Musa, Jessica Eye revela passado de abusos e diz ter superad
Enviado: 14 Nov 2014 10:17
Musa, Jessica Eye revela passado de abusos e diz ter superado traumas
Peso-galo diz que sofreu de "Síndrome de Estocolmo" quando era criança e afirma que ser uma lutadora não foi uma escolha natural em sua vida
Por Adriano Albuqueque, Evelyn Rodrigues e Marcelo Russio
Direto da Cidade do México





Afastada do UFC há cerca de dez meses, a peso-galo Jessica Eye estará de volta ao octógono neste sábado, enfrentando Leslie Smith, no UFC 180. A lutadora, que foi suspensa por uso de maconha e vem de uma derrota polêmica para Alexis Davis no UFC 170 disse em conversa com a imprensa na Cidade do México que não via a hora de voltar a lutar, e brincou com os repórteres ao afirmar que, por ser natural da cidade de Cleveland, está no mesmo patamar de idolatria que ninguém menos que LeBron James, astro do Cleveland Cavaliers, da NBA.
- Eu não ligo se estou no card preliminar, se faço a primeira luta da programação ou se estou no card principal. Seria legal estar no pay-per-view porque meus amigos me veriam e ficariam felizes por eu estar lá. Mas eu quero lutar, seja contra quem for e em que posição da programação for. Eu sou de Cleveland, e a cidade está em alta agora, com a volta de LeBron James aos Cavaliers. Eu quero ser um dos ídolos da cidade. Quero que meu retorno ao octógono seja com uma bela vitória. Tenho falado muito com Sean Shelby (um dos matchmakers do UFC) e não paro de perturbá-lo pedindo para lutar. Quando me deram Leslie Smith como adversária, eu fiquei muito feliz, como ficaria se fosse qualquer outra. Poderia ter sido Ronda Rousey ou Cat Zingano, para mim pouco importa. Eu quero lutar, porque fiquei dez meses afastada sem ganhar dinheiro. Procurei me manter preparada e focada durante todo o tempo, para estar pronta para lutar em uma semana. Mantive meu peso baixo para não ter qualquer problema quando me chamassem.

Jessica Eye revelou passado difícil no Media Day desta quinta-feira (Foto: Evelyn Rodrigues)
Eye revelou ter sofrido diversos problemas na infância relacionados a abusos. Sem detalhá-los, a lutadora disse ter sofrido a "Síndrome de Estocolmo", um distúrbio psicológico que faz com que vítimas de abusos se apeguem as seus agressores. No seu caso, seu pai.
- Por muitos anos eu sofri com esse problema, a "Síndrome de Estocolmo". Quando meu pai teve câncer, eu me senti culpada. Achava que era algo que eu poderia ter evitado e me culpei. Isso me deixou arrasada emocionalmente. Hoje eu cuido dos meus irmãos e nós juntos decidimos que não precisamos dos nossos pais e que estamos aqui para ajudar uns aos outros, porque nos amamos muito. Por outro lado, sem os problemas que meu pai criou na minha vida, não sei se estaria aonde estou. Preciso gostar mais da minha vida do que eu gosto hoje, mas me sinto no meu auge. Não sei se foi por causa da alimentação ou se foi ter parado de falar com meu pai, mas finalmente encontrei amor na mida vida. Hoje eu olho no espelho e gosto do que vejo. As pessoas nunca vão entender a minha história, de onde eu vim e o que eu passei quando era menina. Mas quando eu falo de "Síndrome de Estocolmo", você pode imaginar o que isso significa. Não é comum uma mulher achar normal levar a vida tomando socos na cara e tendo seu corpo agredido. Ser lutadora não foi algo que aconteceu naturalmente para mim.
Para Jessica Eye, a derrota para Alexis Davis no UFC 170 a fez ver que precisava amadurecer e mudar quem havia à sua volta.
- Após a minha derrota para Alexis Davis, especialmente por eu achar que não perdi, foi muito duro. Passei quatro semanas em casa comendo o que aparecesse na minha frente. Comi de tudo, e muito. Eu estava muito mal, mas continuei treinando, porque achei que, uma vez que, se estivesse treinando, poderia comer tudo que quisesse. Só após algum tempo eu parei para pensar e percebi que eu não estava me fazendo bem. Estar no UFC foi uma decisão minha e eu tinha que ser uma profisssional em todos os sentidos. Ninguém me obrigou a estar aqui. Felizmente eu agora me sinto uma mulher de verdade. Passei muito tempo sendo uma garotinha. A energia ruim que tinha à minha volta estava drenando a minha energia boa. Agora estou cercada de pessoas legais, que me ajudam a melhorar a cada dia. Hoje eu sinto que consigo fazer as pessoas gostarem de mim, e sei qual é o meu objetivo na vida, que é ser campeã. Não estou neste esporte para ser mais uma. Quero ser a número um.

Jessica Eye vai enfrentar Leslie Smith neste sábado no UFC 180 (Foto: Evelyn Rodrigues)
Perguntada sobre o que representava lutar no México, Eye garantiu que está sendo uma experiência prazerosa, e uma chance de entrar para a história. Ela também falou sobre os efeitos da altitude - a cidade está a 2255m acima do nível do mar.
- Tenho algumas pessoas novas muito boas no meu córner, que estiveram comigo nos últimos dez meses e estou muito motivada pela luta de sábado. Tem sido muito legal estar aqui no México. Estou com minha melhor amiga aqui e ela tem me ajudado e conhecer melhor a cultura local, me explica o que são as comidas e a entender o que me dizem. Os mexicanos mostram gostar muito de nós, e esse card será histórico. Daqui a muitos anos lembrarão que eu venci a primeira luta feminina do UFC no México. Sobre a altitude, ela não afeta as pessoas como pensam. Não tem nada a ver com a capacidade respiratória, mas sim com o sangue, como ele aproveita o oxigênio disponível. Me consultei um excelente médico que me apresentou diversos alimentos e sucos que potencializam a criação de mais hemácias no meu sangue, e elas aumentam a absorção do oxigênio pelo meu corpo. Isso mudou tudo. Quando comecei a treinar aqui, comecei a pensar o que eu deveria sentir, e não senti nada. O efeito da altitude é psicológico, nada além disso.
Geralmente excluída da lista de lutadoras tidas como possíveis candidatas à disputa do cinturão, Eye garante que seu foco é conquistar um objetivo por vez.
- Não me importa o que digam sobre as outras lutadoras da divisão. Eu estou aqui consciente do que preciso fazer, que é subir um degrau de cada vez, olhar em volta, aproveitar o que há e seguir em frente. Eu já venci algumas das melhores lutadoras do mundo. Não estou aqui por acaso, eu construí meu caminho até aqui, e não tem como não me considerarem como uma das melhores. Não tem jeito, eu vou vencer.
UFC 180
15 de novembro de 2014, na Cidade do México (MEX)
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Mark Hunt
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger
Peso-pena: Dennis Bermudez x Ricardo Lamas
Peso-meio-médio: Chris Heatherly x Augusto Montaño
Peso-meio-médio: Edgar García x Hector Urbina
CARD PRELIMINAR
Peso-pena: Yair Rodríguez x Leonardo Morales (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Alejandro Pérez x José Quiñonez (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Jessica Eye x Leslie Smith
Peso-galo: Guido Cannetti x Henry Briones
Peso-galo: Marlon Vera x Marco Beltrán
Peso-pena: Gabriel Benítez x Humberto Brown
Fonte: http://sportv.globo.com/site/combate/no ... aumas.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Peso-galo diz que sofreu de "Síndrome de Estocolmo" quando era criança e afirma que ser uma lutadora não foi uma escolha natural em sua vida
Por Adriano Albuqueque, Evelyn Rodrigues e Marcelo Russio
Direto da Cidade do México





Afastada do UFC há cerca de dez meses, a peso-galo Jessica Eye estará de volta ao octógono neste sábado, enfrentando Leslie Smith, no UFC 180. A lutadora, que foi suspensa por uso de maconha e vem de uma derrota polêmica para Alexis Davis no UFC 170 disse em conversa com a imprensa na Cidade do México que não via a hora de voltar a lutar, e brincou com os repórteres ao afirmar que, por ser natural da cidade de Cleveland, está no mesmo patamar de idolatria que ninguém menos que LeBron James, astro do Cleveland Cavaliers, da NBA.
- Eu não ligo se estou no card preliminar, se faço a primeira luta da programação ou se estou no card principal. Seria legal estar no pay-per-view porque meus amigos me veriam e ficariam felizes por eu estar lá. Mas eu quero lutar, seja contra quem for e em que posição da programação for. Eu sou de Cleveland, e a cidade está em alta agora, com a volta de LeBron James aos Cavaliers. Eu quero ser um dos ídolos da cidade. Quero que meu retorno ao octógono seja com uma bela vitória. Tenho falado muito com Sean Shelby (um dos matchmakers do UFC) e não paro de perturbá-lo pedindo para lutar. Quando me deram Leslie Smith como adversária, eu fiquei muito feliz, como ficaria se fosse qualquer outra. Poderia ter sido Ronda Rousey ou Cat Zingano, para mim pouco importa. Eu quero lutar, porque fiquei dez meses afastada sem ganhar dinheiro. Procurei me manter preparada e focada durante todo o tempo, para estar pronta para lutar em uma semana. Mantive meu peso baixo para não ter qualquer problema quando me chamassem.

Jessica Eye revelou passado difícil no Media Day desta quinta-feira (Foto: Evelyn Rodrigues)
Eye revelou ter sofrido diversos problemas na infância relacionados a abusos. Sem detalhá-los, a lutadora disse ter sofrido a "Síndrome de Estocolmo", um distúrbio psicológico que faz com que vítimas de abusos se apeguem as seus agressores. No seu caso, seu pai.
- Por muitos anos eu sofri com esse problema, a "Síndrome de Estocolmo". Quando meu pai teve câncer, eu me senti culpada. Achava que era algo que eu poderia ter evitado e me culpei. Isso me deixou arrasada emocionalmente. Hoje eu cuido dos meus irmãos e nós juntos decidimos que não precisamos dos nossos pais e que estamos aqui para ajudar uns aos outros, porque nos amamos muito. Por outro lado, sem os problemas que meu pai criou na minha vida, não sei se estaria aonde estou. Preciso gostar mais da minha vida do que eu gosto hoje, mas me sinto no meu auge. Não sei se foi por causa da alimentação ou se foi ter parado de falar com meu pai, mas finalmente encontrei amor na mida vida. Hoje eu olho no espelho e gosto do que vejo. As pessoas nunca vão entender a minha história, de onde eu vim e o que eu passei quando era menina. Mas quando eu falo de "Síndrome de Estocolmo", você pode imaginar o que isso significa. Não é comum uma mulher achar normal levar a vida tomando socos na cara e tendo seu corpo agredido. Ser lutadora não foi algo que aconteceu naturalmente para mim.
Para Jessica Eye, a derrota para Alexis Davis no UFC 170 a fez ver que precisava amadurecer e mudar quem havia à sua volta.
- Após a minha derrota para Alexis Davis, especialmente por eu achar que não perdi, foi muito duro. Passei quatro semanas em casa comendo o que aparecesse na minha frente. Comi de tudo, e muito. Eu estava muito mal, mas continuei treinando, porque achei que, uma vez que, se estivesse treinando, poderia comer tudo que quisesse. Só após algum tempo eu parei para pensar e percebi que eu não estava me fazendo bem. Estar no UFC foi uma decisão minha e eu tinha que ser uma profisssional em todos os sentidos. Ninguém me obrigou a estar aqui. Felizmente eu agora me sinto uma mulher de verdade. Passei muito tempo sendo uma garotinha. A energia ruim que tinha à minha volta estava drenando a minha energia boa. Agora estou cercada de pessoas legais, que me ajudam a melhorar a cada dia. Hoje eu sinto que consigo fazer as pessoas gostarem de mim, e sei qual é o meu objetivo na vida, que é ser campeã. Não estou neste esporte para ser mais uma. Quero ser a número um.

Jessica Eye vai enfrentar Leslie Smith neste sábado no UFC 180 (Foto: Evelyn Rodrigues)
Perguntada sobre o que representava lutar no México, Eye garantiu que está sendo uma experiência prazerosa, e uma chance de entrar para a história. Ela também falou sobre os efeitos da altitude - a cidade está a 2255m acima do nível do mar.
- Tenho algumas pessoas novas muito boas no meu córner, que estiveram comigo nos últimos dez meses e estou muito motivada pela luta de sábado. Tem sido muito legal estar aqui no México. Estou com minha melhor amiga aqui e ela tem me ajudado e conhecer melhor a cultura local, me explica o que são as comidas e a entender o que me dizem. Os mexicanos mostram gostar muito de nós, e esse card será histórico. Daqui a muitos anos lembrarão que eu venci a primeira luta feminina do UFC no México. Sobre a altitude, ela não afeta as pessoas como pensam. Não tem nada a ver com a capacidade respiratória, mas sim com o sangue, como ele aproveita o oxigênio disponível. Me consultei um excelente médico que me apresentou diversos alimentos e sucos que potencializam a criação de mais hemácias no meu sangue, e elas aumentam a absorção do oxigênio pelo meu corpo. Isso mudou tudo. Quando comecei a treinar aqui, comecei a pensar o que eu deveria sentir, e não senti nada. O efeito da altitude é psicológico, nada além disso.
Geralmente excluída da lista de lutadoras tidas como possíveis candidatas à disputa do cinturão, Eye garante que seu foco é conquistar um objetivo por vez.
- Não me importa o que digam sobre as outras lutadoras da divisão. Eu estou aqui consciente do que preciso fazer, que é subir um degrau de cada vez, olhar em volta, aproveitar o que há e seguir em frente. Eu já venci algumas das melhores lutadoras do mundo. Não estou aqui por acaso, eu construí meu caminho até aqui, e não tem como não me considerarem como uma das melhores. Não tem jeito, eu vou vencer.
UFC 180
15 de novembro de 2014, na Cidade do México (MEX)
CARD PRINCIPAL
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Mark Hunt
Peso-meio-médio: Kelvin Gastelum x Jake Ellenberger
Peso-pena: Dennis Bermudez x Ricardo Lamas
Peso-meio-médio: Chris Heatherly x Augusto Montaño
Peso-meio-médio: Edgar García x Hector Urbina
CARD PRELIMINAR
Peso-pena: Yair Rodríguez x Leonardo Morales (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Alejandro Pérez x José Quiñonez (Final do TUF Latin America)
Peso-galo: Jessica Eye x Leslie Smith
Peso-galo: Guido Cannetti x Henry Briones
Peso-galo: Marlon Vera x Marco Beltrán
Peso-pena: Gabriel Benítez x Humberto Brown
Fonte: http://sportv.globo.com/site/combate/no ... aumas.html" onclick="window.open(this.href);return false;