Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Duas conversas que eu tive com ex-soldados dos EUA:
- Um caminhoneiro americano, acho que muitos soldados deixam o exército sem conhecimentos do "mundo real" e acabam virando motoristas ( de ônibus, caminhão, van, entregas, vários tipos...). Ele disse " Eu era jovem, eu fui mandado pra uma missão, aconteceu e eu não gosto de falar disso, mas não tenho problemas psicológicos disso. Vários caras que diziam que iam fazer isso e aquilo, não saem do tratamento pós trauma, vivem com isso na cabeça e não conseguem viver direito."
Outro foi um senhor, também motorista, que foi ao Vietnã.
Depois de conversar muito, eu pedi desculpas e perguntei se ele odiava as pessoas do Vietnã.
Surpreendentemente ele me disse que não, que as pessoas lá são boas.
Por ele ter estado em guerra e perdido colegas contra aqueles país, eu achava que ele odiasse o "inimigo".
O fato é que os exércitos fazem de tudo pros seus soldados não humanizarem o inimigo, porque se você enxergar ele como alguém parecido com você, que tem uma família, um trabalho, pessoas pra sustentar e só quer ir pra casa ficar com os seus, não vai ter guerra. Vai todo mundo sentar no meio do campo de batalha e ir embora.
Enfim, é foda ser gado ( nem começa com a atual política nossa), estou falando de ser mandando pros interesses de gente que tá lá em cima no Estado, você faz coisas idiotas, tomados por um ódio, que foi fabricado, nem real ele é.
Se pudessem colocar as pessoas pra conversar durante uma hora antes dos combates, não iria ter guerra. Você ia pensar, esse cara só quer pescar/ trabalhar/ fazer sei lá o que e ficar com a família dele, ele não quer destruir o meu país e seus habitantes.
- Um caminhoneiro americano, acho que muitos soldados deixam o exército sem conhecimentos do "mundo real" e acabam virando motoristas ( de ônibus, caminhão, van, entregas, vários tipos...). Ele disse " Eu era jovem, eu fui mandado pra uma missão, aconteceu e eu não gosto de falar disso, mas não tenho problemas psicológicos disso. Vários caras que diziam que iam fazer isso e aquilo, não saem do tratamento pós trauma, vivem com isso na cabeça e não conseguem viver direito."
Outro foi um senhor, também motorista, que foi ao Vietnã.
Depois de conversar muito, eu pedi desculpas e perguntei se ele odiava as pessoas do Vietnã.
Surpreendentemente ele me disse que não, que as pessoas lá são boas.
Por ele ter estado em guerra e perdido colegas contra aqueles país, eu achava que ele odiasse o "inimigo".
O fato é que os exércitos fazem de tudo pros seus soldados não humanizarem o inimigo, porque se você enxergar ele como alguém parecido com você, que tem uma família, um trabalho, pessoas pra sustentar e só quer ir pra casa ficar com os seus, não vai ter guerra. Vai todo mundo sentar no meio do campo de batalha e ir embora.
Enfim, é foda ser gado ( nem começa com a atual política nossa), estou falando de ser mandando pros interesses de gente que tá lá em cima no Estado, você faz coisas idiotas, tomados por um ódio, que foi fabricado, nem real ele é.
Se pudessem colocar as pessoas pra conversar durante uma hora antes dos combates, não iria ter guerra. Você ia pensar, esse cara só quer pescar/ trabalhar/ fazer sei lá o que e ficar com a família dele, ele não quer destruir o meu país e seus habitantes.
Seres pré-históricos, vivendo em instituições medievais, lidando com tecnologia avançada. Que resultado você espera disso?
- JackmAtAll
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Temos um veterano de guerra traumatizado no forum, esperar ele postar os relatos.
Tapirus terrestris
Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
"eu não vou até aquele lugar atirar num homem que nunca me fez nada" CLAY, Cassius.
Foda demais, bicho.
Odeio a guerra
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- kyo_spirit
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Qual dos diretores de cinema famosos teve experiência de guerra? Não sei se foi o do Platoon ou do Apocalipse Now.
Ele deu entrevista tempos atrás falando q o q ele viveu no Vietnam foi uma guerra mto menos "personalizada" do q se imagina. De q eles atiravam no mato distante, na esperança de atingir os inimigos...e de q eles eram atingidos por tiros vindos de longe, e eles nem sabiam de onde vinham.
Ele deu entrevista tempos atrás falando q o q ele viveu no Vietnam foi uma guerra mto menos "personalizada" do q se imagina. De q eles atiravam no mato distante, na esperança de atingir os inimigos...e de q eles eram atingidos por tiros vindos de longe, e eles nem sabiam de onde vinham.
Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).
Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Que ser humano fantástico seu avô, mestre! Difícil um cearense ser tão desprendido ao dinheiro assim.Ron escreveu: ↑13 Dez 2020 23:33Meu avô, foi para a Segunda Guerra, lá foi Sub-Comandante da 7ª Cia. do Regimento Sampaio e liderou o 3º ataque da FEB, na linha da frente, à tomada do Monte Castelo em batalha vitoriosa.
Não é cerne do tópico, mas não consigo falar dele sem o elogiar, pois ele merece. Era uma da pessoas mais simples que já conheci. Parte do patrimônio dele ele se desfez para sustentar as pessoas que trabalhavam nas fazendas dele durante os anos de seca mais dura, sei que vendeu apartamentos na Ipanema e acho que na Lagoa (não lembro o bairro), outra casa em Fortaleza e alguns terrenos durante uns anos duros para manter às famílias. Quando minha avó passou a administrar o dinheiro dele descobriu que ele pagava várias contas de saúde e escola de pessoas que pediam e não era outra família não, era para ajudar mesmo. Sei que isto não é nada, mas mesmo tendo aposentadoria de general, ex-combatente e outras rendas, mas só andava de ônibus ou a pé e levava uma vida franciscana.
Não sei se chegou a matar ou não, pois ele nunca falava muito sobre a guerra, deve ter sido muito traumatizante. O irmão dele perdeu parte da perna por uma granada alemã, mas ele chegou a contar para o meu pai, isso eu só soube recentemente, sobre um interrogatório de um oficial alemão. Meu pai vive me enrolando para falar, mas ainda vou conseguir que ele fale e posto aqui.
Por sinal, na Revolução ele foi preso e levaram a pistola dele que ele lutou a Segunda Guerra, nunca devolveram.
Abraço
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- cardonelli
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
O alistamento militar nos EUA é entre 18 e 25 anos, não entendo muito como foi nas guerra vietna e nos anos 40, acredito que era convocação e obrigação de ir..
Sei que no Iraque muita gente jovem foi pq se ofereceu voluntariamente para servir, acho que não tinham nem ideia do que era uma guerra.
America needs Trump.
The World needs Mr. Trump.
Give peace a chance. "THE GREAT WHITE HOPE"
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
De fato deve ser uma experiência traumatizante e que deixa cicatrizes profundas nas almas dos soldados.
No aguardo do relato de nosso nobre forista para relato de suas batalhas.
No aguardo do relato de nosso nobre forista para relato de suas batalhas.
Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Nessa época ele já tinha mudado o nome para Muhammad Ali. E o buraco era mais embaixo do que uma simples desobediência civil.
Ele era um campeão e ídolo nacional, mas ao mesmo tempo era impedido de sentar em uma lanchonete "só para brancos", então não era o país que ele acreditava. Em suas palavras, não queria atirar em pessoas que nunca xingaram ele de "nigger" enquanto os racistas estavam aí fazendo maldade no país.

Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Nem pensei no contexto/ocasião da fala, mas na fala em si. Sim, ele tocou o phodacy (justamente) para a nação americana e mergulhou em uma onda anti-imperalista danada. Nao sobrou nem pro cristianismo: "Eu não vou adorar um JESUS loiro e de olhos azuis"Peixola escreveu: ↑14 Dez 2020 08:38Nessa época ele já tinha mudado o nome para Muhammad Ali. E o buraco era mais embaixo do que uma simples desobediência civil.
Ele era um campeão e ídolo nacional, mas ao mesmo tempo era impedido de sentar em uma lanchonete "só para brancos", então não era o país que ele acreditava. Em suas palavras, não queria atirar em pessoas que nunca xingaram ele de "nigger" enquanto os racistas estavam aí fazendo maldade no país.
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
São atletas que transcenderam o legado esportivo.

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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Que Revolução?Ron escreveu: ↑13 Dez 2020 23:33Meu avô, foi para a Segunda Guerra, lá foi Sub-Comandante da 7ª Cia. do Regimento Sampaio e liderou o 3º ataque da FEB, na linha da frente, à tomada do Monte Castelo em batalha vitoriosa.
Não é cerne do tópico, mas não consigo falar dele sem o elogiar, pois ele merece. Era uma da pessoas mais simples que já conheci. Parte do patrimônio dele ele se desfez para sustentar as pessoas que trabalhavam nas fazendas dele durante os anos de seca mais dura, sei que vendeu apartamentos na Ipanema e acho que na Lagoa (não lembro o bairro), outra casa em Fortaleza e alguns terrenos durante uns anos duros para manter às famílias. Quando minha avó passou a administrar o dinheiro dele descobriu que ele pagava várias contas de saúde e escola de pessoas que pediam e não era outra família não, era para ajudar mesmo. Sei que isto não é nada, mas mesmo tendo aposentadoria de general, ex-combatente e outras rendas, mas só andava de ônibus ou a pé e levava uma vida franciscana.
Não sei se chegou a matar ou não, pois ele nunca falava muito sobre a guerra, deve ter sido muito traumatizante. O irmão dele perdeu parte da perna por uma granada alemã, mas ele chegou a contar para o meu pai, isso eu só soube recentemente, sobre um interrogatório de um oficial alemão. Meu pai vive me enrolando para falar, mas ainda vou conseguir que ele fale e posto aqui.
Por sinal, na Revolução ele foi preso e levaram a pistola dele que ele lutou a Segunda Guerra, nunca devolveram.
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Re: Veteranos falando sobre o ato de matar na guerra
Meu jovem não é bem assim não viu, felizmente isso de por todos para sentar e conversar é uma teoria só.Tartaruga escreveu: ↑13 Dez 2020 19:37Duas conversas que eu tive com ex-soldados dos EUA:
- Um caminhoneiro americano, acho que muitos soldados deixam o exército sem conhecimentos do "mundo real" e acabam virando motoristas ( de ônibus, caminhão, van, entregas, vários tipos...). Ele disse " Eu era jovem, eu fui mandado pra uma missão, aconteceu e eu não gosto de falar disso, mas não tenho problemas psicológicos disso. Vários caras que diziam que iam fazer isso e aquilo, não saem do tratamento pós trauma, vivem com isso na cabeça e não conseguem viver direito."
Outro foi um senhor, também motorista, que foi ao Vietnã.
Depois de conversar muito, eu pedi desculpas e perguntei se ele odiava as pessoas do Vietnã.
Surpreendentemente ele me disse que não, que as pessoas lá são boas.
Por ele ter estado em guerra e perdido colegas contra aqueles país, eu achava que ele odiasse o "inimigo".
O fato é que os exércitos fazem de tudo pros seus soldados não humanizarem o inimigo, porque se você enxergar ele como alguém parecido com você, que tem uma família, um trabalho, pessoas pra sustentar e só quer ir pra casa ficar com os seus, não vai ter guerra. Vai todo mundo sentar no meio do campo de batalha e ir embora.
Enfim, é foda ser gado ( nem começa com a atual política nossa), estou falando de ser mandando pros interesses de gente que tá lá em cima no Estado, você faz coisas idiotas, tomados por um ódio, que foi fabricado, nem real ele é.
Se pudessem colocar as pessoas pra conversar durante uma hora antes dos combates, não iria ter guerra. Você ia pensar, esse cara só quer pescar/ trabalhar/ fazer sei lá o que e ficar com a família dele, ele não quer destruir o meu país e seus habitantes.
Avalie por você mesmo e as pessoas. Se todos quiserem a paz e prosperar, era só ninguém causar violência, mas olhe bem nesse fórum o tanto de violência que é cometido por besteiras.
Muitos que falam disto pós guerra, é por conta do trauma, não pense que são melhores pessoas ou boas pessoas por essas falas.
São poucos os soldados que voltam de uma guerra sem traumas e admitem ter. A maioria não fala sobre, ou finge ter superado.
Hoje em dia e talvez a muito tempo, nós somos dividos por nada, o simples ato de conhecer a violência impõem a gente a insegurança e dúvida sobre o próximo. O exército não precisa desumanisar alguém para fazer a pessoa lutar. Todo soldado, principalmente hoje em dia, sabe que a pessoa com quem ele vai lutar, tem família, sonhos, etc.
Mas o instinto de sobrevivência humano e maior quer isso, basta estar em uma m campo de guerra que você inconscientemente manisfesta esse instinto, não importa quem está a sua, apenas se ele vai lhe ajudar a sair com vida dali ou não.
O que o exército faz é torna consciente esse instinto para usar aí seu favor.
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