Economia - Tópico Oficial

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liverblow
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Mensagem por liverblow » 03 Jun 2015 14:45

Tópico dedicado a discussão da economia brasileira e teorias econômicas.

As quatro etapas do populismo econômico

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O populismo econômico — ou a política econômica populista — pode ser caracterizado como sendo um programa de governo que recorre a uma maciça intervenção do estado em vários setores da economia, incentiva o consumismo (ao mesmo tempo em que desestimula os investimentos de longo prazo), e incorre em déficits no orçamento do governo.
Além de se tratar de um modelo insustentável no longo prazo, o populismo econômico possui vários estágios entre sua adoção e seu inevitável fracasso. A última década de extremo populismo na Argentina e na Venezuela [Nota do editor: e, em menor grau, no Brasil, como será demonstrado mais abaixo] pode ser descrita como tendo seguido exatamente este padrão.

Após observarem a experiência populista em vários países da América Latina, os economistas Rudiger Dornbusch e Sebastián Edwards identificaram em seu artigo "Macroeconomic Populism" (1990) quatro estágios universais inerentes ao populismo. Ainda que o populismo possa apresentar uma grande variedade de políticas, certas características parecem estar presentes na maioria dos casos.

O populismo normalmente estimula uma mobilização social em prol do governo, faz uso maciço da propaganda glorificando determinados políticos, utiliza símbolos e práticas de marketing para incitar os sentimentos dos eleitores, e recorre frequentemente a uma retórica que apela à luta de classes. O populismo é especialmente voltado para aqueles que têm uma renda baixa, ao passo que, paradoxalmente, as elites que controlam o partido dominante não explicam a fonte da milionária renda do seu líder. Governantes populistas têm facilidade em utilizar bodes expiatórios e em recorrer a teorias conspiratórias para explicar por que o país está passando por dificuldades, ao mesmo tempo em que se apresentam à população como os salvadores da nação. Para alguns, o populismo está associado à esquerda e a movimentos socialistas; para outros, à direita e a políticas fascistas.

Os quatro estágios do populismo, identificados por Dornbusch e Edwards, são:

Estágio I

O populista é eleito e faz um diagnóstico sobre tudo o que está ruim na economia. Ato contínuo, ele implanta políticas voltadas para atacar os sintomas e não para curar a doença. Há aumento dos gastos, há inchaço da máquina pública e há incentivos ao consumismo (mas não ao investimento de longo prazo). Nos primeiros anos de governo, as políticas aparentemente funcionam. A política macroeconômica mostra bons resultados, como um PIB crescente, uma redução no desemprego, um aumento real nos salários etc.

Como a economia está partindo de uma base baixa, há o chamado "hiato do produto", que é a diferença entre o PIB efetivo e o PIB potencial. Isso permite que estímulos econômicos artificiais gerem um crescimento econômico grande no curto prazo e sem pressões inflacionárias. Adicionalmente, o governo paga pelas importações utilizando as reservas do banco central (artifício esse favorito de Venezuela e Argentina) e impõe regulamentações para controlar alguns preços (uma política de congelamento de preços é aplicada em simultâneo a uma política de subsídios para grandes empresas).

Tudo isso faz com que a inflação de preços fique relativamente sob controle.

Estágio II

Alguns gargalos começam a aparecer, pois as políticas populistas enfatizaram o consumismo e se esqueceram do investimento (mesmo porque os populistas tendem a demonizar empresários capitalistas).

Como consequência, o estoque de capital do país está sendo consumido mas não está sendo reposto. A produtividade cai.

Adicionalmente, as reservas internacionais utilizadas para pagar pela importação de produtos básicos também começam a cair.

Um aumento nos preços de vários bens — até então controlados — se torna imperativo, pois os produtos estavam se tornando escassos. Esse aumento geral de preços, o que equivale a uma redução no poder de compra da moeda e a um aumento do custo de vida, frequentemente leva a uma desvalorização na taxa de câmbio. Os preços dos serviços de utilidades públicas (eletricidade, tarifas de ônibus etc.) e da gasolina, controlados pelo governo, também começam a subir, pois o governo necessita de mais receitas.

Tal cenário leva a uma fuga de capitais, a qual é momentaneamente estancada pela imposição de controle de capitais. Investidores estrangeiros fogem do país, o que reduz ainda mais os investimentos produtivos.

O governo tenta controlar seu orçamento e seus déficits, mas fracassa. Dado que o custo dos prometidos subsídios à eletricidade, à gasolina e a algumas grandes empresas (as favoritas do governo) aumenta continuamente apenas para compensar o aumento do custo de vida, os déficits do governo aumentam. Novos impostos são criados e alíquotas são majoradas. A economia informal começa a crescer.

Nesse ponto, reformas fiscais se tornam necessárias, mas são evitadas pelo governo populista, pois elas vão contra toda a retórica do governo e toda a sua base de apoio.

Estágio III

Desabastecimentos e vários problemas relacionados à escassez se tornam significativos. Dado que a taxa nominal de câmbio não foi desvalorizada no mesmo ritmo da inflação de preços, há uma saída contínua de capitais (as reservas internacionais caem ainda mais). No extremo, a alta inflação de preços empurra a economia para uma desmonetização. A moeda local é utilizada apenas para transações domésticas. Os cidadãos passam a poupar em dólares americanos.

A queda na atividade econômica afeta as receitas tributárias do governo, piorando ainda mais os déficits orçamentários. O governo tem de cortar subsídios.

Para estancar a perda de reservas internacionais, uma nova desvalorização da taxa de câmbio é feita. O custo de vida dispara, a renda real dos cidadãos despenca, e sinais de instabilidade política e social surgem diariamente.

[Nota do editor: neste ponto, saques a comércios e residências se tornam comuns, como na Argentina. Na Venezuela, a distribuição de alimentos foi colocada sob supervisão militar.]

O fracasso do projeto populista se torna evidente.

Estágio IV

Um novo governo é eleito (ou o próprio governo é reeleito) e é obrigado a fazer ajustes "ortodoxos", possivelmente sob a supervisão do FMI ou de organizações internacionais que forneçam os fundos necessários para fazer as reformas econômicas (isso ocorre majoritariamente quando o país precisa de recompor suas reservas internacionais).

Como o estoque de capital do país foi consumido e destruído, sem ser reposto, os salários reais caem para níveis abaixo daqueles que vigoravam antes do início das políticas populistas. O novo governo "ortodoxo" tem então de recolher os farrapos que restaram e tentar cobrir os custos das políticas fracassadas feitas pelo regime anterior. Isso normalmente implica políticas de austeridade, altamente impopulares.

Os populistas se foram, mas os estragos de suas políticas continuam totalmente presentes.

O populismo econômico segue firme e forte

Embora Dornbusch e Edwards tenham escrito seu artigo em 1990, as similaridades com o que ocorre hoje em países como Venezuela, Argentina e Bolívia [Nota do editor: e, em menor escala, no Brasil] são notáveis.

Nos últimos anos, para manter as ideias populistas firmes na mente dos eleitores, a Venezuela criou o Ministério da Suprema Felicidade Social e a Argentina criou uma Secretária do Pensamento Nacional.

Esses quatro estágios são, na realidade, cíclicos. O movimento populista utiliza o quarto estágio para criticar as políticas "ortodoxas" adotadas pelo novo governo (que pode apenas ser o mesmo governo reeleito, mas com novos ministros), e argumenta que, durante o reinado dos populistas, as coisas estavam melhores.

Dado que as políticas ortodoxas quase sempre se baseiam exclusivamente no aumento de impostos, as coisas dificilmente melhoram. A renda real segue em queda e a economia segue em contração. Consequentemente, a opinião pública, descontente com as medidas adotadas no estágio IV, concede ao movimento populista uma vitória nas próximas eleições. Os populistas recebem uma economia em recessão e o ciclo recomeça do estágio I.

Não é de se surpreender que governos populistas normalmente surjam após tempos difíceis causados por crises econômicas. Um governo populista mais ousado pode conseguir evitar o estágio IV descobrindo novas maneiras de permanecer no governo, como, por exemplo, proibindo eleições ou criando resultados eleitorais falsos.

Nesse ponto, o governo populista consegue transformar o país em uma nação totalmente autoritária.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2106" onclick="window.open(this.href);return false;
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Shin
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Shin » 03 Jun 2015 14:54

É muito difícil dissociar economia de política, por isso acho que a discussão que já rola no tópico de política é suficiente.

Mas é a maioria quem decide. Hahahaha

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liverblow
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por liverblow » 03 Jun 2015 14:58

Shin escreveu:É muito difícil dissociar economia de política, por isso acho que a discussão que já rola no tópico de política é suficiente.

Mas é a maioria quem decide. Hahahaha
eu sei disso, mas aquele topico ja era.
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por peudoria » 03 Jun 2015 14:59

Shin escreveu:É muito difícil dissociar economia de política, por isso acho que a discussão que já rola no tópico de política é suficiente.

Mas é a maioria quem decide. Hahahaha
Verdade

Mas acho q esse tópico poderia ser utilizado pra discutir teorias economicas e sanar duvidas do pessoal sobre alguns temas mais teoricos, sem tender pra lado A ou B como acontece no tópico sobre política(nao sei se é possivel kkk)

No mais se vingar, estarei acompanhando

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OCaçadorDeMarias
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por OCaçadorDeMarias » 03 Jun 2015 17:42

Não li o primeiro post, mas um livro muito bom que explica o populismo político e como se livrar dele e ainda cita muitos exemplos que aconteceram no mundo é esse aqui:

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Anônimo
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Anônimo » 03 Jun 2015 18:18

Somos populistas por natureza. Tanto pode ser populismo de direita ou de esquerda. Daqui a 20 anos dirão que o molusco foi o presidente que construiu várias universidades e que com a Dilma os estudantes podiam viajar para "estudar" na Europa.

Guardadas as devidas proporções, é como o futebol. Todos lembram dos títulos que seu time conquistou, mas raramente recordam das cagadas que o presidente do time fez para chegar àquela conquista. André Sanchez será lembrado como o presidente que trouxe o Itaquerão, e não como o cara que endividou o Curica.
Editado pela última vez por Anônimo em 05 Jun 2015 17:15, em um total de 1 vez.

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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por pauloctba » 03 Jun 2015 22:10

Vou continuar as discussões de economia que estavam no tópico de política:
gus77 escreveu:
Paulo, vc entende muito de economia mas de informática nem tanto. Nem tinha citado especificamente a Dell, mas eles tem acordos comerciais com a Microsoft. Um Windons pré instalado de fábrica custa só cinquenta dólares por causa do acordo da licensa de volume. Como o Shin falou a maioria das pessoas não quer se dar ao trabalho.

http://en.m.wikipedia.org/wiki/Bundling ... ft_Windows" onclick="window.open(this.href);return false;
http://community.spiceworks.com/topic/3 ... th-new-pcs" onclick="window.open(this.href);return false;

Não vou mais discutir isto para não poluir o tópico de política. Mas eu não estou inventando isto não, se informa melhor.
Para começar, acordo comercial é diferente de forçar. A MS vende o software barato para a Dell para ganhar no volume, e a Dell compra o Windows porque tá a fim.
Segundo, a Dell também não força ninguém a comprar seus computadores, tampouco o Windows. Se o cara achar vantajoso comprar da Avell (sem Windows), montar no paraguay e instalar ubuntu, usar o velho mesmo ou pegar o da tia emprestado, ele faz o que estiver a fim.

O consumidor consegue o produto que quer (pc+windows), a Dell e a MS vendem o produto e todo mundo sai feliz. Qual o problema disso?
Eu usei fedora um tempo, e sei que é de boas pra boa parte das coisas, mas se o cara ta a fim de comprar Windows, não confia em máquinas de marcas menos conhecidas, ou tem preguiça de montar o próprio PC é problema dele, não cabe ao estado querer se meter e escolher o que ele vai consumir.
Posso dar outro exemplo? Eu não sou da área de informática, mas sou engenheiro mecânico e sei que o Golf é um carro tecnicamente bem melhor que um Focus ou um Cruze de mesmo preço. Também sei que os opcionais do Golf custam um absurdo, e aquele sistema de navegação não vale de maneira alguma os 5 pilas que a montadora pede. O manolo quer comprar um Golf com todos os opcionais, ou um Cruze, é a opção dele!! Ele tem os seus motivos, sei lá quais, e não cabe a ninguém querer escolher o que fulano vai consumir.
Eu por exemplo, acho ridículo pagar 3 pila em um iphone sendo que outros smartphones fazem a mesma merda e custam metade disso, mas fazer o que, quem quiser que compre, é só eu não comprar.
Editado pela última vez por pauloctba em 03 Jun 2015 23:02, em um total de 1 vez.

pauloctba
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por pauloctba » 03 Jun 2015 23:01

Shin escreveu:
O problema é que em muitos casos o tempo que o mercado leva pra reajustar a oferta e a demanda nesses casos que você citou podem ser muito longos, coisa anos ou décadas. E nesse interim o cliente sofre o peso da distorção.

Você pega o UFC por exemplo: É um truste claríssimo. Começou pequeno, cresceu, comprou o Pride quando teve a oportunidade, e depois foi comprando todos os concorrentes quando esses começavam a ameaçá-lo. E hoje continua hegemônico por conta disso, podendo ditar preços, bolsas e regras porque simplesmente não existe concorrência à altura. É verdade que hoje eles têm uma ameaça real no horizonte que é o Bellator, que eles não podem comprar por ser da Viacom, muito mais rica que o UFC, mas quanto tempo levou para o Bellator chegar até aqui? E quanto tempo levará até que ele cresça a ponto de bater de frente com o UFC? Uns dez, quinze, vinte anos. É muito tempo. Se o WEC ou o Strikeforce não tivessem sido adquiridos talvez hoje o mercado contasse com dois grandes eventos concorrendo entre si, o que baratearia os ingressos e o PPV para o fã do esporte ao mesmo tempo em que melhoraria a bolsa do atleta por poder escolher quem paga mais e beneficiaria o esporte com a acirrada concorrência entre ambas pela melhoria constante da qualidade e a seriedade crescente com que as regras são lidadas.

O UFC é um truste que deveria ter sido evitado e não foi. Tudo bem que chegou um momento em que a Viacom, uma gigante da comunicação, resolveu entrar no mercado com o Bellator, mas, como eu disse, o tempo que levou e ainda levará para o mercado se ajustar e acabar com o monopólio do UFC, o que naturalmente ocorrerá, é muito longo e não há porque esperar por ele. Se o estado americano tivesse impedido o truste do UFC todo mundo estaria ganhando hoje, menos o Dana e os Fertitta.
O UFC é um monopólio porque apostou forte em um mercado bem duvidoso e teve os seu méritos ao ampliá-lo.
Você assiste o UFC pelo mesmo motivo que vê NBA e Champions League: São o que tem de melhor. Se o Strikeforce ainda existisse a gente que gosta mais de MMA assistiria, mas o público em geral nem ia saber que existe, nunca soube na verdade.
Outra coisa, o UFC comprou os eventos que acharam a venda vantajosa, nada de errado nisso.
Para o atleta também não tem nada de ruim: Eles já escolheram o evento que paga melhores salários e dá mais visibilidade. Eu não sei se o Pride pagava mais, mas o Pride faliu sozinho, sem culpa do UFC. Se o Bellator quisesse ele oferecia uma bolsa maior a uns 10 atletas e concorria de igual pra igual com o UFC, mas não o faz porque acha que não vale a pena.
E de certa forma o UFC nunca vai se livrar da concorrência, pois ele também concorre com outros esportes. Eu, por exemplo, tô achando cada vez mais um saco, não assino desde 2013, vejo um ou outro evento e tô assistindo mais tênis e NBA.

Então o crescimento do UFC promoveu e aumentou a popularidade de um esporte, aumentou a renda dos atletas, e talvez demore mesmo para alguem concorre a altura, por pura competencia do UFC. Nós que somos mais apegados a esse esporte ficamos decepcionados com a queda de qualidade das lutas e dos eventos, mas o mundo não vive em função da gente, não cabe a gente querer regular uma atividade de maneira que nos agrade, sendo que muita gente tá feliz do jeito que está.

Para fazer uma analogia, vou citar o exemplo do gus: Ele acha o windows a mesma bosta que os linux, então o estado tem que intervir porque o consumidor não sabe o que quer, windows é enganação e não tem que comprar o windows bosta nenhuma. wtf?
Então é foda, a gente pode não concordar com muita coisa, mas não dá pra apelar para a força bruta (ação do estado) para deixar as coisas como a gente quer que sejam.

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Drew
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Drew » 03 Jun 2015 23:35

Muito bom,quero aprender bastante esse tema

rockit
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por rockit » 04 Jun 2015 06:55

bom tópico e tema... tem muitos entendedores de economia
deem dicas de livros bons ai pra galera
abs
aos mestres com carinho: kozak (RIP), molotov (RIP), brunologo (RIP), blake (RIP)

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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Shin » 04 Jun 2015 11:15

pauloctba escreveu:
O UFC é um monopólio porque apostou forte em um mercado bem duvidoso e teve os seu méritos ao ampliá-lo.
Você assiste o UFC pelo mesmo motivo que vê NBA e Champions League: São o que tem de melhor. Se o Strikeforce ainda existisse a gente que gosta mais de MMA assistiria, mas o público em geral nem ia saber que existe, nunca soube na verdade.
Outra coisa, o UFC comprou os eventos que acharam a venda vantajosa, nada de errado nisso.
Para o atleta também não tem nada de ruim: Eles já escolheram o evento que paga melhores salários e dá mais visibilidade. Eu não sei se o Pride pagava mais, mas o Pride faliu sozinho, sem culpa do UFC. Se o Bellator quisesse ele oferecia uma bolsa maior a uns 10 atletas e concorria de igual pra igual com o UFC, mas não o faz porque acha que não vale a pena.
E de certa forma o UFC nunca vai se livrar da concorrência, pois ele também concorre com outros esportes. Eu, por exemplo, tô achando cada vez mais um saco, não assino desde 2013, vejo um ou outro evento e tô assistindo mais tênis e NBA.

Então o crescimento do UFC promoveu e aumentou a popularidade de um esporte, aumentou a renda dos atletas, e talvez demore mesmo para alguem concorre a altura, por pura competencia do UFC. Nós que somos mais apegados a esse esporte ficamos decepcionados com a queda de qualidade das lutas e dos eventos, mas o mundo não vive em função da gente, não cabe a gente querer regular uma atividade de maneira que nos agrade, sendo que muita gente tá feliz do jeito que está.

Para fazer uma analogia, vou citar o exemplo do gus: Ele acha o windows a mesma bosta que os linux, então o estado tem que intervir porque o consumidor não sabe o que quer, windows é enganação e não tem que comprar o windows bosta nenhuma. wtf?
Então é foda, a gente pode não concordar com muita coisa, mas não dá pra apelar para a força bruta (ação do estado) para deixar as coisas como a gente quer que sejam.
Não há dúvida de que o UFC é o melhor produto, Paulo. É mesmo. A questão é que hoje nós não temos como saber se algum dos outros eventos seria tão bom quanto ele porque o UFC, com a vantagem econômica que tem, comprou os demais antes que eles pudessem vir a ser uma ameaça. É isso o que configura um truste.

Para evitar um truste como esse, um monopólio ou oligopólio, o estado não deve intervir na economia dizendo qual é o melhor, escolhendo outro evento para ganhar empréstimos subsidiados e benefícios fiscais só para concorrer com o UFC e etc. Isso jamais. Mas deve sim criar regras claras para evitar práticas antimercado como essas.

Veja que quando se cria esse tipo de regulação se está exatamente promovendo a livre concorrência, não tolhendo-a como acontece no caso do intervencionismo.

Drunksurfer
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Drunksurfer » 05 Jun 2015 17:05

Anônimo escreveu:Somos populistas por natureza. Tanto pode ser populismo de direita ou de esquerda. Daqui há 20 anos dirão que o molusco foi o presidente que construiu várias universidades e que com a Dilma os estudantes podiam viajar para "estudar" na Europa.

Guardadas as devidas proporções, é como o futebol. Todos lembram dos títulos que seu time conquistou, mas raramente recordam das cagadas que o presidente do time fez para chegar àquela conquista. André Sanchez será lembrado como o presidente que trouxe o Itaquerão, e não como o cara que endividou o Curica.
:ymapplause:

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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Drunksurfer » 05 Jun 2015 17:05

Anônimo escreveu:Somos populistas por natureza. Tanto pode ser populismo de direita ou de esquerda. Daqui há 20 anos dirão que o molusco foi o presidente que construiu várias universidades e que com a Dilma os estudantes podiam viajar para "estudar" na Europa.

Guardadas as devidas proporções, é como o futebol. Todos lembram dos títulos que seu time conquistou, mas raramente recordam das cagadas que o presidente do time fez para chegar àquela conquista. André Sanchez será lembrado como o presidente que trouxe o Itaquerão, e não como o cara que endividou o Curica.
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Mago
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por Mago » 05 Jun 2015 22:32

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liverblow
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Re: Economia - Tópico Oficial

Mensagem por liverblow » 09 Jun 2015 12:43

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“Eu e meu público nos entendemos perfeitamente. Eles não ouvem o que digo, e eu não digo o que eles desejam ouvir”. - Karl Kraus

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