Reforma Política vai ser votada esse mês na Câmara
Enviado: 14 Mai 2015 15:27
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou que vai pôr em votação ainda neste mês a Reforma Política, que é há muito tempo considerada a mãe das reformas, e que pela primeira vez desde a promulgação da Constituição de 88 tem alguma chance real de sair do papel.
Estão em discussão o sistema de eleição parlamentar, o fim da reeleição, a limitação à atuação de partidos menores, o financiamento de campanhas, a coincidência de eleições, a limitação de mandatos e etc. Vou tentar fazer um resumo simples dos principais pontos que estão em debate pra quem ainda não está familiarizado com o assunto.
SISTEMA ELEITORAL
Existem hoje basicamente quatro sistemas propostos:
VOTO PROPORCIONAL EM LISTA ABERTA
É o sistema atual, em que o eleitor vota primeiro no partido e depois no candidato e são eleitos os mais bem colocados dentro dos partidos de acordo com a quantidade de lugares no parlamento que cada partido consegue.
PONTOS POSITIVOS: Permite a eleição de candidatos com poucos votos que representam minorias e dá importância aos partidos.
PONTOS NEGATIVOS: Possibilita a eleição de candidatos com poucos votos ao passo que deixa de fora muitos candidatos com mais votos mas cujos partidos não conquistaram cadeiras para elegê-los. Também cria o chamado 'efeito Tiririca', em que um candidato com muitos votos 'arrasta' outros candidatos do mesmo partido que jamais teriam chances de ser eleitos não fosse por ele, como no caso do extinto Prona, que por conta da expressiva votação do Eneas, conseguiu eleger deputados federais com menos de 300 votos cada um. Outro ponto negativo é a realidade atual, em que, segundo uma pesquisa, mais de 70% dos eleitores não lembra em quem votou por conta desse sistema. Alega-se que é esse sistema a principal causa da crise de representatividade que vivemos hoje.
VOTO PROPORCIONAL EM LISTA FECHADA
Defendido pelo PT, esse sistema é uma variante do sistema atual. A lista do partido, no lugar de ser aberta como hoje, em que se posicionam os candidatos mais bem votados dentro de cada partido, seria fechada e pré-definida pelo partido, que elegeria os candidatos na ordem em lista definida pelo partido de acordo com o número de vagas que o partido conquistar. Nesse sistema o eleitor deixaria de votar no candidato e votaria apenas no partido para eleger vereadores, deputados estaduais/distritais e deputados federais.
PONTOS POSITIVOS: Alega-se que esse sistema fortaleceria os partidos políticos em detrimento dos candidatos e tornaria os votos mais ideológicos.
PONTOS NEGATIVOS: Diz-se que seria o pior modelo possível, o agravamento de todos os problemas que existem hoje, que dificultaria a renovação dos quadros políticos e a eleição de novos candidatos e que afastaria ainda mais o eleitor do seu representante.
VOTO DISTRITAL PURO (DISTRITÃO)
É defendido pelo PMDB. É o modelo de mais fácil entendimento pelo eleitor: cada estado/cidade seria um distrito, o chamado distritão, e seriam eleitos os candidatos com mais votos em cada um. Acabaria com o voto proporcional.
PONTOS POSITIVOS: Segundo seus proponentes, o maior problema de representatividade do Brasil é o fato de o povo brasileiro não entender como seus parlamentares seriam eleitos. Esse sistema facilitaria o entendimento e aproximaria mais o eleitor do parlamentar.
PONTOS NEGATIVOS: As críticas principais são as que dizem que esse sistema enfraqueceria os partidos e daria mais personalismo à política; que as campanhas continuariam sendo tão caras quanto hoje e que favoreceria o clientelismo e os chamados feudos.
VOTO DISTRITAL SIMPLES
Defendido por um conjunto de lideranças no Congresso, esse sistema dividiria os estados e municípios em distritos e cada parlamentar eleito seria o mais votado de cada um destes distritos. Também acaba com o voto proporcional. É o sistema eleitoral adotado em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Suiça e etc.
PONTOS POSITIVOS: Baratearia em muito as campanhas, já que estas deixariam de ser realizadas em estados/cidades inteiros e cada candidato faria campanha apenas no seu distrito; aproximaria os parlamentares dos seus eleitores, facilitando a identificação de cada representante por seus distritos, o chamado accountability; diz-se também que com a menor área de abrangência das campanhas e o menor custo, facilitaria a renovação das composições das casas legislativas porque lideranças comunitárias passariam a ter chances de se elegerem.
PONTOS NEGATIVOS: Reduziria a representatividade das minorias com o fim do voto proporcional.
VOTO DISTRITAL MISTO
A proposta do PSDB prevê que metade da Câmara Federal, das Assembléias e das Câmaras de Vereadores serão compostas por parlamentares eleitos por cada distrito e a outra metade pelo voto proporcional. Nesse sistema o eleitor teria que votar duas vezes para cada cargo legislativo: um voto distrital e outro proporcional. É o modelo alemão.
PONTOS POSITIVOS: Diz-se que mitiga os problemas do voto proporcional sem dificultar a representatividade de minorias.
PONTOS NEGATIVOS: Dificultaria a eleição vez que dobraria o número de votos que cada eleitor teria que dar e alega-se que não resolveria nem o problema de representatividade, já que o eleitor continuaria não entendendo como elege seus representantes, e encareceria ainda mais as campanhas em função de incentivar os candidatos a 'atirarem para os dois lados', fazendo campanha tanto nas cidade/estados inteiras quanto em distritos delas/es.
FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS
Estão sendo debatidas diversas propostas para a forma como as campanhas políticas devem ser financiadas daqui pra frente:
FINANCIAMENTO MISTO
É o modelo vigente, em que os partidos e candidatos têm acesso ao fundo partidário bancado com dinheiro público e também são autorizados a receber doações de pessoas físicas e empresas.
FINANCIAMENTO EXCLUSIVAMENTE PÚBLICO
Proposto pelo PT, esse modelo prevê a pribição de doações em dinheiro de pessoas físicas e jurídicas a partidos e candidatos e todas as campanhas do país teriam que ser pagas com dinheiro público, de presidente a vereadores.
FINANCIAMENTO MISTO SEM DOAÇÕES EMPRESARIAIS
Nesse modelo os partidos continuariam com acesso ao fundo partidário e poderiam continuar recebendo doações de pessoas físicas mas as doações de empresas ficariam proibidas.
FINANCIAMENTO MISTO COM RESTRIÇÕES
Seria a manutenção do modelo atual com limitações às doações de empresas a um único partido/candidato por eleição.
OUTROS PONTOS
Além dos principais pontos listados acima, outros também muito importantes estão entre as discussões que acontecem na comissão especial para a Reforma Política na Câmara dos Deputados:
VOTO FACULTATIVO
Propõe-se acabar com a obrigatoriedade do voto. Votaria quem quer. Alega-se que o voto obrigatório é incompatível com o regime democrático e que o fim da obrigatoriedade qualificaria o debate político, vez que o voto de cabresto seria reduzido e os candidatos teriam que lutar mais ideologicamente por votos, tornando as campanhas mais programáticas e os mandatos mais participativos.
FIM DA REELEIÇÃO
Aprovada em 97, durante o primeiro governo FHC, hoje até o PSDB, partido do ex-presidente, defende o fim da reeleição com mandato único de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos.
LIMITE DE MANDATOS PARLAMENTARES
Discute-se limitar a quantidade de mandatos para vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Justifica-se a limitação para acabar com a atual 'profissionalização' da política, em que hoje políticos passam a décadas na vida pública, a exemplo do Sarney, que se aposentou da política depois de quase 60 anos de mandatos consecutivos. Propõe-se limitar a dois ou três mandatos para vereadores, deputados estaduais e federais e senadores e um mandato para presidente, governadores e prefeitos por cidadão.
CLÁUSULA DE BARREIRA OU DE DESEMPENHO
É uma regra adotada em diversos países no mundo que impõe um número mínimo de votos dentro de cada território para que os partidos tenham direito a funcionar. Foi aprovada em 2006 pelo Congresso, mas como não o foi por meio de emenda à constituição, foi declarada inconstitucional pelo Supremo. Desta vez seria aprovada por meio de PEC e não seria mais inconstitucional. A principal justificativa para a adoção da cláusula de desempenho é a quantidade exagerada de partidos no Congresso e nas casas legislativas estaduais e municipais: enquanto nas democracias mais consolidadas do mundo existem entre dois e oito partidos nos parlamentos, no Brasil nós temos atualmente 28 partidos diferentes em pleno funcionamento no Congresso Nacional, o que dificulta a governabilidade e aumenta o fisiologismo.
LIMITAÇÕES AO TEMPO DE PROPAGANDA DE RÁDIO E TV
Diferentemente de hoje, em que os candidatos a cargos majoritários, como Presidente, Governadores, Prefeitos e Senadores têm a quantidade de tempo de propaganda equivalente aos de todos os partidos que compõem a sua coligação, com a aprovação dessa medida, só passariam a ter os tempos de televisão do seu candidato principal e do vice. A justificativa é acabar com o fisiologismo causado pela "venda" do tempo dos partidos menores para os maiores e reduzir drasticamente as diferenças de tempo de propaganda entre os candidatos. Usa-se como justificativa o exemplo negativo da campanha passada, em que a presidente Dilma, então candidata à reeleição, tinha o dobro do tempo de todos os seus concorrentes somados.
FIM DAS COLIGAÇÕES PROPORCIONAIS
Acabaria com a possibilidade de partidos se coligarem em eleições proporcionais (considerando que o sistema vigente seja mantido) para diminuir em alguma medida o efeito dos puxadores de votos.
FIM DO MARKETING POLÍTICO E IMPOSIÇÃO DE DEBATES.
Propõe-se o fim das peças publicitárias e das estratégias de marketing nas campanhas. Também se discute aumentar o número de debates, torná-los obrigatórios a todos os candidatos e obrigar que sejam todos transmitidos em cadeia de rádio e tv por todas as emissoras nacionais, estaduais e municipais. Diz-se que desta forma as campanhas seriam mais programáticas e seria mais difícil para o candidato se eleger com base em propostas mentirosas.
Segundo o princípio da anterioridade da lei eleitoral, para valer já nas eleições do ano que vem a reforma política tem que ser aprovada até os primeiros dias de outubro deste ano.
Bom, esses foram os pontos que eu lembrei agora. Me abstive de dar qualquer opinião pra dar mais liberdade às discussões. Os prós e contras listados em cada um dos itens não são meus.
O que vocês acham?
Estão em discussão o sistema de eleição parlamentar, o fim da reeleição, a limitação à atuação de partidos menores, o financiamento de campanhas, a coincidência de eleições, a limitação de mandatos e etc. Vou tentar fazer um resumo simples dos principais pontos que estão em debate pra quem ainda não está familiarizado com o assunto.
SISTEMA ELEITORAL
Existem hoje basicamente quatro sistemas propostos:
VOTO PROPORCIONAL EM LISTA ABERTA
É o sistema atual, em que o eleitor vota primeiro no partido e depois no candidato e são eleitos os mais bem colocados dentro dos partidos de acordo com a quantidade de lugares no parlamento que cada partido consegue.
PONTOS POSITIVOS: Permite a eleição de candidatos com poucos votos que representam minorias e dá importância aos partidos.
PONTOS NEGATIVOS: Possibilita a eleição de candidatos com poucos votos ao passo que deixa de fora muitos candidatos com mais votos mas cujos partidos não conquistaram cadeiras para elegê-los. Também cria o chamado 'efeito Tiririca', em que um candidato com muitos votos 'arrasta' outros candidatos do mesmo partido que jamais teriam chances de ser eleitos não fosse por ele, como no caso do extinto Prona, que por conta da expressiva votação do Eneas, conseguiu eleger deputados federais com menos de 300 votos cada um. Outro ponto negativo é a realidade atual, em que, segundo uma pesquisa, mais de 70% dos eleitores não lembra em quem votou por conta desse sistema. Alega-se que é esse sistema a principal causa da crise de representatividade que vivemos hoje.
VOTO PROPORCIONAL EM LISTA FECHADA
Defendido pelo PT, esse sistema é uma variante do sistema atual. A lista do partido, no lugar de ser aberta como hoje, em que se posicionam os candidatos mais bem votados dentro de cada partido, seria fechada e pré-definida pelo partido, que elegeria os candidatos na ordem em lista definida pelo partido de acordo com o número de vagas que o partido conquistar. Nesse sistema o eleitor deixaria de votar no candidato e votaria apenas no partido para eleger vereadores, deputados estaduais/distritais e deputados federais.
PONTOS POSITIVOS: Alega-se que esse sistema fortaleceria os partidos políticos em detrimento dos candidatos e tornaria os votos mais ideológicos.
PONTOS NEGATIVOS: Diz-se que seria o pior modelo possível, o agravamento de todos os problemas que existem hoje, que dificultaria a renovação dos quadros políticos e a eleição de novos candidatos e que afastaria ainda mais o eleitor do seu representante.
VOTO DISTRITAL PURO (DISTRITÃO)
É defendido pelo PMDB. É o modelo de mais fácil entendimento pelo eleitor: cada estado/cidade seria um distrito, o chamado distritão, e seriam eleitos os candidatos com mais votos em cada um. Acabaria com o voto proporcional.
PONTOS POSITIVOS: Segundo seus proponentes, o maior problema de representatividade do Brasil é o fato de o povo brasileiro não entender como seus parlamentares seriam eleitos. Esse sistema facilitaria o entendimento e aproximaria mais o eleitor do parlamentar.
PONTOS NEGATIVOS: As críticas principais são as que dizem que esse sistema enfraqueceria os partidos e daria mais personalismo à política; que as campanhas continuariam sendo tão caras quanto hoje e que favoreceria o clientelismo e os chamados feudos.
VOTO DISTRITAL SIMPLES
Defendido por um conjunto de lideranças no Congresso, esse sistema dividiria os estados e municípios em distritos e cada parlamentar eleito seria o mais votado de cada um destes distritos. Também acaba com o voto proporcional. É o sistema eleitoral adotado em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Dinamarca, Suécia, Suiça e etc.
PONTOS POSITIVOS: Baratearia em muito as campanhas, já que estas deixariam de ser realizadas em estados/cidades inteiros e cada candidato faria campanha apenas no seu distrito; aproximaria os parlamentares dos seus eleitores, facilitando a identificação de cada representante por seus distritos, o chamado accountability; diz-se também que com a menor área de abrangência das campanhas e o menor custo, facilitaria a renovação das composições das casas legislativas porque lideranças comunitárias passariam a ter chances de se elegerem.
PONTOS NEGATIVOS: Reduziria a representatividade das minorias com o fim do voto proporcional.
VOTO DISTRITAL MISTO
A proposta do PSDB prevê que metade da Câmara Federal, das Assembléias e das Câmaras de Vereadores serão compostas por parlamentares eleitos por cada distrito e a outra metade pelo voto proporcional. Nesse sistema o eleitor teria que votar duas vezes para cada cargo legislativo: um voto distrital e outro proporcional. É o modelo alemão.
PONTOS POSITIVOS: Diz-se que mitiga os problemas do voto proporcional sem dificultar a representatividade de minorias.
PONTOS NEGATIVOS: Dificultaria a eleição vez que dobraria o número de votos que cada eleitor teria que dar e alega-se que não resolveria nem o problema de representatividade, já que o eleitor continuaria não entendendo como elege seus representantes, e encareceria ainda mais as campanhas em função de incentivar os candidatos a 'atirarem para os dois lados', fazendo campanha tanto nas cidade/estados inteiras quanto em distritos delas/es.
FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS
Estão sendo debatidas diversas propostas para a forma como as campanhas políticas devem ser financiadas daqui pra frente:
FINANCIAMENTO MISTO
É o modelo vigente, em que os partidos e candidatos têm acesso ao fundo partidário bancado com dinheiro público e também são autorizados a receber doações de pessoas físicas e empresas.
FINANCIAMENTO EXCLUSIVAMENTE PÚBLICO
Proposto pelo PT, esse modelo prevê a pribição de doações em dinheiro de pessoas físicas e jurídicas a partidos e candidatos e todas as campanhas do país teriam que ser pagas com dinheiro público, de presidente a vereadores.
FINANCIAMENTO MISTO SEM DOAÇÕES EMPRESARIAIS
Nesse modelo os partidos continuariam com acesso ao fundo partidário e poderiam continuar recebendo doações de pessoas físicas mas as doações de empresas ficariam proibidas.
FINANCIAMENTO MISTO COM RESTRIÇÕES
Seria a manutenção do modelo atual com limitações às doações de empresas a um único partido/candidato por eleição.
OUTROS PONTOS
Além dos principais pontos listados acima, outros também muito importantes estão entre as discussões que acontecem na comissão especial para a Reforma Política na Câmara dos Deputados:
VOTO FACULTATIVO
Propõe-se acabar com a obrigatoriedade do voto. Votaria quem quer. Alega-se que o voto obrigatório é incompatível com o regime democrático e que o fim da obrigatoriedade qualificaria o debate político, vez que o voto de cabresto seria reduzido e os candidatos teriam que lutar mais ideologicamente por votos, tornando as campanhas mais programáticas e os mandatos mais participativos.
FIM DA REELEIÇÃO
Aprovada em 97, durante o primeiro governo FHC, hoje até o PSDB, partido do ex-presidente, defende o fim da reeleição com mandato único de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos.
LIMITE DE MANDATOS PARLAMENTARES
Discute-se limitar a quantidade de mandatos para vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Justifica-se a limitação para acabar com a atual 'profissionalização' da política, em que hoje políticos passam a décadas na vida pública, a exemplo do Sarney, que se aposentou da política depois de quase 60 anos de mandatos consecutivos. Propõe-se limitar a dois ou três mandatos para vereadores, deputados estaduais e federais e senadores e um mandato para presidente, governadores e prefeitos por cidadão.
CLÁUSULA DE BARREIRA OU DE DESEMPENHO
É uma regra adotada em diversos países no mundo que impõe um número mínimo de votos dentro de cada território para que os partidos tenham direito a funcionar. Foi aprovada em 2006 pelo Congresso, mas como não o foi por meio de emenda à constituição, foi declarada inconstitucional pelo Supremo. Desta vez seria aprovada por meio de PEC e não seria mais inconstitucional. A principal justificativa para a adoção da cláusula de desempenho é a quantidade exagerada de partidos no Congresso e nas casas legislativas estaduais e municipais: enquanto nas democracias mais consolidadas do mundo existem entre dois e oito partidos nos parlamentos, no Brasil nós temos atualmente 28 partidos diferentes em pleno funcionamento no Congresso Nacional, o que dificulta a governabilidade e aumenta o fisiologismo.
LIMITAÇÕES AO TEMPO DE PROPAGANDA DE RÁDIO E TV
Diferentemente de hoje, em que os candidatos a cargos majoritários, como Presidente, Governadores, Prefeitos e Senadores têm a quantidade de tempo de propaganda equivalente aos de todos os partidos que compõem a sua coligação, com a aprovação dessa medida, só passariam a ter os tempos de televisão do seu candidato principal e do vice. A justificativa é acabar com o fisiologismo causado pela "venda" do tempo dos partidos menores para os maiores e reduzir drasticamente as diferenças de tempo de propaganda entre os candidatos. Usa-se como justificativa o exemplo negativo da campanha passada, em que a presidente Dilma, então candidata à reeleição, tinha o dobro do tempo de todos os seus concorrentes somados.
FIM DAS COLIGAÇÕES PROPORCIONAIS
Acabaria com a possibilidade de partidos se coligarem em eleições proporcionais (considerando que o sistema vigente seja mantido) para diminuir em alguma medida o efeito dos puxadores de votos.
FIM DO MARKETING POLÍTICO E IMPOSIÇÃO DE DEBATES.
Propõe-se o fim das peças publicitárias e das estratégias de marketing nas campanhas. Também se discute aumentar o número de debates, torná-los obrigatórios a todos os candidatos e obrigar que sejam todos transmitidos em cadeia de rádio e tv por todas as emissoras nacionais, estaduais e municipais. Diz-se que desta forma as campanhas seriam mais programáticas e seria mais difícil para o candidato se eleger com base em propostas mentirosas.
Segundo o princípio da anterioridade da lei eleitoral, para valer já nas eleições do ano que vem a reforma política tem que ser aprovada até os primeiros dias de outubro deste ano.
Bom, esses foram os pontos que eu lembrei agora. Me abstive de dar qualquer opinião pra dar mais liberdade às discussões. Os prós e contras listados em cada um dos itens não são meus.
O que vocês acham?