História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Sobre essa cisão do Helio com o judo, como que isso aconteceu? dá uma explorada nessa parte ai e se possível cole uns textos embasando a sua linha do tempo que acho q ficaria excelente.
abraço
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- Judo Pitbull
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Como eu sei que a história para ser escrita precisa de um periodo de nojo (de pelo menos 25 anos) e como na maior parte dos casos, é escrita pelos vencedores (casos de guerras e outras situações que encaixam bem neste tema), acredito que a génese do Judo pode não ter sido tão pacifica como já o li nos diversos livros que tenho acerca do mesmo.
Eu sei que eles responderam a diversos desafios quando o dojo era invadido, mas não tenho conhecimento de o Jigoro Kano fazer isso, ou permitir que alguem sobre o seu jugo fizesse tal coisa. Esses actos não enquadram minimamente no perfil dele e no que a história nos mostrou acerca de quem era o homem.
Ska, ou qualquer outro forista, se tiver dados concretos relativamente a possiveis desafios propostos pelo Judo ou invasões, gostaria de os conhecer.
Abraço
Eu sei que eles responderam a diversos desafios quando o dojo era invadido, mas não tenho conhecimento de o Jigoro Kano fazer isso, ou permitir que alguem sobre o seu jugo fizesse tal coisa. Esses actos não enquadram minimamente no perfil dele e no que a história nos mostrou acerca de quem era o homem.
Ska, ou qualquer outro forista, se tiver dados concretos relativamente a possiveis desafios propostos pelo Judo ou invasões, gostaria de os conhecer.
Abraço
"If they could see on my face what I feel in my heart, no one would ever fight me"
Yasushiro Yamashita
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
UE, olha ai a turma do Maeda.Judo Pitbull escreveu:Como eu sei que a história para ser escrita precisa de um periodo de nojo (de pelo menos 25 anos) e como na maior parte dos casos, é escrita pelos vencedores (casos de guerras e outras situações que encaixam bem neste tema), acredito que a génese do Judo pode não ter sido tão pacifica como já o li nos diversos livros que tenho acerca do mesmo.
Eu sei que eles responderam a diversos desafios quando o dojo era invadido, mas não tenho conhecimento de o Jigoro Kano fazer isso, ou permitir que alguem sobre o seu jugo fizesse tal coisa. Esses actos não enquadram minimamente no perfil dele e no que a história nos mostrou acerca de quem era o homem.
Ska, ou qualquer outro forista, se tiver dados concretos relativamente a possiveis desafios propostos pelo Judo ou invasões, gostaria de os conhecer.
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Maeda era da Kodokan e eatava ai a fazer desafios por $$
- Judo Pitbull
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
O Maeda afastou-se do Kodokan (ou foi afastado) por causa disso, isso já eu li em diversos sites...Hall escreveu: UE, olha ai a turma do Maeda.
Maeda era da Kodokan e eatava ai a fazer desafios por $$
O que eu me refiro mais em concreto, é às questões de invasões de dojos no Japão e desafios em solo nipónico.
Abraço
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Yasushiro Yamashita
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Comecei a traduzir.eduardom escreveu:Nao sei se ja foi postado aqui, mas e' uma leitura bem legal sobre o Kimura.
http://www.bjjee.com/articles/my-judo-b ... ds-part-1/" onclick="window.open(this.href);return false;
http://www.bjjee.com/articles/my-judo-b ... ds-part-2/" onclick="window.open(this.href);return false;
Se alguem traduzir e colocar no site e' um material bem interessante.
http://bjjforum.com.br/meu-judo-masahir ... gh-school/" onclick="window.open(this.href);return false;
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Mitsuyo Maeda (Conde Koma) parte 1
Mitsuyo Maeda nasceu em 1878 na província de Aomori (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre, tendo sido um estudante medíocre; ele chegou em Toquio com 18 anos (1897), onde iniciou seus treinos em artes marciais, sendo que o Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1897.
Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional , ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô. Mitsuyo Maeda, foi diretamente treinado no Kodokan, pelo inteligente Tomita, e também pelo fortísimo Yokoyama.
Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que dizem, Maeda não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita).
Os registros da época mencionam apenas que o Consul Uchida, acompanhado de Tomita e Maeda, foram a West-Point para dar uma palestra e fazer uma exibição.
Tomita e Maeda demonstraram os movimentos do Judô, formalmente (wazas, katas), ou seja não fizeram uma luta ou treino livre (randori).
Naturalmente, Tomita sendo menor e mais idoso, foi ele o Tori (quem aplicava os golpes) e Maeda o Uke (quem os recebia). Os militares americanos viam sem entusiasmo e, provavelmente, com desconfiança.
Pediram então que aplicassem aquilo com eles... Maeda derrubou um cadete e o finalizou com facilidade. Mas insistia-se que o maior de todos os cadetes (um campeão de futebol americano), enfrentasse o velho Tomita.
Diziam eles: "Queremos que lute com aquele ali, pois afinal, ele derrubou o outro como peteca!"
Tomita aceitou e parece ter falhado na aplicação do tomoe-nague, quando o gigante musculoso lançou-se sobre ele, Tomita calculou mal e o gigante americano ficou por cima, sem que Tomita saísse, por um tempo.
O incidente foi interpretado como uma grande derrota, e dizem alguns que foi o que inspirou Maeda a passar a lutar desafios. Mas a prática de japoneses desafiando lutadores orientais já era corrente, e creio que Maeda foi para o Ocidente já de olho nisso.
Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em NY, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc). O Kodokan passou a não tolerar mais a participação de desafios, bem mais tarde, só depois da década de 1920, quando começara um esforço para transformar o Judô em esporte olímpico. Naquela época, o Kodokan queria mais era provar que o Judô era superior às formas de luta ocidental.
Quanto a Theodore Roosevelt, este foi discípulo de outro japonês da elite do Kodokan, Yoshitsugo Yamashita.
Foi Yamashita quem enfrentou lutadores de Luta-Livre na Casa Branca, na presença de Roosevelt, porém não se tem notícia de que tenha sido derrotado. Há um relato segundo o qual Yamashita aplicou, de certa feita, um juji-gatame num gigantesco lutador americano, que preferiu não bater, e teve o braço fraturado.
Yamashita era da primeira geração do Kodokan, como Tomita. Porém, Tomita era mais velho e menos dotado, tecnicamente. Como tinha talento administrativo, Tomita era encarregado da parte burocrática, no Kodokan. Era o secretário de Kano.
Yamashita, embora inteligente e escolado, era um lutador de primeira, e fazia 1.000 treinos livres (randori) por ano. Tinha uma perna toda arrebentada, por causa da dureza dos treinos e vários golpes novos surgiam no Kodokan, em função de adaptações que ele era obrigado a fazer, para seguir seus treinos livres, apesar da perna arrebentada.
Graças à influência de Roosevelt (e contra os desconfiados militares), Yamashita foi contratado em 1905 para ensinar na Academia Naval de Annapolis, contrato este renovado por um ano, de novo por pressão de Roosevelt. No ano seguinte, Yamashita voltou ao Japão.
Depois de 1920 quando começa os esforços para trasformar o judô em esporte olímpico ficou estritamente proibidoaceitar desafios pelas regras do Kodokan. Nesse ponto, há uma dúvida: no fim da vida, o próprio Maeda dizia a outros japoneses que se arrependia de ter feito isso, pois por esse motivo ele tinha sido expulso do Kodokan, mas vários pesquisadores não encontraram nos arquivos do Kodokan nenhum documento que provasse que tal expulsão tivesse de fato ocorrido. De qualquer modo, nesse ponto parece que acabam os laços de Maeda com o Kodokan e começa a carreira "artística do Conde Koma”...
Maeda passou a utilizar esse nome em 1908, na Espanha, para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido: em japonês, o verbo "komaru" significa "estar em situação delicada" - o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro - ele tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentanto a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol.
Maeda participou de vários torneios de luta-livre, wrestling e etc. E, embora tenha perdido pelo menos 2 lutas, ele parece ter vencido na maioria das vezes (há poucos registros históricos confiáveis de suas lutas). Mas onde existem, esses registros nos dão uma informação preciosa de seu estilo de lutar: Ele geralmente atacava o adversário com "low-kicks"(mae-geri-gedan) e cotoveladas para depois finalizar os adverssários no chão. Na vedade, esse era o estilo utilizado por muitos lutadores do Kodokan no início do século...
No Brasil existe uma controvérsia sobre a chegada de Maeda no país, alguns autores adotam datas diferentes para a sua chegada, como Calleja (1979) que cita final da década de 20 e início da de 30, Virgílio, (1986), início da década de 20, Soares (1977), determina 22, junto com Hunger et al. (1995), entre outros autores, recentemente, porém, em artigo na revista Judô, Rildo Heros Barbosa de Medeiros , relata a chegada do Conde Koma, através da cópia do passaporte de Maeda cedido por Gotta Tsutsumi (Presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, revela que sua chegada ao Brasil teria sido em Porto Alegre no dia 14 de novembro de 1914. No Brasil ele teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público. Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".Maeda firmou-se em Belém, por se tratar do porto mais próximo uma vez vindo por via marítima através do Pacífico. Conde Koma então já era sensei da escola Kodokan de judô no Japão e possuía graduação de faixa preta com o sexto dan. Em 1926, Maeda criou uma escola em Belém do Pará, onde teve relativo sucesso, sendo que falecera nesta cidade em 1941. De vários alunos que frequentaram sua academia, restou apenas a família Grace para dar continuidade ao seu trabalho.
Maeda ensinou Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do Gracie jiu-jitsu ou brasilian jiu-jitsu.
Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de ju-jutsu tradicional e foi essa a arte que ensinou aos brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô’, veja a entrevista
前 田光世 Maeda Mitsuyo (Conde Koma)
Mitsuyo Maeda (前田光世 Maeda Mitsuyo?, ) Nasc. 18 de Novembro de 1878, falecido em 28 de Novembro de 1941, brasileiro naturalizado como Otávio Mitsuyo Maeda, foi judoca japonês e lutador de vale tudo. Conhecido como conde Koma, apelido ganho na Espanha em 1908. Maeda passou a utilizar esse nome para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido, em japonês, o verbo "komaru" significa estar em situação delicada,
o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro, Maeda tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentou a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol,Conde Koma também foi o nome da academia de judô que fundou na capital paraense e pelo qual ficou conhecido no Brasil. Em sua academia, Maeda ensinava Judô como uma técnica de defesa pessoal .
Junto a Antônio Soishiro Satake (outro japonês naturalizado brasileiro), ele foi o pioneiro do judô no Brasil no Reino Unido e em outros países. Maeda foi fundamental para o desenvolvimento do Brazilian JiuJitsu através do ensino ministrado à família Gracie. Também foi grande promotor da imigração japonesa para o Brasil.
Maeda venceu mais de 2000 lutas profissionais em sua carreira. Seus feitos o levaram a ser conhecido como “O Homem mais durão que já nasceu” e lembrado como o pai do Brazilian Jiu-Jitsu e pro-MMA.
Biografia
Maeda nasceu na vila de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aimori Prefecture a 18 de Novembro de 1878 e não era de origem nobre como é contado no Brasil. Cursou seu segundo grau na Kenritsu Itiu High School. Quando criança era conhecido como Hideyo.Entre os amigos, era conhecido pelo apelido de menino-sumô, em razão de seu grande fascínio pela arte que lhe fora ensinada por seu pai e das várias lutas que vencia contra colegas de escola.
Praticou sumo quando adolescente, mas não prosseguiu devido à falta de estrutura corporal para este esporte. Por causa disso e pelo interesse gerado pelo sucesso do Judô nos embates contra o Ju-Jutsu, ele trocou o sumo pelo judô. Em 1894 com 17 anos de idade, seus parentes o enviaram a Tokyo para compor o time da Waseda University. Ele entrou para o Kodokan no ano seguinte. O Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1894. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional , ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô.
Maeda foi treinado no Kodokan diretamente pelo inteligente Tomita e o fortíssimo Yokoyama. Em constante evolução, foi promovido ao terceiro grau da faixa-preta em 1901 e se tornou instrutor de judô nas universidades de Tóquio, Waseda e Gakushuin, isto sem falar da escola militar onde também ministrava aulas.
Em 1904, Mestre Jigoro Kano aconselhou Maeda a viajar para os Estados Unidos a fim de mostrar aos yankees as habilidades das artes marciais japonesas. Antes de partir, recebeu o quarto grau das mãos de seu mestre.
Mituyo Maeda deixou o Japão através do porto de Yokohama
Naquela época, os norte-americanos já conheciam um pouco sobre judô, uma vez que o então presidente, Theodore Roosevelt era um grande fã do povo japonês e de sua cultura, chegando a ter um instrutor particular de judô chamado Yamashita. Em busca de melhorar a defesa pessoal, alguns militares americanos também já aprendiam judô em suas bases. Logo, cabia a Maeda e seus companheiros lutar contra os norte-americanos e provar a superioridade japonesa.
Hoje em dia, o judô perdeu muito das técnicas antigas, uma vez que os lutadores treinam para ganhar o ouro olímpico tendo de obedecer a uma grande quantidade de regras e tempo de luta .O Judô de hoje é muito diferente do de Maeda e Kano...
Maeda nas Américas
Quando Maeda deixou o Japão, o Judô era ainda conhecido como “Kano Ju-Jutsu ou ainda, mais genericamente apenas “Ju-Jutsu”.
Kigashi, o co-autor de “Kano Ju-Jutsu”, escreveu o prólogo:
“alguma confusão surgiu com o emprego do termo “judo”. Para esclarecer, vou declarar que judo é o termo selecionado pelo Professor Kano para descrever seu sistema mais precisamente que Ju-Jutsu. Professor Kano é um dos líderes da educação no Japão. E é natural que ele deva velar pela palavra técnica que mais precisamente descreva seu sistema. Mas os japoneses geralmente ainda chamam pela popular nomeclatura Ju-Jutsu”.
Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que dizem, Maeda não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita) Os registros da época mencionam apenas que o Consul Uchida, acompanhado de Tomita e Maeda, foram a West-Point para dar uma palestra e fazer uma exibição.
Tomita e Maeda demonstraram os movimentos do Judô, formalmente (wazas, katas), ou seja não fizeram uma luta ou treino livre (randori). Naturalmente, Tomita sendo menor e mais idoso, foi ele o Tori (quem aplicava os golpes) e Maeda o Uke (quem os recebia). Os militares americanos viam sem entusiasmo e, provavelmente, com desconfiança. Pediram então que aplicassem aquilo com eles... Maeda derrubou um cadete e o finalizou com facilidade.
Tomita foi desafiado por um cadete americano, um gigante jogador de futebol americano...
Tomita aceitou o desafio e parece ter falhado na aplicação do tomoe-nague, quando o gigante musculoso lançou-se sobre ele, Tomita calculou mal e o gigante americano ficou por cima, sem que Tomita saísse, por um tempo.
O incidente foi interpretado como uma grande derrota, e dizem alguns que foi o que inspirou Maeda a passar a lutar desafios. Mas a prática de japoneses desafiando lutadores orientais já era corrente, e creio que Maeda foi para o Ocidente já de olho nisso.
Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em Nova York, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc). O Kodokan passou a não tolerar mais a participação de desafios, bem mais tarde, só depois da década de 1920, quando começara um esforço para transformar o Judô em esporte olímpico. Naquela época, o Kodokan queria mais era provar que o Judô era superior às formas de luta ocidental.
Quanto a Theodore Roosevelt, este foi discípulo de outro japonês da elite do Kodokan, Yoshitsugo Yamashita.
Em Nova York Maeda participou de várias lutas de vale-tudo para ganhar dinheiro. Na primeira, diante de um westler 20 centímetros maior e que gostava de ser chamado pela alcunha de "O menino açougueiro", Maeda derrubou o oponente várias vezes antes de finalizar na chave de braço. Três lutas e três vitórias depois, uma delas diante do então campeão mundial dos pesos pesados de boxe, Jack Johnson, Maeda iniciava a tradição que seria seguida no Brasil por Helio Gracie e seus discípulos em derrotar adversários muito mais altos e mais fortes. Os Estados Unidos já estavam pequenos demais para ele. Durante o período em que maeda permaneceu em Nova york, conheceu um empressário de nome H. Martins, que imprecionado com a facilidade em que Maeda vencia seus adverssários e antevendo lucros fabulosos, com a concordancia de Maeda, Martins publicou no New York Times um desafio com letras garrafais.
New Yok Times
"Pocura-se adverssários para Maeda, vinte dólares para quem vencê-lo."
Três anos depois, em 1907, Maeda rumou para o Reino Unido, onde venceu mais 13 lutas e em seguida para a Bélgica, onde fez mais uma vítima. Era hora de voltar à América. E o destino foi a ilha caribenha de Cuba. Lá, muito antes de Fidel Castro sonhar em assumir o poder, quem mandava era Maeda. Foram ao todo 15 vitórias, em dois períodos intercalados por uma rápida passagem pelo México onde derrubou mais quatro adversários. É importante ressaltar que estas são apenas as lutas oficiais. Não estamos falando de desafios feitos no meio da rua. Se contados lutas, só em Cuba foram mais de 400...
Depois de muito viajar pelo mundo, em 1914 Mitsuyo Maeda desembarcou no Brasil, mais especificamente em Santos. Pouco ficou nada na cidade do litoral paulista, indo se fixar em Belém, começava então a sua jornada no Brasil...
A chegada ao Brasil
Existe uma controvérsia sobre a chegada de Maeda no país, alguns autores adotam datas diferentes para a sua chegada, como Calleja (1979) que cita final da década de 20 e início da de 30, Virgílio, (1986), início da década de 20, Soares (1977), determina 22, junto com Hunger et al. (1995), entre outros autores, recentemente, porém, em artigo na revista Judô, Rildo Eros, relata a chegada do Conde Koma, através da cópia do passaporte de Maeda cedido por Gotta Tsutsumi (Presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, revela que sua chegada ao Brasil teria sido em Porto Alegre no dia 14 de novembro de 1914 teria ganho o apelido de Conde Koma devido a sua elegância e semblante sempre triste. no Brasil ele teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público. Hunger et. al. (1995), coloca que Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".
Jornal O Tempo de 1915 noticiando a chegada de Maeda
Troupe japonesa
“Chega hoje, a bordo do paquete “Pará”, a toupe de lutadores japoneses de “jiu-jitsu”, que vem fazer as delícias dos freqüentadores dos popularíssimos do Theatro Politheama.
Essa troupe que é chefiada pelo Conde Koma, campeão mundial de “Jiu-jitsu”, desembarcará em trajes orientais, percorrendo as ruas em automóveis.
Os espetáculos a serem realizados pela troupe são em números pequenos, porquanto tem ela de, em breve, realizar outros contatos.
Como se vê, a empresa C. Oliveira não perde a ocasião para facilitar ao público amazonense diversões várias e ótimas.
A estréia da troupe dar-se á segunda-feira , 20 do corrente."
O Tempo 18/12/1915
"Desta afamada troupe fazem parte: Satake campeão de New York, Okura campeão do Chile, Shimitsu campeão da Argentina e Laku, ex-professor militar do Peru.A estréia da troupe dar-se-á segunda-feira dia 20 do corrente. ”
O Tempo 20/12/1915
"empougante estréia da afamada troupe de lutadores japoneses dirigida pelo Conde Koma, campeão mundial de jiu-jitsu.
Programação:
1 Apresentação da troupe.
2 Demonstração dos principais golpes de jiu-jitsu com discriminação dos golpes proibidos pelo Conde Koma.
3 Defesa pessoal executada pelo Conde Koma e Okura:Nessa parte, o Conde koma defender-se pelo jiu-jitsu dos dos seguintes e perigosos ataques: Agressão a soco, a faca, a pau. Estrangulamento; prisão de mãos, colhido pela cintura, agressão dos apaches: ataque a boxe; surpreendido pela retaguarda e diversas agressões a faca.
4 Desafio da troupe a qualquer lutador que queira lutar.
5 Primeiro e sensacional mach de jiu-jitsu entre Shimitsi (campeão argentino) e Laku, ex professor militar no Peru."
No Brasil Maeda teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público.
Correio da Manhã
23/12/1915
"Grande luta entre Conde Koma versus lutador de boxe barbadiano Adolpho Corbiniano."
24/12/1915
"Conde Koma derrota boxeador em segundos, mostrando suas habilidadse no jogo nipônico.O derrotado agora se torna discípulo do grande mestre."
Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".Maeda firmou-se em Belém, por se tratar do porto mais próximo uma vez vindo por via marítima através do Pacífico. Conde Koma então já era sensei da escola Kodokan de judô no Japão e possuía graduação de faixa preta com o sexto dan.
Antes de entrar no Brasil por Porto Alegre, Maeda e Satake teriam passado pela Guatemala, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador e Peru, onde o terceiro japonês Laku teria se juntado a trupe,no chile Maeda incorporou Okura e na seguência Shimitsu completou a troupe na Argentina.No dia 14 de novembro de 1914, depois de passar pelo Uruguai, a troupe japonesa chegou ao Brasil, por Porto Alegre, passando por divérsos estados até chegar em Manaus, no dia 18 de dezembro de 1915.
Quando Maeda, Satake e sua troupe de lutadores japoneses chegaram ao Brazil em 1914, todos os jornais anunciaram “jiu-jitsu” apesar dos dois serem judocas do Kodokan.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é chamada de Jiujitsu. Quando os Gracies foram aos Estados Unidos divulgar sua arte, o sistema ficou conhecido como “Brazilian Jiu-Jitsu” ou “Gracie Jiu-Jitsu”.
Conde Koma e o “Brasilian Jiu-jitsu”
Mitsuyo Maeda , conhecido como Conde Koma, foi um grande mestre de judô. Depois de percorrer vários países divulgando o judô, chegou ao Brasil em 1914 e fixou residência em Belém do Pará, existindo até hoje nessa cidade a Academia Conde Koma. Um ano depois, conheceu Gastão Gracie. Gastão era pai de oito filhos, sendo cinco homens, tornou-se entusiasta do Judô e levou seu filho Carlos Gracie para aprender a luta japonesa. Maeda conheceu Gastão devido a um desafio a um lutador do American Circus, Alfredi Leconte, o Hércules do circo, depois disso Maeda e Gastão ficaram muito amigos.
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no “jiu-jitsu” o meio de realização pessoal que lhe faltava, descontando intervalos provocados pelas viagens do japonês, as aulas com Maeda duraram quase três anos, as aulas eram dadas em uma academia que maeda abriu em 1916,nos salões do Cine Teatro Moderno, localizado ao lado da Igreja de Nazaré, hoje uma praça, as aulas eram amplamente divulgadas nos ornais para quem quisesse aprender pagando.O primeiro aluno de Maeda foi o estivador Jacinto Ferro, ex-lutador de greco-romana, Jacinto foi instrutor de Maeda e ajudou a dar aulas para o Carlos Gracie.
Satake também abriu uma academia em 1916,em Manaus, o Luís França que formou o mestre Fadda, que foi o grande responssável pela divulgação do Brazilian Jiu-jitsu nos subúrbios do Rio de Janeiro, foi aluno de Satake e teve aulas com Maeda também.
Outro iniciado no caminho suave por Satake foi Vinicios Ruas, tio do lutador Marcos Ruas, Vinicios é sétimo dan de judô e exerce cargo na Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.Em 06 de outubro de 1945, Satake fez sua última apresentação de judô, tendo como coadjuvante o seu aluno Vinícios Ruas, Satake estava com sessenta e seis anos de idade, em 1948, partiu para Cordoba, na Argentina.
Laku, outro japonês da troupe, também deu aulas de judô no Clube do Banco do Brasil e depois na sede do Nacional Futebol até o início da guerra em 1940, depois disso foi embora para o Peru. Shimitsu e Okura ficaram dando aulas na academia de Maeda, em Belém até 1920, em seguida retornaram para o Japão.Depois do fim do ciclo da borracha, Maeda voltou ao Japão onde recebeu o sétimo dan das mãos do mestre Jigoro Kano, em 1924 Maeda volta ao Brasil, em Belém começa a ensinar judô para as crianças.
Um discípulo de sobrenome Gracie
Com dezenove anos de idade,Carlos Gracie transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo adversários mais fortes fisicamente.Durante o tempo em que ficaram juntos, o japonês ensinou ao irmão de Helio Gracie os princípios fundamentais do Judô ou Kano Ju-jutsu como era chamado naquela época, como o de utilizar a força do oponente como arma para a vitória, bem como técnicas eficientes para vencer em lutas de vale-tudo. Seu método de luta principal era usar chutes baixos e cotoveladas para se aproximar do adversário antes de levá-lo para o chão. Nos treinamentos, botou em prática o “randori”, treino livre que havia sido ensinado por Jigoro Kano em suas aulas.
Anos depois, em 1925, Carlos Gracie abriu sua própria academia de “Jiu-Jitsu”. Para os seus alunos, passou ensinamentos e métodos desenvolvidos por ele próprio através dos anos. Enquanto isso, Maeda seguiu viajando pelo Brasil e pelo mundo.
No Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de Jiu-jitsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à condição física franzina, característica de sua família.
Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo Ju-jutsu ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado. Este fato técnico afetava o modo de se usar os termos "judô" e "Jiu-jitsu", naturalmente. O que Jigoro Kano promovia no Kodokan era percebido por todos como sendo Ju-jutsu, e o termo "Ju-jutsu" era aplicado à prática do Kodokan. Muitos textos inclusive,chamavam aquela prática de "Kano Ju-jutsu".
Jigor Kano e seus alunos, entre 1890 e 1904, usavam muito o termo "Ju-jutsu" para a prática do Kodokan. Tudo era uma questão de ênfase e de contexto. Preferiram "Judô", somente quando queriam falar da parte filosófica e educativa. Mas usavam "Ju-jutsu', quando falavam da parte puramente técnico-combativa.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é conhecida como “Jiu-jitsu”.
Nessa mesma época era aberta a primeira academia Gracie de “Jiu-jitsu” no Brasil.
Foi só nos anos 40 que os praticantes do Brasil e em outros países começaram a usar o termo "Judô" de modo definitivo. Os Gracie, que resistiram a todas estas tendências, preservaram o termo dos tempos de Maeda, ou seja,"Ju-jutsu” . No Brasil, temos o hábito de fazer referência "ao" Ju-jutsu, como se fosse um único sistema de luta.
Segundo pesquisadores, não se trata de um sistema, mas de diversos sistemas de luta herdados do Japão Feudal. Justamente pelo Japão da época estar dividido em feudos, cada qual com suas atividades militares particulares, havia uma pluralidade de sistemas.
O Ju-jutsu seria, então, conforme estudos, o termo geral para qualquer tipo de sistema de treinamento técnico para o combate desarmado, ou com armamento mínimo. Assim, também encontraremos diversos sistemas e escolas de Ju-jutsu.
Ryu pode querer dizer escola ou sistema. Vale pelos dois, pois cada escola tem o seu sistema. E, conforme já mencionado, haviam várias, porque o Japão era militarmente dividido em clãs (ou "feudos", daí que dizemos "Japão Feudal").
O que sabemos de fato é que, Maeda ensinou Judô a Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do Gracie jiu-jitsu ou brasilian jiu-jitsu.
Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de Ju-jutsu tradicional e foi essa a arte que ensinou aos brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô’, veja a entrevista http://www.youtube.com/watch?v=BG309oqVLb4" onclick="window.open(this.href);return false;
Em 28 de novembro de 1941, passou para a posteridade Otávio Mitsuyo Maeda, o Conde Koma, o "heroi da Amazonia".
Folha da Tarde
"saudades da estrela gigante-Ele nos deixa aos 63 anos de idade..."
O Estado do Pará
Faleceu ontem asprimeiras horas da manhã, em sua residência à vila bolonha, n 04, o conde koma, um dos mais destacados membros da colônia nipônica desse estado. O morto contava 63 anos de idade, nasceu na provincia de Aomori, no Japão em 18 de dezembro de 1678, tendo cursado a Universsidade waseda em Tóquio. Era casado com a senhora Mary Iris , deixando desse consócio uma filha apenas, a senhorita Celeste, acadêmica de medicina. foi o Conde koma diretor da Companhia Nipônica de Plantações do Brasil, e membro do Conselho Fiscal da companhia Industrial Amazonense S/A. O seu enterramento realizou-se ontem as 16:oo horas , saindo féretro da casa enlutada para a necrópole de Santa Isabel com grande número de pessoas amigas, autoridades e destacados membros da colônia japonesa do Pará."
29/11/1941
fontes:
Conde Koma's Life Story
Conde Koma: o Invencível Yondan da História
PARTE 2
A verdadeira história de Conde Koma (biografias)
No livro de Renzo/Royler que é co-escrito pelo faixa-preta de Jiu-Jitsu e professor de filosofia da Columbia Universidade em Nova Yok, John Donaher, o outor escreve:
"...Enfim, tudo isso deixa a dúvida lutador de "Judô" ou de "Jiu-Jitsu" para uma simples questão de terminologia, visto que à época, não havia quase diferença, e o Judô havia sido criado muito recentemente do Jiu-Jitsu. Me parece fora de contexto discutir se Maeda era de um estilo ou de outro um século depois, quando as modalidades têm regras totalmente distintas.
E se é para escolher um estilo (acho desnecessário, porém), a opção mais racional é mesmo o Jiu-Jitsu, pelo simples fato de respeitar a vontade de Maeda."
Para aqueles que ainda duvidam da origem marcial de Conde koma, aí vai duas boas biografias da vida desse nosso grande lutador.A primeira biografia de Mitsuyo Maeda (Conde Koma),é de autoria de Norio Koyama. O livro se chama (em tradução livre) "O Sonho do Leão" e ganhou o prêmio de melhor livro de não-ficção da revista japonesa SAPIO. O autor visitou os lugares em que Maeda esteve (USA, Brasil, Cuba, Espanha, Inglaterra e etc.), entrevistou os imigrantes que o conheceram, pesquisou seus documentos escolares, etc.Maeda nasceu em 1878 na província de Aomori (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre como contam aqui no Brasil, tendo sido um estudante medíocre; ele chegou em Toquio com 17 para 18 anos (1894), onde iniciou seus treinos em artes marciais, sendo que o Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1897. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional - ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô. Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que ele dizia, não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita). Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em NY, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc.), o que era estritamente proibido pelas regras do Kodokan. Nesse ponto, há uma dúvida: no fim da vida, o próprio Maeda dizia a outros japoneses que se arrependia de ter feito isso, pois por esse motivo ele tinha sido expulso do Kodokan, mas o autor da biografia não encontrou nos arquivos do Kodokan nenhum documento que provasse que tal expulsão tivesse de fato ocorrido. De qualquer modo, nesse ponto parece que acabam os laços de Maeda com o Kodokan e começa a carreira "artística" do Conde Koma. Ele passou a utilizar esse nome em 1908, na Espanha, para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido: em japonês, o verbo "komaru" significa "estar em situação delicada" - o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro - ele tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentanto a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol. Ele participou de vários torneios de luta-livre, wrestling e etc. E, embora tenha perdido pelo menos 2 lutas, ele parece ter vencido na maioria das vezes (há poucos registros históricos confiáveis de suas lutas). Mas onde existem, esses registros nos dão uma informação preciosa de seu estilo de lutar: Ele geralmente atacava o adversário com "low-kicks" e cotoveladas (isso mesmo!!) para depois finalizar o mesmo no chão. Na vedade, esse era o estilo utilizado por muitos lutadores do Kodokan no início do século. Em relação ao Brasil, o livro traz informações (valiosas) apenas sobre o seu trabalho importante no auxílio de imigrantes japoneses e sobre sua vida pessoal (ele se natuaralizou brasileiro em 1931).
A segunda biografia é do brasileiro Sensei Stanlei virgilio, nela podemos descobrir um pouco da vida de Maeda no Brasil.
O Sensei Stanlei Virgilio, com mais de meio século de sua vida dedicada ao Judo, é autor de sete (07) excelentes livros sobre Judo ("Arte do Judo" - 1987, "A Arte e o Ensino do Judo" - 2000, "A Arte do Judo - Golpes Extra Gokio" - 1990, "Judo Defesa Pessoal" - 1994, "Mitsuyo Maeda - Conde Koma" - 2002, "História do Judo de Campinas" (1994) e "Personagens da História do Judo Brasileiro" - 2002) e um dos maiores conhecedores da filosofia, história, técnica e da arte do Judo.
Otávio Mitsuyo Maeda - O Conde Koma: Toda a história desta figura imortal do nosso Judo e da história da expansão e consolidação dessa nobre arte fora do Japão, narrada em 104 páginas. Este que foi o maior divulgador desta nossa arte nas Américas e na Europa. Mais de mil combates sem derrota; herói da imigração japonesa no norte do nosso país. Uma história absolutamente verídica, e que, por certo ficará gravada na memória do leitor.
Leia mais: http://aminhasuperacaonojudo.webnode.co ... nde-koma-/" onclick="window.open(this.href);return false;
Mitsuyo Maeda nasceu em 1878 na província de Aomori (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre, tendo sido um estudante medíocre; ele chegou em Toquio com 18 anos (1897), onde iniciou seus treinos em artes marciais, sendo que o Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1897.
Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional , ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô. Mitsuyo Maeda, foi diretamente treinado no Kodokan, pelo inteligente Tomita, e também pelo fortísimo Yokoyama.
Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que dizem, Maeda não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita).
Os registros da época mencionam apenas que o Consul Uchida, acompanhado de Tomita e Maeda, foram a West-Point para dar uma palestra e fazer uma exibição.
Tomita e Maeda demonstraram os movimentos do Judô, formalmente (wazas, katas), ou seja não fizeram uma luta ou treino livre (randori).
Naturalmente, Tomita sendo menor e mais idoso, foi ele o Tori (quem aplicava os golpes) e Maeda o Uke (quem os recebia). Os militares americanos viam sem entusiasmo e, provavelmente, com desconfiança.
Pediram então que aplicassem aquilo com eles... Maeda derrubou um cadete e o finalizou com facilidade. Mas insistia-se que o maior de todos os cadetes (um campeão de futebol americano), enfrentasse o velho Tomita.
Diziam eles: "Queremos que lute com aquele ali, pois afinal, ele derrubou o outro como peteca!"
Tomita aceitou e parece ter falhado na aplicação do tomoe-nague, quando o gigante musculoso lançou-se sobre ele, Tomita calculou mal e o gigante americano ficou por cima, sem que Tomita saísse, por um tempo.
O incidente foi interpretado como uma grande derrota, e dizem alguns que foi o que inspirou Maeda a passar a lutar desafios. Mas a prática de japoneses desafiando lutadores orientais já era corrente, e creio que Maeda foi para o Ocidente já de olho nisso.
Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em NY, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc). O Kodokan passou a não tolerar mais a participação de desafios, bem mais tarde, só depois da década de 1920, quando começara um esforço para transformar o Judô em esporte olímpico. Naquela época, o Kodokan queria mais era provar que o Judô era superior às formas de luta ocidental.
Quanto a Theodore Roosevelt, este foi discípulo de outro japonês da elite do Kodokan, Yoshitsugo Yamashita.
Foi Yamashita quem enfrentou lutadores de Luta-Livre na Casa Branca, na presença de Roosevelt, porém não se tem notícia de que tenha sido derrotado. Há um relato segundo o qual Yamashita aplicou, de certa feita, um juji-gatame num gigantesco lutador americano, que preferiu não bater, e teve o braço fraturado.
Yamashita era da primeira geração do Kodokan, como Tomita. Porém, Tomita era mais velho e menos dotado, tecnicamente. Como tinha talento administrativo, Tomita era encarregado da parte burocrática, no Kodokan. Era o secretário de Kano.
Yamashita, embora inteligente e escolado, era um lutador de primeira, e fazia 1.000 treinos livres (randori) por ano. Tinha uma perna toda arrebentada, por causa da dureza dos treinos e vários golpes novos surgiam no Kodokan, em função de adaptações que ele era obrigado a fazer, para seguir seus treinos livres, apesar da perna arrebentada.
Graças à influência de Roosevelt (e contra os desconfiados militares), Yamashita foi contratado em 1905 para ensinar na Academia Naval de Annapolis, contrato este renovado por um ano, de novo por pressão de Roosevelt. No ano seguinte, Yamashita voltou ao Japão.
Depois de 1920 quando começa os esforços para trasformar o judô em esporte olímpico ficou estritamente proibidoaceitar desafios pelas regras do Kodokan. Nesse ponto, há uma dúvida: no fim da vida, o próprio Maeda dizia a outros japoneses que se arrependia de ter feito isso, pois por esse motivo ele tinha sido expulso do Kodokan, mas vários pesquisadores não encontraram nos arquivos do Kodokan nenhum documento que provasse que tal expulsão tivesse de fato ocorrido. De qualquer modo, nesse ponto parece que acabam os laços de Maeda com o Kodokan e começa a carreira "artística do Conde Koma”...
Maeda passou a utilizar esse nome em 1908, na Espanha, para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido: em japonês, o verbo "komaru" significa "estar em situação delicada" - o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro - ele tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentanto a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol.
Maeda participou de vários torneios de luta-livre, wrestling e etc. E, embora tenha perdido pelo menos 2 lutas, ele parece ter vencido na maioria das vezes (há poucos registros históricos confiáveis de suas lutas). Mas onde existem, esses registros nos dão uma informação preciosa de seu estilo de lutar: Ele geralmente atacava o adversário com "low-kicks"(mae-geri-gedan) e cotoveladas para depois finalizar os adverssários no chão. Na vedade, esse era o estilo utilizado por muitos lutadores do Kodokan no início do século...
No Brasil existe uma controvérsia sobre a chegada de Maeda no país, alguns autores adotam datas diferentes para a sua chegada, como Calleja (1979) que cita final da década de 20 e início da de 30, Virgílio, (1986), início da década de 20, Soares (1977), determina 22, junto com Hunger et al. (1995), entre outros autores, recentemente, porém, em artigo na revista Judô, Rildo Heros Barbosa de Medeiros , relata a chegada do Conde Koma, através da cópia do passaporte de Maeda cedido por Gotta Tsutsumi (Presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, revela que sua chegada ao Brasil teria sido em Porto Alegre no dia 14 de novembro de 1914. No Brasil ele teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público. Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".Maeda firmou-se em Belém, por se tratar do porto mais próximo uma vez vindo por via marítima através do Pacífico. Conde Koma então já era sensei da escola Kodokan de judô no Japão e possuía graduação de faixa preta com o sexto dan. Em 1926, Maeda criou uma escola em Belém do Pará, onde teve relativo sucesso, sendo que falecera nesta cidade em 1941. De vários alunos que frequentaram sua academia, restou apenas a família Grace para dar continuidade ao seu trabalho.
Maeda ensinou Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do Gracie jiu-jitsu ou brasilian jiu-jitsu.
Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de ju-jutsu tradicional e foi essa a arte que ensinou aos brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô’, veja a entrevista
前 田光世 Maeda Mitsuyo (Conde Koma)
Mitsuyo Maeda (前田光世 Maeda Mitsuyo?, ) Nasc. 18 de Novembro de 1878, falecido em 28 de Novembro de 1941, brasileiro naturalizado como Otávio Mitsuyo Maeda, foi judoca japonês e lutador de vale tudo. Conhecido como conde Koma, apelido ganho na Espanha em 1908. Maeda passou a utilizar esse nome para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido, em japonês, o verbo "komaru" significa estar em situação delicada,
o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro, Maeda tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentou a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol,Conde Koma também foi o nome da academia de judô que fundou na capital paraense e pelo qual ficou conhecido no Brasil. Em sua academia, Maeda ensinava Judô como uma técnica de defesa pessoal .
Junto a Antônio Soishiro Satake (outro japonês naturalizado brasileiro), ele foi o pioneiro do judô no Brasil no Reino Unido e em outros países. Maeda foi fundamental para o desenvolvimento do Brazilian JiuJitsu através do ensino ministrado à família Gracie. Também foi grande promotor da imigração japonesa para o Brasil.
Maeda venceu mais de 2000 lutas profissionais em sua carreira. Seus feitos o levaram a ser conhecido como “O Homem mais durão que já nasceu” e lembrado como o pai do Brazilian Jiu-Jitsu e pro-MMA.
Biografia
Maeda nasceu na vila de Funazawa, cidade de Hirosaki, Aimori Prefecture a 18 de Novembro de 1878 e não era de origem nobre como é contado no Brasil. Cursou seu segundo grau na Kenritsu Itiu High School. Quando criança era conhecido como Hideyo.Entre os amigos, era conhecido pelo apelido de menino-sumô, em razão de seu grande fascínio pela arte que lhe fora ensinada por seu pai e das várias lutas que vencia contra colegas de escola.
Praticou sumo quando adolescente, mas não prosseguiu devido à falta de estrutura corporal para este esporte. Por causa disso e pelo interesse gerado pelo sucesso do Judô nos embates contra o Ju-Jutsu, ele trocou o sumo pelo judô. Em 1894 com 17 anos de idade, seus parentes o enviaram a Tokyo para compor o time da Waseda University. Ele entrou para o Kodokan no ano seguinte. O Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1894. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional , ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô.
Maeda foi treinado no Kodokan diretamente pelo inteligente Tomita e o fortíssimo Yokoyama. Em constante evolução, foi promovido ao terceiro grau da faixa-preta em 1901 e se tornou instrutor de judô nas universidades de Tóquio, Waseda e Gakushuin, isto sem falar da escola militar onde também ministrava aulas.
Em 1904, Mestre Jigoro Kano aconselhou Maeda a viajar para os Estados Unidos a fim de mostrar aos yankees as habilidades das artes marciais japonesas. Antes de partir, recebeu o quarto grau das mãos de seu mestre.
Mituyo Maeda deixou o Japão através do porto de Yokohama
Naquela época, os norte-americanos já conheciam um pouco sobre judô, uma vez que o então presidente, Theodore Roosevelt era um grande fã do povo japonês e de sua cultura, chegando a ter um instrutor particular de judô chamado Yamashita. Em busca de melhorar a defesa pessoal, alguns militares americanos também já aprendiam judô em suas bases. Logo, cabia a Maeda e seus companheiros lutar contra os norte-americanos e provar a superioridade japonesa.
Hoje em dia, o judô perdeu muito das técnicas antigas, uma vez que os lutadores treinam para ganhar o ouro olímpico tendo de obedecer a uma grande quantidade de regras e tempo de luta .O Judô de hoje é muito diferente do de Maeda e Kano...
Maeda nas Américas
Quando Maeda deixou o Japão, o Judô era ainda conhecido como “Kano Ju-Jutsu ou ainda, mais genericamente apenas “Ju-Jutsu”.
Kigashi, o co-autor de “Kano Ju-Jutsu”, escreveu o prólogo:
“alguma confusão surgiu com o emprego do termo “judo”. Para esclarecer, vou declarar que judo é o termo selecionado pelo Professor Kano para descrever seu sistema mais precisamente que Ju-Jutsu. Professor Kano é um dos líderes da educação no Japão. E é natural que ele deva velar pela palavra técnica que mais precisamente descreva seu sistema. Mas os japoneses geralmente ainda chamam pela popular nomeclatura Ju-Jutsu”.
Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que dizem, Maeda não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita) Os registros da época mencionam apenas que o Consul Uchida, acompanhado de Tomita e Maeda, foram a West-Point para dar uma palestra e fazer uma exibição.
Tomita e Maeda demonstraram os movimentos do Judô, formalmente (wazas, katas), ou seja não fizeram uma luta ou treino livre (randori). Naturalmente, Tomita sendo menor e mais idoso, foi ele o Tori (quem aplicava os golpes) e Maeda o Uke (quem os recebia). Os militares americanos viam sem entusiasmo e, provavelmente, com desconfiança. Pediram então que aplicassem aquilo com eles... Maeda derrubou um cadete e o finalizou com facilidade.
Tomita foi desafiado por um cadete americano, um gigante jogador de futebol americano...
Tomita aceitou o desafio e parece ter falhado na aplicação do tomoe-nague, quando o gigante musculoso lançou-se sobre ele, Tomita calculou mal e o gigante americano ficou por cima, sem que Tomita saísse, por um tempo.
O incidente foi interpretado como uma grande derrota, e dizem alguns que foi o que inspirou Maeda a passar a lutar desafios. Mas a prática de japoneses desafiando lutadores orientais já era corrente, e creio que Maeda foi para o Ocidente já de olho nisso.
Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em Nova York, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc). O Kodokan passou a não tolerar mais a participação de desafios, bem mais tarde, só depois da década de 1920, quando começara um esforço para transformar o Judô em esporte olímpico. Naquela época, o Kodokan queria mais era provar que o Judô era superior às formas de luta ocidental.
Quanto a Theodore Roosevelt, este foi discípulo de outro japonês da elite do Kodokan, Yoshitsugo Yamashita.
Em Nova York Maeda participou de várias lutas de vale-tudo para ganhar dinheiro. Na primeira, diante de um westler 20 centímetros maior e que gostava de ser chamado pela alcunha de "O menino açougueiro", Maeda derrubou o oponente várias vezes antes de finalizar na chave de braço. Três lutas e três vitórias depois, uma delas diante do então campeão mundial dos pesos pesados de boxe, Jack Johnson, Maeda iniciava a tradição que seria seguida no Brasil por Helio Gracie e seus discípulos em derrotar adversários muito mais altos e mais fortes. Os Estados Unidos já estavam pequenos demais para ele. Durante o período em que maeda permaneceu em Nova york, conheceu um empressário de nome H. Martins, que imprecionado com a facilidade em que Maeda vencia seus adverssários e antevendo lucros fabulosos, com a concordancia de Maeda, Martins publicou no New York Times um desafio com letras garrafais.
New Yok Times
"Pocura-se adverssários para Maeda, vinte dólares para quem vencê-lo."
Três anos depois, em 1907, Maeda rumou para o Reino Unido, onde venceu mais 13 lutas e em seguida para a Bélgica, onde fez mais uma vítima. Era hora de voltar à América. E o destino foi a ilha caribenha de Cuba. Lá, muito antes de Fidel Castro sonhar em assumir o poder, quem mandava era Maeda. Foram ao todo 15 vitórias, em dois períodos intercalados por uma rápida passagem pelo México onde derrubou mais quatro adversários. É importante ressaltar que estas são apenas as lutas oficiais. Não estamos falando de desafios feitos no meio da rua. Se contados lutas, só em Cuba foram mais de 400...
Depois de muito viajar pelo mundo, em 1914 Mitsuyo Maeda desembarcou no Brasil, mais especificamente em Santos. Pouco ficou nada na cidade do litoral paulista, indo se fixar em Belém, começava então a sua jornada no Brasil...
A chegada ao Brasil
Existe uma controvérsia sobre a chegada de Maeda no país, alguns autores adotam datas diferentes para a sua chegada, como Calleja (1979) que cita final da década de 20 e início da de 30, Virgílio, (1986), início da década de 20, Soares (1977), determina 22, junto com Hunger et al. (1995), entre outros autores, recentemente, porém, em artigo na revista Judô, Rildo Eros, relata a chegada do Conde Koma, através da cópia do passaporte de Maeda cedido por Gotta Tsutsumi (Presidente da Associação Paramazônica Nipako de Belém, revela que sua chegada ao Brasil teria sido em Porto Alegre no dia 14 de novembro de 1914 teria ganho o apelido de Conde Koma devido a sua elegância e semblante sempre triste. no Brasil ele teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público. Hunger et. al. (1995), coloca que Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".
Jornal O Tempo de 1915 noticiando a chegada de Maeda
Troupe japonesa
“Chega hoje, a bordo do paquete “Pará”, a toupe de lutadores japoneses de “jiu-jitsu”, que vem fazer as delícias dos freqüentadores dos popularíssimos do Theatro Politheama.
Essa troupe que é chefiada pelo Conde Koma, campeão mundial de “Jiu-jitsu”, desembarcará em trajes orientais, percorrendo as ruas em automóveis.
Os espetáculos a serem realizados pela troupe são em números pequenos, porquanto tem ela de, em breve, realizar outros contatos.
Como se vê, a empresa C. Oliveira não perde a ocasião para facilitar ao público amazonense diversões várias e ótimas.
A estréia da troupe dar-se á segunda-feira , 20 do corrente."
O Tempo 18/12/1915
"Desta afamada troupe fazem parte: Satake campeão de New York, Okura campeão do Chile, Shimitsu campeão da Argentina e Laku, ex-professor militar do Peru.A estréia da troupe dar-se-á segunda-feira dia 20 do corrente. ”
O Tempo 20/12/1915
"empougante estréia da afamada troupe de lutadores japoneses dirigida pelo Conde Koma, campeão mundial de jiu-jitsu.
Programação:
1 Apresentação da troupe.
2 Demonstração dos principais golpes de jiu-jitsu com discriminação dos golpes proibidos pelo Conde Koma.
3 Defesa pessoal executada pelo Conde Koma e Okura:Nessa parte, o Conde koma defender-se pelo jiu-jitsu dos dos seguintes e perigosos ataques: Agressão a soco, a faca, a pau. Estrangulamento; prisão de mãos, colhido pela cintura, agressão dos apaches: ataque a boxe; surpreendido pela retaguarda e diversas agressões a faca.
4 Desafio da troupe a qualquer lutador que queira lutar.
5 Primeiro e sensacional mach de jiu-jitsu entre Shimitsi (campeão argentino) e Laku, ex professor militar no Peru."
No Brasil Maeda teria percorrido o caminho de Porto Alegre onde teria se exibido pela primeira vez, seguindo depois para o Rio de Janeiro, São Paulo , Salvador, Recife, São Luiz, Belém (outubro de 1915) e finalmente em Manaus, no dia 18 de dezembro do mesmo ano. "A primeira apresentação do Grupo Japonês em Manaus, intermediado pelo empresário Otávio Pires Júnior, foi em 20 de dezembro de 1915, no teatro Politeama", sendo apresentadas técnicas de torções, defesas de agarrões, chaves de articulações, demonstração de armas japonesas e desafio ao público.
Correio da Manhã
23/12/1915
"Grande luta entre Conde Koma versus lutador de boxe barbadiano Adolpho Corbiniano."
24/12/1915
"Conde Koma derrota boxeador em segundos, mostrando suas habilidadse no jogo nipônico.O derrotado agora se torna discípulo do grande mestre."
Maeda teria também oferecida seus serviços para "a Academia Militar e o Exército, os quais incorporaram a prática do Judô no treinamento dos Militares".Maeda firmou-se em Belém, por se tratar do porto mais próximo uma vez vindo por via marítima através do Pacífico. Conde Koma então já era sensei da escola Kodokan de judô no Japão e possuía graduação de faixa preta com o sexto dan.
Antes de entrar no Brasil por Porto Alegre, Maeda e Satake teriam passado pela Guatemala, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador e Peru, onde o terceiro japonês Laku teria se juntado a trupe,no chile Maeda incorporou Okura e na seguência Shimitsu completou a troupe na Argentina.No dia 14 de novembro de 1914, depois de passar pelo Uruguai, a troupe japonesa chegou ao Brasil, por Porto Alegre, passando por divérsos estados até chegar em Manaus, no dia 18 de dezembro de 1915.
Quando Maeda, Satake e sua troupe de lutadores japoneses chegaram ao Brazil em 1914, todos os jornais anunciaram “jiu-jitsu” apesar dos dois serem judocas do Kodokan.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é chamada de Jiujitsu. Quando os Gracies foram aos Estados Unidos divulgar sua arte, o sistema ficou conhecido como “Brazilian Jiu-Jitsu” ou “Gracie Jiu-Jitsu”.
Conde Koma e o “Brasilian Jiu-jitsu”
Mitsuyo Maeda , conhecido como Conde Koma, foi um grande mestre de judô. Depois de percorrer vários países divulgando o judô, chegou ao Brasil em 1914 e fixou residência em Belém do Pará, existindo até hoje nessa cidade a Academia Conde Koma. Um ano depois, conheceu Gastão Gracie. Gastão era pai de oito filhos, sendo cinco homens, tornou-se entusiasta do Judô e levou seu filho Carlos Gracie para aprender a luta japonesa. Maeda conheceu Gastão devido a um desafio a um lutador do American Circus, Alfredi Leconte, o Hércules do circo, depois disso Maeda e Gastão ficaram muito amigos.
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no “jiu-jitsu” o meio de realização pessoal que lhe faltava, descontando intervalos provocados pelas viagens do japonês, as aulas com Maeda duraram quase três anos, as aulas eram dadas em uma academia que maeda abriu em 1916,nos salões do Cine Teatro Moderno, localizado ao lado da Igreja de Nazaré, hoje uma praça, as aulas eram amplamente divulgadas nos ornais para quem quisesse aprender pagando.O primeiro aluno de Maeda foi o estivador Jacinto Ferro, ex-lutador de greco-romana, Jacinto foi instrutor de Maeda e ajudou a dar aulas para o Carlos Gracie.
Satake também abriu uma academia em 1916,em Manaus, o Luís França que formou o mestre Fadda, que foi o grande responssável pela divulgação do Brazilian Jiu-jitsu nos subúrbios do Rio de Janeiro, foi aluno de Satake e teve aulas com Maeda também.
Outro iniciado no caminho suave por Satake foi Vinicios Ruas, tio do lutador Marcos Ruas, Vinicios é sétimo dan de judô e exerce cargo na Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.Em 06 de outubro de 1945, Satake fez sua última apresentação de judô, tendo como coadjuvante o seu aluno Vinícios Ruas, Satake estava com sessenta e seis anos de idade, em 1948, partiu para Cordoba, na Argentina.
Laku, outro japonês da troupe, também deu aulas de judô no Clube do Banco do Brasil e depois na sede do Nacional Futebol até o início da guerra em 1940, depois disso foi embora para o Peru. Shimitsu e Okura ficaram dando aulas na academia de Maeda, em Belém até 1920, em seguida retornaram para o Japão.Depois do fim do ciclo da borracha, Maeda voltou ao Japão onde recebeu o sétimo dan das mãos do mestre Jigoro Kano, em 1924 Maeda volta ao Brasil, em Belém começa a ensinar judô para as crianças.
Um discípulo de sobrenome Gracie
Com dezenove anos de idade,Carlos Gracie transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo adversários mais fortes fisicamente.Durante o tempo em que ficaram juntos, o japonês ensinou ao irmão de Helio Gracie os princípios fundamentais do Judô ou Kano Ju-jutsu como era chamado naquela época, como o de utilizar a força do oponente como arma para a vitória, bem como técnicas eficientes para vencer em lutas de vale-tudo. Seu método de luta principal era usar chutes baixos e cotoveladas para se aproximar do adversário antes de levá-lo para o chão. Nos treinamentos, botou em prática o “randori”, treino livre que havia sido ensinado por Jigoro Kano em suas aulas.
Anos depois, em 1925, Carlos Gracie abriu sua própria academia de “Jiu-Jitsu”. Para os seus alunos, passou ensinamentos e métodos desenvolvidos por ele próprio através dos anos. Enquanto isso, Maeda seguiu viajando pelo Brasil e pelo mundo.
No Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de Jiu-jitsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à condição física franzina, característica de sua família.
Nessa época o judô começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo Ju-jutsu ainda era empregado, embora o nome Jigoro Kano fosse citado. Este fato técnico afetava o modo de se usar os termos "judô" e "Jiu-jitsu", naturalmente. O que Jigoro Kano promovia no Kodokan era percebido por todos como sendo Ju-jutsu, e o termo "Ju-jutsu" era aplicado à prática do Kodokan. Muitos textos inclusive,chamavam aquela prática de "Kano Ju-jutsu".
Jigor Kano e seus alunos, entre 1890 e 1904, usavam muito o termo "Ju-jutsu" para a prática do Kodokan. Tudo era uma questão de ênfase e de contexto. Preferiram "Judô", somente quando queriam falar da parte filosófica e educativa. Mas usavam "Ju-jutsu', quando falavam da parte puramente técnico-combativa.
O governo japonês não se pronunciou sobre tal distinção até 1925 quando estabeleceu que o nome correto da luta a ser ensinada nas escolas públicas no Japão deveria ser “Judô” e não “Ju-jutsu. No Brasil, a arte ainda é conhecida como “Jiu-jitsu”.
Nessa mesma época era aberta a primeira academia Gracie de “Jiu-jitsu” no Brasil.
Foi só nos anos 40 que os praticantes do Brasil e em outros países começaram a usar o termo "Judô" de modo definitivo. Os Gracie, que resistiram a todas estas tendências, preservaram o termo dos tempos de Maeda, ou seja,"Ju-jutsu” . No Brasil, temos o hábito de fazer referência "ao" Ju-jutsu, como se fosse um único sistema de luta.
Segundo pesquisadores, não se trata de um sistema, mas de diversos sistemas de luta herdados do Japão Feudal. Justamente pelo Japão da época estar dividido em feudos, cada qual com suas atividades militares particulares, havia uma pluralidade de sistemas.
O Ju-jutsu seria, então, conforme estudos, o termo geral para qualquer tipo de sistema de treinamento técnico para o combate desarmado, ou com armamento mínimo. Assim, também encontraremos diversos sistemas e escolas de Ju-jutsu.
Ryu pode querer dizer escola ou sistema. Vale pelos dois, pois cada escola tem o seu sistema. E, conforme já mencionado, haviam várias, porque o Japão era militarmente dividido em clãs (ou "feudos", daí que dizemos "Japão Feudal").
O que sabemos de fato é que, Maeda ensinou Judô a Carlos Gracie em virtude da afinidade com seu pai, Gastão Gracie. Carlos por sua vez ensinou a seus demais irmãos, em especial a Hélio Gracie. Neste ponto surgem duas teorias. A primeira alega que Maeda ensinou somente o judô de Jigoro Kano a Carlos, e esse o repassou a Hélio, que era o mais franzino dos Gracie, adaptando-o com grande enfoque no Ne-Waza - técnicas de solo do judô, ponto central do Gracie jiu-jitsu ou brasilian jiu-jitsu.
Para compensar seu biotipo, a partir dos ensinamentos de Carlos, Hélio aprimorou a parte de solo pelo uso do dispositivo de alavanca, dando-lhe a força extra que o mesmo não dispunha. A segunda teoria, apoiada pelos Gracies, fala que Maeda era, também, exímio praticante de Ju-jutsu tradicional e foi essa a arte que ensinou aos brasileiros. Porém, em uma recente entrevista, Hélio Gracie afirma que "Carlos lutava judô’, veja a entrevista http://www.youtube.com/watch?v=BG309oqVLb4" onclick="window.open(this.href);return false;
Em 28 de novembro de 1941, passou para a posteridade Otávio Mitsuyo Maeda, o Conde Koma, o "heroi da Amazonia".
Folha da Tarde
"saudades da estrela gigante-Ele nos deixa aos 63 anos de idade..."
O Estado do Pará
Faleceu ontem asprimeiras horas da manhã, em sua residência à vila bolonha, n 04, o conde koma, um dos mais destacados membros da colônia nipônica desse estado. O morto contava 63 anos de idade, nasceu na provincia de Aomori, no Japão em 18 de dezembro de 1678, tendo cursado a Universsidade waseda em Tóquio. Era casado com a senhora Mary Iris , deixando desse consócio uma filha apenas, a senhorita Celeste, acadêmica de medicina. foi o Conde koma diretor da Companhia Nipônica de Plantações do Brasil, e membro do Conselho Fiscal da companhia Industrial Amazonense S/A. O seu enterramento realizou-se ontem as 16:oo horas , saindo féretro da casa enlutada para a necrópole de Santa Isabel com grande número de pessoas amigas, autoridades e destacados membros da colônia japonesa do Pará."
29/11/1941
fontes:
Conde Koma's Life Story
Conde Koma: o Invencível Yondan da História
PARTE 2
A verdadeira história de Conde Koma (biografias)
No livro de Renzo/Royler que é co-escrito pelo faixa-preta de Jiu-Jitsu e professor de filosofia da Columbia Universidade em Nova Yok, John Donaher, o outor escreve:
"...Enfim, tudo isso deixa a dúvida lutador de "Judô" ou de "Jiu-Jitsu" para uma simples questão de terminologia, visto que à época, não havia quase diferença, e o Judô havia sido criado muito recentemente do Jiu-Jitsu. Me parece fora de contexto discutir se Maeda era de um estilo ou de outro um século depois, quando as modalidades têm regras totalmente distintas.
E se é para escolher um estilo (acho desnecessário, porém), a opção mais racional é mesmo o Jiu-Jitsu, pelo simples fato de respeitar a vontade de Maeda."
Para aqueles que ainda duvidam da origem marcial de Conde koma, aí vai duas boas biografias da vida desse nosso grande lutador.A primeira biografia de Mitsuyo Maeda (Conde Koma),é de autoria de Norio Koyama. O livro se chama (em tradução livre) "O Sonho do Leão" e ganhou o prêmio de melhor livro de não-ficção da revista japonesa SAPIO. O autor visitou os lugares em que Maeda esteve (USA, Brasil, Cuba, Espanha, Inglaterra e etc.), entrevistou os imigrantes que o conheceram, pesquisou seus documentos escolares, etc.Maeda nasceu em 1878 na província de Aomori (bem ao norte da ilha de Honshu) e não era de origem nobre como contam aqui no Brasil, tendo sido um estudante medíocre; ele chegou em Toquio com 17 para 18 anos (1894), onde iniciou seus treinos em artes marciais, sendo que o Kodokan possui o registro de sua matrícula desse mesmo ano de 1897. Ou seja, não há nenhuma possibilidade de que ele tenha estudado Ju-Jutsu tradicional - ele começou mesmo treinando judô Kodokan, e logo foi considerado o mais promissor dos estudantes de judô. Em 1904 ele e seu professor Tsunejiro Tomita foram aos EUA para demonstrações de judô, e ao contrário do que ele dizia, não se encontrou com o presidente Roosevelt na Casa Branca (na verdade, quem foi instrutor de judô de Roosevelt foi o lendário mestre Yoshitsugo Yamashita). Depois disso ele deu aulas de judô na Universidade de Princeton em NY, mas aí ele começou a aceitar desafios de lutadores de outros estilos (boxe, luta-livre e etc.), o que era estritamente proibido pelas regras do Kodokan. Nesse ponto, há uma dúvida: no fim da vida, o próprio Maeda dizia a outros japoneses que se arrependia de ter feito isso, pois por esse motivo ele tinha sido expulso do Kodokan, mas o autor da biografia não encontrou nos arquivos do Kodokan nenhum documento que provasse que tal expulsão tivesse de fato ocorrido. De qualquer modo, nesse ponto parece que acabam os laços de Maeda com o Kodokan e começa a carreira "artística" do Conde Koma. Ele passou a utilizar esse nome em 1908, na Espanha, para poder desafiar um outro lutador japonês de judô que estava por lá sem ser reconhecido: em japonês, o verbo "komaru" significa "estar em situação delicada" - o que era seu caso, pelo menos do ponto de vista financeiro - ele tirou a última sílaba da palavra e ficou apenas com Koma, acrescentanto a palavra "Conde" (em espanhol mesmo) por sugestão de um amigo espanhol. Ele participou de vários torneios de luta-livre, wrestling e etc. E, embora tenha perdido pelo menos 2 lutas, ele parece ter vencido na maioria das vezes (há poucos registros históricos confiáveis de suas lutas). Mas onde existem, esses registros nos dão uma informação preciosa de seu estilo de lutar: Ele geralmente atacava o adversário com "low-kicks" e cotoveladas (isso mesmo!!) para depois finalizar o mesmo no chão. Na vedade, esse era o estilo utilizado por muitos lutadores do Kodokan no início do século. Em relação ao Brasil, o livro traz informações (valiosas) apenas sobre o seu trabalho importante no auxílio de imigrantes japoneses e sobre sua vida pessoal (ele se natuaralizou brasileiro em 1931).
A segunda biografia é do brasileiro Sensei Stanlei virgilio, nela podemos descobrir um pouco da vida de Maeda no Brasil.
O Sensei Stanlei Virgilio, com mais de meio século de sua vida dedicada ao Judo, é autor de sete (07) excelentes livros sobre Judo ("Arte do Judo" - 1987, "A Arte e o Ensino do Judo" - 2000, "A Arte do Judo - Golpes Extra Gokio" - 1990, "Judo Defesa Pessoal" - 1994, "Mitsuyo Maeda - Conde Koma" - 2002, "História do Judo de Campinas" (1994) e "Personagens da História do Judo Brasileiro" - 2002) e um dos maiores conhecedores da filosofia, história, técnica e da arte do Judo.
Otávio Mitsuyo Maeda - O Conde Koma: Toda a história desta figura imortal do nosso Judo e da história da expansão e consolidação dessa nobre arte fora do Japão, narrada em 104 páginas. Este que foi o maior divulgador desta nossa arte nas Américas e na Europa. Mais de mil combates sem derrota; herói da imigração japonesa no norte do nosso país. Uma história absolutamente verídica, e que, por certo ficará gravada na memória do leitor.
Leia mais: http://aminhasuperacaonojudo.webnode.co ... nde-koma-/" onclick="window.open(this.href);return false;
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
É verdade que a regra da vitória por encostamento de espáduas vem da luta romana, mas creio que também é verdade que a persistência de Carlos em não aceitá-la nos desafios foi decisiva para o conceito do jiu-jitsu que temos hoje. Nas edições do Diário de Notícias de novembro e dezembro de 1931, podemos acompanhar as tratativas de Carlos para a luta de Manoel Fernandez e Geo Omori. Na edição de 9/12/31, temos o seguinte trecho, sobre a posição de Carlos: "Considerando que grande parte dos golpes da luta japoneza são desferidos quando os contendores se encontram deitados, Carlos Gracie embargou a pretensão de Fernandez, declarando que Omori só aceitaria o combate afastada essa hypothese, que reputava absurda".Elton escreveu: Não, isso é coisa do livro da Reila...
Novamente, coisa do livro da Reila, mano, no Japão as regras variaram por anos, o Brasil era o último lugar a chegar alguma coisa, você acha que alguém teria livro de regras do Kodokan em 1930 no Brasil? Regras esportivas só foram começar a ser implantadas depois de 1950, com o fim da Guerra e a dominação dos aliados, com a abertura do "novo Kodokan", as regras esportivas começaram a ter maior foco, antes ninguém ligava pra isso não. As regras que a Reila descreve vem da Luta Romana, não do Kodokan...na época de Maeda o chão era muito bem trabalhado, as lutas chegavam a começar ajoelhados no chão...a Reila viajou nessa parte, assim como em muitas outras, coisas que ela desconhece e fez uma pesquisa pobre...
Na mesma linha, na ocasião da troca de palavras duras entre Carlos e George, registrada pelo jornal A Noite em agosto de 1934, Carlos afirmou que achava que George não teria chances contra Jack Conley, justamente por ter sido obrigado a lutar, por força de contrato, sob a regra do encostamento de espáduas.
Se a ruptura definitiva entre BJJ e Judô, como você disse, acontece na década de 50, com Hélio à frente, penso que foram as ações e as posições de Carlos durante as décadas anteriores, bem documentadas nos jornais da época, que sedimentaram este conceito de jiu-jitsu como uma luta que se desenvolve prioritariamente no chão.
Concordo que Rolls e muitos outros tiveram papel fundamental na evolução técnica do jiu-jtsu, principalmente com a abertura para o intercâmbio com outras artes, o que aliás está cada vez mais provado que sempre houve. Mas acho que, no momento decisivo para a consolidação da "identidade" do BJJ como arte autônoma, lá pelos anos 30 e 40, era Carlos que estava sentado nas mesas de negociação, discutindo regras, enquanto Hélio estava no tatame e no ringue treinando, testando e evoluindo as técnicas do BJJ.Elton escreveu: De onde tirou isso? Mano, o Hélio foi o cara que colocou a cara a tapa, que reunificou o BJJ quando a coisa andava muito mal das pernas, mas o maior contribuidor técnico foi o Rolls, fora uma galera que se eu tocar no nome já vai sair briga aqui, depois dos anos 50 o Gracie JJ ficou muito isolado e tecnicamente adormecido, Hélio não aceitava intercambio de maneira alguma, por isso aquele lance do triângulo, onde o Rolls aprende em um livro de Judô japonês, as raspagens na época do Hélio eram bem básicas, os estrangulamentos também, giros, escaladas, muita gente ajudou no desenvolvimento técnico do BJJ, depois da Federação de 67 então...aí a coisa vai se moldando e vira uma esponja, sai absorvendo tudo que é eficiente em combate. Judô Olímpico, Luta Olímpica, Sambo...
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Acredito que o caso mais clássico e divulgado seja o de Ad Satel x Tokugoro Ito e cia.Judo Pitbull escreveu:Como eu sei que a história para ser escrita precisa de um periodo de nojo (de pelo menos 25 anos) e como na maior parte dos casos, é escrita pelos vencedores (casos de guerras e outras situações que encaixam bem neste tema), acredito que a génese do Judo pode não ter sido tão pacifica como já o li nos diversos livros que tenho acerca do mesmo.
Eu sei que eles responderam a diversos desafios quando o dojo era invadido, mas não tenho conhecimento de o Jigoro Kano fazer isso, ou permitir que alguem sobre o seu jugo fizesse tal coisa. Esses actos não enquadram minimamente no perfil dele e no que a história nos mostrou acerca de quem era o homem.
Ska, ou qualquer outro forista, se tiver dados concretos relativamente a possiveis desafios propostos pelo Judo ou invasões, gostaria de os conhecer.
Abraço
Twice The Pride, Double The Fall...
Dutch (2014).Dutch escreveu:Sobre arrogância e soberba, desculpe-me se não fico passando açúcar no que escrevo, não sabia que num fórum de homens isto seria necessário.
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Excelente trabalho da galera aqui!!!
[iViva a Old School!
Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Nuno, eu tenho dúvidas se isso é verdade.Judo Pitbull escreveu:
O Maeda afastou-se do Kodokan (ou foi afastado) por causa disso, isso já eu li em diversos sites...
O que eu me refiro mais em concreto, é às questões de invasões de dojos no Japão e desafios em solo nipónico.
Abraço
Li em algum lugar que Maeda foi agraciado com um Dan pela Kodokan um dia antes de sua morte.
Isso não faz sentido se ele tivesse sido expulso.
Outro exemplo de lutador que aceitou desafios de geral foi o Kimura.
Ele era uma estrela da Kodokan e enfrentou mestre Helio e Waldemar Santana (só aqui no Brasil, vai la saber quem mais ele enfrentou)
fora que tinha uma trupo de pro wrestling (marmelada) ou seja mais lutar por $$ que isso é impossível
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
"O Maeda afastou-se do Kodokan (ou foi afastado) por causa disso, isso já eu li em diversos sites..."
Mito, nunca se afastou, nunca foi expulso, outro mito criado como o que diz que o Kodokan não aceitava desafios, se pudessem ler as entrevistas de Kano a jornais de época ficariam espantados, Kano considerava o Wrestling e Boxe inferior ao Judô, sabia que seus lutadores tinham muito mais recursos em um combate mano a mano, ele também não invadia dojos, mas aceitava desafios com bom grado. O Kodokan venceu muitas lutas provando a superioridade do método Kano d eJu-jutsu, mas estava longe de ser invencível, perdeu muitas lutas também para diversas escolas no passado, em especial as de luta de solo, onde o Kodokan teve que se reinventar nessa maneira de lutar, tinha um lutador americano chamado Ad Santel, o cara fez a festa contra os judocas no final da década de 1910. Os desafios Gracie nascem desse Kodokan do passado pouco conhecido hoje pelos praticantes da arte, tem cara que acha que Judô é esporte e que Kano tinha um sonho de que o seu Judô se tornasse olímpico...na verdade, toda visão de Judô no ocidente é totalmente distorcida, reformulada por muitos motivos...
Mito, nunca se afastou, nunca foi expulso, outro mito criado como o que diz que o Kodokan não aceitava desafios, se pudessem ler as entrevistas de Kano a jornais de época ficariam espantados, Kano considerava o Wrestling e Boxe inferior ao Judô, sabia que seus lutadores tinham muito mais recursos em um combate mano a mano, ele também não invadia dojos, mas aceitava desafios com bom grado. O Kodokan venceu muitas lutas provando a superioridade do método Kano d eJu-jutsu, mas estava longe de ser invencível, perdeu muitas lutas também para diversas escolas no passado, em especial as de luta de solo, onde o Kodokan teve que se reinventar nessa maneira de lutar, tinha um lutador americano chamado Ad Santel, o cara fez a festa contra os judocas no final da década de 1910. Os desafios Gracie nascem desse Kodokan do passado pouco conhecido hoje pelos praticantes da arte, tem cara que acha que Judô é esporte e que Kano tinha um sonho de que o seu Judô se tornasse olímpico...na verdade, toda visão de Judô no ocidente é totalmente distorcida, reformulada por muitos motivos...
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
"Sobre essa cisão do Helio com o judo, como que isso aconteceu? dá uma explorada nessa parte ai e se possível cole uns textos embasando a sua linha do tempo que acho q ficaria excelente."
Resumão rápido...
No Brasil nunca existiu Ju-jutsu tradicional, o que se ensinou aqui foi Judô com o nome genérico de 'Jiu-jitsu", uma herança de mais de 400 anos no Japão.
Existiam 3 tipos de Judô no Brasil,
1-Judô da Kodokan, professores como Maeda, Satake eram ligados diretamente ao Kodokan do Japão, logo após existiram muitos outros...
2-Judô Butokukai, era uma escola de Judô fundada por Hajime Isogai dentro da Butokukai, uma outra escola japonesa de artes marciais, lutadores como Takeo Yano, Irmãos onos e outros eram ligados a essa entidade.
3-Judô dos desgarrados, eram pessoas que aprendiam Judô com uma dessas linhas acima, Kodokan ou Butokukai, depois continuavam a difundir a arte sem manter nenhum vínculo com essas escolas, exemplos, Gracie, Fadda, Loanzi...
Em 1939 os japoneses já faziam um trabalho de conscientização dos brasileiros, mostrando que o que se ensinava aqui era JUDO e não 'Jiu-jitsu", Hélio andou muito com esses japoneses do Kodokan em apresentações e palestras, chegou a ser graduado por esse pessoal, mas com o advento da Segunda Guerra esse trabalho é interrompido, o Kodokan é fechado pelos aliados, foram cinco anos de inércia, quando o Kodokan foi reaberto na década de 50, só poderia ser ensinado como DESPORTO, isso por decreto militar, tinha o objetivo de conter o espírito tradicionalista japonês, o 'novo Kodokan" volta ao Brasil com a nova missão de "implantar" o Judô, começam as regras desportivas, organizações de clubes e enfase em disputas esportivas, Hélio já não reconhece a arte que outra hora treinou com os japoneses do Kodokan.
Declara uma verdadeira guerra contra o "Judô"e tem início a separação definitiva do antigo e do novo, o Hélio preferiu o antigo, e manteve o nome Jiu-jitsu em oposição ao Judô. De certa forma, o Hélio perpetuou parte do verdadeiro Judô Kodokan, enquanto o mundo comprava um Judô comercial, fabricado pelo ocidente...
Resumão rápido...
No Brasil nunca existiu Ju-jutsu tradicional, o que se ensinou aqui foi Judô com o nome genérico de 'Jiu-jitsu", uma herança de mais de 400 anos no Japão.
Existiam 3 tipos de Judô no Brasil,
1-Judô da Kodokan, professores como Maeda, Satake eram ligados diretamente ao Kodokan do Japão, logo após existiram muitos outros...
2-Judô Butokukai, era uma escola de Judô fundada por Hajime Isogai dentro da Butokukai, uma outra escola japonesa de artes marciais, lutadores como Takeo Yano, Irmãos onos e outros eram ligados a essa entidade.
3-Judô dos desgarrados, eram pessoas que aprendiam Judô com uma dessas linhas acima, Kodokan ou Butokukai, depois continuavam a difundir a arte sem manter nenhum vínculo com essas escolas, exemplos, Gracie, Fadda, Loanzi...
Em 1939 os japoneses já faziam um trabalho de conscientização dos brasileiros, mostrando que o que se ensinava aqui era JUDO e não 'Jiu-jitsu", Hélio andou muito com esses japoneses do Kodokan em apresentações e palestras, chegou a ser graduado por esse pessoal, mas com o advento da Segunda Guerra esse trabalho é interrompido, o Kodokan é fechado pelos aliados, foram cinco anos de inércia, quando o Kodokan foi reaberto na década de 50, só poderia ser ensinado como DESPORTO, isso por decreto militar, tinha o objetivo de conter o espírito tradicionalista japonês, o 'novo Kodokan" volta ao Brasil com a nova missão de "implantar" o Judô, começam as regras desportivas, organizações de clubes e enfase em disputas esportivas, Hélio já não reconhece a arte que outra hora treinou com os japoneses do Kodokan.
Declara uma verdadeira guerra contra o "Judô"e tem início a separação definitiva do antigo e do novo, o Hélio preferiu o antigo, e manteve o nome Jiu-jitsu em oposição ao Judô. De certa forma, o Hélio perpetuou parte do verdadeiro Judô Kodokan, enquanto o mundo comprava um Judô comercial, fabricado pelo ocidente...
- viniciusfs
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Para todos que estão pesquisando e compartilhando essa riqueza de informações!
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Faz bastante sentido a historia do Judô.
Embasa bem e lança um livro brother!
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- Judo Pitbull
- Mensagens: 261
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Que o Kodokan aceitava desafios, isso nunca foi escondido e é publico, vem por exemplo no livro que tenho e já li "A History of Judo" do Syd Hoare, bem como as questões do trabalho de Newaza não estar a ser trabalhado devidamente (carga de treino) e em certas provas os judocas do Kodokan terem levado calor quando iam para o solo. O próprio Kano revela isso nos seus escritos e por exemplo no livro "Judo Memoirs of Jigoro Kano" do Brian N. Watson (que tenho e também já li).Elton escreveu:"O Maeda afastou-se do Kodokan (ou foi afastado) por causa disso, isso já eu li em diversos sites..."
Mito, nunca se afastou, nunca foi expulso, outro mito criado como o que diz que o Kodokan não aceitava desafios, se pudessem ler as entrevistas de Kano a jornais de época ficariam espantados, Kano considerava o Wrestling e Boxe inferior ao Judô, sabia que seus lutadores tinham muito mais recursos em um combate mano a mano, ele também não invadia dojos, mas aceitava desafios com bom grado. O Kodokan venceu muitas lutas provando a superioridade do método Kano d eJu-jutsu, mas estava longe de ser invencível, perdeu muitas lutas também para diversas escolas no passado, em especial as de luta de solo, onde o Kodokan teve que se reinventar nessa maneira de lutar, tinha um lutador americano chamado Ad Santel, o cara fez a festa contra os judocas no final da década de 1910. Os desafios Gracie nascem desse Kodokan do passado pouco conhecido hoje pelos praticantes da arte, tem cara que acha que Judô é esporte e que Kano tinha um sonho de que o seu Judô se tornasse olímpico...na verdade, toda visão de Judô no ocidente é totalmente distorcida, reformulada por muitos motivos...
Agora também sei que há muita coisa que não vem nos livros, como é evidente, e a minha duvida era se judocas do Kodokan tinham feito invasões ou tinham feito desafios no Japão. A primeira eu tinha quase certeza absoluta que nunca se tinha passado, e a segunda, a de efectuar desafios, gostava de ver factos que comprovem isso.
Abraço
"If they could see on my face what I feel in my heart, no one would ever fight me"
Yasushiro Yamashita
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