Mensagem
por Dekkers » 05 Dez 2017 16:39
Mancuso, o gringo que não trocava a camisa do Fla: "Qual no Brasil é melhor?"
Hoje empresário, ex-volante de 49 anos crê que experiência fará Flamengo vencer Independiente; sobre o passado, fala de Romário e destaca a presença de Juan, seu ex-companheiro, no atual elenco
O que acha da decisão da Sul-Americana: quem chega mais forte?
Independiente joga um futebol muito bom hoje, com uma garotada muito boa (cita Barco, Bustos e Fernández). Tem três jogadores em alto nível, mas o Flamengo tem mais experiência. Para mim, a experiência vai sobressair.
Você também jogou no Independiente. Vai ficar com o coração dividido?
Vou torcer para o Flamengo. Independiente passou muito rápido, não peguei identificação. Não virei ídolo como virei no Flamengo. Tenho carinho com eles.
Aquela eliminação da Libertadores para o San Lorenzo, em maio, te doeu, não é?
Ninguém imaginava. Um jogo difícil, porque San Lorenzo é de massa, mas tinha tudo para o Flamengo continuar. Agora é uma final muito boa para se jogar.
Por que, após sua saída, nenhum argentino conseguiu virar ídolo da torcida?
Eu acho que não é fácil jogar no Brasil e não é fácil jogar no Flamengo. Quem joga no Flamengo tem que ter muita raça, muita personalidade. porque o Flamengo é muito grande. Tem que ter uma cabeça muito forte. Se você não tem, não vira ídolo. Passa, como passam muitos.
Você tem que contratar jogadores com essas características. Não com outra. Para jogar no Flamengo, tem que ter personalidade. Se você só procura parte técnica e não vê a outra parte de dar um pouquinho a mais, é difícil.
Como mantém o contato com o Flamengo?
Sigo o Flamengo na Copa (Libertadores), sempre assisto aos jogos quando posso. Gosto muito. Amigos me ligam, me mandam mensagem. Para mim, foi maravilhoso jogar no Flamengo. Para eles, também ficou na cabeça.
Uma frase marcou sua passagem: "não troco a camisa do Flamengo". Por que falava isso?
Quando cheguei no Flamengo, virei ídolo da torcida. Me dava muito bem com meus companheiros, mas me dava muito mal com os outros. Brigava com Botafogo, com Vasco. Quando acabava o jogo, vinham pedir camisa. Camisa do Flamengo não troco com ninguém, deixava comigo no vestiário. Eles ficavam mais p... ainda. 'Mas acabou o jogo, acabou o jogo', diziam. F...-se. Tinha um xerife central deles, esqueci o nome.
Gonçalves, Gottardo...?
Gottardo. Wilson Gottardo. Depois virou parceiro meu. Jogou no Sport, e eu, no Santa Cruz. Brigávamos toda hora e depois viramos amigo. Gente boa. Brigava com Vasco quando jogava Edmundo, contra Fluminense, Botafogo, Corinthians... Não troco camisa do Flamengo com ninguém. Qual camisa no Brasil é melhor que a do Flamengo? Eu vou trocar? (risos).
Quando cheguei ao escritório, você se disse surpreso por Juan, que está em alto nível, ainda jogar. Que acha dele?
Juan já jogava quando eu estava lá. Garoto muito bom, é um profissional do c... Muito respeitoso e um grande jogador. Fiquei feliz de vê-lo como capitão e no último jogo fez gol. Está numa fase física boa.
Quem se lembra do Flamengo, tantos dos bons amigos quanto dos melhores jogadores?
Joguei com Maradona, Caniggia, Batistuta, mas eu joguei com Romário. Foi extraordinário. Depois de Maradona, foi o melhor que vi na minha carreira. Era muito rápido, habilidoso, artilheiro... Tinha tudo... Malandro. Romário foi o melhor que eu vi no Brasil.
E como funciona sua atuação agora como empresário?
Além dos eventos, faço assessoria. Muita gente me procura para saber de jogadores para jogar no Brasil. Sei muito bem que tem que ter colhão para jogar no Brasil. Joga bonito... Joga bonito o cacete, para jogar no Brasil tem que ter colhão, caráter forte.
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Dekkers em 05 Dez 2017 16:44, em um total de 1 vez.