Já passei meses no Xingu e conheço bem arqueologia local que ainda está ganhando corpo. Já dormi em comunidade quilombola, ribeirinha e indígena por lá. Experiência sensacional.
A pesquisa na reserva do alto xingu já tem décadas, com ajuda sobretudo dos índios kuikuru, onde foi possível descobrir um urbanismo que recentemente vem sendo encontrado em certo padrão em outras partes da Amazônia, sobretudo no curso alto do tapajos também.
Só um detalhe pra quem curte relatos de viajantes como eu, o príncipe da prussia, Adalberto, narra uma viagem que fez de Belém subindo o xingu, é bem interessante, sobretudo o modo como eles passavam pelas cachoeiras nas canoas, tendo que descer e passar as embarcações no braço. Pena que ele não chegou no alto xingu, o que hoje é a reserva.
Outro ponto interessante é que a reserva do xingu é multiétnica e multilinguistica, uma vez que os maiores troncos linguísticos estão lá, jê, aruak, tupi e karib. Lá rola uma troca entre as etnias, cada etnia é especializada em um artigo específico e apenas um grupo ainda faz cerâmica ainda que todos tenham tudo, ou seja, se esse povo não existisse mais, os arqueólogos ao escavarem o sítio iriam achar que se tratava de um grupo coeso, uma vez que só um faz cerâmica mas todo mundo a tem.