Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
A interpretação dele da música SOS não é algo humanamente possível.
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- Modern Samurai
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Maniqueísmo?kyo_spirit escreveu: ↑24 Ago 2019 11:07Sim, a mediocridade do pensamento alcançou o auge. A praga do maniqueísmo irracional agora se espalha por todos os assuntos, logo, ao tecer comentários sobre a música de alguém algum idiota posta já posta "hater" ou então que vc está diminuindo o cantor em questão.
Dimash apenas não causou em mim o mesmo encanto q causou em vc, o q é normal já q, como falamos antes, cada pessoa reage d forma diferente à música.

Veja bem, parece que até agora você - e o Violence - não conseguiu perceber que está usando a palavra virtuose de maneira pejorativa; mais precisamente, do entendimento coletivo - e errôneo - que essa palavra possui em solos tupiniquins.
Um virtuose, é alguém que atingiu o grau mais elevado de conhecimento e domínio técnico na execução de sua arte. Quando digo conhecimento, está inserido aí o tal "feeling" (inspiração e sentimento) que você - e o Violence - está dissociando do entendimento do termo. Você está usando o senso comum do termo. Assim como vários outros termos que as pessoas usam no Brasil, sem ter um lastro de experiência por trás disso.
Veja bem, não há o que se envergonhar em ignorar tal fato. Eu mesmo, que toquei música por duas décadas, fui aprender depois de mais de 10 anos teoria, apenas contando com "feeling", com o poder de improvisação, advinda de boa parte, da percepção musical. Esse "feeling" na música é realmente importante, fundamental nas canções. Mas sem técnica alguma (veja bem, não precisa ser virtuoso), a música perde (e muito) do seu potencial real, entende? Uma coisa, não está dissociada da outra.
Vou usar um exemplo, para ficar mais claro. Você citou o Sepultura, certo? Vamos primeiro, individualizar a análise, pegar o exemplo máximo de "feeling" dentro do Sepultura, que era o Igor Cavalera. Você ouviu os primeiros discos do Sepultura até a saída do Igor? O Igor é um baterista que nunca foi um primor técnico, mas ele possuía um estilo e sempre buscava elementos para agregar a sonoridade do seu instrumento (é só observar a variedade de tambores do set dele). Tanto que isso se tornou uma marca registrada dele, um estilo, digamos, até "tribal". Você percebe que tanto ele, quanto o Max, atingiram o limite de excelência no que tange ao tal do "feeling" e secaram ou, tornaram-se limitados, por não conseguirem ultrapassar alguns obstáculo quando estão pensando na música, devido à falta de técnica e habilidade de usar essa técnica, junto com a percepção musical que é inata neles. Para mim é muito perceptível nos trabalhos seguintes do Max no SoulFly (pela limitação técnica, ele vive perseguido pelo fantasma do disco "Roots", porque ele não consegue traspassar esse nível de composição).
O problema do "feeling" - que vem muito da percepção musical - é que isso vicia. Você acaba refém, porque, até você não atingir o limite de reproduções possíveis permissível dentro da música, você acabará contando sempre com ele. Porque ele é muito usado como encurtador de caminhos.
Note os bateristas que o Sepultura teve posteriormente. Meu Deus, aquele Jean Dollabella toca MUITO. O atual, nem se fala, é um monstrinho. Aliás, o Sepultura, como um todo, evoluiu muito. O último disco deles, na minha opinião, é o melhor que fizeram em termos de técnica, composição. PORÉM, falta ainda um "feeling", acho que o Derick deixa a desejar nesse sentido. Ele tem as manhas de gritar, tem tentado variar na maneira de cantar, mas talvez, pelo estilo, ele fiquei limitado. Mas de restante, a banda como um todo é melhor.
Você pode fazer esse exercício de análise evolutiva de bandas/artistas com virtuoses e reparar quando eles chegaram no auge, por apenas contarem com o "feeling" e não ter buscado na técnica, a solução e caminhos para tirar mais da sua arte.
Eu digo isso até por experiência própria. Porque fui estudar teoria tardiamente na minha vida. Boa parte da minha jornada musical eu toquei guitarra/violão e quando comecei a compôr nas bandas que tocava, eu comecei a compôr outros instrumentos, como piano, baixo, bateria, variados instrumentos de sopros e até arranjo de cordas. Eu sabia como tocar essa caralhada de instrumento? Não. Mas eu possuía uma excelente percepção musical e capacidade de improvisação. Eu conseguia perceber onde cada peça se encaixava na construção das músicas.
Porém, chegou um momento em que eu percebi que empacava. Não consegui transpôr àquelas mesmas fórmulas fáceis e repetitivas, de sonoridade e estrutura musical. Eu até consegui dar mais alguns passos adiantes na percepção, mas absorvendo parte da teoria, emulando bandas as quais eu buscava uma solução semelhante para resolver aquele problema que eu tinha em determinada composição que empacava e não terminava.
Isso aí foi um atraso imenso na minha vida. Tanto que, quando eu parei para aprender teoria (e desenvolver mais técnicas), eu tive que seguir em outra direção com a minha vida, devido as circunstâncias que se apresentaram. A música ficou apenas para ser apreciada, ouvida e estudada, através de livros.
Aqui eu cheguei no ponto onde queria. Para você atingir esse nível de compreensão, de conseguir compreender o que estou falando, você, necessariamente, precisaria ter o mínimo de noção sobre a anatomia da criação musical; como o ritmo, a melodia, estrutura harmônica. É algo que parece o bicho de sete cabeças, mas não é tão complicado para usarmos no dia a dia, com as músicas que estamos normalmente acostumados a ouvir.
Garanto a você, que o seu conceito sobre boa música mudará em menos de três meses exercitando na análise das músicas que ouve nas rádios, por exemplo

É um padrão tão repetitivo e assassínio, que isso é comprovadamente influenciador na diminuição das nossas capacidades cognitivas.
Os Beatles, que não lembro quem citou aí, não eram nem de longe um primor técnico. Na verdade, eles eram músicos medianos. E diferente do Paulo ali, credito o sucesso deles mais a inventividade dos garotos na época. E bons produtores, que sempre estiveram às voltas de boas bandas dos anos 60. Foram a primeira boy band da geração, eles vieram com muitos ELEMENTOS na música que fisgaram uma geração.
Só para eu não parecer prepotente, vou pegar alguém caralhudo da área, que mandou a letra sobre os Beatles

Quincy Jones: “Os Beatles eram os piores músicos do mundo”
Spoiler:
Ele tem esse "feeling" e esse "feeling" dele, é exponencialmente potencializado pelo talento natural e características singulares que ele possui, e ao ter desenvolvido as habilidades dele estudando e treinando como um psicopata.
Bom, espero que tenha ficado claro o ponto que quis bater. Se precisar de dicas de leitura sobre o assunto, é só avisar. Não é nada de outro mundo.
Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Modern, admiro sua vontade de argumentar, mas não gostei desse cantor e considero virtuose diferente de feeling. Acho até que, em música, na maioria das vezes são diametralmente opostos.Modern Samurai escreveu: ↑24 Ago 2019 22:07Maniqueísmo?![]()
Veja bem, parece que até agora você - e o Violence - não conseguiu perceber que está usando a palavra virtuose de maneira pejorativa; mais precisamente, do entendimento coletivo - e errôneo - que essa palavra possui em solos tupiniquins.
Um virtuose, é alguém que atingiu o grau mais elevado de conhecimento e domínio técnico na execução de sua arte. Quando digo conhecimento, está inserido aí o tal "feeling" (inspiração e sentimento) que você - e o Violence - está dissociando do entendimento do termo. Você está usando o senso comum do termo. Assim como vários outros termos que as pessoas usam no Brasil, sem ter um lastro de experiência por trás disso.
Veja bem, não há o que se envergonhar em ignorar tal fato. Eu mesmo, que toquei música por duas décadas, fui aprender depois de mais de 10 anos teoria, apenas contando com "feeling", com o poder de improvisação, advinda de boa parte, da percepção musical. Esse "feeling" na música é realmente importante, fundamental nas canções. Mas sem técnica alguma (veja bem, não precisa ser virtuoso), a música perde (e muito) do seu potencial real, entende? Uma coisa, não está dissociada da outra.
Vou usar um exemplo, para ficar mais claro. Você citou o Sepultura, certo? Vamos primeiro, individualizar a análise, pegar o exemplo máximo de "feeling" dentro do Sepultura, que era o Igor Cavalera. Você ouviu os primeiros discos do Sepultura até a saída do Igor? O Igor é um baterista que nunca foi um primor técnico, mas ele possuía um estilo e sempre buscava elementos para agregar a sonoridade do seu instrumento (é só observar a variedade de tambores do set dele). Tanto que isso se tornou uma marca registrada dele, um estilo, digamos, até "tribal". Você percebe que tanto ele, quanto o Max, atingiram o limite de excelência no que tange ao tal do "feeling" e secaram ou, tornaram-se limitados, por não conseguirem ultrapassar alguns obstáculo quando estão pensando na música, devido à falta de técnica e habilidade de usar essa técnica, junto com a percepção musical que é inata neles. Para mim é muito perceptível nos trabalhos seguintes do Max no SoulFly (pela limitação técnica, ele vive perseguido pelo fantasma do disco "Roots", porque ele não consegue traspassar esse nível de composição).
O problema do "feeling" - que vem muito da percepção musical - é que isso vicia. Você acaba refém, porque, até você não atingir o limite de reproduções possíveis permissível dentro da música, você acabará contando sempre com ele. Porque ele é muito usado como encurtador de caminhos.
Note os bateristas que o Sepultura teve posteriormente. Meu Deus, aquele Jean Dollabella toca MUITO. O atual, nem se fala, é um monstrinho. Aliás, o Sepultura, como um todo, evoluiu muito. O último disco deles, na minha opinião, é o melhor que fizeram em termos de técnica, composição. PORÉM, falta ainda um "feeling", acho que o Derick deixa a desejar nesse sentido. Ele tem as manhas de gritar, tem tentado variar na maneira de cantar, mas talvez, pelo estilo, ele fiquei limitado. Mas de restante, a banda como um todo é melhor.
Você pode fazer esse exercício de análise evolutiva de bandas/artistas com virtuoses e reparar quando eles chegaram no auge, por apenas contarem com o "feeling" e não ter buscado na técnica, a solução e caminhos para tirar mais da sua arte.
Eu digo isso até por experiência própria. Porque fui estudar teoria tardiamente na minha vida. Boa parte da minha jornada musical eu toquei guitarra/violão e quando comecei a compôr nas bandas que tocava, eu comecei a compôr outros instrumentos, como piano, baixo, bateria, variados instrumentos de sopros e até arranjo de cordas. Eu sabia como tocar essa caralhada de instrumento? Não. Mas eu possuía uma excelente percepção musical e capacidade de improvisação. Eu conseguia perceber onde cada peça se encaixava na construção das músicas.
Porém, chegou um momento em que eu percebi que empacava. Não consegui transpôr àquelas mesmas fórmulas fáceis e repetitivas, de sonoridade e estrutura musical. Eu até consegui dar mais alguns passos adiantes na percepção, mas absorvendo parte da teoria, emulando bandas as quais eu buscava uma solução semelhante para resolver aquele problema que eu tinha em determinada composição que empacava e não terminava.
Isso aí foi um atraso imenso na minha vida. Tanto que, quando eu parei para aprender teoria (e desenvolver mais técnicas), eu tive que seguir em outra direção com a minha vida, devido as circunstâncias que se apresentaram. A música ficou apenas para ser apreciada, ouvida e estudada, através de livros.
Aqui eu cheguei no ponto onde queria. Para você atingir esse nível de compreensão, de conseguir compreender o que estou falando, você, necessariamente, precisaria ter o mínimo de noção sobre a anatomia da criação musical; como o ritmo, a melodia, estrutura harmônica. É algo que parece o bicho de sete cabeças, mas não é tão complicado para usarmos no dia a dia, com as músicas que estamos normalmente acostumados a ouvir.
Garanto a você, que o seu conceito sobre boa música mudará em menos de três meses exercitando na análise das músicas que ouve nas rádios, por exemplo![]()
É um padrão tão repetitivo e assassínio, que isso é comprovadamente influenciador na diminuição das nossas capacidades cognitivas.
Os Beatles, que não lembro quem citou aí, não eram nem de longe um primor técnico. Na verdade, eles eram músicos medianos. E diferente do Paulo ali, credito o sucesso deles mais a inventividade dos garotos na época. E bons produtores, que sempre estiveram às voltas de boas bandas dos anos 60. Foram a primeira boy band da geração, eles vieram com muitos ELEMENTOS na música que fisgaram uma geração.
Só para eu não parecer prepotente, vou pegar alguém caralhudo da área, que mandou a letra sobre os Beatles![]()
Quincy Jones: “Os Beatles eram os piores músicos do mundo”Quando ao Dimash em algumas interpretações postadas aqui mostrou incontestavelmente ser um virtuose (na verdade, gênio); ele conseguiu pulverizar várias canções que estavam em abandonadas e conformadas em sua forma final. Ele usou a TÉCNICA e a PERCEPÇÃO MUSICAL monstra que ele possui e deu um novo "feeling" - por assim dizer - às composições. Na verdade, usando um termo literal, ele as desenvolveu, preencheu e lapidou, como se estivesse transformando carvão, em diamante. É mais ou menos esse o analogismo possível, para explicar a genialidade desse jovem rapaz.Spoiler:
Ele tem esse "feeling" e esse "feeling" dele, é exponencialmente potencializado pelo talento natural e características singulares que ele possui, e ao ter desenvolvido as habilidades dele estudando e treinando como um psicopata.
Bom, espero que tenha ficado claro o ponto que quis bater. Se precisar de dicas de leitura sobre o assunto, é só avisar. Não é nada de outro mundo.
Esse Dimesh pode ser um absurdo de técnico, mas achei enfadonho e chato. Prefiro ouvir uma Janis Joplin da vida com seu feeling.
Mas enfim, gosto é gosto!

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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Tonio Kröger escreveu: ↑24 Ago 2019 22:14Parabéns, Modern Samurai. Você acaba de superar Snickt e PHDookie no quesito "textão que ninguém vai ler, vou esperar sair na Netflix".![]()


Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
mas vá sifude... não tinha ouvido ainda... o cara tem que ser estudado, que magia é essa? o cara vai pra todos os cantos, vai pra todos os lugares... porra...
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Como deixei claro lá minha primeira crítica, que o caro colega pegou ar me chamando de idiota (Violence escreveu: ↑24 Ago 2019 22:19Modern, admiro sua vontade de argumentar, mas não gostei desse cantor e considero virtuose diferente de feeling. Acho até que, em música, na maioria das vezes são diametralmente opostos.
Esse Dimesh pode ser um absurdo de técnico, mas achei enfadonho e chato. Prefiro ouvir uma Janis Joplin da vida com seu feeling.
Mas enfim, gosto é gosto!![]()

Cara, eu ouvi jazz e blues durante toda a minha vida

O mesmo com o B.B. King, na verdade, o blues é um excelente exemplo desse abusar do "feeling", porque eles estão usam e abusam da improvisação - não quer virtuoses não o façam; fazem até melhor - até o limite. Mas se você observar 90% das canções mais famosas de blues possuem a mesma estrutura, cadencia, são poucos que fogem dessa estrutura. É isso que faz, o blues, uma música não tanto apreciada por muita gente. Porque acaba dando a sensação de monocórdico. E digo isso porque eu era viciado. Ainda ouço hoje, mas em períodos. Meu cantor e guitarrista favorito de blues, é o Muddy Waters. Recomendo você ouvir a Koko Taylor, se você gosta da Janis.
Não há problema algum você achar o Dimash enfandonho e chato. Mas esse feeling o qual você refere, ele possui, sim.
- kyo_spirit
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Modern.....mano....vou ler...mas me dá uns 10 dias rsssssss.
Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Leia quando tiver tempo. Você perceberá que estou certo. Dará razão para mim. Nos abraçaremos na maior broderagem e seremos amigoskyo_spirit escreveu: ↑24 Ago 2019 23:34Modern.....mano....vou ler...mas me dá uns 10 dias rsssssss.
para sempre

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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Modern Samurai escreveu: ↑24 Ago 2019 22:07Maniqueísmo?![]()
Veja bem, parece que até agora você - e o Violence - não conseguiu perceber que está usando a palavra virtuose de maneira pejorativa; mais precisamente, do entendimento coletivo - e errôneo - que essa palavra possui em solos tupiniquins.
Um virtuose, é alguém que atingiu o grau mais elevado de conhecimento e domínio técnico na execução de sua arte. Quando digo conhecimento, está inserido aí o tal "feeling" (inspiração e sentimento) que você - e o Violence - está dissociando do entendimento do termo. Você está usando o senso comum do termo. Assim como vários outros termos que as pessoas usam no Brasil, sem ter um lastro de experiência por trás disso.
Veja bem, não há o que se envergonhar em ignorar tal fato. Eu mesmo, que toquei música por duas décadas, fui aprender depois de mais de 10 anos teoria, apenas contando com "feeling", com o poder de improvisação, advinda de boa parte, da percepção musical. Esse "feeling" na música é realmente importante, fundamental nas canções. Mas sem técnica alguma (veja bem, não precisa ser virtuoso), a música perde (e muito) do seu potencial real, entende? Uma coisa, não está dissociada da outra.
Vou usar um exemplo, para ficar mais claro. Você citou o Sepultura, certo? Vamos primeiro, individualizar a análise, pegar o exemplo máximo de "feeling" dentro do Sepultura, que era o Igor Cavalera. Você ouviu os primeiros discos do Sepultura até a saída do Igor? O Igor é um baterista que nunca foi um primor técnico, mas ele possuía um estilo e sempre buscava elementos para agregar a sonoridade do seu instrumento (é só observar a variedade de tambores do set dele). Tanto que isso se tornou uma marca registrada dele, um estilo, digamos, até "tribal". Você percebe que tanto ele, quanto o Max, atingiram o limite de excelência no que tange ao tal do "feeling" e secaram ou, tornaram-se limitados, por não conseguirem ultrapassar alguns obstáculo quando estão pensando na música, devido à falta de técnica e habilidade de usar essa técnica, junto com a percepção musical que é inata neles. Para mim é muito perceptível nos trabalhos seguintes do Max no SoulFly (pela limitação técnica, ele vive perseguido pelo fantasma do disco "Roots", porque ele não consegue traspassar esse nível de composição).
O problema do "feeling" - que vem muito da percepção musical - é que isso vicia. Você acaba refém, porque, até você não atingir o limite de reproduções possíveis permissível dentro da música, você acabará contando sempre com ele. Porque ele é muito usado como encurtador de caminhos.
Note os bateristas que o Sepultura teve posteriormente. Meu Deus, aquele Jean Dollabella toca MUITO. O atual, nem se fala, é um monstrinho. Aliás, o Sepultura, como um todo, evoluiu muito. O último disco deles, na minha opinião, é o melhor que fizeram em termos de técnica, composição. PORÉM, falta ainda um "feeling", acho que o Derick deixa a desejar nesse sentido. Ele tem as manhas de gritar, tem tentado variar na maneira de cantar, mas talvez, pelo estilo, ele fiquei limitado. Mas de restante, a banda como um todo é melhor.
Você pode fazer esse exercício de análise evolutiva de bandas/artistas com virtuoses e reparar quando eles chegaram no auge, por apenas contarem com o "feeling" e não ter buscado na técnica, a solução e caminhos para tirar mais da sua arte.
Eu digo isso até por experiência própria. Porque fui estudar teoria tardiamente na minha vida. Boa parte da minha jornada musical eu toquei guitarra/violão e quando comecei a compôr nas bandas que tocava, eu comecei a compôr outros instrumentos, como piano, baixo, bateria, variados instrumentos de sopros e até arranjo de cordas. Eu sabia como tocar essa caralhada de instrumento? Não. Mas eu possuía uma excelente percepção musical e capacidade de improvisação. Eu conseguia perceber onde cada peça se encaixava na construção das músicas.
Porém, chegou um momento em que eu percebi que empacava. Não consegui transpôr àquelas mesmas fórmulas fáceis e repetitivas, de sonoridade e estrutura musical. Eu até consegui dar mais alguns passos adiantes na percepção, mas absorvendo parte da teoria, emulando bandas as quais eu buscava uma solução semelhante para resolver aquele problema que eu tinha em determinada composição que empacava e não terminava.
Isso aí foi um atraso imenso na minha vida. Tanto que, quando eu parei para aprender teoria (e desenvolver mais técnicas), eu tive que seguir em outra direção com a minha vida, devido as circunstâncias que se apresentaram. A música ficou apenas para ser apreciada, ouvida e estudada, através de livros.
Aqui eu cheguei no ponto onde queria. Para você atingir esse nível de compreensão, de conseguir compreender o que estou falando, você, necessariamente, precisaria ter o mínimo de noção sobre a anatomia da criação musical; como o ritmo, a melodia, estrutura harmônica. É algo que parece o bicho de sete cabeças, mas não é tão complicado para usarmos no dia a dia, com as músicas que estamos normalmente acostumados a ouvir.
Garanto a você, que o seu conceito sobre boa música mudará em menos de três meses exercitando na análise das músicas que ouve nas rádios, por exemplo![]()
É um padrão tão repetitivo e assassínio, que isso é comprovadamente influenciador na diminuição das nossas capacidades cognitivas.
Os Beatles, que não lembro quem citou aí, não eram nem de longe um primor técnico. Na verdade, eles eram músicos medianos. E diferente do Paulo ali, credito o sucesso deles mais a inventividade dos garotos na época. E bons produtores, que sempre estiveram às voltas de boas bandas dos anos 60. Foram a primeira boy band da geração, eles vieram com muitos ELEMENTOS na música que fisgaram uma geração.
Só para eu não parecer prepotente, vou pegar alguém caralhudo da área, que mandou a letra sobre os Beatles![]()
Quincy Jones: “Os Beatles eram os piores músicos do mundo”Quando ao Dimash em algumas interpretações postadas aqui mostrou incontestavelmente ser um virtuose (na verdade, gênio); ele conseguiu pulverizar várias canções que estavam em abandonadas e conformadas em sua forma final. Ele usou a TÉCNICA e a PERCEPÇÃO MUSICAL monstra que ele possui e deu um novo "feeling" - por assim dizer - às composições. Na verdade, usando um termo literal, ele as desenvolveu, preencheu e lapidou, como se estivesse transformando carvão, em diamante. É mais ou menos esse o analogismo possível, para explicar a genialidade desse jovem rapaz.Spoiler:
Ele tem esse "feeling" e esse "feeling" dele, é exponencialmente potencializado pelo talento natural e características singulares que ele possui, e ao ter desenvolvido as habilidades dele estudando e treinando como um psicopata.
Bom, espero que tenha ficado claro o ponto que quis bater. Se precisar de dicas de leitura sobre o assunto, é só avisar. Não é nada de outro mundo.







O tal feeling não prescinde a técnica, foi exatamente o que eu disse anteriormente e você colocou em palavras melhores do que as minhas.
Uma banda que une bem as duas coisas de forma ímpar é o Polyphia, que é uma banda apenas instrumental. Eu desafio qualquer um que diz que o virtuosismo e o feeling não andam juntos, a escutar e me dizer se falta feeling.
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Assisti um vídeo deles, é bem fusion, progressivo; gostei do som deles, muito bom!FernandoFS escreveu: ↑25 Ago 2019 15:40![]()
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O tal feeling não prescinde a técnica, foi exatamente o que eu disse anteriormente e você colocou em palavras melhores do que as minhas.
Uma banda que une bem as duas coisas de forma ímpar é o Polyphia, que é uma banda apenas instrumental. Eu desafio qualquer um que diz que o virtuosismo e o feeling não andam juntos, a escutar e me dizer se falta feeling.
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Minha música favorita na versão do Mestrão Dimash, até decorei e consigo cantar ela no meu tom, de tanto ouvi-la
Ele cantou hoje em Sochi na Rússia
E filho de Tony ainda

Ele cantou hoje em Sochi na Rússia
E filho de Tony ainda



Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Acho que o Quincy relatou a impressão que teve no seu primeiro encontro com a banda, ainda em sua fase inicial. De qualquer forma ele sempre foi chegado em declarações polêmicas e exageradas, especialmente depois de véio, nos últimos tempos parece que está até caducando rs. O Paul contou que recebeu uma ligação dele após essa declaração, pedindo desculpas, dizendo que não queria ter dito aquilo e declarando seu amor.Modern Samurai escreveu: ↑24 Ago 2019 22:07Os Beatles, que não lembro quem citou aí, não eram nem de longe um primor técnico. Na verdade, eles eram músicos medianos. E diferente do Paulo ali, credito o sucesso deles mais a inventividade dos garotos na época. E bons produtores, que sempre estiveram às voltas de boas bandas dos anos 60. Foram a primeira boy band da geração, eles vieram com muitos ELEMENTOS na música que fisgaram uma geração.
Só para eu não parecer prepotente, vou pegar alguém caralhudo da área, que mandou a letra sobre os Beatles![]()
Quincy Jones: “Os Beatles eram os piores músicos do mundo”Spoiler:

Penso que há muitos fatores que explicam o sucesso estrondoso dos Beatles. Concordo com você sobre a inventividade e os bons produtores. Não é à toa que o George Martin é tido como o quinto beatle, pois trabalhando juntos ele transformou muitas das ideias dos caras em realidade musical. Mas acho que o principal fator foi a capacidade que eles tiveram em unir apelo comercial com qualidade musical e artística. Além da discrepância entre as duas fases da careira, mesmo alguns de seus maiores "hits" também agradam gente que entende mais de música do que a média.
Enfim, não eram grandes instrumentistas, nem vocalistas, mas eram tecnicamente competentes dentro do que se propunham e tinham sensibilidade, criatividade, eram letristas fodas etc.
Penso, logo bustamanteio.
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
É que não foi apenas declaração do Quincy, como produtorUrubu Rei escreveu: ↑25 Ago 2019 23:07Acho que o Quincy relatou a impressão que teve no seu primeiro encontro com a banda, ainda em sua fase inicial. De qualquer forma ele sempre foi chegado em declarações polêmicas e exageradas, especialmente depois de véio, nos últimos tempos parece que está até caducando rs. O Paul contou que recebeu uma ligação dele após essa declaração, pedindo desculpas, dizendo que não queria ter dito aquilo e declarando seu amor.![]()
Penso que há muitos fatores que explicam o sucesso estrondoso dos Beatles. Concordo com você sobre a inventividade e os bons produtores. Não é à toa que o George Martin é tido como o quinto beatle, pois trabalhando juntos ele transformou muitas das ideias dos caras em realidade musical. Mas acho que o principal fator foi a capacidade que eles tiveram em unir apelo comercial com qualidade musical e artística. Além da discrepância entre as duas fases da careira, mesmo alguns de seus maiores "hits" também agradam gente que entende mais de música do que a média.
Enfim, não eram grandes instrumentistas, nem vocalistas, mas eram tecnicamente competentes dentro do que se propunham e tinham sensibilidade, criatividade, eram letristas fodas etc.

Aliás, de louco ele não tem nada. Andou galando a filha do Trump durante um bom tempo

No restante, não tenho nada a discordar.
- kyo_spirit
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Peguei um puta ar qd outro usuário postou a palavra hater e vc falou sobre "tentarem diminuir o cara"....mas esse post gigante seu foi muito interessante, especialmente a explicação sobre a relação feeling/técnica.
PS: os Beatles foram citados como alguém q alcançou o máximo de sucesso sem serem músicos excepcionais (nem instrumento nem voz). Por exemplo, como explicar q os Beatles foram e são o q são....e alguma outra banda da época como The Hollies fica esquecida no tempo? Produção, criatividade, feeling....tanta coisa envolvida.
PS 2: com toda essa técnica.....continua sendo chato ouvir o rapaz prodígio aí

Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).
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Re: Melhor Cantor da Atualidade, quiçá, do mundo!
Mas não foi eu, seu doido, eu até falei que respeito o gosto de cada um. E o Kratos ali, claramente falou zoando, usando o termo "halteres". Eu fiz uma análise geral dos comentários que eu li aqui, não NECESSARIAMENTE foquei no seu comentário, se ler a minha crítica, perceberá que não direcionei especificamente para (ou apenas) vocêkyo_spirit escreveu: ↑26 Ago 2019 10:12Peguei um puta ar qd outro usuário postou a palavra hater e vc falou sobre "tentarem diminuir o cara"....mas esse post gigante seu foi muito interessante, especialmente a explicação sobre a relação feeling/técnica.
PS: os Beatles foram citados como alguém q alcançou o máximo de sucesso sem serem músicos excepcionais (nem instrumento nem voz). Por exemplo, como explicar q os Beatles foram e são o q são....e alguma outra banda da época como The Hollies fica esquecida no tempo? Produção, criatividade, feeling....tanta coisa envolvida.
PS 2: com toda essa técnica.....continua sendo chato ouvir o rapaz prodígio aí![]()

Em relação aos Beatles, o Urubu Rei condensou muito bem o trunfo dos rapazes. Eles foram muito inventivos, tiveram apoio de grandes produtores por trás deles, foram agregando elementos novos ao som deles e por ser algo inédito, eles conseguiram sim, ser precursores em vários sentidos.
Tanto é que, depois deles, várias bandas partiram de onde eles pararam, de onde ele conseguiram chegar com a músicas deles e não conseguiram traspassar, devido barreiras tecnológicas e técnicas.
E isso está dentro da explicação que dei ali. Os Beatles não se separaram por causa da puta feia da Yoko Onno

Mas aí existiu um cansaço mental e por tudo que envolvia a vida louca deles. Eles se drogavam pra caralho, isso atrapalha muito, no foco para evolução técnica na música.
Os Beatles são um caso raro de estarem no lugar certo, na década certa, com os profissionais do ramo musical certo e absorverem cultura e elementos que agregaram criatividade (eles eram invetivos) dentro do cenário musical como um todo. Eles foram precursores de um movimento. Que se seguiu depois, evoluindo por outros personagens da música. Se eles fossem gênios em termos técnicos, isso seria muito dificil.
Porque eles teriam esgotados todas as formas possíveis de expressão dentro da música deles. Ou, ao menos, reduzido isso infimamente.
Mas tudo bem você achar chato o Dimash e som dele; tem algumas músicas que ele canta que são uma merda, bem comerciais, mesmo, até eu acho isso. Ele tem que aproveitar e se envolver com músicos e projetos que desafiem ele.
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