As palavras são tão traumatizantes quanto surras, e podem te colocar crenças limitantes, que vc nunca se sentirá merecedor das suas conquistas entre outros traumas.Tuf escreveu: ↑03 Jan 2023 13:58Já levei muita chinelada, sim. Não guardo mágoa ou rancor do meu pai ou da minha mãe. Tampouco acho que as surras tenham me ensinado alguma coisa. Éramos 3 filhos de idade parecida e isso contribui para um pouco de caos embora não fôssemos tão encapetados. De surra nunca é tirada uma lição ou ensinamento de real valor pra vida. Eu era brigão quando mais novo e pode ser que apanhar quando fazia algo de errado, tenha me ensinado que porrada resolve problemas ou desavenças. Bater ou apanhar só te deixa pior em saber expressar com palavras aquilo que você está sentindo.
É claro que meus pais me ensinaram respeito ao próximo, valor dos estudos e muitas outras coisas boas que me fizeram quem sou hoje. Não sou pai, mas se eu fosse tentaria criar sem bater. Pode ser que ao longo da vida, se em uma situação estressante em que a criança está fazendo uma molecagem ou algo que coloca a própria vida dela em risco e você dá um tapa na bunda seja compreensível. Ainda assim, não traria nenhum benefício a longo prazo para a criança.
Já recomendei esse livro aqui para adultos mas volto a recomendá-lo porque acredito que ajuda na educação dos filhos também: Comunicação não-violenta do Marshall Rosenberg. Ele não foca na violência tipo surra apesar de servir para evitar essa também. Comunicação violenta são também os julgamentos e palavras que ferem por não sabermos expressar nossos sentimentos e necessidades no momento ou ouvir os sentimentos e necessidades do outro.
Claro que é impossível eu não repassar parte dos meus traumas para minha filha, mas considero obrigação dos pais procurarem identificar seus traumas e ressignifica Los, para não repassar para próxima geração, aí vamos evoluindo aos poucos de geração em geração honrando nossos ancestrais.