Vou citar aqui meu post no tópico da pesquisa do Australiano:
posting.php?mode=quote&f=6&p=44416
Queixodevidro escreveu:Olá, eu tenho um ponto de vista que tirei da Literatura. Tem esse escritor grego, na verdade sírio, que escreveu por volta dos anos 180 D.C. o Luciano de Samosata, que faz parte de uma linhagem de escritores satíricos, da qual nosso Machado de Assis também faz parte, que escreveu um livro chamado A Passagem do Peregrino. Nesse livro ele conta a história (fictícia e satírica) de Proteus, um filósofo que saiu, digamos, fugido, de sua cidade natal, por ter sido acusado de assassinar seu pai. Mas o que interessa aqui é o seguinte trecho do livro, que narra a sua chegada à região conhecida como Palestina:
“Foi então que ele [Proteus] conheceu a maravilhosa doutrina dos cristãos, associando-se a seus sacerdotes e escribas na Palestina. (...) E o consideraram como protetor e o tiveram como legislador, logo abaixo do outro [legislador], aquele que eles ainda adoram, o homem que foi crucificado na Palestina por dar origem a este culto.(...) Os pobres infelizes estão totalmente convencidos que eles serão imortais e terão a vida eterna, desta forma eles desprezam a morte e voluntariamente se dão ao aprisionamento; a maior parte deles. Além disso, seu primeiro legislador os convenceu de que eram todos irmãos, uma vez que eles haviam transgredido, negando os deuses gregos, e adoram o sofista crucificado vivendo sob suas leis." (Passagem do Peregrino, 11 e 13) [19]"
Apesar de ser uma ficção, a história contada por um escritor grego (sírio) não cristão, que se refere com ironia ao possível Jesus histórico me parece bastante interessante e me faz acreditar que o cara, além de ter existido mesmo, era o cara, revolucionário.
Também não vejo como se saber se o Jesus "Deus" existe, infelizmente.
Tenho uma pergunta. Eu não sigo religião nenhuma, mas tenho um pensamento que deriva de alguns conceitos que me agradaram durante a vida, dentre eles, o de Espinoza. Assim, não acredito num Deus humano, o típico Deus dos cristãos em geral, nem num Krishna, nem num Deus animal, nem no sol, nem nas árvores... Por outro lado, eu creio num causador, numa força, ou essência, como diria Espinoza. Acredito que temos, além do corpo humano, parte dessa essência (os cristãos chamam alma) e quando o corpo morre essa fagulha, essa parte, volta a fazer parte da essência universal. Para que se entenda melhor, acredito que temos a parte humana, o corpo, e temos a parte de Deus. Quando morremos essa parte de Deus volta a ser Deus e deixa de ser humana, ou de ver a vida como o humano, passando a simplesmente fazer parte das "eternas" mutações do universo. Eu digo eternas e não infinitas, porque infinito é algo que teve um começo, foi causado e não terá um fim. Já a essência (ou Deus, se quiser chamar assim), o causador, nunca foi causado, portanto é eterno e não há como ter havido algo antes do que é eterno.
Dentro desse pensamento curto e grosseiro, vocês que são ateístas me classificariam como o que?
Abraços.