Brasileiro diz que, ao contrário do que pensa o público, a categoria era ainda menos competitiva durante o período de domínio da McLaren: "É só assistir e comparar"

Diante de toda a polêmica envolvendo pilotos que querem uma Fórmula 1 mais competitiva e "um pouco mais perigosa", Felipe Massa contestou o argumento de que a categoria está pouco atraente para o público. Nesta sexta-feira, em Spielberg, palco do GP da Áustria, o brasileiro voltou a falar sobre o assunto. Desta vez, o piloto da Williams foi ainda mais categórico e disse que a F-1 era ainda menos competitiva na época de Ayrton Senna e do domínio da McLaren-Honda.
- Quando o acidente de Senna completou 20 anos, eu me lembro que, no Brasil, estavam exibindo diversas corridas dele. E eu assisti à maioria dessas corridas, e era muito pior do que é agora. A diferença do tempo do pole para o terceiro lugar no classificatório era de 1s5, e o terceiro colocado quase sempre levava uma volta a cada corrida. Então, a diferença era muito maior do que é agora. Mas, quando você conversa com as pessoas, todo mundo diz que o passado era incrível - opinou.
Massa já havia defendido que as mudanças pensadas para a F-1 em 2017 precisam deixar a categoria "mais inteligente", e não necessariamente mais perigosa, como sugeriram Kimi Raikkonen, da Ferrari, e o tricampeão mundial Niki Lauda, presidente não-executivo da Mercedes. Mas, para o brasileiro da Williams, as conquistas em termos de segurança e tecnologia precisam ser preservadas para o futuro.
- É só assistir (às corridas antigas) e comparar com agora. Acho que as pessoas precisam fazer isso, em vez de apenas lembrar do passado de forma idealizada e ficar dizendo que antes tudo era incrível. O passado parece mais interessante porque os circuitos eram muito mais precários, então quando você vê os carros antigos correndo tem a sensação de que era mais difícil pilotá-los. Mas agora tudo é mais seguro e os circuitos evoluíram - argumentou Massa.
Além de Massa, o atual campeão da categoria, Lewis Hamilton, da Mercedes, também defendeu publicamente que a comparação com o passado não é totalmente justa. Segundo o britânico, o público tem uma "falsa impressão" de que os carros da categoria são muito fáceis de guiar e que os pilotos da atualidade não enfrentam desafios para correr.
