DarkFallz escreveu:Qual seria a real diferença entre Deus criar todos os seres diretamente no paraíso ou então criar um processo onde no meio tempo bilhões de almas vão sofrer eternamente? O resultado final seria exatamente o mesmo, sem por nem tirar, só que em um caso bilhões de pessoas sofreram e no outro caso não.
Eu acho que é nesse ponto em que o cérebro de um ateu e de um crente se diferencia, o crente sempre vai tentar encontrar uma razão para justificar o mundo do jeito que é enquanto que o ateu nunca vai achar esses argumentos convincentes ou morais.
Eu nunca vou achar razoável Deus mandar alguém para o inferno por toda eternidade pelo simples motivo de não acreditar nele e não aceitar Jesus como salvador, já a maioria dos crentes acha isso normal. Mina moral é muito diferente da bíblica
Reforço que não creio em um sofrimento eterno, o lago de fogo é descrito como um lugar de extinção. Ou seja, no máximo a pessoa voltará ao estado de inexistência que se iniciou, não é como pensar que não nascer teria sido lucro pras pessoas que serão condenadas. Acho que mesmo pessoas más têm o direito de terem uma vida em algum momento, ainda que o seu final seja a morte.
Uma pessoa que nunca passou fome, não conviveu com a miséria humana e nem com o desamor coletivo, nunca precisou conviver com a incapacidade de se deslocar sem uma cadeira de rodas, não sabe o que viver com medo num fogo cruzado, pode ter a mesma noção da importância de ter alimento todos os dias, vestimentas, vida com dignidade, dar uma corrida na praia sem precisar de nenhuma ajuda, viver com a mente em paz sem se preocupar com doenças e violência humana? O Deus que vc acha que faria o mínimo de sentido é aquele que cria tudo pronto, o humano bonzinho, num mundo perfeito, com pensamentos perfeitos, já doutrinado sobre a importância da cooperação, conhecendo a justiça sem nunca ter conhecido a injustiça, com a consciência total da importância daquilo tudo sem ter nunca estado do outro lado. É que nem eu sendo heterossexual achar que sei como é viver na pele de um homossexual, ou um branco ocidental achar que tem a real noção dos anseios e conflitos internos de um árabe vivendo em Israel. Eu tenho certeza que qualquer um aqui valorizaria cem vezes mais a sua casa, por mais humilde que seja, se passasse 1 semana morando na rua, encarando o frio da madrugada de inverno. O conhecimento empírico não pode simplesmente ser substituído.
Assim como você eu também não vejo sentido uma pessoa ser condenada simplesmente por falta de fé, que é algo que depende de inúmeras variáveis, inclusive genéticas (algumas pessoas possuem maior pré disposição a serem céticas que outras por nascença). Por creio que todos, absolutamente todos terão a oportunidade de conhecerem Jesus e decidirem se o reconhece ou não. Não acho que ateus rejeitam Jesus porque tecnicamente você não pode rejeitar alguém que na sua mente não existe. Rejeitar a ideia de existência é muito diferente de rejeitar a pessoa, ciente da existência dela. Essa passagem ilustra isso "
Com toda a certeza vos afirmo que haverá mais tolerância para Sodoma e Gomorra, no dia do juízo, do que para aquelas pessoas. 'Aquelas' pessoas se refere ao povo de Cafarnaum, onde Jesus passou um bom tempo pregando e realizando milagres. Ali sim ele poderia ser rejeitado, todos os conheciam e testemunhavam a sua imponência.
Em contrapartida as cidades de Sodoma e Gomorra cometiam todo o tipo de atrocidades, estupros, sonegações, exploração, no entanto não tiveram qualquer contato com Cristo, e é dito de forma cristalina que a tolerância será maior. Só nessa passagem você já joga no ralo todo o mecanismo religioso que reduz a salvação ou não à uma dicotomia simplista, com critérios exatos e inflexíveis. No meu modo de ver o julgamento de Deus é muito mais minucioso e sofisticado que simplesmente "quem aceitar Jesus tá salvo, quem nao tá ferrado pra sempre".
Tem versículos que indicam que Jesus chama para sentar-se com a mesa com ele até mesmo os que fizeram o bem sem ter a ciência da existência dele.