GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

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PHDookie
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por PHDookie » 10 Abr 2015 22:48

Achei 3 artigos interessantes com alguns pontos de vista diferentes:

Parte 1 - A ciência matou Deus? Para muitos cientistas, a resposta é não


O Saúde Plena conversou com especialistas de áreas diferentes para tentar jogar luz à polêmica questão da relação entre fé e ciência. Deus existe? Darwin era um mentiroso? Podemos acreditar que viemos de macacos e também em Deus?
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Gabriella Pacheco - Saúde Plena Publicação:22/10/2013 09:31Atualização:22/10/2013 10:43
'Dizer que Deus não existe porque não conseguimos o provar é uma infantilidade acadêmica' - Jorge Ponciano Ribeiro, professor emérito da Universidade de Brasília (JuliaN Tubes v4 | Reprodução Internet: http://tubaholics-anonymous.deviantart. ... 4-57911449" onclick="window.open(this.href);return false;)
"Dizer que Deus não existe porque não conseguimos o provar é uma infantilidade acadêmica" - Jorge Ponciano Ribeiro, professor emérito da Universidade de Brasília
Parte 1 - O físico britânico Peter Higgs foi premiado com o Nobel da Física por sua descoberta da 'partícula de deus'. O apelido dado ao bóson de Higgs – que são as partículas de matéria mais elementares, presentes em tudo no planeta, desde plantas à pedras e nós – decepcionou o cientista ateu, defensor de que de divino o universo não tem nada. Contudo, independentemente de sua opinião sobre os diferentes tipos de religião, o britânico criticou publicamente a reincidente postura radical do consagrado biólogo Richard Dawkins contra religiosos. Quem também recentemente provocou criacionistas foi o roqueiro Jimmy London, vocalista do Matanza, ao falar, ao vivo no Rock in Rio 2013, sobre o último álbum da banda Alice in Chains, 'The devil put dinosaurs here'. Ao comentar o porquê do título, London afirma que criacionistas acreditam que o diabo criou os dinossauros para destruírem os bichinhos criados por Deus.

Assim como eles, formadores de opinião de diversas áreas do conhecimento têm há muito tempo disputado um cabo de guerra no que diz respeito a possibilidade ou não da coexistência pacífica de ciência e religião. A disputa ficou mais acirrada, especialmente, com o aparecimento do Criacionismo, doutrina que lê a Bíblia literalmente – incluindo os dois primeiros capítulos de Gênesis, que narram a criação do mundo em sete dias por Deus. Mito, fato ou poesia, a discussão causa frisson no meio intelectual, filosófico e teológico. Em meio a tudo isso, resta ao censo popular o sentimento de que se posicionar a favor de uma teoria necessariamente nos faz contrários à outra. Mas afinal de contas, é possível ter fé e, ao mesmo tempo, acreditar no que a ciência nos ensina sobre a vida?

Leia a reportagem completa:

Parte 2 - Deus fez o Big Bang? Documentário defende a ideia de que ciência e fé podem coexistir

Parte 3 - Seria Deus um delírio? Para alguns cientistas posturas pacíficas sobre fé e ciência são incoerentes


Em entrevista ao jornal espanhol El Mundo, Higgs afirmou que acredita, apesar de não ser religioso, que ciência e fé não são incompatíveis. “O crescimento da nossa compreensão do mundo por meio da ciência enfraquece a motivação que faz de algumas pessoas religiosas. Mas isso não é a mesma coisa que dizer que religião e ciência são incompatíveis. Eu simplesmente penso que algumas das razões tradicionais para a fé estão bem minadas. Contudo, isso não encerra a questão. Qualquer um que é convencido, mas não é um crente dogmático, pode continuar com suas crenças. Isso significa que eu acho que você tem de ser mais cuidadoso sobre todo o debate entre ciência e religião do que algumas pessoas foram no passado”, disse Higgs ao El Mundo.

A premissa indica que não é impossível para uma pessoa acreditar em ambas as coisas. No entanto, muitos especialistas pontuam que não há como contestar o que uma diz, com base na outra, como seria possível entre outras áreas do conhecimento.

Para o historiador e professor do Departamento de Ciências da Religião da PUC Minas, Rodrigo Coppe Caldeira há uma incomensurabilidade entre ciência e religião. “Cada uma tem o seu lugar como fenômeno humano", afirma. Assim como defendem outros teóricos, Coppe acredita que essas áreas do conhecimento não se anulam, mas buscam responder perguntas diferentes da psiquê humana: o "como" e o "por quê". "A ciência busca conhecer e explicar como a vida existe, já a religião fala sobre o sentido da vida", comenta.

Coppe ainda ressalta que as origens do pensamento científico estão intrinsecamente ligadas a pensadores religiosos. “Na verdade, quem buscou os avanços físicos e filósofos, no século XVII, eram de religiosos, como René Descartes, Isaac Newton, entre outros nomes, que contribuíram de maneira muito importante para a ciência e não por isso deixaram de se considerar crentes”.

Entender que desde a epistemologia da palavra religião já tem definições diferentes é, na opinião do professor emérito da Universidade de Brasília, Jorge Ponciano Ribeiro, um dos primeiros passos para a discussão. Segundo ele, os grupos religiosos se dividem, assim como os significados da palavra. Religare, vem de ligar, e segundo Ponciano, designa o grupo que tem Deus a priori. Relegere, vem de reler, e é associado a um grupo que busca Deus, mesmo que não intencionalmente.

O primeiro, que usa de rituais religiosos para se aproximar desse Deus, é composto por pessoas, em sua maioria, mais simples, de religiosidade natural e tradicional. “Elas podem ser um pouco alienadas mesmo e acabam colocando a religião acima da realidade”, afirma. Do outro lado temos pessoas como Sartre e Einstein, que tiveram a impressão de terem descoberto ser possível sim a existência de Deus. São pessoas que tem Deus à sua imagem e semelhança e têm uma profunda relação de intimidade e cumplicidade com ele”.

Contudo, ele destaca: “dizer que Deus não existe porque não conseguimos o provar é uma infantilidade acadêmica e querer dizer que o cientista não pode acreditar em Deus é uma ignorância absoluta”.

Parte 2 - Deus fez o Big Bang? Documentário defende a ideia de que ciência e fé podem coexistir

Parte 2 - A ideia de que o conhecimento científico e a fé no sobrenatural podem coexistir é reforçada por renomados estudiosos de diversas áreas. No livro e documentário 'O teste da fé', lançado em setembro no Brasil, cientistas de algumas das principais universidades do mundo falam sobre seu relacionamento com religião e explicam como, para eles, fé e ciência caminham lado a lado. Entre os defensores do 'casamento' estão a coordenadora do Centro de Voos Espaciais da NASA, Jennifer Wiseman e Francis Collins, ex-diretor do Projeto Genoma Humano. Complementam os depoimentos, neurobiólogos, físicos, astrônomos, matemáticos e doutores em teologia, de universidades como Cambrigde, Oxford e o Massachusetts Institute of Tecnology (MIT).

A organizadora do livro e idealizadora do projeto, Ruth Bancewicz (veja a entrevista no final desse texto) conta que a principal proposta do trabalho era mostrar como a fé e a ciência de alguns cientistas caminham juntas sem problemas. Doutora em genética, ela trabalha atualmente no Faraday Institute, na Inglaterra, diretamente em contato com outros pesquisadores crédulos. “Essas pessoas realmente pensaram sobre isso e não vêem como um problema ter fé e trabalhar como cientistas. Na verdade, a maioria deles diz que a fé deles os ajuda a apreciar mais suas descobertas cientificas”, comenta. “Esse projeto também mostra às pessoas o que realmente acontece na comunidade científica. É fácil ouvir o Richard Dawkings e achar que o que ele diz deve ser o caso para todos os cientistas”, completa.

Ao contrário dos cristãos que lêem a Bíblia literalmente, Bancewicz defende uma leitura mais crítica, ciente que ela não é um livro científico e de que foi escrita antes do advento da ciência. Para ela, a estória contada em Gênesis 1 e 2 usa descrição geral para dizer que Deus fez tudo que há no mundo. A interpretação literal seria como afirmar que "às 9h Deus fez um arbusto, às 9h15 ele fez uma árvore". A pesquisadora brinca que, cientificamente, não haveriam minutos o suficiente para todo o trabalho.


Leia a reportagem completa:
Parte 1 - A ciência matou Deus? Para muitos cientistas, a resposta é não

Parte 3 - Seria Deus um delírio? Para alguns cientistas posturas pacíficas sobre fé e ciência são incoerentes

Curiosamente, a doutrina que propõe a leitura literal da Bíblia é relativamente jovem e antes disso, a maioria das comunidades cristãs no mundo acreditavam em uma leitura mais poética dos primeiros livros de Gênesis. "Em meados do século XIX as pessoas não achavam que os livros eram mitos, achavam que era verdade, mas colocada de forma poética e metafórica", explica o teólogo e diretor do projeto 'O teste da fé' no Brasil, Guilherme de Carvalho. Antes disso, Santo Agostinho já defendia a ideia, dizendo que o processo de criação do mundo foi gradual e que Gênesis não deveria ser lido em detalhes.

A linha de pensamento, conhecida no Brasil como criacionismo evolucionário, aceita a explicação da teoria da evolução sobre o desenvolvimento da vida na Terra, mas não tira de Deus a autoria das coisas. O termo é novo e antes seus pensadores eram identificados como evolucionistas teístas. “A adição da palavra criacionismo é mais uma confissão de fé que qualquer outra coisa”, destaca.

O criacionismo evolucionário é um dos melhores exemplos atuais de como ciência e fé podem caminhar juntas em harmonia – o que implica que as limitações de cada uma não são ignoradas. Apesar de acreditar na evolução proposta por Darwin, esses pensadores refutam a ideia de que a teoria seja válida para explicar tudo. A experiência moral humana, por exemplo, não é considerada algo passível de explicação biológica. “Para eles, a ciência não pode responder o significado do cosmos, mas sim como as coisas acontecem dentro do tempo e espaço”, pontua.

Paralelo a esse modelo de pensamento também está o criacionismo progressivo, defendido por um outro grupo de pessoas que acreditam que Deus criou o universo e em algumas explicações que a ciência dá para a maneira como ele fez isso. “Os evolucionários enfatizam a soberania da ciência em seu próprio campo. Talvez o ponto de diferença entre os dois seja a maneira de interpretar a Bíblia”, afirma.


Veja o trailer legendado:



Fomos desenhados?
De um lado completamente oposto surge a Teoria do Design Inteligente (TDI). Criada por cientistas que viram falhas na teoria Darwiniana, o argumento é de que, do ponto de vista bioquímico, os conceitos biológicos são abstratos e sem evidências. “Do ponto de vista molecular, atômico e químico vimos que somos inviáveis”, afirma o doutor em Química, professor da Unicamp e autor do livro 'Fomos planejados', Marcos Eberlin.

A teoria contesta a ideia de que moléculas inanimadas teriam criado vida no planeta. “Sabemos que a mutação, ao longo do tempo, diversifica a vida, mas jamais transforma um macaco em humano ou um urso em baleia. O que as pessoas fizeram para dizer isso foi pegar a parte do nosso DNA mais parecida com as do macaco, mas na análise completa deles somos 80% diferente deles”, explica. Para ele, e outros seguidores da teoria, somos feitos de um sistema de extrema inteligência e somente uma mente inteligente seria capaz de criar vida assim.

Nem todos os adeptos da teoria, contudo, acreditam que essa mente superior seria Deus. Alguns a chamam assim, outros dizem que foram seres extraterrestres, outros, como os agnósticos, não sabem quem foi o desenhista, mas não duvidam que tenha existido um. “Eu não creio que Deus existe. Eu sei disso. Toda minha ciência me prova isso. Ela mostra que a matéria é insuficiente para explicar o universo e a vida. A inteligência teria de emanar de uma mente inteligente”, afirma.
Apesar de chegarem a conclusões semelhantes, as variadas correntes criacionistas são metodologicamente diferentes do Design Inteligente. Segundo Eberlin, os criacionistas já partem do pressuposto de que Deus criou o mundo e, eventualmente, buscam provas científicas que comprovem isso. Já na TDI, a 'busca pela verdade' usa a metodologia científica, mas não parte de um conceito pré-concebido de existência divina.

Nesse ponto, Eberlin também critica fortemente os evolucionistas que, segundo ele, excluem a possibilidade de uma mente inteligente existir. “Estamos resgatando ciência de seu mau caminho. Você pode me perguntar se o desenhista é Deus. A resposta é que eu não sei porque a ciência não me permite dizer quem ele é. Temos que levar essa questão para a filosofia e a teologia”. Para Eberlin, são os dados brutos e racionais providos pela ciência que o fazem acreditar na existência de Deus, não a fé – que a própria Bíblia caracteriza como o “firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem”.

Parte 3 - Seria Deus um delírio? Para alguns cientistas, posturas pacíficas sobre fé e ciência são incoerentes

Parte 3 - No best-seller 'Deus, um delírio', Richard Dawkins, considerado o líder do pós-ateísmo e um dos intelectuais mais influentes do mundo, deixa claro que despreza a ideia de que qualquer forma de religião mereça respeito e compara a educação religiosa à crianças ao abuso infantil. Centro de várias polêmicas, recentemente o autor chegou a dizer, via Twitter, que uma das faculdades da Universidade de Cambridge tem mais ganhadores do Nobel que todo o mundo mulçumano.

Ao contrário dos ataques midiáticos que faz à religiosos, em seu livro, Dawkins traz argumentos para sua tese. Mesmo assim, ele provoca convictos e também aqueles que chama de religiosos "por inércia" - aqueles que desconhecem a possibilidade de crer em algo mais -, levando-os a pensar racionalmente e trocar sua crença na religião pela crença na ciência. Para ele, "espíritos livres como esses devem precisar só de um pequeno incentivo para se libertar de vez do vício da religião".

Nem todos os ateus são tão radicais quanto Dawkins, contudo, eles concordam que o método da ciência não combina com a crença em um ser sobrenatural. O médico e professor aposentado Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues, coordenador clínico do Centro de Referência em Neurofibromatose do Hospital das Clínicas da UFMG, é categórico ao dizer que considera a crença em qualquer religião ou Deus incompatível com a postura científica (leia o artigo que ele fez sobre o tema).

Leia a reportagem completa:

Parte 1 - A ciência matou Deus? Para muitos cientistas, a resposta é não

Parte 2 - Deus fez o Big Bang? Documentário defende a ideia de que ciência e fé podem coexistir

Considerando que tecnologia e postura científica são coisas diferentes, ele ressalta que é incoerente filosoficamente acreditar nas duas possibilidades. “Tecnologia é o que você faz com o conhecimento científico, é colocá-lo em prática. Ter uma postura científica é acreditar e confiar somente naquilo que você pode medir, comprovar ou que tenha uma base racional”, pontua. “O que acho incompatível é acreditar em qualquer coisa metafísica e todas as religiões têm perspectivas metafísicas, acreditando que existem inteligências não comprovadas materialmente”, explica.

Para ele, as teorias que unem ciência e fé são tentativas de se continuar sendo religioso e 'engolir' as demonstrações científicas. “É muito difícil conviver com a realidade que a ciência nos mostra”, comenta. A dificuldade de se achar o sentido da vida e das coisas também é, para ele, um dos motivos que tem levado mais pessoas a aderirem pontos de vista 'em cima do muro'.

“Quanto mais individualista nossa sociedade for, mais difícil fica de encarar esse medo da própria morte e do desconhecido. Entendo a dificuldade que as pessoas têm, mas isso não me faz abandonar a coerência que acho na outra proposta e continuo achando que as duas não são compatíveis”, ressalta.

Já o jornalista e mestre em teologia, Michelson Borges, apesar de firme defensor do criacionismo, argumenta que a prerrogativa é possível sim. Na opinião dele, a religião entra onde a ciência não vai. “Quem disse que a realidade se compõe apenas daquilo que podemos mensurar e que faz parte do chamado 'mundo natural'?”, questiona.

Para ele, o fato de muitos cientistas crerem em Deus mostra que o método científico é limitado no que diz respeito às questões relacionadas com o sobrenatural. “Se a ciência provasse por a mais b que Deus não existe, todos os cientistas seriam ateus. De igual modo, se provasse que Deus existe, todos os cientistas seriam crentes. Mas não é isso o que acontece, justamente porque a ciência, quando bem empregada, trabalha dentro de suas limitações óbvias”, afirma.

Leitura literal da Bíblia é ponto principal de polêmica

Um dos principais motivos de divergência é a leitura literal ou não da Bíblia. Borges considera que partes das escrituras devem ser vistas sim como metáforas e alegorias, contudo, ele sustenta que os livros também contém narrativas históricas factuais. O principal e mais polêmico é o livro de Gênesis, que relata a criação do mundo. Para a Teoria do Criacionismo, que surgiu em meados dos anos 1950 nos EUA, a leitura literal do texto dizendo que Deus criou o mundo em sete dias é a verdade sobre o surgimento da vida no planeta e a criação do universo.

Contudo, as provas científicas mostram o contrário. Na versão de criacionistas fundamentalistas, a Terra tem cerca de quatro mil anos de existência, enquanto que a ciência estima que nosso planeta tenha mais de 4,5 bilhões de anos.
Borges afirma que “a história da criação em Gênesis é um dos relatos factuais que alguns querem que seja mitológico”. “Mitologizar as narrativas bíblicas se tornou muito conveniente para aqueles que não querem se divorciar totalmente da religião ao mesmo tempo em que querem viver como bem entendem. Se a história da criação e da queda (pecado) se tratasse de um mito, toda a teologia bíblica seria jogada por terra”, ressalta.

Ignorância intelectual?

Ao contrário do senso comum que tem postulado muitos religiosos de 'ignorantes intelectuais', Luiz Oswaldo Rodrigues discorda da relação direta entre fé e ignorância. Para ele, o fato de uma pessoa acreditar e ter uma postura filosófica científica ou religiosa não tem nada a ver com a sua capacidade intelectual. “Tem a ver com estrutura da personalidade da pessoa, não do caráter dela. Minha impressão é de que a estrutura e criação é que faz a pessoa ter uma menor ansiedade diante da morte e do desconhecido”.

Já o mestre em teologia Michelson Borges acredita que ciência e fé podem estar caminhando para a intolerância total. Segundo ele, a culpa é da mídia, que estaria, cada vez mais, aplicando aos criacionistas o termo de fundamentalistas, o que para ele, se tornou grandemente pejorativo. “Esse estereótipo faz com as pessoas mal informadas vejam os criacionistas como pessoas de mente estreita e até perigosas”, afirma.

O argumento é de que em ambos os lados existem radicalismo e ignorância. “Não podemos tomar o todo pela parte. Há ateus, evolucionistas e religiosos educados, razoáveis e honestos. Esses deveriam lutar para promover o diálogo e o respeito. Só teríamos a ganhar com isso”, destaca.

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Fu Manchu
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Fu Manchu » 10 Abr 2015 23:44

Tony Ferraz escreveu:Só não entendo qual a razão desse tópico, considerando que a crença na existência de Deus em última instância é uma questão de fé e não de conclusão. Deus não pode ser provado empiricamente. As religiões afirmam que ele está em uma condição mágica de que não pode ser avaliado, experimentado nem refutado. O ônus da prova cabe a quem apresenta a questão. Dessa maneira ele não é validável pela lógica. No entanto isso não significa que não possa ser crível. No fim a crença é uma escolha. Não acredito que atrelar ela à inteligência ou à falta dela tenha algum fundamento. Mesmo o fanatismo domina pessoas inteligentes, quanto mais crenças numa questao tão comum quanto a existência de Deus.

Além doq, a definição de Deus é algo completamente individual. Se vc fizer um experimento tentando provar a existência de um ser consciente e soberano que age sobre o mundo, tenho quase certeza que o resultado será falho. Mas, se vc fizer a mesma experiência para comprovar que algo de mau acontece com quem rouba ou mata, o resultado possivelmente vai ser afirmativo. Talvez um Deus consciente não exista, mas seus efeitos sim. Se eu me queimo pq o fogo é de gás, ou de gasolina, não acho que importe muito na vida prática da MAIORIA das pessoas, mas sim o fato de não botar a mão ali...
Tony com todo respeito, se você quer escrever sobre religião e cair nesse argumento de escolhas pessoais e que a coisa não pode ser provada, você vai se complicar. Primeiro porque esse argumento já tá bem lá atrás, no século XVIII. E segundo que assim como a ciência, religião e qualquer outro fenômeno social sem análises históricas, antropológicas e sociológicas por de trás, a coisa fica manca. Deus pessoal, a questão da escolha (que é deveras complexa) entre outros são todos construções ao longo de muita coisa. Se você entendeu que Nietzsche não é tão anticristão assim, o que eu discordo veemente, talvez seja necessário alinhar o (neo)platonismo ao cristianismo (o que ele faz em boa parte dessa obra) pra entender o que pega. Cristianismo nasceu judeu e virou platônico. Se você pegar trechos do Além do Bem e do Mal e ver os elogios dele ao judaísmo, talvez fique mais claro porque ele poupa Jesus e ataca Paulo. Bom, são só ideias.

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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Fu Manchu » 10 Abr 2015 23:48

Dumog escreveu:Religião é a única coisa universal entre os seres humanos. será que a vida só se resume ao que os olhos podem ver?

Filósofos chegaram à conclusões da existência de Deus racionalmente, etc...

E acho que a fase "Deus não existe ou me prove ao contrário" já tem mais de 200 anos e não surtiu efeito prático na vida de ninguém.

O ponto de quem abriu o tópico era: gênios da história da humanidade acreditavam em Deus. Verdade

no decorrer do tópico mostrou-se que outros gênios da humanidade não acreditavam em Deus. Verdade também.

Pra mim, está claro que a religiosidade ou não religiosidade e ciência não são excludentes.

Para alguma coisa ser considerada científica, basta ser verificável, até onde sei. Se o estudo for feito por um católico, judeu ou marciano, tanto faz.
Filósofos cristãos chegaram a conclusões cristãs a cerca da existência do Deus cristão. Sobre a totalidade de povos religiosos, isso não é correto.
Editado pela última vez por Fu Manchu em 11 Abr 2015 08:38, em um total de 1 vez.

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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Tony Ferraz » 11 Abr 2015 00:45

Fu Manchu escreveu: Tony com todo respeito, se você quer escrever sobre religião e cair nesse argumento de escolhas pessoais e que a coisa não pode ser provada, você vai se complicar. Primeiro porque esse argumento já tá bem lá atrás, no século XVIII. E segundo que assim como a ciência, religião e qualquer outro fenômeno social sem análises históricas, antropológicas e sociológicas por de trás, a coisa fica manca. Deus pessoal, a questão da escolha (que é deveras complexa) entre outros são todos construções ao longo de muita coisa. Se você entendeu que Nietzsche não é tão anticristão assim, o que eu discordo veemente, talvez seja necessário alinhar o (neo)platonismo ao cristianismo (o que ele faz em boa parte dessa obra) pra entender o que pega. Cristianismo nasceu judeu e virou platônico. Se você pegar trechos do Além do Bem e do Mal e ver os elogios dele ao judaísmo, talvez fique mais claro porque ele poupa Jesus e ataca Paulo. Bom, são só ideias.
Meu argumento não é sobre provar uma religião em si, nem sobre as religiões (até pq se provar o conjunto do que valida uma, quase que instantaneamente desvalida todas as outras). Meu argumento é precisamente sobre a existência de Deus, que não pode ser provada empiricamente. No entanto, a lógica exerce um papel limitado nessa questão, pq a lógica trata do que é provável, e o que é provável nem sempre é a realidade. O resumo do meu raciocínio é a favor do agnosticismo em si: "Somos incapazes de dar uma solução para esse problema".

Por questões probabilísticas posso usar a navalha de Occam, tomar o mais simples e considerar os argumentos religiosos como falácias, no entanto, não é completamente garantido que o sistema com que ele vêem o mundo é uma ilusão.

Havendo ambas as possibilidades, creio que a crença (para um livre pensador, desconsiderando os fatores históricos e morais, afinal, é dessa maneira que um livre pensador raciocina, ou pelo menos tenta) é escolha pessoal sim. Hoje, no ano em que estamos, com o conhecimento que possuímos. Em outras épocas e outras sociedades o sistema é distinto. Mas eu gosto sempre de apontar um problema grave que é de se pensar que todo mundo no passado era tapado. Todos acreditavam em deuses e fazia oferendas... Céticos, pensadores críticos e ateus sempre existiram no mundo. Se quiser posso te enviar o PDF do meu livro novo, pra que vc veja a conjuntura, seria legal ter uma opinião crítica como a sua pra me fazer pensar.

Sobre Nietzsche eu compreendo a teoria dele sobre a deturpação dos conceitos por Paulo (que na verdade é de outro pesquisador cujo nome não me recordo), o cristianismo como um platonismo popular e etc. Mas, de qualquer maneira, tenho algumas visões bem particulares sobre O Anticristo, se quiser posso compartilhá-las com vc depois em chat ou em algo q dê pra conversar mais extensamente.

Abraços.
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Fu Manchu » 11 Abr 2015 08:37

O seu argumento sobre Deus não é seu. É de Kant. No crítica à razão pura. É exatamente daí que o Nietzsche retira o "Deus está morto". No Gaia Ciência (se me lembro bem) ele declara a morte de Deus e coloca a culpa no Kant. Como disse, isso não é novo. Tá no século XVIII. Apesar do Kant em si não ser ateu, esse argumento foi usado por boa parte dos positivistas um século depois. Nietzsche não é teórico, é filósofo. São coisas distintas... Sobre o mundo deles não ser uma ilusão, depende do que você entende por ilusão e depende da perspectiva abordada na análise. Um funcionalista vai conseguir te explicar todas as relações mitológicas como possuindo uma finalidade social. Isso faz da coisa mais ou menos verdade? Não sei. A minha preocupação não é essa. Nem a do tópico. A questão do tópico é que ateu é menos capaz que os cristãos historicamente, mas fazer isso dando com um taco de baseball na conjuntura social da história do ocidente me parece desonesto. Eu já passei da fase há tempos de tentar convencer as pessoas que pensam diferente em relação à crença pessoal. Meu problema com esse tópico é mais em relação às informações do que ao ateísmo x crentes, que é uma discussão pouco produtiva, na minha opinião.

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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Tony Ferraz » 11 Abr 2015 14:05

Fu Manchu escreveu:O seu argumento sobre Deus não é seu. É de Kant. No crítica à razão pura.
Isso é uma falácia, dado que:

a: O fato de Kant ter um argumento não significa que eu não possa ter o mesmo argumento de maneira independente. A história está cheia de fatos assim. Pelo mesmo parâmetro posso dizer que Nietzsche nunca disse nada, considerando que os filósofos chineses possuíam o mesmo desdém pela metafísica, o mesmo eterno retorno, o mesmo conceito de superação do homem. Lao Tzu é exemplo. Se seu argumento disser que eu nasci depois de Kant, e por essa razão fui influenciado, pelo mesmo crivo posso dizer que o pensamento budista foi influenciado por lao tzu, que influenciou Schopenhauer, que por sua vez influenciou Nietzsche.

b: Nietzsche não retira nada. A história da filosofia não é um filósofo criticando o anterior até sobrepor seus argumentos numa "seleção natural".

c: Ainda que a filosofia fosse esse absurdo de "quem disse primeiro" e "só posso argumentar sobre o que já foi dito por alguém de renome" (o que eu discordo veemente :D), tem registros de ideias agnosticas em Protágoras (muito anterior a qualquer um dos citados), no RigVeda, no Tao Te King. Isso ficando só por baixo...

d: Você desconhece a totalidade do meu argumento e conjuntura, considerando que não leu minha obra.
A questão do tópico é que ateu é menos capaz que os cristãos historicamente, mas fazer isso dando com um taco de baseball na conjuntura social da história do ocidente me parece desonesto.
O criador do tópico disse que a questão não é essa. Observe minha pergunta acima. Acho que ninguém sensatamente consideraria dessa forma.
Editado pela última vez por Tony Ferraz em 11 Abr 2015 19:31, em um total de 2 vezes.
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por ophoda » 11 Abr 2015 15:25

Tony Ferraz escreveu: Meu argumento não é sobre provar uma religião em si, nem sobre as religiões (até pq se provar o conjunto do que valida uma, quase que instantaneamente desvalida todas as outras). Meu argumento é precisamente sobre a existência de Deus, que não pode ser provada empiricamente. No entanto, a lógica exerce um papel limitado nessa questão, pq a lógica trata do que é provável, e o que é provável nem sempre é a realidade. O resumo do meu raciocínio é a favor do agnosticismo em si: "Somos incapazes de dar uma solução para esse problema".
Minha crítica ao agnosticismo parte de uma questão que você já citou anteriormente, que é de que deus é uma crença pessoal e individual, diferindo de uma pessoa pra outra. Agnósticos consideram a questão "existência de deus" insolúvel porém válida, mas pra que uma questão seja válida é necessário que o sujeito dela seja algo definido, e não pessoal e individual como é o caso de "deus" que pra uns pode ser uma coisa e pra outros outra completamente diferente.

Se não existe uma definição consensual e positiva pra deus, não há o que se entender ou discutir por deus e portanto, a questão "existência de deus" é inválida e descartada antes mesmo de se atribuir um juízo (verdadeira/falsa ou solúvel/insolúvel). Falar sobre existência de deus seria como falar sobre existência de coisa sem definir o que "coisa" é.
Vai Corinthians!!!
Go Falcons!!!


Cartel no UFC on BJJF - 36-41. Última vítima: Mr Mendes

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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Tony Ferraz » 11 Abr 2015 15:36

ophoda escreveu:Minha crítica ao agnosticismo parte de uma questão que você já citou anteriormente, que é de que deus é uma crença pessoal e individual, diferindo de uma pessoa pra outra. Agnósticos consideram a questão "existência de deus" insolúvel porém válida, mas pra que uma questão seja válida é necessário que o sujeito dela seja algo definido, e não pessoal e individual como é o caso de "deus" que pra uns pode ser uma coisa e pra outros outra completamente diferente.

Se não existe uma definição consensual e positiva pra deus, não há o que se entender ou discutir por deus e portanto, a questão "existência de deus" é inválida e descartada antes mesmo de se atribuir um juízo (verdadeira/falsa ou solúvel/insolúvel). Falar sobre existência de deus seria como falar sobre existência de coisa sem definir o que "coisa" é.
Seu argumento tem lógica. No entanto, religiões que creem em um Deus único (יהוה / YHWH), no presente, normalmente atribuem como sendo o mesmo Deus Judeu/Cristão/Islâmico. Apenas sua interpretação individual é variável. Sendo então a esse Deus que me refiro. Pra esclarecer o argumento, supondo absurdamente que fosse possível prová-lo, isso não significaria provar que as interpretações individuais sobre sua maneira de ser e agir também seriam. Ou seja, provar a existência não significa provar a compreensão das pessoas (que é individual) a respeito dos atributos de tal deus.

Sobre os agnósticos, o argumento deles é geral, refere-se a qualquer consciência ou coisa além mundo.
Editado pela última vez por Tony Ferraz em 11 Abr 2015 15:53, em um total de 3 vezes.
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Roronnoa
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Roronnoa » 11 Abr 2015 15:40

Sangnozoi news...
Todos evoluem desidratando, seja suando ou chorando.

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JackmAtAll
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por JackmAtAll » 11 Abr 2015 16:31

Pergunta difícil.

Se um cientista gênio acredita e segue o Inri cristo ele pode ser declarado cristão?

Isso tornaria Inri cristo um deus?

Esse cientista entraria na listagem desse tópico?
Tapirus terrestris

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malicia
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por malicia » 11 Abr 2015 18:50

Jackman escreveu:Pergunta difícil.

Se um cientista gênio acredita e segue o Inri cristo ele pode ser declarado cristão?

Isso tornaria Inri cristo um deus?

Esse cientista entraria na listagem desse tópico?

Excelente pergunta e não precisa ir tão longe com o Inri Cristo... é só ver os Mormons e os Cientologistas...

E sobre o que o Tony e o Fu disseram, concordo que é "infantil" colocar a culpa na Igreja e isentar o homem, ainda mais levando em conta a forma que a Igreja era enraizada na sociedade naquela epoca... só que acho que também é "infantil" dar os méritos como estão dando... Impossivel mensurar mas talvez sem as amarras das Igrejas estivessemos bem mais longe do que estamos, imaginem quantos Giordanos nem publicaram seus estudos por medo da igreja... não tem como saber....

A Sociedade se adaptou, hoje como foi falado a religião não é mais fundamental e a tendencia é que cada vez mais o homem se afaste dessas religiões que foram criadas por ele mesmo, pra mim estamos cada vez mais perto de um fim de uma era, uma era que o homem precisou da religião para evoluir, acredito que enquanto não tivermos uma reposta definitiva sobre nossa origem e o porque estamos aqui, vamos ter margem para as religiões do homem, porém cada nova descoberta nos afastamos mais delas...

Abraços.
veni, vidi, vici

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Baden
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Re: GÊNIOS DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ACREDITAVAM EM DEUS

Mensagem por Baden » 11 Abr 2015 19:31

Como assim? E a religião do capital? Ou o capitalismo como religião...
Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir mão - Henry David Thoreau

Rust never sleeps (Neil Young)

Dar golpe em democracia pra atingir um suposto inimigo é o mesmo que chutar com toda força a própria bunda - Baden

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