Treinador de Belfort crê que Weidman ainda precisa melhorar
Enviado: 25 Jan 2015 13:36
Ainda falta um mês para uma das principais lutas do card no UFC 184, mas a preparação do brasileiro Vitor Belfort está a todo vapor. Ele enfrenta Chris Weidman, atual detentor do cinturão na categoria dos pesos médios da competição, no dia 28 de fevereiro. O desafio do brasileiro é quebrar a invencibilidade do adversário norte-americano, que possui um cartel de lutas impecável - são 12 lutas, sendo 12 vitórias e nenhuma derrota.
Nos bastidores da preparação do brasileiro, que é ex-campeão peso pesado e ex-campeão meio pesado do UFC, existe o tetracampeão mundial de jiu-jitsu, Rodrigo Cavaca. Nascido em Santos, no litoral paulista, o lutador de 33 anos é um dos atuais "braços direitos" de Vitor Belfort. Desde o início de 2015, precisamente no dia 9 de janeiro, Cavaca viajou aos Estados Unidos para se dedicar ao seu "pupilo" de 37 anos. Para garantir que a luta contra Weidman seja um sucesso, o treinador santista precisou cancelar sua participação no Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu, que que começou na última quarta-feira e termina neste domingo.
- Decidi que o compromisso assumido com ele deveria ser priorizado. Esse é um momento muito importante para a carreira do Vitor. Estou trabalhando forte para que o jiu-jitsu dele possa mais uma vez fazer a diferença. Confesso que seria bacana se ele vencer finalizando o Weidman, mas creio que teremos um nocaute do Vitor - aposta Cavaca.
Foi numa visita à academia de Vitor Belfort no Rio de Janeiro que o mestre santista conheceu não só o lutador, mas também foi o passo para ser convidado para cuidar do treinamento segmentado. E não é para menos - o currículo de Rodrigo Cavaca não só consta os quatro campeonatos mundiais de jiu-jitsu, como também é sócio-fundador de uma academia com 120 filiais e mais de 7000 alunos ao redor do mundo. Confira a entrevista com o treinador de Belfort, que prepara o brasileiro para a disputa do cinturão dos pesos médios no UFC.
Globoesporte.com - Como você vê o físico e o preparo de Vitor Belfort? Está melhor que em épocas anteriores?
Rodrigo Cavaca: O Vitor nunca deixou de estar entre os primeiros da categoria em que disputa. Pelo menos, esteve entre os três melhores em todas as que passou. Peso pesado, meio pesado, enfim. Ele é muito focado, aceitou o desafio de confrontar com Jon Jones em cima da hora, com duas semanas de antecedência. Além disso, ele estava com uma costela trincada. Chamaram de louco e tudo mais. É que ele é muito profissional. Mas ele precisava retornar ao UFC, não importa como. Foi muito importante depois de tudo o que aconteceu na vida pessoal dele (sua irmã, Priscila Belfort, que desapareceu em 2004 no Rio de Janeiro).
Por falar em retorno, o que é possível esperar de um lutador como Chris Weidman, na categoria de pesos médios?
Sempre falo para os meus alunos que, contra fatos, não existem argumentos. Muitos dizem que Weidman tem sorte nas lutas. E eu rebato, afirmo que a sorte está ao lado dos campeões. O norte-americano tem o cartel vitorioso pelos próprios méritos. Agora, eu particularmente, tenho a opinião de que ele não é invencível e mais: não tem uma característica que possa ser considerado mais perigoso que outros adversários. Ele ainda pode melhorar muito na trocação, por exemplo (consiste na técnica quando os lutadores estão no combate em pé dando e levando soco, mas não há agarramento entre os atletas). Obviamente ele é um exímio lutador de wrestling e tem o vigor físico muito bom, pela idade. Mas acredito que o Vitor entra como favorito nessa luta. Não só pela obstinação, mas também pela experiência.
Medalhas conquistadas por Rodrigo Cavaca, treinador de Vitor Belfort (Foto: Natasha Guerrize)Você é prova de que muitos brasileiros são "convocados" para se tornar mestres de lutadores do UFC no exterior. Pelo talento, o brasileiro tem muito a ensinar. Por outro lado, o que o brasileiro tem a aprender com tudo isso?
Eu acredito que é a cultura de treinamentos. Lá, o atleta não questiona. Se você pedir para um lutador como o Rashad Evans, por exemplo, para correr no entorno de um estádio durante duas horas, ele corre sem questionamentos, porque ele assimila que aquilo vai dar resultado para seu condicionamento em uma prova. Aqui, funciona diferente. Sobra habilidade, mas o atleta pode vir a questionar justamente a necessidade de uma determinada quantidade de treinamento porque o talento compensa.
Depois da luta de Vitor Belfort, quais serão suas prioridades?
Depois de ficar na Flórida com o Vitor, parto para Boston, nos Estados Unidos. Farei uns três seminários de jiu-jitsu. Depois, a intenção é retornar ao Brasil e ficar por três semanas, pois seguirei para seis países na Europa, também para outros seminários. De lá, aproveito e treino para os campeonatos que disputo, em especial, em Abu Dhabi.
fonte: http://globoesporte.globo.com/sp/santos ... cacao.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Nos bastidores da preparação do brasileiro, que é ex-campeão peso pesado e ex-campeão meio pesado do UFC, existe o tetracampeão mundial de jiu-jitsu, Rodrigo Cavaca. Nascido em Santos, no litoral paulista, o lutador de 33 anos é um dos atuais "braços direitos" de Vitor Belfort. Desde o início de 2015, precisamente no dia 9 de janeiro, Cavaca viajou aos Estados Unidos para se dedicar ao seu "pupilo" de 37 anos. Para garantir que a luta contra Weidman seja um sucesso, o treinador santista precisou cancelar sua participação no Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu, que que começou na última quarta-feira e termina neste domingo.
- Decidi que o compromisso assumido com ele deveria ser priorizado. Esse é um momento muito importante para a carreira do Vitor. Estou trabalhando forte para que o jiu-jitsu dele possa mais uma vez fazer a diferença. Confesso que seria bacana se ele vencer finalizando o Weidman, mas creio que teremos um nocaute do Vitor - aposta Cavaca.
Foi numa visita à academia de Vitor Belfort no Rio de Janeiro que o mestre santista conheceu não só o lutador, mas também foi o passo para ser convidado para cuidar do treinamento segmentado. E não é para menos - o currículo de Rodrigo Cavaca não só consta os quatro campeonatos mundiais de jiu-jitsu, como também é sócio-fundador de uma academia com 120 filiais e mais de 7000 alunos ao redor do mundo. Confira a entrevista com o treinador de Belfort, que prepara o brasileiro para a disputa do cinturão dos pesos médios no UFC.
Globoesporte.com - Como você vê o físico e o preparo de Vitor Belfort? Está melhor que em épocas anteriores?
Rodrigo Cavaca: O Vitor nunca deixou de estar entre os primeiros da categoria em que disputa. Pelo menos, esteve entre os três melhores em todas as que passou. Peso pesado, meio pesado, enfim. Ele é muito focado, aceitou o desafio de confrontar com Jon Jones em cima da hora, com duas semanas de antecedência. Além disso, ele estava com uma costela trincada. Chamaram de louco e tudo mais. É que ele é muito profissional. Mas ele precisava retornar ao UFC, não importa como. Foi muito importante depois de tudo o que aconteceu na vida pessoal dele (sua irmã, Priscila Belfort, que desapareceu em 2004 no Rio de Janeiro).
Por falar em retorno, o que é possível esperar de um lutador como Chris Weidman, na categoria de pesos médios?
Sempre falo para os meus alunos que, contra fatos, não existem argumentos. Muitos dizem que Weidman tem sorte nas lutas. E eu rebato, afirmo que a sorte está ao lado dos campeões. O norte-americano tem o cartel vitorioso pelos próprios méritos. Agora, eu particularmente, tenho a opinião de que ele não é invencível e mais: não tem uma característica que possa ser considerado mais perigoso que outros adversários. Ele ainda pode melhorar muito na trocação, por exemplo (consiste na técnica quando os lutadores estão no combate em pé dando e levando soco, mas não há agarramento entre os atletas). Obviamente ele é um exímio lutador de wrestling e tem o vigor físico muito bom, pela idade. Mas acredito que o Vitor entra como favorito nessa luta. Não só pela obstinação, mas também pela experiência.
Medalhas conquistadas por Rodrigo Cavaca, treinador de Vitor Belfort (Foto: Natasha Guerrize)Você é prova de que muitos brasileiros são "convocados" para se tornar mestres de lutadores do UFC no exterior. Pelo talento, o brasileiro tem muito a ensinar. Por outro lado, o que o brasileiro tem a aprender com tudo isso?
Eu acredito que é a cultura de treinamentos. Lá, o atleta não questiona. Se você pedir para um lutador como o Rashad Evans, por exemplo, para correr no entorno de um estádio durante duas horas, ele corre sem questionamentos, porque ele assimila que aquilo vai dar resultado para seu condicionamento em uma prova. Aqui, funciona diferente. Sobra habilidade, mas o atleta pode vir a questionar justamente a necessidade de uma determinada quantidade de treinamento porque o talento compensa.
Depois da luta de Vitor Belfort, quais serão suas prioridades?
Depois de ficar na Flórida com o Vitor, parto para Boston, nos Estados Unidos. Farei uns três seminários de jiu-jitsu. Depois, a intenção é retornar ao Brasil e ficar por três semanas, pois seguirei para seis países na Europa, também para outros seminários. De lá, aproveito e treino para os campeonatos que disputo, em especial, em Abu Dhabi.
fonte: http://globoesporte.globo.com/sp/santos ... cacao.html" onclick="window.open(this.href);return false;