O outro lado da história e curiosidades

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
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Molecula
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Re: Filmes e alguns fatos da vida real

Mensagem por Molecula » 15 Out 2014 07:52

Salò ou os 120 Dias de Sodoma: Um dos atores matou o Pasolini(diretor do próprio filme) na reta final das filmagens, e terminaram-no com umas edições e cortes aí.

Anticristo(Do Lars Von Trier): Os animais mortos no filme, pelo que li, eram animais que já seriam sacrificados.

Enter The Void(Do Gaspar Noé): Gaspar Noé disse em uma entrevista que usava a droga lá do inicio do filme, para ter uma noção e elaborar os efeitos qdo o personagem tá doidão.

O Último Tango em Paris(Do Bernardo Bertolucci) : A atriz que sofreu estupro pelo personagem do Marlon Brando se arrepende até hj de ter feito o filme, por causa dessa cena.

Fitzcarraldo(Do Werner Herzog): O Klaus Kinski(Pai da Natasha Kinski) e o Werner Herzog cairam na porrada durante as filmagens.

Outra curiosidade, mas não de filme em si, o Polanski(diretor de filmes como Chinatown, O pianista, Lua de Fel etc) namorou a Natasha Kinski, qdo esta tinha uns 13-15 anos e ele quase 40 ou 40 e poucos.

Se eu lembrar de outras, posto aqui.

Abraço!
Robin Hood must die! Robin Hood is the man who became the symbol of the idea that need, not achievement, is the source of rights, that we don’t have to produce, only to want, that the earned does not belong to us, but the unearned does. He became a justification for every mediocrity who, unable to make his own living, has demanded the power to dispose of the property of his betters, by proclaiming his willingness to devote his life to his inferiors at the price of robbing his superiors.


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terroso
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Re: Filmes e alguns fatos da vida real

Mensagem por terroso » 15 Out 2014 09:22

Eu li que já postaram, mas segue mais detalhes sobre a morte do ator Vic Morrow:
Sendo uma das mortes mais trágicas da história do cinema, tudo ocorreu em pleno set de filmagem do filme Twilight Zone: The Movie (1983), que no Brasil foi lançado como "No Limite da Realidade", uma homenagem de Steven Spielberg (o produtor) à série de suspense "Twilight Zone" ("Além da Imaginação" no Brasil), que fez um grande sucesso na televisão entre 1959 e 1964. Morrow interpretava um homem que, em uma cena de guerra, resgatava duas crianças e as levava para um helicóptero.

A filmagem ocorria normalmente até que o helicóptero fora atingido por fogos de artifício ficando fora de controle, decapitando o ator e uma das crianças (Myca Dinh Le, 7 anos). A outra (Renee Shin-Yi Chen, 6 anos) escapou das hélices, mas foi esmagada pelo helicóptero. Os seis tripulantes da aeronave sofreram ferimentos leves. As filmagens foram suspensas, o diretor John Landis e Spielberg foram processados, houve mudança nas leis trabalhistas para atores mirins, mas o filme foi lançado - sem a fatídica cena e sem as duas crianças.

Wikipedia

Video da tragedia:

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terroso
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Re: Filmes e alguns fatos da vida real

Mensagem por terroso » 15 Out 2014 09:26

Theo van Gogh (cineasta):
Mohammed Bouyeri assassinou Van Gogh enquanto andava de bicicleta para o trabalho na manhã de 2 de novembro de 2004. O assassino atirou em Gogh oito vezes com uma pistola HS 2000, o assassino também tentou decapitar Gogh com uma faca e o esfaqueou com outra faca no peito. As duas facas foram deixadas implantadas; uma deixava um recado no corpo. O recado também fez referências a ideologia da organização egípcia Takfir Wal-Hijra. O terrorista, Mohammed Bouyeri, de 26 anos neerlandês-marroquino, foi apreendido pela polícia após uma perseguição e ser atingido por um tiro na perna. Bouyeri tem ligações terroristas com Hofstad Network. Ele foi acusado de tentativa de assassinato de diversos policiais e espectadores, foi também acusado de posse ilegal de arma e conspiração para assassinato de outros, incluindo Hirsi Ali. Ele foi condenado em 26 de julho de 2005, sentenciado a prisão perpetua sem liberdade condicional.

Submission - o filme
Juntamente com Hirsi Ali, van Gogh foi o autor do filme com o título "Submissão" (uma referência inequívoca ao Islão, que significa literalmente submissão a Alá). É um filme sobre a situação da mulher nas sociedades islâmicas, abordando temas como os casamentos arranjados, a violência doméstica ou o incesto. Após a estreia do filme, Van Gogh e Hirsi Ali receberam ameaças de morte. O filme foi exibido na televisão holandesa em 2004.

Van Gogh foi assassinado na manhã de terça-feira, 2 de Novembro de 2004, em Amsterdã, na esquina entre as ruas Linnaeusstraat e Mauritskade, uma zona de Amsterdã onde vivem muitos imigrantes. Foi esfaqueado e alvejado a tiro (7 tiros) e faleceu imediatamente. O alegado assassino foi detido pela polícia após perseguição e após ter sido alvejado numa perna. Era um jovem de 26 anos, de dupla nacionalidade (holandesa e marroquina), muçulmano

Na altura em que foi assassinado, Van Gogh trabalhava num filme chamado (0605) acerca do assassínio do político holandês Pim Fortuyn. Aliás, van Gogh foi assassinado a caminho do seu escritório, a fim de trabalhar na produção desse filme. Tal como Pim Fortuyn, van Gogh não era protegido por guarda-costas, apesar das ameaças de morte.

Em Julho de 2005, um tribunal holandês condenou Mohammed Bouyeri, o assassino de Van Gogh, a cadeia perpetua. Durante as sessões do julgamento, Bouyeri acabou por confessar a autoria do crime, afirmando que agiu em nome da sua religião e que voltaria a repetir o fato

Segundo o autor e colunista holandês Leon de Winter, o caso de Theo van Gogh é um resultado trágico do confronto cultural entre culturas com diferentes culturais extremamente marcantes, motivados por extremismos das duas partes. De um lado, o extremismo religioso, que leva a resultados cada vez mais trágicos e comuns no mundo todo. Do outro, um extremismo ignorante, quase preconceituoso e motivado por mágoas pessoais, sem razão aparente.

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Re: Filmes e alguns fatos da vida real

Mensagem por Galinoia » 15 Out 2014 09:45

Hoje li com calma ali na página dois sobre o "invocação do mal", ta louco.

Como uma família consegue viver uma década sendo atormentada com isso tudo. As vezes parece tudo fantasioso demais, mas respeito. :fear:
I'm just a kid o rapá!!!

NAO ME COMPROMETA COM DETALHES
VSF

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O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico oficial

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:20

Resolvi criar esse tópico, com o intuito de lermos e compartilharmos o outro lado de diversas histórias(de tudo: guerra, cinema etc.), e fatos curiosos/bastidores de diversos acontecimentos.

Como eu acho bem cansativo um tópico inicial já gigante, vou postando nos comentários abaixo.


Abraço!
Robin Hood must die! Robin Hood is the man who became the symbol of the idea that need, not achievement, is the source of rights, that we don’t have to produce, only to want, that the earned does not belong to us, but the unearned does. He became a justification for every mediocrity who, unable to make his own living, has demanded the power to dispose of the property of his betters, by proclaiming his willingness to devote his life to his inferiors at the price of robbing his superiors.


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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:25

A Ponte do boi voador:

Essa, por eu morar no sudeste(Rj) fui saber apenas bem depois de ter dado Maurício de Nassau nos tempos de colégio:

"Essa ponte ligava o bairro portuário à ilha de Antônio Vaz e foi a primeira, de grande porte construída no Brasil ou nas Américas.

A idéia de se dotar a cidade de uma ponte na antiga "Portada Balsa" surgiu desde o início da ocupação holandesa, entretanto, somente entre 1633 e 1634, durante o governo de Cauien e Chijselin é que foi iniciada e continuada até o início do período nassoviano, vez que até o próprio Nassau duvidava da sua viabilidade de construção.

Enquanto a ponte não ficava pronta explorava-se no local por arrendamento a Jan Cardinael e Martn van Movart, por 10.000 florins no primeiro ano e 21.500 no segundo, o serviço de travessia do rio através de baisas. Terminado esse contrato, novo arrendamento foi feito por 32.000 florins a Symon Cornelius Puychveer. Como esse serviço era da responsabilidade da Companhia holandesa, os soldados e os empregados da firma tinham direito à passagem gratuita.

Diante da premente necessidade da ponte, que dificultava o desenvolvimento da cidade, Nassau promoveu estudos para avaliar as condições das correntes do rio, contratou o pedreiro português Manoel Costa, para construir pilares de pedras com três metros e sessenta centímetros de comprimento por dois metros e quarenta centímetros de largura, para finalmente, em 1641, o engenheiro judeu Baltazar da Fonseca assumiu a construção da ponte, por 24.000 florins e, curiosamente, com direito a um prêmio de 1.000 patacas para a esposa, no caso de vir a se casar em terras recifenses.

A obra teve início com a participação de 50 negros e alguns operários especializados, entretanto problemas de ordem técnica impediram a conclusão da obra, obrigando a assinatura de um destrato.
Diante do impasse o próprio Nassau tomou a frente da empresa, substituindo os pilares de pedras projetadas, por arrimos de madeira resistente à umidade, assentando o resto do lastro. Assim, poucos meses depois, no dia 28 de fevereiro de 1944, João Maurício deu por inaugurada a primeira ponte brasileira, no mesmo local onde hoje existe a ponte que liga o bairro do Recife ao de Santo Antônio e que tem merecidamente o seu nome.

A proposito dessa inauguração, conta-se que para chamar a atenção do público para o evento, Nassau prometeu que faria um boi voar por sobre a ponte. Atraídos pelo inusitado, grande massa de gente ocorreu ao ato de inauguração e, valendo-se de um boi de couro montado sobre roldanas que deslisavam sobre um cabo previamente instalado no alto por sobre a ponte, o povo viu cumprida a promessa do notável governante recifense.

Imagem
Como se vê na gravura antiga, na cabeceira da ponte havia um pequeno arco construído pelos portugueses encimado por uma cruz e logo abaixo uma coroa alusiva a Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.

Em sua feição original, a ponte antiga era provida de uma parte levadiça, que permitia a passagem de embarcações veleiras de mastro fixo e tem-se notícia de que no dia 11 de julho de 1649 houve um desastre, quando essa parte basculante teve sua corrente de sustentação rompida, fazendo com que 16 pessoas que passavam na ocasião caíssem no rio. Como resultado do acidente, no dia seguinte nove corpos foram encontrados e dentre elas o de Balthazar von Dartmont, membro do Conselho de Contas e do procurador da cidade, David Atsenborn."

Fonte : http://www.longoalcance.com.br/brecife/h_ponte.htm" onclick="window.open(this.href);return false;
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:31

Essa eu retirei de uma parte do livro Guerra e Paz do Tolstói, onde a invasão de Napoleão à Rússia é a figura central do romance do livro:

"Em fins de 1811 principiaram os armamentos intensivos e a concentração das forças da Europa ocidental e, em 1812, estas forças, ou seja, milhões de homens, no número das quais se contava transportes e abastecimentos, puseram-se em marcha do ocidente para o oriente, em direcção às fronteiras da Rússia, para onde se encaminhavam, igualmente, a partir de 1811, os exércitos russos. No dia 12 de Junho, os exércitos da Europa ocidental atravessaram a fronteira e a guerra principiou, isto é, produziu-se então um acontecimento em desacordo completo com a razão e a própria natureza do homem. Estes milhões de homens praticaram, em relação uns aos outros, tão grande número de abominações, de fraudes, de traições, de roubos, de falsificações de moeda, de pilhagens, de incêndios e de morticínios como não há exemplo nos arquivos dos tribunais do mundo inteiro, funcionando há séculos, e sem que, no entanto, durante todo este período, aqueles que
cometeram tais crimes fossem considerados, realmente, criminosos. Que produziu tão monstruoso acontecimento? Quais as suas causas? Os historiadores, com uma segurança ingénua, foram buscá-las ao insulto de que foi vítima o duque de Oldemburgo, não observância do bloqueio continental, à ambição de Napoleão, à resistência de Alexandre, aos erros da diplomacia, etc. Por conseguinte, teria bastado que Metternich, Rumiantsov ou Talleyrand, entre uma recepção na corte e uma reunião política, conviessem em redigir com arte uma nota bem cozinhada ou que Napoleão pegasse na
pena para escrever a Alexandre: «Senhor meu irmão, consinto em devolver o ducado ao duque de Oldemburgo», para que não tivesse havido guerra. É natural que fosse este o ponto de vista dos contemporâneos. Concebe-se que Napoleão tivesse atribuído a guerra às intrigas da Inglaterra, como declarou na ilha de Santa Helena. Admite-se que os membros do Parlamento inglês pensassem que deveriam ir buscar-se-lhe as causas à ambição de Napoleão; que o duque de Oldemburgo as tivesse visto na violência de que fora vítima; o comércio no bloqueio que arruinava a Europa; que
os velhos militares e os generais tenham dado como pretexto do conflito a necessidade de ocupar os seus homens; os legitimistas da época a urgência em restabelecer os bons princípios, enquanto os diplomatas pensavam que tudo provinha de a aliança da Prússia com a Áustria em 1809 não ter sido habilmente escondida de Napoleão e de o memorando nº 178 haver sido mal redigido. Compreende-se que os contemporâneos tenham invocado estas e ainda outras razões, tantas ou tão poucas que o número delas pode variar consoante os numerosos pontos de vista.
Para nós, a posteridade, que contemplamos em toda a sua amplitude este acontecimento considerável e que penetramos o seu sentido simples e terrível, todas elas são, evidentemente, insuficientes. Não podemos conceber como milhões de cristãos puderam matar-se uns aos outros e torturar-se mutuamente só porque Napoleão era ambicioso, Alexandre firme, a política danglaterra tortuosa e o duque de Oldemburgo se sentia ofendido. Não é possível compreender a ligação que existe entre todas estas circunstâncias e as violências e os morticínios propriamente ditos. Para nós, a posteridade, nós, que não somos historiadores, nem nos deixamos levar pelo entusiasmo das investigações, e examinamos, por conseguinte, com um bom senso imperturbável os acontecimentos, as causas aparecem-nos em número incalculável. Quanto mais nos enfronhamos na investigação dessas causas mais numerosas elas se nos revelam e cada uma em si ou uma série delas se nos afiguram igualmente justas, embora falsas também, dada a sua insignificância quando comparadas com a imensidade do acontecimento, e igualmente falsas pela sua insuficiência, independentemente de todas as demais causas concordantes poderem ter produzido o resultado encarado, Uma delas, por exemplo, o facto de Napoleão se ter recusado a retirar as suas tropas para o outro lado do
Vístula e restituir o ducado de Oldemburgo, parece-nos valer tanto como a recusa de um primeiro-cabo francês a realistar-se, pois a verdade é que, se este não tivesse querido voltar à actividade e o seu exemplo houvesse sido seguido por milhares de soldados, teria havido muito menos homens no exército de Napoleão e este ver-se-ia impossibilitado de declarar a guerra(...)"
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:38

A briga de Klaus Kinski com Werner Herzog na filmagem de Fitzcarraldo :

"A cena é espantosa. O ator alemão Klaus Kinski grita sem parar, insultando o diretor de produção de Fitzcarraldo. "Só porcos podem comer essa comida que vocês servem", vocifera, como se estivesse possuído. Nervoso, o adversário devolve: "Então não a coma. Devore as suas próprias fezes, se quiser". Ao redor, os índios peruanos recrutados como figurantes observam atemorizados a batalha, que já dura horas. Só o cineasta alemão Werner Herzog parece alheio ao tumulto. Inspeciona a locação, conversa com o fotógrafo, coça a cabeça. "Não foi uma crise particularmente ruim, então achei que não devia intervir", explica, para a sua própria câmara, quase vinte anos depois. O que levou o diretor a, em suas próprias palavras, "submeter-se à pena" de fazer cinco filmes com um dos atores mais insanos que já existiram? A resposta, nada simples, está no magistral e assustador documentário Meu Melhor Inimigo (Mein Liebster Feind, Alemanha, 1999), a partir desta sexta-feira em São Paulo, no qual Herzog disseca sua relação com o ator.

Quando viu Kinski pela primeira vez, Herzog estava ainda a muitos anos de se tornar um dos mais expressivos cineastas da Alemanha, criador de filmes fundamentais, como O Enigma de Kaspar Hauser. Tinha 13 anos e morava com a mãe e mais três irmãos num quarto de pensão em Munique. Como a dona da hospedaria tinha um fraco por artistas pobres, recolheu Kinski das ruas. Ele retribuiu a caridade com cenas de terror. Certa feita, trancou-se no banheiro durante 48 horas. "Quando saiu, a banheira, o vaso, a pia, tudo estava moído. Os cacos poderiam ser peneirados com uma raquete de tênis", diz Herzog. "Por isso, eu sabia o que me esperava."

Aos 28 anos, o diretor chamou Kinski para protagonizar Aguirre, a Cólera dos Deuses, um drama sobre a selvageria dos conquistadores espanhóis na Amazônia peruana. O ator acabava de vir de uma peça na qual interpretava um Jesus desvairado e, como de hábito, carregou o personagem consigo. Foi uma provação para a equipe e o elenco. Em determinada ocasião, quando os figurantes atacaram a comida cenográfica, o ator teve um acesso de fúria. Mirou a espada na cabeça de um deles e desferiu um golpe com toda a força de que era capaz. Quem conta a história é a própria vítima, que ainda hoje guarda uma bela cicatriz, apesar do capacete de ferro que compunha seu figurino. E a cena está registrada em filme, como inúmeras outras que Herzog aproveita no documentário. A situação da dupla era tão extrema que suscitou até planos homicidas. Depois de uma briga especialmente feia durante as complicadíssimas filmagens de Fitzcarraldo, Kinski decidiu abandonar a fita. Já fazia as malas quando Herzog se aproximou. "Klaus, você pode partir", disse ele. "Mas, quando chegar àquela curva do rio, eu terei metido oito balas na sua cabeça com o meu rifle. A nona será para mim, mas você leva as oito primeiras." Kinski ficou. "Graças a Deus, Klaus era um covarde", ri o diretor.

Objetivamente, o que levava Herzog a escalar o ator era sua energia feroz e irreprimível. "De alguma forma, nós nos completávamos", diz. Apesar dos episódios assombrosos que narra, Meu Melhor Inimigo deixa de abordar alguns aspectos da vida privada do ator. Não há uma palavra sobre a obscura relação de Kinski com sua filha, a atriz Nastassja, por quem se diz que ele nutria sentimentos pouco paternais. Mas essa ausência é compensada com a honestidade com que Herzog expõe o companheiro e a si próprio. Além disso, ele é um documentarista singular, capaz de dissolver a barreira entre a platéia e os temas que retrata. Uma amostra disso está no perturbador Terra do Silêncio e da Escuridão, no qual o diretor mergulhava no mundo sufocante de pessoas surdas, mudas e cegas. Também na ficção, ele gosta de se deter sobre indivíduos que estão um passo além de seu limite – como o visionário Fitzcarraldo, que queria içar um navio montanha acima, ou o vampiro Nosferatu, que sugava o sangue de suas vítimas para matar não a fome, mas a solidão. Kinski era, evidentemente, o intérprete ideal para tais personagens. Meu Melhor Inimigo termina com uma imagem lírica do ator, um de seus poucos momentos alegres e descontraídos. É um ajuste de contas e uma oferta póstuma de reconciliação. Kinski morreu em 1991, aos 65 anos."

Fonte: http://veja.abril.com.br/070201/p_116.html" onclick="window.open(this.href);return false;

Imagem do diretor Werner Herzog com o ator Klaus Kinski nas filmagens:

Imagem
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:44

A recusa do Óscar por Marlon Brando:

"Às vésperas da cerimônia de entrega do Oscar em 1972, Brando anunciou que iria boicotar o acontecimento e enviaria Pequena Pluma em seu lugar. Assim que o nome de Marlon Brando foi anunciado como o ganhador de Melhor Ator, o apresentador Roger Moore, astro de diversos filmes da série James Bond, tentou entregar a estatueta à Pequena Pluma, mas ela afastou-a com o braço dizendo que Brando não poderia aceitar a premiação. Pequena Pluma leu trechos de uma declaração escrita pelo ator, cujo inteiro teor foi depois publicado pela imprensa, inclusive pelo The New York Times. “A comunidade da indústria cinematográfica tem sido igualmente responsável”, escreveu Brando, “por degradar o Índio e ridicularizar seu caráter, descrevendo-o como selvagem, hostil e malvado.”

Brando esteve envolvido em causas sociais durante anos, manifestando-se publicamente em defesa da formação de um Estado judeu nos anos 1940, bem como apoiando a luta pelos direitos civis dos afro-americanos e o Partido Pantera Negra. Sua manifestação por ocasião do Oscar expressou respaldo ao Movimento Indígena Americano (AIM) e aludiu à situação em curso em Wounded Knee, cidade de Dakota do Sul, sitiada por membros do AIM no mês anterior e que, no momento, estava cercada por tropas do exército. Wounded Knee foi também o lugar de um massacre dos nativos norte-americanos pelas forças do governo de Washington em 1890.

Brando foi o segundo artista a recusar o prêmio de Melhor Ator. O primeiro foi George C. Scott, que polidamente declinou em aceitar sua premiação por Patton, Rebelde ou Heroi em 1971 quando teria dito a respeito do estardalhaço da Academia de Cinema: “Não quero nada com ela”. Scott havia previamente recusado a indicação de Melhor Ator Coadjuvante em Desafio à Corrupção (1961). "

Fonte : http://operamundi.uol.com.br/conteudo/n ... efao.shtml" onclick="window.open(this.href);return false;

Vídeo da entrega:

phpBB [video]
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 22:51

Essa é bem manjada já, mas vai lá..

Cena final de Bastardos e Inglórios:

Na cena final do filme, quando o personagem do Brad Pitt corta a testa do personagem do Christoph Waltz, e fala para a câmera : "Esta é minha obra-prima". Nada mais foi que uma metalinguagem usada por Quentin Tarantino, diretor do filme, para expressar o que sentia por seu próprio filme.

Vídeo da cena:

phpBB [video]
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Molecula » 12 Nov 2014 23:06

A participação da Marinha brasileira na 2ª Guerra Mundial:

**Destaque para a morte da Baleia hahaha

"A Marinha do Brasil perdeu na guerra 467 homens, entre comandantes, oficiais, suboficiais e praças. Três de seus navios foram afundados – o Marcílio Dias, em 1944, por um submarino alemão; a corveta Camaquã, pelo mau tempo, em 1944, e o cruzador Bahia, destruído em 4 de julho de 1945, pouco antes do fim da guerra no Pacífico, por um explosão acidental em seu paiol de munição.

Foi no mar que o Brasil sofreu as mais pesadas perdas durante toda a guerra. Ao todo, cerca de 1.400 brasileiros morreram em consequência da ação de submarinos alemães e italianos e em outras operações de guerra.

A história da Marinha brasileira durante a guerra é a menos conhecida entre as de nossas Forças Armadas – são poucos os livros que contam trabalho nos caça-ferro e caça-pau, os navios da guerra antissubmarina do Brasil no Atlântico. E, no entanto, ela foi a mais necessária de todas as forças naquela guerra – sem ela, não haveria gasolina – quase toda importada – ou comércio entre as regiões do País – as comunicações por terra entre as regiões inexistiam.

A Marinha, com seus recursos escassos – seus primeiros equipamentos contra submarinos só chegaram em setembro de 1942, um mês depois da declaração de guerra -, garantiu a continuidade do comércio no litoral brasileiro.

Em 9 de setembro daquele ano, ela organizou o primeiro dos comboios. Partiu das margens do Potengi, em Natal, e foi até o Recife, protegido por três navios de escolta. Ao todo, brasileiros e americanos – os navios da Marinha brasileira foram incorporados à 4ª Frota dos EUA – escoltaram 503 comboios durante a guerra, em que estiveram protegidos 2.914 navios. “Cada passagem de um comboio era uma vitória”, conta o almirante Hélio Leôncio Martins, de 97 anos, que comandou um caça-pau durante a guerra.

Isso foi possível, em parte, porque nossa forças navais foram reequipadas com navios americanos durante a guerra, recebendo, por exemplo, contratorpedeiros de escolta.

Na galeria que publicamos aqui, estão fotos do Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. Elas mostram a ação dos marinheiros nos comboios e na vigilância do Atlântico, exercícios de luta antissubmarina com o lançamento de cargas de profundidade e fotos de alguns dos navios brasileiros engajados na guerra.
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Lançamento de cargas de profundidade no oceano Atlântico. Essas bombas eram uma das principais armas contra submarinos

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Carga de profundidade é disparada por um navio brasileiro durante exercício de guerra antisubmarina na 2ª Guerra Mundial

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O encouraçado São Paulo foi comprado pelo Brasil em 1908 da Inglaterra e, com o Minas Gerais, tornaram a Marinha brasileira a mais poderosa da América do Sul. Ambos os navios eram da classe Dreadnought, a mais poderosa da época – tinham canhões de 305 mm. Durante a guerra, o São Paulo foi mantido ancorado no porto do Recife para guarnecê-lo

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Lançamento de cargas de profundidade no oceano Atlântico. Essas bombas eram uma das principais armas contra submarinos -

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Marinheiro vigia comboio no Atlântico Sul. Durante a guerra, a Marinha brasileira escoltou milhares de navios em comboios para garantir o comércio marítimo do País. Os comboios partiam do Rio, Salvador, e do Recife e iam até a ilha de Trinidad, no Caribe

Em entrevista, o almirante Hélio Leôncio Martins fala sobre a participação da Marinha do Brasil no conflito

Mais brasileiros morreram no mar (1.081) do que nos campos da Itália (466). Para manter o comércio, o Brasil não podia deixar suas águas. Durante a guerra, o almirante Hélio Leôncio Martins comandou um navio antissubmarino. É ele quem conta a atuação da Marinha do País no conflito.

A Marinha estava preparada para a guerra?

Quando começou a guerra… zero. Pode pôr zero. Zero mesmo. Não sabíamos nada de defesa antissubmarina, não tínhamos arma nem equipamento. Começamos a guerra em agosto. Os dois primeiros navios antissubmarinos caça-ferro, comprados na véspera da guerra, só chegaram em setembro.Como foi o começo da guerra?

Minha primeira experiência foi em um destróier de 1908, sem nada. Tinha bombas de profundidade de 40 libras. Para se ter uma ideia do que era isso, depois nós usamos bombas de 300, de 600 libras. Usávamos de 40 amaradas com cabo. Não tínhamos lançador nem nada. Não tínhamos nada. Felizmente, nenhum submarino se lembrou de pôr a pique um daqueles navios. Não puseram a pique porque não quiseram. Mas tínhamos uma Marinha com mais de cem anos de existência, com tradição e história. Foi isso que permitiu que a gente fosse para o mar.

O senhor chegou a enfrentar os submarinos alemães?

Nós estávamos na altura da Venezuela, em um comboio americano. O único navio-patrulha éramos nós quando um petroleiro de avião foi bombardeado. Foi um fogaréu enorme. Aí nós tivemos um contato. Depois, eu tive mais uns dois contatos. Um deles foi com uma baleia. A baleia estava andando devagar, parecia um submarino. Foi destruída.

Qual foi a principal tarefa da Marinha brasileira na guerra?

Na guerra inteira a nossa função era passiva, defender comboio. Os americanos faziam caça e destruição. A nossa função era fazer passar o comboio. Cada passagem do comboio era uma vitória. Não era uma coisa que se contasse por destruição do inimigo, ou tomada de uma ilha. A nossa vitória era a passagem de um comboio. / AUTOR – MARCELO GODOY.

Fonte: http://tokdehistoria.com.br/2012/08/25/ ... a-mundial/" onclick="window.open(this.href);return false;
Robin Hood must die! Robin Hood is the man who became the symbol of the idea that need, not achievement, is the source of rights, that we don’t have to produce, only to want, that the earned does not belong to us, but the unearned does. He became a justification for every mediocrity who, unable to make his own living, has demanded the power to dispose of the property of his betters, by proclaiming his willingness to devote his life to his inferiors at the price of robbing his superiors.


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Hall
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Hall » 13 Nov 2014 08:51

bom tópico. dei um gás com as imagens
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Lucao
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por Lucao » 13 Nov 2014 10:40

Pedro biruta escreveu:brasileiros sempre brasileirando
atacando baleias kkk
Nosso eterno complexo de vira-latas :D

Apesar de parecer uma grande trapalhada, temos que ver o contexto em que aconteceu. Na guerra anti-sub a tripulação está em um stress fora do comum e os u-boats eram um perigo no atlantico sul entre 1942/1943.
A detecção era no olhometro, nao existia sonar nem aparelhos óticos adequados. Dependendo do tamanho realmente a longa distancia o perfil de uma baleia na superficie parece com a de um uboat, sendo que els subiam muito a superficie para atacar com canhoes navios mais desprotegidos. Não tem muito tempo para pensar, qualquer coisa que tinha o perfil de um u-boat era pra mandar chumbo mesmo, senão quem morre é voce.

Essa trapalhada é top.
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Editado pela última vez por Lucao em 13 Nov 2014 11:01, em um total de 1 vez.

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LucasYeahNegoMariano
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por LucasYeahNegoMariano » 13 Nov 2014 10:59

Hall escreveu:bom tópico. dei um gás com as imagens
Hall .. acho q rola ajuntar os tópicos; q qc acha?

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SKYWALKER
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Re: O outro lado da história e fatos curiosos - Tópico ofici

Mensagem por SKYWALKER » 13 Nov 2014 11:09

Bom tópico Molecula.
Painho nos enganou..

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