hugo_stos escreveu:Achei essa reportagem totalmente inconclusiva. Fala que é "perigoso", mas não prova. Não fala que tem toda uma equipe de médico etc que acompanha o processo. Não conheço nenhum atleta profissional de organização séria, com acompanhamento profissional, que tenha morrido. A reportagem conta um pouco a rotina de corte de peso, que acho que todos já conhecem, mas ainda estou sem saber dos riscos a medio/longo prazo e os porquês. Qual é a fonte? Globo.com? Esse portal é uma porcaria.
Irmão boa tarde, quase não comento aqui mas esse tema me atrai bastante, quanto ao longo prazo que vc menciona na a ciência já aponta diversos fatores na minha opinião esse longo prazo é durante o combate em si pois o lutador cortando essa quantidade de peso entra muito debilitado qualquer um sem excessão, a matéria pode ser inconclusivo mas a porrada de estudos que existem não são e não adianta ter acompanhamento médico é impossível controlar os efeitos colaterais provocados por tamanha desidratação.
A perda de peso começou para atribuir vantagem sobre o oponente e ao longo dos anos mudou essa vertente, e ganhou valor comercial , quantas pessoas assitem a pesagem do UFC in locco, umas 6 ~7mil ? E as que pagam pay per view ? Isso é um lucro e visibilidade considerável além de parecer que isso já se tornou uma tradição/ritual do esporte é preocupante e na minha opinião é um dos motivos de não acabarem com o corte de peso.No ano de 1997 quando três colegiais wrestlers morreram em decorrência do corte de peso as regras para tal mudaram e o mma ? Temos fatos, estudos e relatos que cada vez aumentam e quem perde é só o atleta perde tempo perdendo peso, performance, saúde e arrisca a vida a cada pesagem/luta, abaixo tem uma tabela de um artigo de revisão que escrevi em 2014 temática de uma monografia, espero esclarecer algumas dúvidas , tenho o artigo completo se interessá-lo abraço.
TABELA 2: PRINCIPAIS EFEITOS NOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS E DESEMPENHO
Efeitos e descrição
Alterações dos valores da osmolaridade plasmática- A osmolaridade plasmática mede a concentração de íons como sódio, cloreto, proteínas, bicarbonato, glicose e outros constituintes, causando alguns efeitos abaixo descritos.
Hipovolemia isosmótica – Perda de água livre, que é a quantidade de água em excesso, água pura.
Hipovolemia hiperosmótica- Perda de água e soluto na mesma proporção
Hiperosmolaridade- Aumento da concentração de eletrólitos, principalmente o sódio causando hipernatremia e consequentemente formação de edemas, alteração da termo regulação aumentando a temperatura corporal em repouso e durante o exercício.
Diminuição do volume plasmático: Alteração da termo regulação aumentando a temperatura corporal em repouso e durante o exercício
Diminuição do débito cardíaco- Redução acentuada da eficácia do bombeamento cardíaco e consequentemente do retorno venoso
Diminuição do retorno venoso- Redução na ejeção de sangue pelo coração
Redução de força muscular
Declínio no tempo de desempenho
Diminuição na eficiência do miocárdio- Déficit no funcionamento do músculo cardíaco
Diminuição do consumo máximo de oxigênio: Especialmente com restrição calórica) deficiência no desempenho
Diminuição do fluído de sangue renal e no volume de líquidos sendo filtrados pelos rins
Depleção dos estoques de glicogênio no fígado: Queda dos estoques de glicogênio interfere diretamente na necessidades energéticas das células cerebrais e manutenção da glicemia entre as refeições e estes só voltam ao normal após 72 horas.
Depleção de glicogênio muscular: Como fonte de energia na contração muscular a queda dos estoques de glicogênio interfere diretamente no desempenho
Aumento de eletrólitos sendo perdidos pelo corpo- Compromete a função miocárdica e neurológica do organismo, equilíbrio hídrico, liberação de oxigênio nos tecidos, manutenção da homeostase (estabilidade do organismo).
Fonte: Allen; Smith; Millar, (1977), Souza (1989), Artioli; Franchini; Lancha Junior, (2006). Karila et al., (2008)