Jiu-Jitsu contra Sucuri- 40 minutos entre a vida é a morte.
Enviado: 01 Dez 2021 08:36
Na velha disputa entre o homem e a natureza, também já sobrou para o Jiu-Jitsu. É conhecida no Rio a história de Paulão Filho, por exemplo, que na iminência de ver dois cachorros se matando na casa de um desconhecido em Niteroi, pulou o muro e apagou o pitbull invasor num mata-leão, carregando-o nas costas são e salvo pra casa
Outra aventura viveu o professor carioca Fabiano "Babu" de Freitas, de 34 anos, o Indiana Jones da Nova União. Enquanto liderava um grupo de 10 escoteiros por um desfiladeiro, em janeiro de 2006, a pedra que agarrava soltou-se. Respirações suspensas, a mulecada já procurava o chefe do grupo lá embaixo no meio das rochas e do mar, quando ("tan tan ran tan ")... Babu deu um impulso automático , nem lembra como é foi parar cinturado num galho a metros de distância - sem nem perder o chapéu.
O prêmio de melhor saga porém, vai para o faixa preta Ataide Junior, de 37 anos, Professor de feras como Rani Yahya e aluno de outra fera, mestre Armando Wridt. Mas deixemos que ele, atual chefe do departamento de répteis do zoológico de Brasília, nos conte:
"Eu acabara de pegar a faixa-preta e estava num trabalho de campo no Pantanal, onde soube que havia uma sucuri comendo todo o gado da região. Me ofereci para capturar a bicha, e os caras não acreditaram, riram. Lá fomos nós - um fazendeiro, eu e o capataz. De longe vi a cabeça da sucuri, enorme, e me joguei na lagoa atrás do rabo dela, que entreguei para o capataz, para que ele não soltasse que eu ia lá aprisiona-la pela cabeça. Quando mergulhei e segurei a boca dela, o cara se assustou e soltou o rabo. E aí o caldo engrossou, ela tentava enrolar nas minhas pernas , e eu só fazendo postura de Jiu-Jitsu, no jogo de corpo e desvencilhando dela com a outra perna, enquanto prendia a boca com tudo para não ser abocanhado.
"Se eu soltasse a cabeça ou deixasse ela me envolver virava comida - afinal um homem de 90kg para uma cobra dessas é moleza. Fiquei brigando com ela por 40 minutos, eu sumindo na água e voltando, e ainda puxando gás para pedir calma ao fazendeiro, que se desesperou e queria atirar com sua espingarda calibre 12 na gente. Totalmente arrependido, minha única dúvida era se eu ia morrer de tiro ou de cobra.
"Quando enfim outro capataz segurou o rabo, eu a dominei e sai da água, vomitando horrores. Foi a luta mais dura da minha vida - eu cai estirado de um lado, a cobra deitada do outro."
Não descansamos enquanto não enquanto não chegamos a 50 entrevistados, Ataide foi o que mostrou melhor reflexo, soltando a história na hora. Quem então precisou escapar de morrer - de rir - foi o repórter.
Fonte : revista Gracie Magazine edição 134 de 2008.
Outra aventura viveu o professor carioca Fabiano "Babu" de Freitas, de 34 anos, o Indiana Jones da Nova União. Enquanto liderava um grupo de 10 escoteiros por um desfiladeiro, em janeiro de 2006, a pedra que agarrava soltou-se. Respirações suspensas, a mulecada já procurava o chefe do grupo lá embaixo no meio das rochas e do mar, quando ("tan tan ran tan ")... Babu deu um impulso automático , nem lembra como é foi parar cinturado num galho a metros de distância - sem nem perder o chapéu.
O prêmio de melhor saga porém, vai para o faixa preta Ataide Junior, de 37 anos, Professor de feras como Rani Yahya e aluno de outra fera, mestre Armando Wridt. Mas deixemos que ele, atual chefe do departamento de répteis do zoológico de Brasília, nos conte:
"Eu acabara de pegar a faixa-preta e estava num trabalho de campo no Pantanal, onde soube que havia uma sucuri comendo todo o gado da região. Me ofereci para capturar a bicha, e os caras não acreditaram, riram. Lá fomos nós - um fazendeiro, eu e o capataz. De longe vi a cabeça da sucuri, enorme, e me joguei na lagoa atrás do rabo dela, que entreguei para o capataz, para que ele não soltasse que eu ia lá aprisiona-la pela cabeça. Quando mergulhei e segurei a boca dela, o cara se assustou e soltou o rabo. E aí o caldo engrossou, ela tentava enrolar nas minhas pernas , e eu só fazendo postura de Jiu-Jitsu, no jogo de corpo e desvencilhando dela com a outra perna, enquanto prendia a boca com tudo para não ser abocanhado.
"Se eu soltasse a cabeça ou deixasse ela me envolver virava comida - afinal um homem de 90kg para uma cobra dessas é moleza. Fiquei brigando com ela por 40 minutos, eu sumindo na água e voltando, e ainda puxando gás para pedir calma ao fazendeiro, que se desesperou e queria atirar com sua espingarda calibre 12 na gente. Totalmente arrependido, minha única dúvida era se eu ia morrer de tiro ou de cobra.
"Quando enfim outro capataz segurou o rabo, eu a dominei e sai da água, vomitando horrores. Foi a luta mais dura da minha vida - eu cai estirado de um lado, a cobra deitada do outro."
Não descansamos enquanto não enquanto não chegamos a 50 entrevistados, Ataide foi o que mostrou melhor reflexo, soltando a história na hora. Quem então precisou escapar de morrer - de rir - foi o repórter.
Fonte : revista Gracie Magazine edição 134 de 2008.