Mensagem
por Baden » 11 Mai 2015 00:47
Realmente.
Dá pra perceber que muita gente que defende o amor e precisa dele pra viver só faz isso por uma certa dependência em relação a outra pessoa. Por uma incapacidade de autonomia, por carência, falta de auto-estima, pela necessidade de se sentir amado etc.
Mas há também o outro lado da moeda.
Muita gente que critica o amor pode fazer isso devido a uma covardia similar. Por medo da decepção, pelo terror de ter o seu mundo invadido e mudado pra sempre, pela sensação de impotência e falta de controle ao perceber que já não é a pessoa mais importante pra si mesmo.
Num caso, o amor traz uma sensação de paz, segurança e conforto para quem não está feliz consigo mesmo e busca desesperadamente um ninho pra se acomodar na vida.
No outro, o amor provoca um imenso desconforto, porque faz o sujeito notar que a sua cultuada auto-suficiência está definitivamente ameaçada e prestes a desabar. É o desgosto e o pavor de se sentir vulnerável, arrancado dos próprios pés.
Resta então saber se:
1- alguém, com o amor, está só procurando uma pessoa pra se agarrar e se sentir um pouco melhor, por descontentamento consigo mesmo e por fraqueza diante da vida;
2- alguém, sem amor, está desperdiçando uma das experiências insubstituíveis, mais plenas e incríveis que a vida tem a oferecer, por egoísmo ou por covardia.
De qualquer modo, a vida pode ficar um pouco triste.
Um homem é rico na proporção do número de coisas de que ele é capaz de abrir mão - Henry David Thoreau
Rust never sleeps (Neil Young)
Dar golpe em democracia pra atingir um suposto inimigo é o mesmo que chutar com toda força a própria bunda - Baden