acabaram por projetar-se e destacar o jiu-jítsu no Brasil e no mundo. Agora, para vender mais jornal, tudo o que acontece com sobrenomes famosos ganha destaque na mídia. Os editores não se preocupam se vão ou não atingir pessoas inocentes que possuem o mesmo sobrenome.

PLAYBOY – Não é essa a questão. O caso foi notícia porque realmente havia notícia. Ryan Gracie foi acusado de tentativa de homicídio e chegou a ter prisão preventiva decretada.

GRACIE – Os meus filhos nunca estiveram envolvidos com atitudes fora da lei, isso posso garantir. Quanto aos demais, não sei responder.

PLAYBOY – O senhor é do tipo que não leva desaforo para casa?

GRACIE – Sou do tipo que não deixa passar camarão pela malha. Se o sujeito diz uma coisa que não me convém, não me agrada ou não é verdade, chamo a atenção dele.

PLAYBOY – Conte algum caso.

GRACIE – Ih, minha filha, foram tantas vezes que já nem lembro mais. Qualquer um que diga alguma coisa errada sobre mim, eu ligo e peço para provar. Se bem que, hoje em dia, tem tanta gente falando da família Gracie sem saber de nada direito que anda difícil fazer concorrência com tanta mentira.

PLAYBOY – Indo para um assunto mais ameno, a prática do jiu-jítsu favorece o sexo?

GRACIE – O que posso dizer é que nunca fiz sexo com uma mulher sem a finalidade de procriar. Também ensinei isso aos meus filhos e já tenho vários netos. Nunca fui veado. Na minha juventude, fazia muito sucesso com as mulheres, era considerado uma celebridade no país, toda moça logo se interessava por mim. Eu dava um beijinho, abraçava, namorava, era mulherengo, mas não passava dos limites. Sempre tive força de vontade. Quando elas queriam avançar, eu ia logo perguntando se estavam a fim de ter um filho meu, porque para mim tudo bem, eu queria ter filhos. Daí elas paravam logo com o agarramento. [Risos.]

PLAYBOY – E de onde saía tanta força de vontade para resistir?

GRACIE – Saía da minha convicção e do meu respeito pela natureza. Eu dominava a tentação do prazer por uma questão de moral. Aprendi isso com o meu irmão, Carlos, que era um espiritualista.

PLAYBOY – O senhor acha que sexo faz mal?

GRACIE – Não há nada mais gostoso do que sexo e amor entre duas pessoas que se querem bem. Mas fazer sexo pelo sexo faz mal, gasta energia desnecessariamente. Agora, é ainda pior deixar de fazer sexo e não cumprir a finalidade da natureza, ou seja, o sexo como instrumento de procriação. Eu tenho uma irmã freira [Mary, de 85 anos, que vive interna na Congregação de Nossa Senhora de Sion, em São Paulo]. Isso me deixa danado. Preferiria que ela fosse uma vagabunda. Cumpriria melhor sua missão na Terra como mulher do que essa de ser uma virgem. Uma mulher que tem seios, ovários, que nasceu perfeita, deve ter filhos. Do contrário está indo contra a natureza.

PLAYBOY – Quantas vezes o senhor fez sexo na vida?

GRACIE – [Pausa.] Olha, sou recordista mundial de pouca transação. Com minha projeção, poderia ter transado com o Brasil inteiro. Mas nunca tive relações com mais de dez mulheres. E só transei com mulheres que aceitavam a idéia de ter filhos.

PLAYBOY – Então, fazendo as contas, se o senhor teve nove filhos, transou pouco mais de nove vezes?

GRACIE – Não, também não era assim. Tinha vezes de transar toda noite. Mas nem todo mês a mulher engravida, porque Deus não manda. Então, transava quantas vezes quisesse, até vir a gravidez, ou quando a mulher solicitava. A prova maior da minha abstinência provém do número de mulheres com quem tive sexo. E foram dez em toda a minha vida. É onde está o meu mérito. Tive umas trinta namoradas, mas não passava de um beijinho aqui, um beijinho ali.

PLAYBOY – Só para checar, então: o senhor é contra ou a favor da camisinha?

GRACIE – [Enfático.] Deus me livre! Nunca usei camisinha-de-vênus. Não existiu mulher no mundo que me fizesse usar camisinha. Nem se fosse a última mulher do mundo! Ia morrer sem transar. Meus filhos também não usam e tenho 28 netos.

PLAYBOY – Quer dizer que o senhor e os seus filhos se julgam imunes à Aids?

GRACIE – [indignado.] Esse negócio de Aids é de quem se envolve com depravação e sujeira. Nem eu nem meus filhos bancamos os Don Juans. [Exasperado.] Quem tem medo de Aids é porque anda fazendo sexo com qualquer uma. E quem faz sexo com qualquer uma, para mim, é cachorro.

PLAYBOY – O senhor já broxou alguma vez?

GRACIE – Não, isso nunca me aconteceu.

PLAYBOY – É proibido transar antes de uma luta?

GRACIE – Mesmo um grande campeão não consegue manter a performance depois de uma noite de sexo. Qualquer recordista sofre os efeitos do sexo, pois ele representa um grande gasto de energia. Se o sexo serve para fazer um ser humano, imagine quanta energia está envolvida nesse ato. Não é proibido transar antes de uma luta, mas digo que não é recomendado. É uma questão de bom senso.

PLAYBOY – Quantas esposas o senhor teve?

GRACIE – Duas. Vivi com a minha primeira mulher, Margarida, por cinqüenta anos. Com ela tive três filhos [Rorion, Relson e Rickson]. Quando ela morreu, me casei com a Vera [a atual, 32 anos mais jovem do que ele], que me deu mais seis filhos. Não sou homem de largar mulher.

PLAYBOY – Por que os nomes de todos os seus filhos começam com a letra R?[A lista: Rorion, de 50 anos; Relson, 46; Rickson, 42; Rolker, 36; Royler, 35; Royce, 34; Rhérika, 32; Robin, 29; Ricci, 23.]

GRACIE – Porque o R é uma letra forte. O som da letra é mais potente. Você acharia mais forte o som de Orion ou o de Rorion, por exemplo? Claro que é Rorion! Aprendi isso com o meu irmão, Carlos. Os filhos dele têm nomes que começam com as letras R, C e K.

PLAYBOY – Qual de seus filhos é melhor lutador?

GRACIE – Tecnicamente todos se equivalem. Todos aprenderam as técnicas comigo. Mas o Rickson se apresenta hoje como o líder da família, porque também é o mais forte, tem quase 90 quilos. O Rorion também era forte, mas agora não luta mais, administra a academia e a carreira do irmão. Na família todos foram campeões.

PLAYBOY – Nenhum de seus filhos homens quis seguir outra profissão?

GRACIE – O Rorion é também advogado, um bom técnico e administrador. Mas todos os outros completaram o curso colegial e pronto, continuaram apenas no jiu-jítsu.

PLAYBOY – Rorion está escrevendo um livro a seu respeito. O que o senhor deseja transmitir com sua história?

GRACIE – A verdade sobre o jiu-jítsu. Tenho uma sobrinha-neta, a Reylla, que está escrevendo um livro sobre o meu irmão Carlos Gracie. Acho isso muito esquisito, porque ela nasceu quanto ele já tinha quase 65 anos. Vai acabar escrevendo um livro sem fundamentos, ouvindo gente que também não o conheceu na mocidade. O único que está vivo sou eu. De modo que acredito que meu livro vai sair mais verdadeiro. A minha história dá para provar.

PLAYBOY – Pretende ler o livro dela?

GRACIE – Pretendo, para ler as besteiras que ela vai botar nele.

PLAYBOY – Isso está parecendo um pouco de ciúme...

GRACIE – Pois não é. A verdade é que o Carlos nunca botou um quimono para dar aula a filho nenhum dele. Quem ensinou a eles fui eu. A Reyla está contado a história de um homem que não conhece. Para mim, isso não parece muito honesto. É muito vago escrever um livro entrevistando pessoas que conheceram meu irmão. Cada um fala o que quer, o que acha, mas ninguém prova nada. Ela quer fazer média usando o sobrenome Gracie, mas não tem nenhuma base.

PLAYBOY – Rorion requereu a patente do nome Gracie para a sua técnica de jiu-jítsu nos Estados Unidos. Ela ainda é válida?

GRACIE – Ele requereu a patente do nome Gracie como método de ensino anos atrás, para evitar que o povo americano fosse enganado por outras pessoas que usavam o nome em academias como se pertencessem à nossa família. Essa patente vigorou durante muito tempo, mas não pôde ser renovada. O governo americano negou a renovação por considerar que agora o jiu-jítsu é uma arte marcial nova. Concordo, porque isso é um reconhecimento da minha técnica. Recebi um certificado do governo dos Estados Unidos reconhecendo que sou o criador do jiu-jítsu praticado lá.

PLAYBOY – Hoje em dia, como defesa pessoal, é melhor andar armado ou aprender jiu-jítsu?

GRACIE – Um revólver é uma arma de dois gumes. Se o ladrão descobre, toma a arma e ainda passa bala. Já o jiu-jítsu o ladrão não pode ver, e corre o risco de ser desarmado. Nunca usei arma.

PLAYBOY – O que o senhor faria se fosse assaltado?

GRACIE – Depende. Se fosse um sujeito só, numa distância razoável, tomaria o revólver da mão dele com um só golpe. Agora, se fossem vários assaltantes armados, entregaria tudo na mesma hora, porque não sou bobo. Nesses casos reagir é besteira, porque vai morrer. Ladrão é um cara apavorado, que não acredita nele, só no revólver. Qualquer reação e ele dá um tiro na mesma hora. O perigo do assaltante brasileiro é a insegurança dele. Eu mesmo, se quisesse assaltar alguém, não precisaria de revólver. Bastaria segurar no pescoço da vítima e pronto, levava tudo.

PLAYBOY – Depois do jiu-jítsu, qual o esporte mais efetivo como defesa pessoal?

GRACIE – O boxe. Só tem um defeito: demora muito para você nocautear o adversário. Tem de bater e apanhar muito primeiro. Mas um bom boxer, numa briga, é excelente. Agora, para ser um boxer tem de treinar muito. No jiu-jítsu, quarenta aulas comigo são suficientes, duas por semana, para dar tempo ao subconsciente de assimilar tudo.

PLAYBOY – Que tipo de aluno dá mais trabalho para treinar?

GRACIE – O aluno inteligente, sem dúvida nenhuma.

PLAYBOY – Por quê?

GRACIE – Porque o aluno inteligente cisma de ficar pensando antes de fazer o golpe. Com essa preocupação, acaba ocupando o inconsciente, e isso não funciona. Quero dar ao aluno bons reflexos. O metido a esperto quer entender o que está fazendo e isso atrapalha o seu reflexo. No dia em que ele achar que entendeu, vai querer fazer como vê, não como ensinei. Quer dizer, vai fazer tudo errado. Uma criança, uma moça, um burro vai aprender mais depressa do que o inteligente. A criança vai lá e faz, não fica questionando.

PLAYBOY – Então, para ser bom lutador de jiu-jítsu tem de ser burro?

GRACIE – Não é isso. [bravo.] A aprendizagem do jiu-jítsu é um processo para o subconsciente, não para o consciente. Não ensino para o aluno aprender, mas para que ele execute. Essa é a diferença. Se ensino alguma coisa para uma pessoa inteligente, ela aprende rápido porque guarda na memória. Mas no jiu-jítsu o bom aluno tem de saber agir na surpresa. Se parar para buscar o que aprendeu na memória, está perdido. Não se trata de decorar movimentos, mas de ter o reflexo certo na hora em que a agressão acontece. E a agressão sempre acontece de surpresa.

PLAYBOY – Como o senhor resolve esse tipo de impasse? Quero dizer, como ensina o aluno inteligente?

GRACIE – Tenho de mostrar na prática que a força e a inteligência dele não servem para nada. Tenho de botar logo o sujeito no chão para fazê-lo entender que é melhor fazer o que estou mandando, sem parar para pensar.

PLAYBOY – O ser humano, por natureza, gosta de lutar?

GRACIE – O homem é um guerreiro nato. Luta no estudo, no trabalho, na hora de sustentar a família. Já a mulher não nasceu para guerrear. Ela hoje está lutando pela vida porque não tem homem que preste para cuidar dela. Já chega, para a mulher, ter de cuidar da casa. O homem nasceu para lutar pela vida, e a mulher para cuidar de seu guerreiro.

PLAYBOY – O que o senhor pensa a respeito da independência feminina?

GRACIE – Espere um pouco. [Levanta-se e volta com uma pasta, de onde pega um papel manuscrito e começa a ler.] "Para mim é fácil diagnosticar os homens que preferem mulheres independentes: os cafetões, os efeminados, os preguiçosos, os indivíduos de personalidade fraca e frouxa, que gostam que as mulheres os protejam, em vez de protegê-las. A natureza não criou o homem e a mulher por engano, mas sim para que cada um faça a sua parte. O homem para sustentar a mulher e ela para cuidar dos filhos, que serão os homens com H maiúsculo de amanhã." [Guarda o papel de volta na pasta.] A falta de homens de valor hoje é tão grande que as mulheres, coitadinhas, não têm outra opção a não ser bancar as independentes.

PLAYBOY – Esse pensamento não é de um extremíssimo machismo?

GRACIE – Não me considero machista. Sou homem. Machista é uma expressão da moda. Homem que não é machista não é homem, do mesmo jeito que mulher que não é feminina não é mulher. Machista, para mim, é ser convicto do papel de homem.

PLAYBOY – O que acha das mulheres que posam nuas?

GRACIE – Não sou a favor. Mulher deve se guardar para o próprio marido. Agora, quando olho para uma mulher nua, analiso o conjunto, para ver se ela é bem-feita de corpo, se tem boa saúde. Não é para ficar pensando em sexo, não. É para apreciar o que a natureza fez de bonito. [Pausa.] As revistas de jiu-jítsu agora estão botando mulheres meio peladas, junto com o esporte. Não aprovo. Isso não tem nada a ver com a luta. Namorada minha jamais posaria nua. Só se eu fosse um frouxo. [Levanta-se e pega uma revista de jiu-jítsu, abrindo numa página dupla com uma foto da Feiticeira.] O namorado dela deve ser um frouxo.

PLAYBOY – Há até pouco tempo ela namorava o Vítor Belfort...

GRACIE – Coitado, ele é um principiante do jiu-jítsu. Tem noção apenas de luta de competição. Uma vez tive de falar com ele por telefone.

PLAYBOY – Por quê?

GRACIE – Ele fez uma declaração falando mal do meu filho Royce. Então telefonei e perguntei se ele estaria disposto a fazer um teste com meu filho. Ele respondeu que só lutava por dinheiro, o que não é o meu estilo. A resposta dele não me agradou. Demonstrou que não tem convicção no que faz. Ele luta bem, mas não é um lutador de eficiência. Fiquei sabendo que já apanhou bastante em algumas lutas.

PLAYBOY – Que alunos famosos já passaram por sua academia?

GRACIE – O [ex-ministro dos Transportes na gestão do presidente Medici e do Interior no governo Figueiredo] Mário Andreazza, o [ex-presidente da República] João Baptista Figueiredo quando trabalhava no SNI [o Serviço Nacional de Informações, que serviu à ditadura militar], o Roberto Marinho...

PLAYBOY – Eles eram bons lutadores?

GRACIE – Mais ou menos. [sorri, condescendente.] Esses homens sempre foram muito ocupados, sem tempo para treinar. Eram também muito ansiosos.

PLAYBOY – Qual deles era melhor aluno?

GRACIE – O Roberto Marinho era repórter na época e não se dedicava verdadeiramente ao jiu-jítsu. Fez porque estava na moda, devido à projeção. Naquela época, no Brasil, não havia muitos esportes importantes como hoje em dia. Então, naquele tempo a imprensa passava um mês inteiro falando só em jiu-jítsu, e o Roberto queria ficar por dentro.

PLAYBOY – E o Figueiredo, como se saía?

GRACIE – Ele foi trazido pelo [Mário] Andreazza, que também veio por causa da projeção. Ele ficou empolgado quando começou a fazer jiu-jítsu, então trouxe todos os oficiais do SNI, inclusive o Figueiredo. Que era um homem muito forte, mas muito tenso. Fez quarenta aulas, o regulamentar, e se saiu razoavelmente bem. Mas não sei como era fora da academia. Nunca tive contato social com ele. Às vezes ele me dizia: "Hélio, vou mandar buscá-lo para uma festa lá em casa". Mas nunca mandava, acho que esquecia o assunto. Era muito ocupado.

PLAYBOY – Sua família enriqueceu com o jiu-jítsu?

GRACIE – Não fiquei rico. E meus filhos trabalham muito, aqui e lá fora, sem descanso. Vivem bem, mas não sobra dinheiro. As despesas com as academias também são grandes. Se entram 2 milhões, 1 [milhão] vai embora só com impostos. Já o meu sítio [com 320 000 metros quadrados, localizado em Itaipava, região serrana do Rio] foi comprado na época em que a terra era barata. Paguei 400 réis. Hoje vale muito, mas ninguém tem dinheiro para comprar. Por isso ainda não fui embora nem fiquei rico.

PLAYBOY – Apesar da fama e do sucesso, o senhor declarou que gostaria que seus filhos abandonassem as lutas. Por quê?

GRACIE – Na minha mocidade eu estava tão empolgado com as minhas descobertas que comecei a lutar para provar que aquilo era bom. Queria que todos os brasileiros soubessem o que sei sobre jiu-jítsu. Hoje em dia, porém, já não se luta por idealismo. Não há mais o que provar a respeito da validade da minha técnica. Então, aconselhei os meus filhos a parar de lutar. Eles é que vão decidir. Se quiserem continuar para ganhar dinheiro, tudo bem. O jiu-jítsu hoje virou comércio mesmo.

PLAYBOY – O senhor se refere às academias que preparam esses brutamontes que andam sempre com um pit bull do lado?

GRACIE – Essas academias não deveriam nem estar abertas. Só estão por culpa do governo, que não examina as verdadeiras condições da escola. Hoje qualquer um abre uma academia de jiu-jítsu, sem nenhum problema, e muitas vezes o dono não tem nem diploma.

PLAYBOY – Essa gente ajudou a associar o jiu-jítsu à violência?

GRACIE – Sem dúvida. O verdadeiro lutador de jiu-jítsu não sai batendo. A nossa defesa é feita para neutralizar a agressão. Esse é o tipo de contrapropaganda que fazem com o jiu-jítsu e conosco. A qualquer besteira que se faça hoje logo vão dando o nome da família Gracie.

PLAYBOY – O senhor gosta de assistir aos filmes do ator Jean-Claude Van Damme?

GRACIE – Coitado. Ele é só um artista, não é um lutador. Mas, no cinema, luta que é uma beleza. Nos filmes as lutas são todas coreografadas, não têm nada a ver com o jiu-jítsu. Meus filhos já deram aulas para atores de cinema como Chuck Norris, Steven Seagal e Mel Gibson. Gosto de assistir. Não é preciso pensar, tem sempre a mesma moral. É como assistir aos filmes de bangue-bangue, o mocinho sempre vence o bandido.

PLAYBOY – Qual o segredo de sua longevidade e boa saúde?

GRACIE – Costumo dizer que estou velho mas não estou gasto. [Risos.] Aos 88 anos, não me troco por nenhum homem de 50. Nunca tive hábitos prejudiciais à saúde, como fumar, beber, comer fora de hora. Paladar também se educa. Eu como peixe, queijo fresco, frutas e legumes. Só faço uma refeição de panela por dia. Não misturo cereais, não como gordura nem açúcar. Aprendi isso com o meu irmão e não fico resfriado há mais de quinze anos. Também nunca fiz sexo mais do que o necessário para procriar. A natureza não é burra. Quem infringe as regras paga com juros e correção monetária. Na idade mais avançada é que chega a conta aos fracos devedores. Quem não tem força de vontade dá com os burros n’água.
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 26 Dez 2015 07:50

linus_sp escreveu:A real da história do tiro foi outra. Eu treinava no Ryan na época e lembro que ele abriu o jogo uma vez. Ele estava andando no calçadão da praia no Rio quando uma moto encostou e o cara que estava na garupa saltou armado em direção a ele. O Ryan se antecipou e saiu correndo pro mar, o cara atirou algumas vezes mas o tiro pegou na perna.

Depois eles inventaram a história que o Ryan foi pegar uma toalha na casa da irmã quando a arma do cunhado que é policial federal e que estava em meio as toalhas caiu no chão e disparou
linus_sp escreveu:Eu comecei a treinar Jiu Jitsu no Behring e fui visitar a academia do Ryan a convite de um amigo que treinava lá. Cheguei lá o Ryan era molecão, uns 18, 19 anos anos acredito eu e eu tinha uns 16, 17 na época, faixa marron ainda. Eu era branca. Dei um rola lá e na semana seguinte sai do Behring (que era um mega mercenário) e fui treinar no Ryan.

Como estava namorando sério não saia com a galera do Jiu Jitsu, mas o Ryan já naquela época vivia de balada todo noite e ia pra academia durante o dia. Sai com eles algumas vezes, mas mais pra programas mais tranquilos como jogar video game ou fazer nada a tarde.

Bom, das histórias que eu lembro do Ryan, algumas marcaram.

1 - Ele tinha uma Yamaha VMax e tinha quebrado a perna (nao lembro como), mas ainda assim andava com a moto pra cima e pra baixo de perna engessada e carregando as muletas. Numa destas se desentendeu com dois caras no trânsito e enfiou a porrada nos dois, de gesso e tudo. Perguntei como ele bateu em dois caras estando de gesso e ele disse que foi só na muletada

2 - Tinha um 7/11 na Pamplona e fomos lá comprar sei lá o que. Eu fiquei do lado de fora e o Ryan entrou com o Tbola se não me engano. Lá dentro um cara passou pelo Tbola (que estava vestindo uma camisa da Gracie) e falou: Estes Gracies são tudo viado. O Ryan que estava há uns 4 metros do cara pegando umas cervejas no freezer, pegou um engradado de 6 cervejas (garrafa) e tacou com tudo na fuça do cara que caiu apagado. Depois deu uma porrada no cara que estava junto com ele e saiu correndo, nisso a galera de dentro do 7/11 (não sei se eram amigos do cara ou não) vieram pra cima do Ryan, o Ryan ficou segurando a porta do 7/11 e falando: Liga a porra do carro, liga a porra do carro. Ai saltaram por carro e fomos embora.

3 - Conheci um cara grande, forte pra caramba no clube uma vez que tinha fama de folgado. O cara de repente ficou mais humilde e mais tranquilo. Um dia estava conversando sobre a academia com um amigo e ele (o grandão) me contou que um amigo dele estava apanhando na balada e quando ele foi separar um cara (O Rya, ele não sabia na época) falou: Ninguém vai separar porra nenhuma!

Nisso ele meteu a mão no peito do Ryan e a última coisa que ele lembra foi levar uma sequência de socos. Ele apagou, acordou no hospital e teve que fazer uma cirurgia na mandíbula. Ficou 6 meses sem poder mastigar só tomando suco.

4 - Esta saiu até no jornal com o título, Rei da Faixa Preta manda 3 pro Hospital. Ele namorava uma mina na época e ela estava na porta do Cabral, uma balada que tinha em SP quando 3 caras ficaram enchendo o saco dela. Ela ligou pro Ryan que pareceu lá mais rápido que ambulância e quebrou os caras. No jornal tinha a foto dos tres de olho roxo e todo arrebentado.

No mais , pra mim, comigo, ele sempre foi um cara legal. Quando eu não tinha dinheiro pra treinar ele me deixava treinar de graça, me convidou para ficar na casa do Ralph quando eu estava me mudando para os EUA e sempre foi tranquilo.

Não vou defender ninguém, sei que ele era encrenqueiro, mas muitas vezes o que eu vi foi gente vindo provocá-lo. Era incrível o número de doido que folgava com ele e como ele aceitava toda provocação sempre dava merda.
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Gardenal_JJ » 26 Dez 2015 09:51

Mt bom esse up hall, parabens!

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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 03 Jan 2016 07:25

magrinho escreveu:Bom, morei no Rio, Lido em Copa, fui p muito baile funk e cresci na academia Carlson Gracie..
Não me comparo c ninguem sendo carioca, lawyer e geral que é preta e é das antigas, sou um "mediano roxa" mas vivi muito dos relatos.

O carioca definiu bem a parada sobre o Ryan, fez merda? fez..pra caralho.
Era gente boa c seus amigos? era tb!
eu conheço de nome famoso N lutadores profissionais que tb se divertiam batendo..citaram o Paulão, fui criado na area dele e treinei c ele..e vivenciei muitas festas juntos c a galera.
Agora o JJ gracie ficou famoso nas porradarias, desde a época de Carlos e Helio..
anos noventa era um faroeste o Rio..quem viveu viveu..hj incocebivel..não existirá mais nenhum gracie porradeiro de rua, pois hj se mata por pouco.

Sobre a briga do Ryan um monte de amigos estavam lá na parada se não me engano era ilha dos pescadores..não sei como tiraram informação sobre de quem era a faca...lembro q uma galera voltando dessa festa e eu voltando de um funk da vida falaram no onibus: caracaaa o raia saiu na porrada lá acho que o chuck norris e deu ate policia...(ate de inicio nao se sabia certinho de facada)
Falando de chuck norris, vou falar pq conheci ele..estudei o terceiro ano no Equipe 1/duque de bragança no meier, e era da mesma sala do morango (fabricio do UFC e era meu vizinho tb)nos intervalos ficavamos em baixo no colegio com um chamado chang(coreano que o pai tinha uma academia de tae kwon do) esse chang ja vi bater em maluco c deficiencia pelo simples fato de esbarrar nele num solavanco de onibus..
Esse chuck norris tinha a lenda que era praticante de kick boxer (lembro que me zuavam quando fui junto c o tailandes do lido na antiga naja do largo do machado..falando q thai era uma merda e kick que era foda)ele ja era encorpado p época e o pai tinha grana (tinha empresa de plastico ou embalagem..não lembro)
sobre ele ser fera de corredor, ouvi do vandame ai que hj ta nos eua..eu vi o ninja (maluco do tuf sair na porrada c ele no centro de blumenau e era marrom e nao se fexou não..)eu já dei flagrante numa "namorada" dele que furtava bolsas no antigo baturite (balada em balneario camboriu)

falaram de funk..alguns aqui (carioca Sbc principalmente) devem ter conhecido: juninho moreno (que era batedor) no lido tinha o carlos esponja tai at hj no kickboxe e fez mma mas deu azar de estrear c o jucao da carlson (o junin era corner dele e ta bem sequelado das pancadas que ganhou)..
o chuck norris é esse do video da morte do ryan sim, independente do q falaram de não ser ele era sim..e é esse mesmo da foto chuck norris do oteiro (p quem nao conhece, camarista e oteiro era a mesma coisa ..tudo do meier..(mas ele nao era favelado não)..ele teve alguns mano a mano nos funk que fui e ganhou ai ficou c a fama, mas o tchan e negutim da cardim, julim da ipase, cabecã do rajá,macula da tjf, lê do faz quem quer, boca mole do oteiro, sergim da nova holanda era mais brigadores de baile que ele..(esse tchan e julim eram sinistrissimos ..eu fui em algumas festas na cardim e o tchan tava la c o negutim eram gente boa)..o ninja da tjb era meu amigo pessoal tb..de frequentara casaum do outro e saidas em galera junto (ele fez ate luta de mma no canecao e venceu o crezio)

como vai da trabalho quotar todos vou postando o que li:
o marcelo behring morreu tb pelas loucuras(c drogas), assim como o maurição tb morreu de bobeira por briga c a ex e levou tiro de terceiro..muita gente boa morreu não pela marginalidade , mas pela inconsequencia da decada de 90 9já parei p pensar que não só eu mas muitos conhecidos talvezz não estivessesmos vivos ou estariamos presos por bobeira)..dessa galera que citei dos bailes (e muitos dessa pagina do face que postaram tem em comum de nao estarem vivos.

belfort nunca porrou 8 em baile funk..(era frouxo, não brigava era agitador como todo muleque até atiçava mas p corredor não ia não e logo c 17 ja saiu do brasil c o carlson, ou seja historias do pastor no funk é lenda..

Alguem mencionou o Wallid , figura impar..maluco mas de um carisma excepcional..teve a porrada dele c o baiano e o mehdi falou que não juntaram pro pessoal da carlson (penso q talvez ele tenha falado p não irem de bonde lá pois na época geral na carlson tva revoltado) e tb penso que pode ser que numa cinturada do walid o irm~~ao possa ter ajudado a tirar de cima ou segurar coisa assim, nao bater propriamente..pois e dificil de imaginar alguem do fisico dele estraga a cara dele e sair ileso..sem levar um tapa..

Falaram sobre o Ryan ter sempre apanhado do Chuck Norris, mentira! eles nunca haviam brigado ate entao..quem deu alguns preju nele foi o macaco..o chuck norris era playboy mas so conhecido em baile funk..eles ja se encaravam algumas x de um falar (botar pilha de quem era o outro e nessa festa da barra se encontraram e foram junta a fome c a vontade de comer..ele queria ser conhecido como oq bateu no gracie do jiu-jitsu e o ryan, bom o ryaan é o ryan queria porque sim..rs
ps. unica coisa que tenho p falar pessoalmente do ryan meu amigo chegando na barra c uma camisa capoeira e o ryan olhando p ele q nem walid encarando esperando ele olhar de volta e alguem falou porra raia ele e do jiu-jitsu tb..e ele ahh valeu..

naja (meu amigo do forum) falou sobre tirarem onda em bater em puta, na decada de 90 era "engraçado" bater em puta, viado, segurança nas nights, bater em pivete, trombadinha, na época creio que se achava que "tomar" boné não era roubar..era aquela epoca, assim como pichar era moda..mas tenho alguns amigos e até amiga que levou tiro por isso.

não imagino como "provaram" que a faca era do ryan ou do norris..
e p finalizar ...infelizmente, quando falaram sobre o Ryan ter durado..pelo que ele fazia é real..alias não só ele tem muitos que já poderiam ter passado da vida e não seria absurdo pelo que já fizeram , seria apenas mais lamentações de vida desperdiçada...
conheci muitos lutadores que se formos trazer p essa nossa realidade até p nossa vida..não aceitariamos aquilo de boa..
eu mesmo vespera de fim de ano tive uma "oportunidade" até mencionei c alguns aqui do forum..enfim..as x a sorte brilha pras pessoas mas as x deus ta distraido ou fazendo outra coisa e a pessoa pode morrer..o ryan foi uma dessas em sua incosequencia, que atrasou a ele (e alguns envolvidos).

ahhhhhh Growing,policial de carnaval baiano não é ruim não..eles mandam o pelotão CAATINGA p lá e eles adoram, é distribuição de porrada sem ter ÎPM..é só alegria!!! profissão ruim é os que seguram a corda da parada que as x sobra carinho e nunca fazem nada..rs(conversei c alguns pms de lá em 2013 e todos aproveitvam o evento p descontar a escala forçada...rs
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 04 Jan 2016 14:21

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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 07 Jan 2016 12:21

Felipe30 escreveu:A TRADUÇÂO DA ENTREVISTA DO RENZO FALANDO DA FRATURA DO FEMUR E SOBRE RYAN
A grande Bobby Razak volta sua lente na grande Renzo Gracie eo resultado é bem e verdadeiramente grande.
"Em cinco anos, eu comecei a ir à academia com freqüência, e às sete Eu fiz a minha primeira competição", explica Renzo Gracie. "Eu era um campeão pela primeira vez quando eu tinha sete anos de idade.
"Para mim, é a minha religião. Ele mudou a minha maneira de ver. Eu não consigo ver as coisas da mesma maneira que todo mundo faz, porque eu ver através dos olhos de Jiu-Jitsu. Eu vejo maneiras de conseguir. Eu vejo maneiras de ganhar possibilidade.
"As pessoas pensam que vendemos Jiu-Jitsu, que nós vendemos artes marciais para os nossos alunos, para as pessoas ao nosso redor. Nós não.
"Na realidade, nós vendemos auto-confiança, nós estamos vendendo um estilo de vida positivo. Jiu-Jitsu não é apenas uma arte marcial, é um estilo de vida. Se você tomar Jiu-Jitsu fora de mim, você vai ter um Concha vazia."
"Eu acredito que o que faz um campeão, é a capacidade de não desistir. Não desistir. Você tem que ter em você saber que, mesmo que a derrota te surpreende, na realidade, é apenas mais um passo, apenas uma outra parede que você tem que saltar por cima, para alcançar seu objetivo.
"Quando você pensa assim, quando você é capaz de ver a derrota somente como um novo passo, para superar o fracasso e construir um campeão, você pode ver que não há perdedor no Jiu-Jtsu. Você quer ganhar, ou você aprende."
"Levei um tiro a primeira vez que eu tinha 16 anos de idade Ele quebrou meu fêmur; eu tinha que ficar um ano na cama, mas esta foi a primeira vez que realmente me bateu - eles atiraram em mim muitos tempo antes, desde quando eu era.. 14.
"E eu tenho a sorte de estar dizendo essas histórias. A intensidade. Para que as coisas poderiam ter dado errado. Graças a Deus isso não aconteceu.
"Eu tenho três filhos incríveis agora, e eles acreditam que eu sou um cara normal. Heh. Estou longe disso."
"Eu estava em torno de 16, e é aí que o Jiu-Jitsu começou a ter problemas com a Luta Livre. Durante uma festa, festa de aniversário de 15 anos de idade, acabamos tendo uma briga lá dentro.
"A coisa agravou muito rápido. Havia garrafas em todos os lugares, óculos, e eles estavam jogando, e meus amigos foram batidos todos para fora, e eu tinha de defendê-los.
"Como eu estava segurando o chão lá, eu estava empurrando um monte de pessoas, ferindo um monte de gente. Ao mesmo tempo, um rapaz sacou uma arma e atirou em mim.
"Eu me lembro, eu ainda correu atrás dele, com dois vidros quebrados na minha mão. E ele decolou com sua arma.
"Quando me virei, minha perna desistiu. Então eu peguei o pilar e eu me virei e comecei a pular em uma perna. Ele voltou, e ele descarregados. Mas ele não foi capaz de me bater. Ele atirou em todos os lugares, mas didn 't me bateu.
"Eu andei direto para casa de banho de uma mulher, e as mulheres são todos gritando lá dentro, e eu digo 'Tem um cara matando todo mundo no clube. Tiro todos. E ele está vindo para cá. Se vocês deixá-lo entrar, estaremos todos mortos . '
"Por isso, tivemos 50 mulheres segurando a porta. Então, esse cara nunca poderia fazer o seu caminho no banheiro, enquanto eu estava sentado no vaso sanitário, que fixa a minha perna.
Isso foi alguns momentos muito tensos. Mas a vida sempre me dá uma chance de consertar as coisas. Então, alguns mais tarde, eu estou dirigindo em um dia chuvoso, através de um túnel, 4:00 da manhã, a rua vazia, quando eu olho em uma motocicleta, quem está lá andando ao meu lado?
"O cara que atirou em mim.
"Sócrates costumava dizer 'Se você colocar um véu de invisibilidade, você se tornaria um assassino em 24 horas." Naquela noite, eu tive aquele véu.
"E eu rolou ao lado dele, para que pelo menos 15 minutos - tempo todo nós estamos indo juntos Ele provavelmente estava indo em direção a sua casa..
"E eu estava pensando se eu iria acertá-lo e matá-lo, ou deixá-lo ir. E então eu percebi, que foi o calor do momento, somos lutadores, nós estávamos tendo realmente divertido naquele dia.
"Ele era um covarde para puxar uma arma e atirar em mim, e eu nunca poderia ser o mesmo covarde como ele fez, e matá-lo de uma forma covarde."
"Eu era muito apegado ao Ryan. Basicamente, quando meu pai e minha mãe se separaram, eu fui o responsável por criar o Ryan. E ele foi uma das pessoas mais incríveis que eu conheci. Mas, ao mesmo tempo, era um animal selvagem, diferente de todo mundo. Posso dizer que tive o privilégio de viver com um animal desses e não ser mordido", afirmou Renzo, relembrando o temperamento difícil de Ryan.

"Algumas vezes ele me arranhava (risos), principalmente nos treinamentos, mas era o meu melhor amigo e uma pessoa sensacional. Sempre foi muito difícil (lidar com a sua perda)... Eu ainda não consigo lembrar sem chorar. Já faz quase sete anos, mas para mim ele contínua comigo o tempo todo. Eu sinto muito a sua falta, mas a morte é a única certeza que nós temos na vida, e nós na verdade deveríamos aceitá-la melhor. Algumas vezes as lágrimas vão cair porque sinto sua falta, mas a realidade é que o tempo foi algo inventado pelo homem, e nós não devemos mensurar uma vida pelo tempo dela. Nós medimos a vida de um homem pela intensidade que ele viveu, e ninguém que eu conheça viveu mais do que ele", encerrou.
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Hall
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas

Mensagem por Hall » 07 Jan 2016 12:38

Felipe30 escreveu:RYAN GRACIE .. esse tem historia !
Ele falou que tava numa balada com os amigos e a namorada, e viu que tinha um cara encarando ele e a mina dele sem parar. um amigo chegou pra ele e avisou que era o Ryan Gracie que tava olhando pra ele, e que era melhor ele não ficar encarando de volta, e ele nem sabia quem era o Ryan na época. Ele se sentiu desconfortável com a situação, a mina dele tbm estava meio com medo e tal, aí ele combinou com ela que iria pagar as comandas no caixa, e enquanto isso ela iria saindo pelo outro lado da balada e eles se encontrariam na porta. Antes dele chegar no caixa ele já ouviu um tumulto acontecendo atrás, voltou correndo, viu uma roda aberta, um cara caído no chão e o Ryan do lado dele. Daí o Ryan viu esse meu amigo, encostou nele e falou: "Esse cara tentou pegar sua mina", e saiu fora.

Depois ele perguntou pra mina e ela realmente confirmou que o cara tinha colado nela e o Ryan chegou, falou q ela tinha namorado e deu um socão no cara


Histórias Por fora dos tatames


O Sirena em Maresias, eh uma balada conhecidíssima do litoral norte de Sampa e que tem fama de ter MUITA maravilhosa e uma par de playboy, pois, eh cara pra kct.

O Ryan chegou com uns 10 kras da equipe dele e os seguranças foram tudo saindo fora de medo, pois, ja conheciam a fama do cara e sabiam quem ele era. Eles entraram, furaram fila e foram pro meio da pista. A música parou e o Ryan Falou: "Pode soltar o som que hoje quem vai fazer a segurança daqui somos nós"

E a música continuou, parece que a noite foi sussa e n teve confusão.


Histórias Por fora dos tatames


ryan deu um tapao na cara da feiticeira em pleno sirena lotado !


Histórias Por fora dos tatames



draculino conta nesse video uma das historias mais impressionantes da vida dele, quando eles estavam indo para uma aguardada festa. no caminho parando no semaforo veio um cara de cadeira de rodas vendendo doces, o ryan sem se importar com nada, pediu como o cara estava e apesar das buzinas e xingamentos, botou o cara no carro e a cadeira de rodas no porta mala e levou o recem conhecido para a churrascaria mais cara da região. Draculino sendo egoista pensava somente na festa que estavam perdendo, depois de toda comilança eles levaram o cara de volta exatamente da onde tinham o pego. Draculino tempos depois entendeu que aquele jantar pra eles foi uma festa perdida, mas para o cadeirante pode ter sido um dos momentos mais importantes da vida.

Histórias Por fora dos tatames

Na noite de ontem aconteceu o XFC em São Paulo, que como a maioria dos eventos realizados em São Paulo, atletas das duas maiores academias da capital, a Gibi Thai - Gracie SP e Macaco Gold Team - Chute Boxe. O maior destaque da noite foi um dos maiores nomes do Muay Thai brasileiro, Moisés Gibi, que venceu o duro Katel Kubis por TKO no 2º round. Entretanto, antes do combate mais esperado da noite, Jorge Patino Macaco e Ryan Gracie fizeram uma "preliminar" na platéia, confira as palavras de Macaco.

"Meu aluno venceu a penúltima luta da noite, enquanto eu o levei ao vestiário e o deixei dando entrevista pra televisão, tinha que passar por uma parte da platéia onde estavam alunos da Gibi Thai e da Gracie São Paulo. Simplesmente disseram que eu não passaria, e eu disse "o que?"... Nisso me agrediram pelas costas, quando eu virei e ví que era o Ryan, não pensei duas vezes, soltei um direto e um gancho, ele veio todo grogue pra cima de mim, levou mais um cruzado e outro direto nas fuças! Me agrediu pelas costas e agora vai ter que operar o nariz que eu quebrei! Ai vieram pra cima de mim e eu me protegi como pude", afirmou.

Macaco fez questão de se desculpar pelo episódio lamentável e elogiar Moisés Gibi: "O Gibi é um cara sério, um atleta de primeira e merece respeito. Mas o Ryan é aquilo que todo mundo sabe, sempre cercado de dez ou quinze, sempre doidão e nunca fazendo algo para o bem do esporte. Sou atleta profissional e peço desculpas por isso, mas se o cara chuta a minha bunda e eu corro, vai chutar sempre que der vontade".
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