Todas são medievais na medida em que surgiram há muitos séculos ou milênios, mas não dá pra dizer que o cristianismo de hoje é o cristianismo de ontem, porque não é. O Vaticano, como autoridade máxima da igreja no mundo tem feito um bom trabalho na atualização, mesmo que comedida, dos dogmas católicos ao longo dos últimos séculos, o que mesmo que relutantemente é absorvido em diferentes medidas por outras vertentes do cristianismo.Derfel escreveu:
Esse não é meu caso. Concordo em quase tudo que você disse.
Aliás, eu provavelmente seria o último a dizer que alguém precisa de alguma religião pra alguma coisa na vida. E todas elas, ou pelo menos a maioria, é medieval. Algumas pessoas conseguem relativizar seus dogmas e dizer "ah, isso eu concordo, vou seguir", " ah, isso é uma metáfora, não é pra ser visto ao pé da letra", mas outras são completamente alienadas pelos dogmas, e outras ainda, usam os dogmas pra impor suas vontades a sociedade ou comunidade local. O que diferecia um tipo de pessoa do outro? O fanatismo. E o fanatismo aparece em DIVERSAS ideologias. De políticas, esportivas, raciais até as religiosas.
Então não dá pra culpar somente as ideologias (claro que algumas são incompatíveis, como você mesmo citou como o nazismo), muito porque por trás das ideias vem o real motivo delas próprias existirem. E na maioria das vezes é a busca pelo poder.
Então o que deve ser combatido é o fanatismo. Esse sim, muitas vezes deve ser combatido na base da porrada.
O islamismo, ao contrário, não evoluiu. Quando eu falo que é medieval quero dizer que permaneceu medieval, que não acompanhou o desenvolvimento exponencial da cultura ocidental, por exemplo. O catolicismo já foi muito mais parecido com o islamismo, com uma mistura intrínseca entre religião e ideologia, mas evoluiu e perdeu influência para ser apenas religião, o que obrigou a intolerância se mitigar; o islamismo, ao contrário, se mantém intacto no aspecto ideológico e forma fanáticos religiosos com uma capacidade impressionante.
O que eu quero dizer é que embora eu concorde que fanatismo existe em qualquer lugar, o islamismo, me parece, tem uma propensão infinitamente maior para gerar fanáticos pela própria mistura entre ideologia e religião que o compõe. O Islã é mais que simples crença; é todo um modelo de cultura, estado e sociedade que não aceita contraponto, que se baseia unicamente nos supostos ensinamentos de Allah, que por essa mesma natureza não podem ser jamais contestados ou atualizados.
Não dá pra dizer que um credo que prega assassinato, apedrejamento e amputações como penalidades comuns, inclusive para crimes de cunho comportamental - o que por si só já é absurdo -, além de imprimir uma clara necessidade de dominância mundial e de desrespeito às crenças alheias, tudo isso talhado intimamente dentro da estrutura da religião, possa ser considerada uma crença livre, que tenha que ser respeitada na sua integralidade.
A verdade é que o Islã precisa mudar ou jamais vai se adaptar ao mundo ocidental e crises como essas existirão enquanto isso não acontecer.