E se os Dinossauros eram totalmente diferentes?
Enviado: 04 Jan 2015 20:51
Nunca um ser humano viu (ou verá) um dinossauro vivo. É um facto. Há cerca de 65 milhões de anos, naquela que é a mais popular das extinções, a extinção dos dinossauros, estes animais que fascinam o nosso imaginário foram dizimados do nosso planeta e não mais voltariam.
Tudo o que conhecemos dos dinossauros, bem como de diversos outros animais pré-históricos, chegou até nós na forma de fóssil, que nos mostra como era o esqueleto dos animais. E é a partir do esqueleto que podemos imaginar a aparência e especular sobre os hábitos e comportamentos desses animais com vida.
Evidentemente, os estudos são o mais rigorosos possíveis, um paleontólogo não se limita a “achar” coisas sobre um dinossauro: ele estuda todos os pormenores, compara com outros animais atualmente existentes e fundamenta as suas conclusões. Por vezes existem falhas, mas a ciência é assim mesmo, não dar nada como certo e garantido, não criar dogmas. Novas descobertas podem mudar radicalmente conceitos anteriores (como a descoberta de que vários dinossauros tinham penas, algo que não era espectável), mas tendo em conta os “restos” incompletos e fragmentados que chegaram até nós ao longo de milhões de anos, podemos considerar que sabemos bastante sobre os primeiros animais do nosso mundo.
Porém, no que toca à aparência dos dinossauros, apenas podemos contar com a observação dos seus esqueletos e imaginar como seria aquele animal, com órgãos, músculos, sangue e pele por cima dos ossos. Parece simples? Não o é propriamente. Se mostrar ao leitor os esqueletos de uma dúzia de animais bem conhecidos do nosso mundo atual, talvez não reconheça a que animais pertencem alguns deles. Mais à frente terá a prova disso.
Foi esse o motivo que levou dois paleoartistas(1), C.M. Kosemen e John Conway, a desafiar a ideia que todos temos dos dinossauros, representados por exemplo nos filmes «Jurassic Park» e em diversos documentários, explorando possibilidades radicalmente diferentes. Esse trabalho deu origem ao livro «All Yesterdays: Unique and Speculative Views of Dinosaurs and Other Prehistoric Animals», que se pode traduzir como «Todos os Passados: Perspetivas Únicas e Especulativas dos Dinossauros e Outros Animais Pré-Históricos». Estamos sempre a pensar nos dinossauros como animais elegantes e ferozes, mas, e se por acaso até eram gordos e fofinhos?

Na imagem em cima temos um “temível” Tyrannosaurus rex a tirar uma sesta, descansando numa posição “amigável”, parecida com a posição de dormir dos nossos adoráveis gatos domésticos. Esta interpretação, bem diferente das habituais ilustrações deste dinossauro onde é quase sempre colocado em cenários sangrentos a despedaçar presas, tem por base os predadores modernos: passam a maioria do seu tempo a dormir e fazer a digestão, não propriamente a aterrorizar os outros animais.

Aqui temos um Stegosaurus a acasalar com outro dinossauro, uma imagem também nunca explorada nas habituais ilustrações de dinossauros. Uma coisa que os fósseis nunca nos vão mostrar, é como seria o aspeto ou o tamanho dos órgãos genitais dos dinossauros. Seriam enormes, como sugerido na imagem? O cruzamento entre espécies diferentes também é sugerido. Hoje esse comportamento é amplamente conhecido e até chegam a gerar descendência, os animais híbridos. Terão havido dinossauros híbridos?

A imagem à esquerda mostra um Majungasaurus crenatissimus observado de frente, em oposição ás ilustrações habituais deste dinossauro onde é sempre representado de perfil. Na direita, o pequeno dinossauro Leaellynasaura amicagraphica, imaginado como se fosse gordinho e peludo, com caudas longas e tufadas, em contraposição à estrutura elegante e esguia com que é habitualmente representado.

Esta imagem é particularmente interessante. Porque motivo os artistas colocaram três Proceratops – uma espécie parente do conhecido Triceratops – em cima de uma árvore, se nada nos seus esqueletos sugere que seriam capazes de as subir? A resposta está nas “nossas” cabras. Também conseguem escalar árvores e no entanto, nada no esqueleto de uma cabra sugere essa habilidade…

Que dinossauro feroz é este? Nenhum. A imagem em cima mostra o esqueleto de um babuíno atual, gordo e felpudo. Mas se não os conhecêssemos, um paleoartista iria muito provavelmente representá-lo da forma como está na ilustração abaixo. Esta é uma evidência de que se imaginarmos os animais exclusivamente através dos seus ossos, podemos chegar a figuras muito diferentes do que na realidade são.

Mais um exemplo: o esqueleto de uma vaca e a possível interpretação do mesmo por um paleoartista. Parece uma vaca, um boi ou um touro? Nem por isso…

Para o fim deixamos aquele que é, possivelmente, o exemplo mais representativo em como o esqueleto nos pode “enganar”. Nesta imagem temos o esqueleto de um gato doméstico e podemos ver logo, em particular pelo crânio, que não sugere em nada a linda face dos nossos gatos.
A possível representação de um paleoartista a partir do esqueleto do gato é assustadora: não é minimamente parecido com um gato. Mas a verdade é que está fiel ao seu esqueleto, tão fiel como qualquer ilustração de dinossauros aos respetivos fósseis que deles conhecemos.
Obviamente todas estas ilustrações são especulativas. Tal como escrevemos logo de início, nunca nenhum ser humano viu um dinossauro vivo. Não existem fotografias ou gravuras, não existe qualquer registo além dos fósseis que resistiram no tempo. Por outras palavras, nunca saberemos com exatidão qual era a aparência de um dinossauro ou qualquer outro animal da pré-história. E como demonstram os autores deste livro, nem sempre o esqueleto do animal é semelhante ao animal em vida.
Esbeltos e ferozes? Gordos e pachorrentos? Fica para a imaginação de cada um.
http://www.mundodosanimais.pt/animais-p ... iferentes/" onclick="window.open(this.href);return false;
Achei muito interessante esse artigo. Realmente eu nunca tinha pensado nisso...
Tudo o que conhecemos dos dinossauros, bem como de diversos outros animais pré-históricos, chegou até nós na forma de fóssil, que nos mostra como era o esqueleto dos animais. E é a partir do esqueleto que podemos imaginar a aparência e especular sobre os hábitos e comportamentos desses animais com vida.
Evidentemente, os estudos são o mais rigorosos possíveis, um paleontólogo não se limita a “achar” coisas sobre um dinossauro: ele estuda todos os pormenores, compara com outros animais atualmente existentes e fundamenta as suas conclusões. Por vezes existem falhas, mas a ciência é assim mesmo, não dar nada como certo e garantido, não criar dogmas. Novas descobertas podem mudar radicalmente conceitos anteriores (como a descoberta de que vários dinossauros tinham penas, algo que não era espectável), mas tendo em conta os “restos” incompletos e fragmentados que chegaram até nós ao longo de milhões de anos, podemos considerar que sabemos bastante sobre os primeiros animais do nosso mundo.
Porém, no que toca à aparência dos dinossauros, apenas podemos contar com a observação dos seus esqueletos e imaginar como seria aquele animal, com órgãos, músculos, sangue e pele por cima dos ossos. Parece simples? Não o é propriamente. Se mostrar ao leitor os esqueletos de uma dúzia de animais bem conhecidos do nosso mundo atual, talvez não reconheça a que animais pertencem alguns deles. Mais à frente terá a prova disso.
Foi esse o motivo que levou dois paleoartistas(1), C.M. Kosemen e John Conway, a desafiar a ideia que todos temos dos dinossauros, representados por exemplo nos filmes «Jurassic Park» e em diversos documentários, explorando possibilidades radicalmente diferentes. Esse trabalho deu origem ao livro «All Yesterdays: Unique and Speculative Views of Dinosaurs and Other Prehistoric Animals», que se pode traduzir como «Todos os Passados: Perspetivas Únicas e Especulativas dos Dinossauros e Outros Animais Pré-Históricos». Estamos sempre a pensar nos dinossauros como animais elegantes e ferozes, mas, e se por acaso até eram gordos e fofinhos?

Na imagem em cima temos um “temível” Tyrannosaurus rex a tirar uma sesta, descansando numa posição “amigável”, parecida com a posição de dormir dos nossos adoráveis gatos domésticos. Esta interpretação, bem diferente das habituais ilustrações deste dinossauro onde é quase sempre colocado em cenários sangrentos a despedaçar presas, tem por base os predadores modernos: passam a maioria do seu tempo a dormir e fazer a digestão, não propriamente a aterrorizar os outros animais.

Aqui temos um Stegosaurus a acasalar com outro dinossauro, uma imagem também nunca explorada nas habituais ilustrações de dinossauros. Uma coisa que os fósseis nunca nos vão mostrar, é como seria o aspeto ou o tamanho dos órgãos genitais dos dinossauros. Seriam enormes, como sugerido na imagem? O cruzamento entre espécies diferentes também é sugerido. Hoje esse comportamento é amplamente conhecido e até chegam a gerar descendência, os animais híbridos. Terão havido dinossauros híbridos?

A imagem à esquerda mostra um Majungasaurus crenatissimus observado de frente, em oposição ás ilustrações habituais deste dinossauro onde é sempre representado de perfil. Na direita, o pequeno dinossauro Leaellynasaura amicagraphica, imaginado como se fosse gordinho e peludo, com caudas longas e tufadas, em contraposição à estrutura elegante e esguia com que é habitualmente representado.

Esta imagem é particularmente interessante. Porque motivo os artistas colocaram três Proceratops – uma espécie parente do conhecido Triceratops – em cima de uma árvore, se nada nos seus esqueletos sugere que seriam capazes de as subir? A resposta está nas “nossas” cabras. Também conseguem escalar árvores e no entanto, nada no esqueleto de uma cabra sugere essa habilidade…

Que dinossauro feroz é este? Nenhum. A imagem em cima mostra o esqueleto de um babuíno atual, gordo e felpudo. Mas se não os conhecêssemos, um paleoartista iria muito provavelmente representá-lo da forma como está na ilustração abaixo. Esta é uma evidência de que se imaginarmos os animais exclusivamente através dos seus ossos, podemos chegar a figuras muito diferentes do que na realidade são.

Mais um exemplo: o esqueleto de uma vaca e a possível interpretação do mesmo por um paleoartista. Parece uma vaca, um boi ou um touro? Nem por isso…

Para o fim deixamos aquele que é, possivelmente, o exemplo mais representativo em como o esqueleto nos pode “enganar”. Nesta imagem temos o esqueleto de um gato doméstico e podemos ver logo, em particular pelo crânio, que não sugere em nada a linda face dos nossos gatos.
A possível representação de um paleoartista a partir do esqueleto do gato é assustadora: não é minimamente parecido com um gato. Mas a verdade é que está fiel ao seu esqueleto, tão fiel como qualquer ilustração de dinossauros aos respetivos fósseis que deles conhecemos.
Obviamente todas estas ilustrações são especulativas. Tal como escrevemos logo de início, nunca nenhum ser humano viu um dinossauro vivo. Não existem fotografias ou gravuras, não existe qualquer registo além dos fósseis que resistiram no tempo. Por outras palavras, nunca saberemos com exatidão qual era a aparência de um dinossauro ou qualquer outro animal da pré-história. E como demonstram os autores deste livro, nem sempre o esqueleto do animal é semelhante ao animal em vida.
Esbeltos e ferozes? Gordos e pachorrentos? Fica para a imaginação de cada um.
http://www.mundodosanimais.pt/animais-p ... iferentes/" onclick="window.open(this.href);return false;
Achei muito interessante esse artigo. Realmente eu nunca tinha pensado nisso...