FCB escreveu:
Acho q vc está se restringindo ao termo "autoridade", ao invés de se atentar ao ATO A SER REALIZADO.
Ora, um OFICIAL DE JUSTIÇA é a longa manus do juiz. Ele não decide, porém é como se o próprio juiz estivesse cumprindo a diligência.
Imagine não existir o crime de desacato contra um Oficial de Justiça q precisa fazer uma busca e apreensão? Uma penhora de bens? Uma simples intimação DETERMINADO POR ORDEM JUDICIAL?
Levar isso pra esfera privada qdo se trata de um ATO ESTATAL é no mínimo absurdo. A ofensa não é referente ao agente civil em particular, mas sim ao CARGO q ocupa, bem como ao ATO ESTATAL q está realizando.
Semelhante ao desacatado a um POLICIAL... ele cumpre uma ORDEM JUDICIAL, é xingado, e ele tem q levar isso pra esfera privada? Absurdo... mesmo caso numa prisão em flagrante. Ele está em serviço, e não em uma discussão particular.
Aliás, por essa lógica, o PROMOTOR de Justiça, que em poucos atos decide, sequer autoridade é.
E se existe o crime de desacatado, tb existe, em contrapartida, o crime de abuso de poder.
Pois então, o ATO A SER REALIZADO é determinado pelo juiz ou delegado... uma prisão, uma apreensão... ninguém, além do juiz ou do delegado, pode determinar a prisão de alguém porque simplesmente deu vontade de prender alguém, a não ser que seja um flagrante de roubo, estupro, agressão... fora o que foi determinado por uma autoridade, o agente de autoridade não tem poderes para decidir, ele cumpre o que foi determinado... evidente que se houver reação, eles estão autorizados a revidar... caso contrário, um agente pode encaminhar um suspeito para a delegacia para que o caso seja avaliado por uma autoridade, este decide se o suspeito deve ser preso ou não.
Na verdade, a idéia de extinguir o termo "autoridade" é mais para a área administrativa... chega a ser revoltante a arrogância de certos atendentes de órgãos públicos... trabalham de má vontade, acham que estão fazendo um favor para o cidadão, tratam a todos com descaso... tudo isso amparados na lei do crime por desacato... isso precisa ser revisto, o fato de se sentirem uma "autoridade", faz com que o ego do servidor cresça desproporcionalmente à função que exerce.
Não defendo o Jean Willys, não tenho a mínima admiração por ele... acho que o crime de desacato não deve ser eliminado, mas vamos combinar que nem todos são autoridade suficiente para em qualquer argumentação, usar o crime de desacato a seu favor... servidor é servidor, agente é agente e autoridade é autoridade, isso é que deveria ser melhor esclarecido para todos... tanto para os servidores que tem o ego inflado, como para o cidadão que acha que todo balconista de órgão público é uma autoridade.