Eu tomaria um pouco de cuidado com isso... Eu sei, não se iludam, vejo diariamente a demanda de jovens pelo emprego, pelo “vencer na vida”, essa angústia diária da falta de oportunidades conjugada com a necessidade da sobrevivência.Python escreveu: A realidade nua e crua é que o Brasil, nas atuais circunstâncias, simplesmente te obriga a ser funcionário público.
Mas pensem, jovens, pensem.... O que te faz feliz?
Tenho idade pra ser pai de 90% aqui, talvez avô de uns 30% hehehe.... Estou chegando ao final de uma vida no serviço público (se o Temer deixar e se eu não chutar tudo nessa retinha final e dar o pé). Tenho um salário no topo da cadeia alimentar do serviço público. Eu e meus colegas, mas.... e daí? O que te faz feliz?
Vou trabalhar praticamente empurrado pela minha esposa, porque chega uma hora que ir fazer o que você não gosta, ou não gosta mais, torna-se “organicamente” insuportável. Meus colegas com altos salários vivem as mesmas agruras: depressão, assédio moral, falta de condições adequadas para o serviço, falta de reconhecimento, ausência total de perspectivas, alcoolismo, problemas diversos de saúde.... a lista é longa!
Ah Lawyer, vsf! Reclamando de barriga cheia! Falar é fácil quando se tem um bom salário! É tudo o que eu queria, blá-blá-blá......
Mas meus amigos, volto a perguntar, o que te faz feliz? Feliz de verdade. Com aquela alegria genuína, em que as horas voam e que quando acaba você fica triste???
Pensem meus amigos, pensem, olhem pra dentro de vocês... A vida é uma só e passa rápido. Às vezes pode virar um fardo insuportável dentro dessa escolha que, ao lado da escolha da companheira/companheiro, ter ou não filhos, são as escolhas mais duradouras pelas quais passamos.
Cuidado com essa história do bom salário. O serviço público é o maior reservatório de deprimidos que eu conheço. Claro que há exceções. Se é isso mesmo o que querem, então abracem e invistam. Invistam inclusive na sua trajetória pessoal dentro do serviço público, a fim de construir uma biografia. Se é pra entrar, que seja pra explodir a porra toda: façam mestrado, doutorado, escrevam livros, artigos científicos, sejam palestrantes convidados, aqueles caras que todo mundo abaixa a orelha pra ouvir, mas... não façam isso pela segurança e pelo salário porque isso não é o suficiente, isso afunda o cara depois de alguns anos...
Eu estou me segurando pelas pontas, muito em função da família, de minha esposa achar que eu estou vivendo uma espécie de “síndrome” da meia-idade, que não posso jogar tudo pro alto etc... mas vejo minha felicidade em coisas muito mais simples, muito mesmo... Já nem sei mais o que é esse “tudo” que ela fala. Tá mais pra nada!
Pensem queridos, pensem... Talvez o que você goste seja pescar. Seja um pescador profissional então porra! Vá para o mar rapaz, pescar atuns, lagostas, sardinhas o que for.
Se o seu negócio é natureza e ar livre, como você irá trabalhar 8 horas em um prédio do INSS porra? Tú vai morrer rapaz! Vai ter que pensar em ser fiscal do Ibama, no mínimo...
São só exemplos, jovens, mas examinem-se. Ninguém pode fazer isso por vocês. Não transformem suas vidas em masmorras, porque liberdade não tem preço!
Uma coisa importante que vejo: Se você nunca fez uma grande viagem sozinho, NÃO tome uma decisão definitiva sobre sua vida! Faça uma viagem sozinho cara! Pra bem longe, de carro, de carona, a pé, de bicicleta, de barco, trabalhando num navio.... Vá, mesmo que seja sem dinheiro, se vira porra, trabalhe no caminho, venda pulseirinha na praça.... Vá ver o mundo, nem que seja dentro do Brasil, mas saia de casa e veja a porra do mundo com seus próprios olhos, por um mês, dois, seis meses, um ano. Isso muda vidas! Isso te dá uma compreensão de você mesmo, que vocês jamais terão dentro de casa, com pai, mãe, namorada enchendo o saco... Saia de casa por um tempo!
Descumpem o post gigante. Não há intenção nenhuma de magoar quem quer que seja. Mas eu gostaria demais que vocês todos fossem FELIZES e isso passa necessariamente pela escolha do trabalho e por reflexão profunda. Pensem longe meus amigos, pensem longe...
Do velho amigo aqui,
Lawyer