DarkFallz escreveu: ↑07 Fev 2018 19:58
Se a bíblia é fonte de tanta controvérsia e interpretações diferentes, criando assim inúmeras religiões e denominações diferentes, então ela já falhou com o seu propósito.
Se deus quisesse que sua palavra fosse disseminada pela terra mas ela é escrita de uma forma que nem os que creem chegam a um consenso, podemos dizer que ela esta longe de ser clara muito menos perfeita, portanto podemos dizer sim que ela falhou seja como uma fonte literal para os acontecimentos (estaria errada) ou como uma forma de disseminar a palavra de deus (não há consenso nem interpretação "correta").
para um deus onipotente eu esperava mais
A Bíblia não é fonte de controvérsia, o homem decaído que é. Na tentativa de aplacar seu desejo de poder, dinheiro, complexo de inferioridade, desejos moralmente questionáveis em controlar a crença de outros acabam distorcendo as coisas. Coloque aí uma minoria que realmente acredita na Bíblia e deseja compreendê-la melhor, mas comete erros filosóficos básicos e você tem esse caldeirão.
Ainda assim , sabemos que o núcleo no Cristianismo não existe controvérsia: Deus como criador e moralmente perfeito, homem rebelde e pecador, necessidade de expiação substitutiva e imputativa por Cristo, necessidade de arrependimento e conversão a Cristo e posterior julgamento final.
A controvérsia é apenas em doutrinas secundárias, o que esvazia qualquer crítica partindo das divisões cristãs e denominacionalismo.
Mesmo as várias vertentes e igrejas poderiam ser vistas como parte do propósito divino de expandir mais rápido o cristianismo e forçá-lo a refletir. Vejo isso na primeira perseguição contra os cristãos em Jerusalém, que os forçou a se dispersar pela Ásia, e onde iam acabavam pregando e abrindo igrejas. A perseguição foi um tiro no pé, ao invés de sufocar a religião nascente, ajudou em sua expansão. Cômico.
Outrossim Jesus avisou sobre trigo e joio, sobre falsos seguidores, falsos profetas, Paulo fala também que os homens não suportariam mais a sã doutrina e acumulariam para si mestres segundo seus próprios desejos. Igualmente Jesus é questionado sobre pessoas que pregavam mas não andavam com ele; ele diz: quem não é contra mim é por mim. E Paulo corrobora ao dizer que uns pregam por amor, outros por dinheiro, outros por facção, etc. O importante é que se pregue, pois a obra de cada um será julgada por Deus em relação ao sua motivação, e assim, a obra de Deus cresce, mas não implica na salvação ou galardão do próprio pregador (já que haverá o julgamento de pecadores e crentes falsos juto com os incrédulos e outro julgamento só para cristãos, para galardoar e não para salvar, pois o crente não é salvo pelas obras, mas recebe galardão por elas, mesmo sem merecimento).
Enfim, a doutrina da morte espiritual do homem, que diz estarem todos caídos, longe de Deus, com seu entendimento deturpado, obscurecido pela própria rebeldia, incapazes de buscar a Deus tanto pela volição quanto pela possibilidade de, buscando por si só, encontrá-lo, que diz que o homem natural não reconhece as coisas espirituais pois lhe parecem loucura ou que o homem está em trevas e Jesus, sendo a Luz do Mundo, com os cristãos sendo pequenas luzes, odeia a Deus, Jesus e cristãos moralmente falando, pois a luz alumia as más obras que eles fazem em suas trevas morais, e para aplacar a própria consciência e a voz do Espírito Santo os acusando eles rejeitam, refutam e distorcem tudo que se relaciona a Deus.
Portanto, a disparidade teológica não atinge doutrinas fundamentais entre as várias denominações, pode estar sendo usada para a expansão do cristianismo, assim como para sua auto-reflexão, foi prevista como sendo bodes no meio das ovelhas, e pode ser explicado pela recusa moral do homem rebelde em reconhecer a Deus.
Para finalizar, lembro-lhe que o método de interpretação é histórico-gramatical, e qualquer conclusão dispare é em função de erros na aplicação do método e não em função dele em si mesmo. E deixo a explicação do próprio Jesus para apreciação:
Na parábola da semente e dos solos, antes de interpretar essa parábola, Jesus chamou Seus discípulos para longe da multidão. “Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: ‘Por que falas ao povo por parábolas?’ Ele respondeu: ‘A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem” (Mateus 13:10-17).
Jesus, deste ponto em diante no Seu ministério, sempre ensinava o sentido das parábolas apenas aos Seus discípulos. Entretanto, aqueles que continuamente rejeitavam a Sua mensagem foram deixados em sua cegueira espiritual se perguntando a respeito do que Jesus queria dizer. Ele fez uma distinção clara entre aqueles que tinham sido dados "ouvidos para ouvir" e aqueles que persistiam em descrença – sempre ouvindo mas nunca realmente entendendo e "sempre aprendendo, mas não conseguem nunca de chegar ao conhecimento da verdade".
Assim é a Bíblia toda: para quem busca de todo coração a verdade está oculta nela, mas para quem está em rebeldia contra Deus e tem interesse em que ele não exista, a melhor evidência e a melhor explicação ela não verá, ela racionalizará sobre o que viu. A Bíblia em sua suposta miríade interpretativa (que não se sustenta dado o método hermenêutico único aceito por todas as denominações) funciona como peneira, ao que ela própria se refere como Pedra de Esquina para quem crê (a principal pedra da construção antiga) e Pedra de Tropeço para quem não crê (porque esta pessoa conhece a verdade mas a rejeita baseado não nas evidências, mas em sua rebelião deliberada contra o Criador, o que fará que no final a Bíblia que deveria servir para salvar essa pessoa será usada para condená-lo).
Sendo assim, sua crítica não se sustenta em nenhuma frente, apenas demonstra seu estado de rebelião contra teu Criador. Rogo que se arrependa e se converta para que estas minhas palavras não sejam o motivo da tua condenação, ao passo que reconheço que "A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado".
Abração, man.