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História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Hoje não é aniversário de um dos fundadores da LL?
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Acho que vou levar uns 2 anos pra ler o tópico todo, mas tá bom esse negócio hem?
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Seria SENSACIONAL retomar esse projeto, muito do que eu aprendi da historia do Jiu-Jitsu teve esse material do Tony como tira dúvidas.Hall escreveu:Retomamos a história do Jiu Jitsu no Brasil q o Tony Ferraz publicou.
http://bjjforum.com.br/historia-do-jiu- ... io-gracie/
Quando acabar o material do Tony eu espero terminar até a era moderna, vamos ver se consigo terminar esse projeto.
Abraços
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Somos privilegiados de termos mestres andando entre nós, não eh?
Bom eu não tenho historia nenhuma para contar mas gosto de garimpar por aí na net, principalmente quando estou sem sono
Segue uma historia detalhando o treinamento do Marco Ruas pelo Mestre Roberto Leitão.
Amigos praticantes: “Hoje é dia de aprender!” - Errado! Todo dia é dia de aprender!
Aproveito a proximidade de alguns grandes eventos de MMA para, embora não seja exatamente a minha praia, falar alguma coisa a respeito.
Quando o grande lutador Marco Ruas iniciou sua carreira internacional, exatamente no UFC , eu estava lá e participei ativamente da sua preparação. É engraçado que uma das coisas que mais marcaram na luta final do Marco com o gigante Paul Valerans não foi a técnica ou sua força, etc, mas uns simples “pisões” (se é que um pé 45 pode dar um “simples” pisão...) que pedi para ele dar no pé do adversário. O “Polar Bear“, como era chamado, com seus 145kg e 2,08m não largava a grade de maneira nenhuma, evitando a luta franca e, naquela época, este expediente de segurar era legal. Marco não parou de pisar, obrigando o adversário a dançar como um “peru numa chapa quente”. O pé do Valerans ficou como uma verdadeira nadadeira vermelha, e os dedos colados uns aos outros. Paul me disse uns anos depois, no Brasil, que ele ficou dois meses andando de sandália... (fraturou quatro dedos) Coitado...
Me lembro bem que para a preparação do Marco para aquele torneio eliminatório de três rodadas no mesmo dia, em que se sagrou campeão, fazíamos para ele uma espécie de “circuito”, onde tentávamos reproduzir intuitivamente as condições que ele iria encontrar lá dentro do Octógono. Indo à final, faria três lutas no mesmo dia, que considero uma crueldade, e, praticamente sem tempo fixo, o desempenho muitas vezes dependia do condicionamento físico do atleta.
Outro fato importante era a preocupação em tentar reduzir ao máximo suas inevitáveis contusões para estar pronto em 30 ou 40 minutos para a próxima “batalha”. Os “entendidos de plantão” daquela época diziam que o tal “circuito” era excelente para o condicionamento físico dele. Eu, que não era um especialista na matéria, procurava me apoiar nos preparadores de nome que estavam ao nosso alcance. Marco, entretanto, que era um grande atleta na acepção da palavra, nunca abriu mão de duas coisas na sua preparação: a corrida de fundo que fazia na areia da praia do Leme ou na até água rasa e a natação sistemática, quase sempre no CR Flamengo. E também fazia musculação, fazia Levantamento Olímpico, e fazia treinos específicos de Boxe Inglês, outros de Muay Thai, onde era muito forte ,ainda também de Luta Olímpica (Wrestling ) nos dois estilos (Livre e Greco romano ) com meu filho Beto, que aprimorou o seu sprawl, e a nossa velha Luta Livre, onde minha ajuda se fazia mais presente. Completando, ainda batia saco e Punching Ball, fazia muitas aulas de alongamento e pulava muita corda. Desculpem os amigos as repetições “muito”, ”e fazia“, “muito“, foi de propósito... Todos se cansavam só de assistir, era impressionante sua disposição. Treinava finalmente o então chamado Ruas Vale-Tudo. Ufa!
Se o sparing queria agarrar, ele chutava e socava, se ele queria “trocar” ele agarrava... atendendo sempre a definição do seu estilo que ficou famoso.
Hoje as coisas são bem diferentes, especialmente na preparação física.
Ouço os especialistas dizerem, por exemplo, que nosso campeoníssimo Cesar Cielo treina menos da metade do tempo que treinava o então campeão Gustavo Borges .
Como podemos ver, as coisas mudam, e cada vez mais as novas teses e orientações são lastreadas em estudos técnicos aprofundados e experiências de alto investimento. Aquela pequena equipe improvisada de 15 anos atrás, que tinha na intuição uma grande inspiração, agora é uma equipe multidisciplinar, com três ou quatro vezes mais especialistas.
Assim, hoje, quem não acompanha, perde o bonde e fica para trás.
No “Bitetti Combat”, por exemplo, não fiquei satisfeito com o preparo físico de alguns lutadores brasileiros, embora cada um tivesse apresentado suas razões.
Tivemos a oportunidade neste ano de contar com a ajuda dos professores cubanos de Luta Olímpica, contratados especialmente pela CBLA para desenvolver a Luta no país. Todos que participaram de suas aulas constataram a profundidade de seus conhecimentos e a eficiência de seus métodos. Os Professores Pedro e Angel Torres conhecem preparação física para a Luta como poucos, e puderam nos mostrar como Cuba está desenvolvida nesta matéria.
Angel, que tem doutorado em preparação física, comentando um treino que era puxado para lutadores de MMA na nossa academia, me disse, espantado :
“Perguntei se aquele treinamento era técnico ou físico e me disseram que era tudo, técnico e físico...”
“Senhor Leitão”, continuou, “Aquilo não era nada. Estavam apenas cansando os participantes, sem ter nenhuma utilidade”.
Não era eu que estava puxando, mas percebi que eu também não sabia o necessário, pois faria algo parecido que também não serviria. A única diferença era que eu não me aventuraria. O meu ofício é mostrar e ensinar, com imenso prazer, a parte técnica da nossa Luta Livre tradicional.
“Cada macaco no seu galho”, pensava eu...
Só que eu não acreditava que fosse assim, a ponto de, alem de não ajudar, ainda poderia de alguma forma comprometer o esquema como um todo.
É incrível, mas nestas montagens de treinamento físico as coisas se parecem muito, mas nas suas eficiências são completamente diferentes.
Só como ilustração, me lembro que há aproximadamente 24 anos resolvi fazer uma pesquisa envolvendo mais de 50 assuntos ligados a Luta com 20 equipes participantes de dois Campeonatos Mundiais de Wrestling realizados em Clermont- Ferrant , na França. Naquela época, Laptop, etc, era novidade e o serviço foi na “munheca”, como se diz...
Hoje, quando releio o trabalho, me admiro, não imaginando como tive coragem de entrar naquela empreitada... (arroubos do restinho de minha juventude)
Um ponto curioso me chamou a atenção no Item referente às práticas usadas na preparação dos lutadores: Só havia duas atividades físicas entre aquelas mais de 25 praticadas e por mim selecionadas que eram utilizadas por todas as equipes, permanentemente:
1 = Trabalho com pesos
2 = Pular corda
O resto, uma equipe usava, a outra não, e assim por diante.
Quem eram então os atletas com melhor condicionamento físico?
Individualmente, alguns atletas americanos se destacavam, cuja regra era “GO,GO ,GO ... and GO!”, lutando num ritmo frenético que se adapta à Luta Olímpica.
Na média das equipes, aparecia a da URSS, embora sem a exuberância física dos americanos, tipo “vaca premiada”. Só que a seleção dos atletas soviéticos era inacreditável . De milhares de praticantes de alto nível eram escolhidos apenas os em melhores condições.
Já naquela época os técnicos e seus preparadores que se reuniam nos congressos técnicos já discutiam métodos e novas teorias de preparação física. O primeiro a ser “fabricado” pelos soviéticos foi o grande lutador super Campeão de luta Greco-romana, Alexander Karelin.
E, parece, deu certo, com tricampeonatos Mundiais e Olímpicos, Europeu, etc, Karelin simplesmente levantava os adversários fazendo uma alavanca invertida, ou seja, fazia força no braço menor! Incrível!
Ah, me esqueci de um detalhe: Sacha (Karelin) nasceu na Sibéria em 1967, pesando mais de 7kg com 69cm!
Sei que não vamos preparar nenhum Karelin, mas pelo menos vamos tentar aprender o máximo e escolher os caminhos mais produtivos para nossos atletas.
Nunca é tarde, RIO 2016 está ai!
Bons Treinos,
Roberto Leitão
Mestre Roberto Leitão | 11/10/2009 - 03:24
Fonte: http://web.archive.org/web/201111250121 ... php?area=6
Bom eu não tenho historia nenhuma para contar mas gosto de garimpar por aí na net, principalmente quando estou sem sono
Segue uma historia detalhando o treinamento do Marco Ruas pelo Mestre Roberto Leitão.
Amigos praticantes: “Hoje é dia de aprender!” - Errado! Todo dia é dia de aprender!
Aproveito a proximidade de alguns grandes eventos de MMA para, embora não seja exatamente a minha praia, falar alguma coisa a respeito.
Quando o grande lutador Marco Ruas iniciou sua carreira internacional, exatamente no UFC , eu estava lá e participei ativamente da sua preparação. É engraçado que uma das coisas que mais marcaram na luta final do Marco com o gigante Paul Valerans não foi a técnica ou sua força, etc, mas uns simples “pisões” (se é que um pé 45 pode dar um “simples” pisão...) que pedi para ele dar no pé do adversário. O “Polar Bear“, como era chamado, com seus 145kg e 2,08m não largava a grade de maneira nenhuma, evitando a luta franca e, naquela época, este expediente de segurar era legal. Marco não parou de pisar, obrigando o adversário a dançar como um “peru numa chapa quente”. O pé do Valerans ficou como uma verdadeira nadadeira vermelha, e os dedos colados uns aos outros. Paul me disse uns anos depois, no Brasil, que ele ficou dois meses andando de sandália... (fraturou quatro dedos) Coitado...
Me lembro bem que para a preparação do Marco para aquele torneio eliminatório de três rodadas no mesmo dia, em que se sagrou campeão, fazíamos para ele uma espécie de “circuito”, onde tentávamos reproduzir intuitivamente as condições que ele iria encontrar lá dentro do Octógono. Indo à final, faria três lutas no mesmo dia, que considero uma crueldade, e, praticamente sem tempo fixo, o desempenho muitas vezes dependia do condicionamento físico do atleta.
Outro fato importante era a preocupação em tentar reduzir ao máximo suas inevitáveis contusões para estar pronto em 30 ou 40 minutos para a próxima “batalha”. Os “entendidos de plantão” daquela época diziam que o tal “circuito” era excelente para o condicionamento físico dele. Eu, que não era um especialista na matéria, procurava me apoiar nos preparadores de nome que estavam ao nosso alcance. Marco, entretanto, que era um grande atleta na acepção da palavra, nunca abriu mão de duas coisas na sua preparação: a corrida de fundo que fazia na areia da praia do Leme ou na até água rasa e a natação sistemática, quase sempre no CR Flamengo. E também fazia musculação, fazia Levantamento Olímpico, e fazia treinos específicos de Boxe Inglês, outros de Muay Thai, onde era muito forte ,ainda também de Luta Olímpica (Wrestling ) nos dois estilos (Livre e Greco romano ) com meu filho Beto, que aprimorou o seu sprawl, e a nossa velha Luta Livre, onde minha ajuda se fazia mais presente. Completando, ainda batia saco e Punching Ball, fazia muitas aulas de alongamento e pulava muita corda. Desculpem os amigos as repetições “muito”, ”e fazia“, “muito“, foi de propósito... Todos se cansavam só de assistir, era impressionante sua disposição. Treinava finalmente o então chamado Ruas Vale-Tudo. Ufa!
Se o sparing queria agarrar, ele chutava e socava, se ele queria “trocar” ele agarrava... atendendo sempre a definição do seu estilo que ficou famoso.
Hoje as coisas são bem diferentes, especialmente na preparação física.
Ouço os especialistas dizerem, por exemplo, que nosso campeoníssimo Cesar Cielo treina menos da metade do tempo que treinava o então campeão Gustavo Borges .
Como podemos ver, as coisas mudam, e cada vez mais as novas teses e orientações são lastreadas em estudos técnicos aprofundados e experiências de alto investimento. Aquela pequena equipe improvisada de 15 anos atrás, que tinha na intuição uma grande inspiração, agora é uma equipe multidisciplinar, com três ou quatro vezes mais especialistas.
Assim, hoje, quem não acompanha, perde o bonde e fica para trás.
No “Bitetti Combat”, por exemplo, não fiquei satisfeito com o preparo físico de alguns lutadores brasileiros, embora cada um tivesse apresentado suas razões.
Tivemos a oportunidade neste ano de contar com a ajuda dos professores cubanos de Luta Olímpica, contratados especialmente pela CBLA para desenvolver a Luta no país. Todos que participaram de suas aulas constataram a profundidade de seus conhecimentos e a eficiência de seus métodos. Os Professores Pedro e Angel Torres conhecem preparação física para a Luta como poucos, e puderam nos mostrar como Cuba está desenvolvida nesta matéria.
Angel, que tem doutorado em preparação física, comentando um treino que era puxado para lutadores de MMA na nossa academia, me disse, espantado :
“Perguntei se aquele treinamento era técnico ou físico e me disseram que era tudo, técnico e físico...”
“Senhor Leitão”, continuou, “Aquilo não era nada. Estavam apenas cansando os participantes, sem ter nenhuma utilidade”.
Não era eu que estava puxando, mas percebi que eu também não sabia o necessário, pois faria algo parecido que também não serviria. A única diferença era que eu não me aventuraria. O meu ofício é mostrar e ensinar, com imenso prazer, a parte técnica da nossa Luta Livre tradicional.
“Cada macaco no seu galho”, pensava eu...
Só que eu não acreditava que fosse assim, a ponto de, alem de não ajudar, ainda poderia de alguma forma comprometer o esquema como um todo.
É incrível, mas nestas montagens de treinamento físico as coisas se parecem muito, mas nas suas eficiências são completamente diferentes.
Só como ilustração, me lembro que há aproximadamente 24 anos resolvi fazer uma pesquisa envolvendo mais de 50 assuntos ligados a Luta com 20 equipes participantes de dois Campeonatos Mundiais de Wrestling realizados em Clermont- Ferrant , na França. Naquela época, Laptop, etc, era novidade e o serviço foi na “munheca”, como se diz...
Hoje, quando releio o trabalho, me admiro, não imaginando como tive coragem de entrar naquela empreitada... (arroubos do restinho de minha juventude)
Um ponto curioso me chamou a atenção no Item referente às práticas usadas na preparação dos lutadores: Só havia duas atividades físicas entre aquelas mais de 25 praticadas e por mim selecionadas que eram utilizadas por todas as equipes, permanentemente:
1 = Trabalho com pesos
2 = Pular corda
O resto, uma equipe usava, a outra não, e assim por diante.
Quem eram então os atletas com melhor condicionamento físico?
Individualmente, alguns atletas americanos se destacavam, cuja regra era “GO,GO ,GO ... and GO!”, lutando num ritmo frenético que se adapta à Luta Olímpica.
Na média das equipes, aparecia a da URSS, embora sem a exuberância física dos americanos, tipo “vaca premiada”. Só que a seleção dos atletas soviéticos era inacreditável . De milhares de praticantes de alto nível eram escolhidos apenas os em melhores condições.
Já naquela época os técnicos e seus preparadores que se reuniam nos congressos técnicos já discutiam métodos e novas teorias de preparação física. O primeiro a ser “fabricado” pelos soviéticos foi o grande lutador super Campeão de luta Greco-romana, Alexander Karelin.
E, parece, deu certo, com tricampeonatos Mundiais e Olímpicos, Europeu, etc, Karelin simplesmente levantava os adversários fazendo uma alavanca invertida, ou seja, fazia força no braço menor! Incrível!
Ah, me esqueci de um detalhe: Sacha (Karelin) nasceu na Sibéria em 1967, pesando mais de 7kg com 69cm!
Sei que não vamos preparar nenhum Karelin, mas pelo menos vamos tentar aprender o máximo e escolher os caminhos mais produtivos para nossos atletas.
Nunca é tarde, RIO 2016 está ai!
Bons Treinos,
Roberto Leitão
Mestre Roberto Leitão | 11/10/2009 - 03:24
Fonte: http://web.archive.org/web/201111250121 ... php?area=6
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Lembro da história que Malibu contou do dia em que Eugênio foi na academia dos gracie pedir uma luta com royce se nao me engano, e o Helio topou na hora rsrs , super educado e solicito arrumando a luta.. Helio era casca grossa mesmo..
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- Usuário Fundador
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Ah, me esqueci de um detalhe: Sacha (Karelin) nasceu na Sibéria em 1967, pesando mais de 7kg com 69cm!
Estuprou a mãe dele .
Estuprou a mãe dele .
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Royler... É da minha idade e até hoje é muito fio desencapado, pqp. E olha que é levinho, um dos poucos que não ganhou peso com a idade. Eugênio também não tomou juizo não. Esses caras foram forjados com outra mentalidade e isso não sai do caboclo ... basta encarar nos olhos, fudeu, chamou pra porrada, o que vai acontecer a gente vê depois da porrada chambrar...
Sejam mais inteligentes e não tentem isso em casa...
"Acorde pela manhã e se olhe no espelho, fale contigo mesmo: "- Sou forte, sou digno, tenho inteligência, tenho equilíbrio, vou ter um excelente dia! Saia de casa para seu trabalho, estudo, seja lá o que for, com estes pensamentos e neste dia e em qualquer dia você será um vencedor!"
Mestre Rickson Gracie
11/10/08, durante seminário ministrado no Rio de Janeiro no ginásio do Flamengo.
“God bless and protect my sons and best friends. I love you guys so fucking deep. All my energy, my waves, my fights, my best feelings and energy, Jesus Christ please take care of them.”
Mestre Marcelo Behring
1994, frase em sua prancha de surf.
Mestre Rickson Gracie
11/10/08, durante seminário ministrado no Rio de Janeiro no ginásio do Flamengo.
“God bless and protect my sons and best friends. I love you guys so fucking deep. All my energy, my waves, my fights, my best feelings and energy, Jesus Christ please take care of them.”
Mestre Marcelo Behring
1994, frase em sua prancha de surf.
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Pelos relatos parece que havia um código de ética e cavalheirismo, mesmo a porrada comendo solta, ninguém de fora intervia e não havia crocodilagem quando o outro perdia tipo de Continuar espancando após o cara desmaiado.LAWYER escreveu: ↑23 Out 2017 13:08Royler... É da minha idade e até hoje é muito fio desencapado, pqp. E olha que é levinho, um dos poucos que não ganhou peso com a idade. Eugênio também não tomou juizo não. Esses caras foram forjados com outra mentalidade e isso não sai do caboclo ... basta encarar nos olhos, fudeu, chamou pra porrada, o que vai acontecer a gente vê depois da porrada chambrar...
Sejam mais inteligentes e não tentem isso em casa...
E parece que ficava tudo dentro daquele round, parece que até com Marco Ruas a galera depois cruzava na rua e comprimentava rsrs.
Outra mentalidade inclusive ruas hoje divide tatame com galera do bjj.
Ainda bem que são novos tempos, cabeça mais aberta. Molecada de hoje mamão com açúcar da conta dessa juventude das antigas não rsrs... era só casca grossa, pelos relatos parecia que estavam preparados pra guerra o tempo todo.
Tempo de ouro.. rsrs.. hoje molecada quer só jiu esportivo e reclama do professor se passar mais de 20 flexão, e puxam ferro de luvinha.
Como dizia wallid era tempo ruim o tempo todo.
Quem me dera se tivesse nascido naquela época e no rio. Foi benção de poucos ter conhecido aquela galera e ter vivido aquilo.
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Irmão, não pense que aquele tempo era melhor que hoje, isso não existe, é conversa de quem tem saudade da juventude, e acaba que todo mundo que envelhece sente saudade e acha que “no seu tempo era melhor”... não é assim não, todo tempo é bom. É você que faz ser bom.
Temos que olhar as coisas em perspectiva. O que o Jiu-Jitsu fez nos anos 80, 90, até explodir, foi adotar uma postura de sobrevivência para não desaparecer... e conseguiu extrapolar as fronteiras do Rio para o mundo. Acho o Jiu-Jitsu de hoje incrível, tanto no arsenal, como no refinamento e preparo dos atletas. Só acho que o caminho até a finalização tem demorado muito e desde novo aprendi que o menor caminho entre dois pontos é uma reta. Também não gosto desse cú-a-cú, quando os dois se jogam com o cú no chão, dão as mãozinhas e parece que vai começar aquela brincadeira de pirulito-que-bate-bate.... mas isso é outro papo.
O caso da marcialidade tem a ver com treinamento, condicionamento e sugestão. O homem reage a estímulos variados e a nossa capacidade de reagir, de se superar, de fazer coisas que não achamos possíveis de serem feitas é subestimada. Aprendi isso no Exército Brasileiro e qualquer experiência de treinamento militar, ou na área de defesa, com boa orientação, te coloca num outro nível de reação, superação e capacitação para realização de objetivos. Esses objetivos podem ser, por exemplo, invadir um território inimigo com um efetivo menor e conquistá-lo, eliminar inimigos, andar em terreno hostil carregado com kilos de equipamento enfrentando sol, chuva, fome, sede..... ou no nosso caso, do combate corpo-a-corpo, partir para uma briga com a certeza absoluta da vitória.
Se você somar a isso um componente denominado HONRA, e era isso que nossos Mestres faziam, você chega a um estado de prontidão mental em que perder uma briga, ou morrer nela, vira um detalhe insignificante...
Mas... tudo tem consequências. Um guerreiro é feito pra matar e morrer em combate. Quem sobrevive tem que lidar com sequelas físicas e mentais que vão comprometer sua qualidade de vida lá na frente... tem que pesar isso, saber se vale à pena pra você, há um preço a pagar. Fiz outra cirurgia grande esse ano. Já é a sexta, sétima da vida, nem sei mais. Tá foda a recuperação, estou andando mal demais, e já faz meses isso... Pergunta se penso em parar? Fico olhando os kimonos, tiro do armário, mando lavar, e a família fica apavorada com a perspectiva de eu voltar e me machucar mais.
Dia desses eu estava num aniversário e conversava num canto com outro orelhudo, tão arrebentado como eu, talvez mais. Todo mundo bebendo demais, comendo demais, falando alto demais, falando mal dos outros demais, contando vantagens demais, reclamando demais, tudo hoje é demais. Eu não bebo, meu amigo também não. Eu tomando um suco de uvas, ele bebendo água. Achei uma cesta de frutas numa mesa e servi o meu prato. O orelhudo comendo frutas comigo. Falávamos de Jiu-Jitsu, nosso tempo (é claro), lesões, fisioterapia, quando voltaremos... Chega a irmã dele, vigésima taça de champagne na mão, sorriso de botox e sucesso profissional e pessoal intergaláctico exibido a cada minuto nas redes sociais:
- Vocês dois são muito chatoooooossssssss!!!!! Por que não fazem outra meeeeeeerrrrrrrda de ixxxxxportii, vivem machucados porrrrraaaaaaaaaa!!!!!
Olhei pra ele, ele pra mim... não respondemos. Ficou aquele silêncio constrangedor que dá pra ouvir até barulho de grilo: cri-cri-cri.... A mulher se virou, puta, e foi embora pro seu mundo deslumbrante. Chamei a esposa pra ir embora, antes que a mundiçaria se estabelecesse por completo. Gosto de acordar cedo, antes do sol nascer, fazer meu café, minhas claras de ovo. Não estou podendo correr, mas posso ver o sol nascer todos os dias, não enjôo disso.
Com toda dificuldade, com a incerteza, com a dor e as lesões... não sei viver de outro jeito. Vale sim, à pena.
Um forte abraço irmãos.
"Acorde pela manhã e se olhe no espelho, fale contigo mesmo: "- Sou forte, sou digno, tenho inteligência, tenho equilíbrio, vou ter um excelente dia! Saia de casa para seu trabalho, estudo, seja lá o que for, com estes pensamentos e neste dia e em qualquer dia você será um vencedor!"
Mestre Rickson Gracie
11/10/08, durante seminário ministrado no Rio de Janeiro no ginásio do Flamengo.
“God bless and protect my sons and best friends. I love you guys so fucking deep. All my energy, my waves, my fights, my best feelings and energy, Jesus Christ please take care of them.”
Mestre Marcelo Behring
1994, frase em sua prancha de surf.
Mestre Rickson Gracie
11/10/08, durante seminário ministrado no Rio de Janeiro no ginásio do Flamengo.
“God bless and protect my sons and best friends. I love you guys so fucking deep. All my energy, my waves, my fights, my best feelings and energy, Jesus Christ please take care of them.”
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1994, frase em sua prancha de surf.
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Que palavras ein!!LAWYER escreveu: ↑25 Out 2017 14:04Irmão, não pense que aquele tempo era melhor que hoje, isso não existe, é conversa de quem tem saudade da juventude, e acaba que todo mundo que envelhece sente saudade e acha que “no seu tempo era melhor”... não é assim não, todo tempo é bom. É você que faz ser bom.
Temos que olhar as coisas em perspectiva. O que o Jiu-Jitsu fez nos anos 80, 90, até explodir, foi adotar uma postura de sobrevivência para não desaparecer... e conseguiu extrapolar as fronteiras do Rio para o mundo. Acho o Jiu-Jitsu de hoje incrível, tanto no arsenal, como no refinamento e preparo dos atletas. Só acho que o caminho até a finalização tem demorado muito e desde novo aprendi que o menor caminho entre dois pontos é uma reta. Também não gosto desse cú-a-cú, quando os dois se jogam com o cú no chão, dão as mãozinhas e parece que vai começar aquela brincadeira de pirulito-que-bate-bate.... mas isso é outro papo.
O caso da marcialidade tem a ver com treinamento, condicionamento e sugestão. O homem reage a estímulos variados e a nossa capacidade de reagir, de se superar, de fazer coisas que não achamos possíveis de serem feitas é subestimada. Aprendi isso no Exército Brasileiro e qualquer experiência de treinamento militar, ou na área de defesa, com boa orientação, te coloca num outro nível de reação, superação e capacitação para realização de objetivos. Esses objetivos podem ser, por exemplo, invadir um território inimigo com um efetivo menor e conquistá-lo, eliminar inimigos, andar em terreno hostil carregado com kilos de equipamento enfrentando sol, chuva, fome, sede..... ou no nosso caso, do combate corpo-a-corpo, partir para uma briga com a certeza absoluta da vitória.
Se você somar a isso um componente denominado HONRA, e era isso que nossos Mestres faziam, você chega a um estado de prontidão mental em que perder uma briga, ou morrer nela, vira um detalhe insignificante...
Mas... tudo tem consequências. Um guerreiro é feito pra matar e morrer em combate. Quem sobrevive tem que lidar com sequelas físicas e mentais que vão comprometer sua qualidade de vida lá na frente... tem que pesar isso, saber se vale à pena pra você, há um preço a pagar. Fiz outra cirurgia grande esse ano. Já é a sexta, sétima da vida, nem sei mais. Tá foda a recuperação, estou andando mal demais, e já faz meses isso... Pergunta se penso em parar? Fico olhando os kimonos, tiro do armário, mando lavar, e a família fica apavorada com a perspectiva de eu voltar e me machucar mais.
Dia desses eu estava num aniversário e conversava num canto com outro orelhudo, tão arrebentado como eu, talvez mais. Todo mundo bebendo demais, comendo demais, falando alto demais, falando mal dos outros demais, contando vantagens demais, reclamando demais, tudo hoje é demais. Eu não bebo, meu amigo também não. Eu tomando um suco de uvas, ele bebendo água. Achei uma cesta de frutas numa mesa e servi o meu prato. O orelhudo comendo frutas comigo. Falávamos de Jiu-Jitsu, nosso tempo (é claro), lesões, fisioterapia, quando voltaremos... Chega a irmã dele, vigésima taça de champagne na mão, sorriso de botox e sucesso profissional e pessoal intergaláctico exibido a cada minuto nas redes sociais:
- Vocês dois são muito chatoooooossssssss!!!!! Por que não fazem outra meeeeeeerrrrrrrda de ixxxxxportii, vivem machucados porrrrraaaaaaaaaa!!!!!
Olhei pra ele, ele pra mim... não respondemos. Ficou aquele silêncio constrangedor que dá pra ouvir até barulho de grilo: cri-cri-cri.... A mulher se virou, puta, e foi embora pro seu mundo deslumbrante. Chamei a esposa pra ir embora, antes que a mundiçaria se estabelecesse por completo. Gosto de acordar cedo, antes do sol nascer, fazer meu café, minhas claras de ovo. Não estou podendo correr, mas posso ver o sol nascer todos os dias, não enjôo disso.
Com toda dificuldade, com a incerteza, com a dor e as lesões... não sei viver de outro jeito. Vale sim, à pena.
Um forte abraço irmãos.
Quase escorreu um suor no meu olho com a intensidade, orgulho e honra que as li, da forma que você transpareceu..
Me espelho demais na honra, honestidade(vinda do meu pai) e caráter que um homem tem. Gosto muito desse estilo bushido de ser.
Estava lendo (novamente) coisas sobre o Rickson, referente a um post que li nesse tópico páginas atrás, queria muito saber mais coisas sobre tudo que envolvia ele nas "portas fechadas".
Oss
"Mar calmo não faz um bom marinheiro"
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Lawyer devia escrever um livro!
Grappling way of life!
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
LAWYER escreveu: ↑25 Out 2017 14:04
não é assim não, todo tempo é bom. É você que faz ser bom.
...
Mas... tudo tem consequências. Um guerreiro é feito pra matar e morrer em combate. Quem sobrevive tem que lidar com sequelas físicas e mentais que vão comprometer sua qualidade de vida lá na frente... tem que pesar isso, saber se vale à pena pra você, há um preço a pagar. Fiz outra cirurgia grande esse ano. Já é a sexta, sétima da vida, nem sei mais. Tá foda a recuperação, estou andando mal demais, e já faz meses isso... Pergunta se penso em parar? Fico olhando os kimonos, tiro do armário, mando lavar, e a família fica apavorada com a perspectiva de eu voltar e me machucar mais.
...
Gosto de acordar cedo, antes do sol nascer, fazer meu café, minhas claras de ovo. Não estou podendo correr, mas posso ver o sol nascer todos os dias, não enjôo disso.
Com toda dificuldade, com a incerteza, com a dor e as lesões... não sei viver de outro jeito. Vale sim, à pena.
Um forte abraço irmãos.
Hehe..
Meu velho, bem vindo ao clube...
Um dos meus pequenos grandes prazeres eh sentar na minha varanda e ver, nao o nascer, mas o por do sol. Nao sei se ha algum simbolismo nisso...
Mas nesses momentos, quando as cores do sol se esvanecem e brincam de arco-iris entre as folhas, e os campos ao meu redor subitamente se tornam completamente silenciosos, quase sempre todas as minha dores e lesoes parecem teimar em dar o ar da graca, para tambem apreciar o espetaculo...
Um dia, frustrado com a intromissao desses inconvenientes "convidados", eu me dei conta que cada uma destas indesejadas dores e lesoes trazia com ela historias e memorias, pelas quais eu tenho imenso apreco. Sao historias e memorias que fizeram de mim quem eu sou hoje. Se a alternativa a nao ter essas dores, cicatrizes e lesoes fosse nao ter passado por todos aqueles inesqueciveis mementos, a minha vida teria sido demasiadamente sem graca e sem sentido. E foi nesse momento que eu passei a abraca-las como velhos amigos, e companheiros de viagem. E hoje, cada vez que elas aparecem e dizem "Hello", eu sorrio e dou-lhes boas vindas. Minha mulher as vezes nao entende porque comeco a sorrir do nada.
Como diz aquela musica do Garth Brooks..
And now, I'm glad I didn't know
The way it all would end,
The way it all would go.
Our lives are better left to chance.
I could have missed the pain,
But I'd have to miss ...the "Dance"...
Forca e Honra... Keep it up and (como diriam Tanaka e Nishiyama) keep moving forward... always forward.
Arm
All it takes for evil to prevail is for good men to do nothing -E.Burke
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