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Não tinha pensado nesse caráter novelístico da cena final. Mas você tem razão. Os elementos estão lá. Mas isso é o que me incomoda menos. O que pega pra mim é o comprometimento da história e da narrativa em favor de despertar emoções mais primárias no telespectador, como eu falei nos meus posts.
mas exatamente isso que tu diz também é coisa de novela... eu só citei uma cena brega pra cacete pra dar exemplo desse tom de novela
essas facilitações e conveniências das quais tu comentou em outro post são abundantes em ozark...
Spoiler:
essa cena ali que o lucas citou... começa com a caipira sendo seguida, aí ela entra em algum lugar, e logo depois sai e vê que o carro que a perseguia não está mais lá, aí de repente se dá conta do risco de estar sendo perseguida? aí então resolve ligar pra amiga?
o cara, que antes parecia super perigoso, chega no lugar, sai do carro tranquilão, como se fosse fazer uma visita, aí toma um tiro e deu... é tudo sem apego nenhum a detalhe, à construção da situação, do clima, simplesmente acontece com uma facilidade incrível... isso é preguiçoso pra caralho
pra mim a série começou bem, dando a entender que seguiria um tom mais sóbrio... aí uma caipira maluca mete um tiro na cabeça de um figurão do cartel e é isso aí... é um ato sem consequência, como eu já tinha apontado antes, nessa série a violência é um artifício usado pra chocar o espectador, e nesse cena, é um artifício pra chamar a atenção pra personagem, apresentando ela logo de cara como a piradona perigosa... não é um acontecimento elaborado e pensado pra encaixar direitinho na história, é usado muito mais pra "despertar emoções", como tu disse
resumindo: muita facilitação, e pouca construção... novela
Terminei e gostei muito, mas, embora seja claramente inspirado, não se compara a BB ou, mesmo, BCS, nos quias dificilmente há furos e os detalhes são precisamente amarrados.
Ozark tem bastante furos e sempre foi necessária alguma "licença poética" para aceitá-los.
Spoiler:
Um exemplo que ficou, salvo engano, sem explicação na morte do Nelson: a Ruth se preocupou em esconder o corpo, mas nada foi falado sobre o carro dele. Outro furo foi na própria morte da Ruth, além da questão novelística já falada: seria muito improvável que uma líder de cartel dirigisse sozinha até um lugar ermo para matar um desafeto. Seguramente levaria um ou mais capangas juntos para garantir o serviço