
Antes consenso, agora divergência. Uma das medidas do novo padrão de segurança nos estádios do Rio de Janeiro, a setorização das organizadas causou polêmica. A instalação de cabos de aço sobre grades no Maracanã, que pegou a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) de surpresa, gerou duras críticas do presidente Rubens Lopes.
- O balizamento com grades, acrílico ou outros semelhantes aos já existentes para separação de setores é aceitável e necessário, até chegarmos à cultura e ao nível de comportamento do respeito a uma simples linha divisória pintada no chão -, disse Rubens Lopes, que prosseguiu:
"Mas é inconcebível a configuração apresentada, como gaiola ou jaula para abrigar monstros terríveis e feras indomáveis"
Após a confusão na final da Copa Sul-Americana entre Flamengo e Independiente, diversas reuniões entre os quatro grandes clubes da cidade, o Gepe, a Ferj e o Ministério Público foram feitas, e deram origem, em consenso, a algumas medidas como a implantação da biometria e a setorização das torcidas organizadas. Essas medidas já estão sendo executadas em caráter educativo desde a final do Carioca entre Botafogo e Vasco.
A princípio, a Concessionária que administra o Maracanã se comprometeu a instalar divisórias de acrílico, mas por enquanto, colocou cabos de aço sobre as já existentes grades, o que revoltou o presidente da Ferj. Para ele, a medida é um "excesso incompreensível e não deve ser repetida".
- Durante os debates sobre medidas de segurança, com o Ministério Público, representantes do Judiciário, órgãos de segurança e clubes, em nenhum instante foi citado ou colocado em pauta o uso de fosso com jacarés, cães de guarda ou barreiras eletrificadas. Trata-se de um excesso incompreensível e não deve ser repetido, sob nenhuma hipótese. Melhor seria não lhes permitir a entrada, se houvesse a certeza da periculosidade que justificasse tais medidas, que entendemos não ser o caso. Foi uma surpresa que acreditamos não ter sido intencional - explicou.
Rubens Lopes deixou claro que em nenhum momento se pensou tratar as torcidas organizadas como criminosas. O mandatário lembrou o clássico entre Botafogo e Vasco, pela final do Carioca, como exemplo de rivalidade apenas dentro de campo.
- Não somos contrários às torcidas organizadas, que devem fazer parte do espetáculo, mas nunca se constituir num risco ao espetáculo. Defendemos a ordem, a festa e a paz nos estádios entre torcedores, famílias e crianças repetindo o excelente exemplo de comportamento, civilidade e sociabilidade como o que se viu no domingo passado demonstrado por vascaínos e botafoguenses que compareceram ao Maracanã.
Em comunicado oficial, a Ferj já havia deixado claro que desconhecia a instalação dos cabos de aço sobre grades no Maracanã e que, em consenso com clubes, Gepe e Consórcio, apoiava as outras medidas do novo padrão de segurança nos estádios no Rio de Janeiro.
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muito justo o que fizeram no maracanã, animais que não podem ver outros torcedores rivais tem que ser tratados dessa maneira.