Segundo a ARD/WDR, nome do ex-lateral da Seleção está em um dossiê sobre o médico Júlio César Alves, acusado de práticas ilegais no esporte
Campeão da Copa do Mundo de 2002 e um dos maiores nomes do Brasil no futebol, o ex-lateral Roberto Carlos teve seu nome envolvido em um caso de investigação antidoping. Segundo um documentário exibido pela TV ARD/WDR, da Alemanha, o ex-jogador era paciente do médico Júlio César Alves, acusado de práticas ilegais para o desenvolvimento de atletas. Uma testemunha teria dito que viu Roberto Carlos na clínica de Júlio César em julho de 2002, um mês após o Mundial daquele ano. A TV ARD é a mesma que denunciou o escândalo de doping do atletismo russo, que baniu diversos atletas do país das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Sem saber que estava sendo gravado, o próprio médico Júlio César Alves afirmou ao documentário da ARD/WDR, que tratou Roberto Carlos desde seus 15 anos e que ajudou no desenvolvimento do jogador, principalmente fazendo com que as coxas dele ficassem como eram conhecidas. O ex-lateral sempre mostrou uma forte musculatura na região e era conhecido pelos fortes chutes de perna esquerda. O médico ainda ensinava como escapar de exames antidoping, orientando seus pacientes a deixarem de tomar os produtos receitados 15 dias antes de uma competição.
O médico ainda afirma que segue ajudando diversos atletas de topo, incluindo futebolistas profissionais, em seus desenvolvimentos físicos. Ele teria vendido preparações hormonais bastante efetivas e que são proibidas pela WADA (Agência Mundial Antidoping).
O GloboEsporte.com procurou Roberto Carlos para comentar as suposições feitas pela TV alemã, mas seu empresário afirmou que o ex-jogador não irá se pronunciar sobre o caso.
Caso é amplo e envolve outros esportes no Brasil
Segundo o jornal Estadão, o documentário mostra a fundista Eliane Pereira, flagrada em exame antidoping em 2011. A atleta era paciente de Júlio César Alves e garantiu aos jornalistas que acreditava estar tomando algo legal, sem saber o que o médico receitava. Ela teria conhecido, na clínica de Alves, uma "grande estrela do futebol do Brasil".
A investigação aponta um grande esquema de importação de produtos, medicamentos e anabolizantes. Os jornalistas chegaram a visitar uma fábrica de anabolizantes no Paraguai e confirmaram que o principal mercado era o futebol brasileiro. Eles ainda afirmam que o controle de doping no Brasil é bastante falho e que a WADA estaria monitorando a situação. Uma das empresas teria dito que o organizador do torneio pode escolher quais jogadores quer testar.
Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/s ... 2002.ghtml