No último mês de novembro, ao entrar em ação no UFC 309, Charles do Bronx teve pela frente o experiente Michael Chandler e saiu com a vitória na decisão unânime dos jurados após um desempenho dominante na luta em pé e de solo ao longo dos cinco rounds disputados. O que muitos não sabiam, no entanto, é que o brasileiro estava longe de estar bem fisicamente no duelo em questão.
Apesar da vitória e do desempenho de destaque, que lhe rendeu o bônus de “Performance da Noite”, Charles do Bronx chegou para a luta contra Michael Chandler com o joelho lesionado. Em participação no canal do também lutador do UFC Gilbert Durinho no YouTube, o ex-campeão peso-leve do Ultimate narrou as dificuldades que encarou nas semanas que antecederam a vitória sobre Chandler.
“É o quanto você acredita naquilo, o quanto você se dedica. Para essa luta agora, tudo dizia não. Eu estava vindo bem pra ca***, treinando bem, voando, do nada ‘Puf’… Corre para o hospital, morrendo de dor, joelho ‘desse tamanho’, estirou, estourou dois ligamentos, de 4 a 6 semanas parado, pé para o alto, engessa e tal… Quando chegava de noite, eu chorava de dor”, relembrou Charles do Bronx.
A esposa, que acompanhava de perto o sofrimento que Charles do Bronx passava naquele momento, chegou a pedir para que o lutador, então, tentasse adiar a luta. O brasileiro, todavia, se mostrou persistente e decidiu manter o combate de pé, mesmo passando por mais dificuldades até o dia do confronto.
“A minha mulher do lado falando para eu mudar a data da luta e eu falando que não podia mudar a data, que eu não podia sair da luta. Se a cabeça tiver bem, você vai lá e vai vencer esse cara… Só que eu pensava: como eu vou cortar peso sem treinar? Aí eu me apeguei no que eu podia fazer, que era musculação. Ai eu treinava muita musculação, mas só de calça, e todo mundo pensando que eu estava fazendo muita musculação por causa do Michael Chandler, que estava muito forte”, disse Charles do Bronx, que seguiu:
“Faltando três semanas para a luta e a dor não passava… Duas semanas para a luta, eu batia manopla e chorava (de dor). Viajei para a luta com duas coisas na mente: você vai sentir (a dor), você tem que suportar ela, e na luta, ocorreu da forma que a gente treinou e como o médico falou. Porque no primeiro momento que eu entrei nas pernas do Michael Chandler, que a gente caiu, eu caí com a perna presa, a perna machucada. Muita gente falou: ‘Ah, o Charles não se mexeu’. Mas eu não queria me mexer, eu estava sentindo dor pra car***, eu só queria ficar parado”, finalizou.
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