Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
PHDookie
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por PHDookie » 24 Mai 2018 00:45

Annapurna, o 8.000 mais perigoso do mundo


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Annapurna, uma das montanhas mais perigosas do mundo, a 10ª mais alta das 14 maiores do planeta, é também a mais mortal destas, com uma taxa de fatalidades maior que 40%. Por ironia do destino e perseverança, foi também o primeiro 8.000 a ter seu cume alcançado. Esta proeza foi imortalizada no livro "Annapurna" (que já rendeu mais de 11 milhões de cópias, tornando-se o Best-Seller dos livros de montanhismo de todos os tempos), de Maurice Herzog, e no documentário da expedição, "Victoire sur l'Annapurna" de Marcel Ichac.

Localizado no Himalaia, na região centro-norte do Nepal, ao norte da cidade de Pokhara, o Annapurna (anteriormente chamado de Morshiadi) faz parte de um maciço montanhoso que tem 55 km de extensão, que além de incluir o cume principal, o Annapurna I, com 8.091 m, possui dois picos subsidiários com mais de 8.000 metros, o Annapurna I - Pico Central (8.051 m) e o Annapurna I - Pico Leste (8.013 m). Além disso, o maciço também é composto por treze picos adicionais com mais de 7.000 m, e outros 16 com mais de 6.000 m.

O cumes principais do Annapurna se elevam a Leste do Kali Gandaki Gorge (Gorge é uma espécie de desfiladeiro ou garganta), distante 34 km do maciço Dhaulagiri (8.167 m), localizado a Oeste. O Kali Gandaki Gorge é também considerado o desfiladeiro mais profundo da Terra.

Com cerca de 7.629 kilômetros quadrados, seu maciço e arredores estão protegidos dentro da "Annapurna Conservation Area", que é a primeira e maior área de conservação do Nepal. Esta área inclui locais importantes de trekking e passeios mundialmente conhecidos como o famoso Circuito Annapurna.

Annapurna significa em sânscrito, "completamente cheio de alimento" (forma feminina), que normalmente é traduzida como "Deusa das Colheitas".
Annapurna é o mais mortífero dos oito mil
De acordo com um estudo publicado na edição de Janeiro de 2007, na revista Panorama, do Deutscher Alpenverein - DAV (o Club Alpino Alemão), contendo as taxas de mortalidade nas quatorze montanhas de 8.000 metros, o Annapurna é de longe o menos escalado e o mais perigoso.

Pode-se comparar isso pelas ascençôes bem sucedidas do Annapurna, Everest e K2 por exemplo desde suas conquistas até 2007.

• Annapurna: Conquistado 1950 - 142 ascenções até 2007. (189 até 2011)
• Everest: Conquistado em 1953 - 2.561 ascençôes até 2007.
• K2: Conquistado em 1954 - 249 ascençôes até 2007.

Não só o Annapurna é o menos escalado, como também tem de longe a maior taxa de fatalidades com 33,8%. Um total de 64 alpinistas morreram no Annapurna até 2011 Esta é uma estatística impressionante, especialmente tendo em conta que o Annapurna, ao contrário do Everest, não é alvo a cada ano de dezenas de equipes compostas por turistas ricos, não qualificados para escaladas.

Não obstante as legiões de amadores no Everest, e seus muitos célebres desastres de escalada, somente 192 alpinistas morreram no Everest até 2007 - uma taxa de mortalidade de apenas 7,5%. O Nanga Parbat, que foi a terceira montanha de 8.000 metros escalada na história e que se pensava ser a mais perigosa, pois tem uma reputação de "a montanha assassina", tem uma taxa de mortalidade quase exatamente no meio entre o Annapurna e o Everest - 23,4% .O K2, que também é conhecido como " a montanha da morte" possui sua taxa quase a mesma do Nanga Parbat - 24,1%.

O que difere o Annapurna das outras montanhas? O que torna esta montanha de 8.000 metros difícil e mais perigosa que as outras?

Conforme o brasileiro Waldemar Niclevicz afirmou em entrevista para o jornal O Globo:

"É uma montanha muito arriscada e perigosa devido ao risco de avalanches. O glaciar é completamente quebrado, como um labirinto de gigantescos blocos de gelo. Existe o risco de ser golpeado por um pedaço de gelo a qualquer momento. Como se isso já não fosse pouco, o vento é outro vilão na região. Não é raro as rajadas passarem dos 100 km/h, e as escaladas só podem ser feitas com ventos abaixo de 40 km/h. As temperaturas costumam ficar na casa dos 30 graus negativos."

Podemos também ter uma idéia do desafio poderoso do Annapurna através do clássico livro "Annapurna", de Maurice Herzog. É um relato fascinante, mas ao mesmo tempo assustador da ascensão bem sucedida do Annapurna pelos franceses.

Outra visão sobre a dificuldade do Annapurna vem do renomado escalador americano, Ed Viesturs. Em 1994 ele lançou o que chamou de "Endeavor 8000", um projeto que visava escalar os quatorze picos de 8.000 metros sem oxigênio. Naquela época, ele já havia subido três deles, começando com o Kangchenjunga em 1989. Ele completou sua missão em 12 de maio de 2005, escalando justamente o Annapurna. Ele disse sobre a montanha que: "o Annapurna é o máximo perigo objetivo, é tudo sobre a arquitetura glacial. Tem grandes penhascos de gelo e Seracs...", que podem vir abaixo a qualquer momento.
Esta parte da história da escalada do Annapurna e sua tentativa anterior que fracassou, é narrada em seu livro, "No Shortcuts to the Top".

De acordo com outro importante montanhista, o basco Alberto Iñurrategui, que definiu a descida da Face Sul como “uma estrutura muito complexa, com glaciares e paredes muito verticais. Pela rota convencional (Norte) já é difícil e perigoso e nas demais rotas mesmo sendo (a formação da montanha) mais simples, apresenta outros riscos difíceis de controlar”. Assim sendo, não apenas suas características geográficas dificultam a escalada, mas também o vento gelado que “pode chegar a 90 graus abaixo de zero e não tem proteção (na Face Sul), a menos que possa se dirigir para a Face Norte”, afirmou Iñurrategui.

Outra prova da reputação do Annapurna, como montanha letal, é o fato de experientes alpinistas terem perdido a vida em expedições nesta montanha. Como o russo Anatoli Boukreev e seu companheiro Demetri Soublev, que morreram no Annapurna em 25 de Dezembro 1997, soterrados por uma avalanche, enquanto tentavam junto ao italiano Simone Moro uma nova rota invernal. Assim como o experiente tirolês Christian Kuntner em 2005, e o espanhol Iñaki Ochoa em 2008, que também morreram na montanha. Para cada três ascensões é registrada uma morte.
A expedição francesa ao Annapurna
Dirigida por Maurice Herzog, a expedição francesa de 1950 era composta por alguns dos mais importantes nomes da história do montanhismo francês, além do próprio Maurice, estavam Lionel Terray, Louis Lachenal, Gaston Rébuffat, Marcel Ichac, Jean Couzy, Marcel Schatz, Jacques Oudot, Francis de Noyelle.

Os franceses até 1950 ficaram ausentes das explorações e escaladas de montanhas do Himalaia. Quando a expedição foi anunciada, poucas ou quase nenhuma informação sobre a região eram conhecidas, assim como ainda não haviam decidido qual montanha, das que tinham conseguido permissão, iriam escalar, Annapurna ou Dhaulagiri.

A primeira providência que a expedição teve que tomar, foi um reconhecimento de toda a região, corrigir os mapas existentes e procurar rotas acessíveis para chegar ao cume de alguma das duas montanhas.

A primeira montanha que exploraram foi o Dhalaugiri, mas depois de quase um mês de exploração em torno da montanha desistiram, devido a não identificarem uma rota que pudesse ser escalada. As atenções se voltaram para o Annapurna.

Como o período das monçôes já se aproximava, em poucos dias uma acampamento base no Glaciar Norte e outros acampamentos de altitude foram montados e abastecidos pelos sherpas. O quinto e último acampamento, foi montado por Herzog e Lachenal, onde dormiram antes de seu ataque ao cume.

"No dia 03 de junho de 1950, Maurice Herzog e Louis Lachenal alcançam ao cume."


Durante a descida Herzog e Lachenal sofrem severos congelamentos e queimaduras pelo frio, que ocasionam amputações nos dedos das mãos e dos pés, tratados pelo médico da expedição Jacques Oudot, quando retornavam pelo vale ao final de sua expedição.
Outras rotas e ascensões importantes
A escalada através da Face Sul possui as rotas que são consideradas as mais difíceis do Annapurna I. Porém, as rotas na Face Norte apresentam um enorme risco de avalanches e queda de Seracs, devido a sua complexidade geológica, tornando-a extremamente perigosa.

O cume do Annapurna passou 20 anos intocado desce sua primeira ascenão, sendo escalado novamente só em 1970, ano que a rota francesa da face Norte foi repetida com a escalada de uma expedição do exército britânico. Esta segunda ascensão foi liderada pelo Capitão Henry Day. A equipe de cume procurou evitar tanto quanto possível, os perigos consideráveis da Face Norte, como avalanches e queda de e seracs. O Capitão Henry Day e o Major Jerry Owens, com o auxílio de oxigênio, chegaram ao topo antes do meio dia, em Maio.

A Face Sul do Annapurna foi conquistada também em 1970. A primeira ascensão desta difíl paredel foi feita pelos britânicos, cuja expedição foi liderada pelo renomado alpinista Chris Bonington, que montou uma equipe formada pelos também britânicos, Don Whillans, Martin Boysen, Mick Burke, Ian Clough, Nick Estcourt, Dougal Haston, Kelvin Kent, Dave Lambert, Mike Thompson e mais os sherpas Pasang Kami, Kancha, Ang Pema, Pemba Tharkay, Mingma Tsering, Nima Tsering e o norte americano Tom Frost.

Os alpinistas Don Whillans e Dougal Haston conseguiram concluir a escalada, no dia 27 de maio, sem oxigênio suplementar e com mal tempo, em uma escalada de superação dos limites. Mas o triunfo do cume ainda levou à uma tragédia inesperada, o alpinista Ian Clough, morreu devido a queda de um serac durante a descida. Esta expedição que é considerada um marco na história do montanhismo, pois até então a subida do Nuptse, em 1961, era sem dúvida a escalada mais séria de uma parede do Himalaia em uma montanha elevada montanha, porém em comparação com Annapurna as dificuldades eram realmente muito moderadas e com menor altitude.

Quatro anos depois, em Abril de 1974, uma expedição espanhola liderada por José Manuel Anglada, chega ao cume Leste do Annapurna I. O cume foi alcançado através da aresta Norte por três alpinistas, Anglada, Pons e Civis.

Em 13 de Outubro de 1977, acontece a primeira ascensão de uma nova rota na Face Norte, por uma expedição holandesa, liderada por Stuart Verrijn. A via holandesa está situada à esquerda da rota francesa e tem a vantagem de ser menos propensa a avalanches.

Em 1978, o Annapurna I recebeu uma expedição inteiramente feminina, "The American Women's Himalayan Expedition", a equipe de 10 mulheres foi liderada por Arlene Blum, e conseguiram a primeira ascensão norte americana, além da primeira ascensão feminina, pois até então, a montanha só havia sido escalada por apenas oito pessoas, todos homens. Elas arrecadaram dinheiro para a viagem, em parte, vendendo camisetas com o slogan "O lugar da mulher é no topo". A primeira equipe de cume, foi composta por Vera Komarkova e Irene Miller, além dos sherpas Mingma Tsering e Chewang Ringjing, que chegaram ao cume às 15:30h, hora local, em 15 de Outubro de 1978. A segunda equipe de cume, contava com Alison Chadwick e Vera Watson, morreram durante esta escalada. Após o evento, Blum escreveu um livro sobre sua experiência no Annapurna, chamado "Annapurna: A Woman's Place".

Em 23 de Maio de 1981, foi aberta a Rota Polonesa na Face Sul [John Paul II Route], pelos escaladores Maciej Berbeka e Bogusaw Probulski, na expedição liderada por Ryszard Szafirski. A rota foi conquistada sem utilização de oxigênio suplementar e sem Sherpas. Szafirski disse: "Eu tenho que pensar na face norte do Matterhorn para comparar as dificuldades técnicas deste nível e continuidade. A exposição é semelhante". A equipe dedicou a sua escalada para o Papa João Paulo II, que se encontrava gravemente ferido na época.

No dia 29 de Outubro de 1981, os japoneses Hiroshi Aota e Yukihiro Yanagisawa chegam ao cume por uma nova rota na Face Sul, a Rota Japonesa. Infelizmente dois dias depois, outro integrante da equipe, Yasuji Kato, sofreu uma queda e morreu em sua segunda tentativa de ascensão.

Três anos depois, os espanhóis Nil Bohigas e Enric Lucas, realizam em 3 de Outubro de 1984, uma nova rota em estilo alpino, novamente na Face Sul da montanha. Conhecida hoje como Rota Espanhola. Eles desceram ao longo da Rota Polonesa, em rapéis de 80 metros, quase sempre ancorados por um único ponto (era a primeira vez que isto foi feito em uma grande parede no Himalaia). A equipe foi apoiada por Anna Masip e Soleras Montserrat no Acampamento Base.

Ainda em 1984, outra notável ascensão foi realizada quando os suiços Erhard Loretan e Norbert Joos completaram o que os alemães tentaram em 1969. Escalaram os 7 km da longa Aresta Leste do Annapurna I, e chegaram ao cume Leste somente três dias após deixar o acampamento base. Eles continuaram a ascensão através do cume Central até o chegarem ao 8.091 metros do cume principal no dia 24 de Outubro, fazendo assim os três cumes em uma única investida. A descida foi realizada pela Face Norte, completando uma incrível travessia, toda realizada em estilo alpino.

A enorme e côncava Face Noroeste do Annapurna, ainda não havia recebido nenhuma tentativa de ascensão. Foi quando em 1985, o tirolês Reinhold Messner e o italiano Hans Kammerlander, lideraram uma pequena equipe para tentar encontrar uma linha que ainda não tivesse sido escalada. Outras expedições no passado, já tinham tentado esta parede de 3.000 metros sem sucesso, mas a equipe descobriu uma rota que levou a dupla para a Aresta Oeste, onde apesar da névoa densa e dos ventos violentos, eles seguiram direto para o cume no dia 24 de Abril.

Em 1987, os poloneses Jerzy Kukuczka e Artur Hajzer, fizeram a primeira ascensão invernal do Annapurna I, pela Face Norte, chegando ao cume no dia 3 de Fevereiro. Kukuczka ficou conhecido por ter sido o segundo homem a escalar todos os 14 picos de 8.000 metros, depois de Reinhold Messner.
No mesmo ano de 1987, é realizada a primeira ascensão do cume principal pela rota dos alemães de 1980, por uma expedição espanhola liderada por Josep Maixe, na qual chegam ao cume no dia 8 de Outubro, ele e Rafael Lopez.

Em 1988, os poloneses retornariam à montanha para uma nova ascensão pela Face Sul. A equipe internacional era composta, além dos poloneses Jerzy Kukuczka, Artur Hajzer, Dr. Lech Komiszewski, Ryszard Warecki e Janusz Majer, também pelos britânicos Phil Butler e Henry Todd, os alemães Irene e Gerhard Schnass, os equatorianos Ramiro Navarrete e Francisco Espinoza, o norte americano Steve Untch e o italiano Alberto Soncini. Os alpinistas Kukuczka e Hajzer abriram uma nova rota nesta face, chegando ao cume Leste do Annapurna em 13 de outubro de 1988.

Em 1992, os franceses Pierre Béghin e Jean-Christophe Lafaille, escalaram uma nova rota na Face Sul, sem pisar no cume, chegando até os 7.400 metros no dia 11 de Outubro, ponto onde o mal tempo os obrigou a descer. Carregando a maioria dos equipamentos, incluindo as cordas, Beghin sofreu uma queda e morreu. Em umas maiores odisséias dos grandes auto-resgates em escalada da história do montanhismo, contado em seu livro "Prisonnier de l’Annapurna" (Prisioneiro do Annapurna). Lafaille conseguiu sair vivo cinco dias depois, apesar de ter ficado preso sozinho na parede Sul sem cordas, sem equipamentos, sem a ajuda e com um braço quebrado por ter sustentado a queda de pedras.

Na tarde do dia 20 de Outubro de 1996, depois de dois meses de duro trabalho, o cume principal do Annapurna I, foi alcançado por uma nova rota ao longo do Esporão Noroeste, em condições meteorológicas extremamente difíceis, pois havia tanta neve nas encostas que subir pela via normal era loucura, então foram forçados a escolher uma rota mais segura. Em 90% do caminho o ucraniano Vladislav Terzyul foi o alpinista que liderou, e o resto do caminho foi aberto por seu parceiro polonês, Anjey Marcenyak, ambos membros da "Polish International Expedition", que contava com 12 participantes (10 poloneses, 1 norte americano, 1 ucraniano), e liderada por Valdek Soroka.

No dia 21 de Maio de 2006, é realizada a primeira ascensão de uma variante na parede Sudeste da "Roc Noir". Os alpinistas poloneses Piotr Pustelnik e Piotr Moravski e o eslovaco Peter Hamor, passaram vários dias no acampamento alto, devido ao mau tempo. Quando as condições finalmente clarearam, e os seus mantimentos tinham se esgotado, sabendo que era agora ou nunca, os alpinistas fizeram a sua rota até o topo, porém somente Hamor alcançou o cume principal.

Em Outubro de 2007, o escalador extremo esloveno, Tomaz Humar, realizou uma ascensão na Face Sul, uma rota completamente nova em solo, e escalada em puro estilo alpino, em uma área da parede que foi enfrentada apenas uma vez em 1988, pela dupla polonesa Hajzer-Kukuczka. Com desenhos detalhados da rota e após ter sido verificado com Arthur Hajzer, ficou evidente que as duas vias são totalmente independentes e cobrem um terreno completamente diferente. O único ponto de intersecção entre as rotas fica a 5.800 metros, na plataforma de gelo, onde Humar estabeleceu seu primeiro bivaque. Como o próprio Humar afirmou, "Eu escalei uma nova rota em estilo alpino puro, sem saber que uma equipe tinha subido esta parede em 1988, não muito longe da minha nova rota. Eu escalei o percurso em apenas 2 dias (subida e descida) em condições terríveis. Para todos, em setembro o clima estava extremamente chuvoso e nevando com apenas algumas pausas."

"Quando comecei a escalar, o vento vindo de Norte-Noroeste, o chamado Jet Stream, tornou-se vicioso, alcançando velocidades de 100-150 km/h. Em 1997, o mesmo tipo de vento foi o motivo da morte de meu parceiro Janez Jeglic.", disse Humar em uma entrevista para MountEverest.net.

Brasileiros no Annapurna
Até hoje nenhum montanhista brasileiro tinha participado de tentativas de escalada ao Annapurna. Fato que mudou este ano, com a participação de Waldemar Niclevicz e da amazonense Cleo Weidlich.

O paranaense de 46 anos, vai tentar escalar esta perigosa montanha com um objetivo, ainda maior que já está em seus planos, o de completar a escalada dos 14 “Oito Mil”. Waldemar já conquistou sete delas, incluindo as duas mais altas, o Everest (em duas ocasiões) e o K2. Apenas 28 alpinistas conseguiram o feito de escalar as 14 montanhas em todo o mundo. Niclevicz participa de uma expedição espanhola, de Carlos Soria, que tem 73 anos, e que este ano pretende subir o Annapurna e o Dhaulagiri. Soria já escalou 11 dos 14 “oito mil”.

Cleo, além de ser a primeira mulher brasileira a enfrentar esta montahna, é também chefe de expedição pela SevenSummittrek, onde sua principal função será de ficar na base e coordenar a escalada da equipe ao Annapurna. Caso Cleo sinta-se bem, também porderá escalar.

Referências de Pesquisa. Livros:

• "Annapurna", de Maurice Herzog
• "Annapurna: A Trekker's Guide", Por Kev Reynold


Por Beto Joly
www.imontanha.com

PHDookie
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por PHDookie » 24 Mai 2018 00:58

Morre a criadora do Banco de Dados e validadora de Conquistas do Himalaia.


Morreu hoje, dia 26 de janeiro de 2018, Elizabeth Hawley aos 94 anos, responsável há 30 anos por criar e cuidar do banco de dados das conquistas das montanhas mais altas do Himalaia, entre elas o Everest.

Elizabeth Hawley foi internada depois de sofrer uma infecção pulmonar e quando hospitalizada sofreu um ataque cardíaco fulminante. “Ela teve uma morte tranquila e pacífica”, disse à agência France Presse a Dr. Prativa Pandey.

Elizabeth Hawley nasceu em 9 de novembro de 1923, em Chicago (EUA). Ela estudou história na Universidade de Michigan, mas nunca praticou como tal. Ela se inclinou para jornalismo, e em 1946 começou a trabalhar na revista Fortune, em Nova York. Lá permaneceu até 1957, quando percebeu que o texto era demasiado pequeno para seu mundo. Ela desistiu de seu posto e foi viajar pelo mundo. Em 1960, chegou a Katmandu, capital do Nepal. No início como um correspondente da revista Time-Life e depois teve alguns contratos de colaboração com a Reuters.

De Katmandu, ela começou a enviar crônicas políticas, econômicas e sociais e, ocasionalmente, também sobre expedições de montanhas. O Everest tinha sido escalado pela primeira vez apenas há sete anos e começava a idade de ouro de himalaismo. Gradualmente Hawley foi se inserindo nos círculos de alpinistas de primeira linha, e se tornou amiga Edmund Hillary (a primeira pessoa a escalar o Everest, junto com Tenzing Norgay), e em apenas três anos tornou-se uma referência no mundo das expedições ao Himalaia.

Hawley começou a enviar crônicas de montanhismo para a Reuters e outras revistas especializadas, a partir de 1963, na ausência de um registro oficial, ela começou a gravar meticulosamente entrevistas com todas as expedições que se propunham a escalar o Everest e outras montanhas no Himalaia.


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Waldemar Niclevicz durante entrevista com Miss Halwey.

Karina Oliani durante entrevista com Miss Hawley.

Rosier Alexandre durante entrevista em 2014.

Visita do alpinista itáliano Reinhold Messner a Miss Hawley em julho de 2017.

Seu sistema era simples e uma vez disse: “Antes do início da temporada entro em contato com agências especializadas em trekking e montanhismo de Kathmandu. O governo do Nepal exige que cada expedição seja representada por uma agência. Assim pedia para as agências nos informar quais alpinistas que iriam escalar as montanhas mais altas e eu fazia uma entrevista no lobby do hotel, assim que chegavam. Pedia seus dados pessoais e quais eram os seus planos iniciais de escalada. Então, quando eles retornavam da escalada, fazia uma nova entrevista, para saber os detalhes da sua escalada e conquista, para assim montar a minha crônica.”

Todos os brasileiros que escalaram o Everest, tiverem o prazer de ser entrevistados por Elizabeth Hawley, e suas conquistas foram devidamente catalogadas no famoso Banco de Dados do Himalaia.

“Conheci a Miss Elizabeth Hawley pessoalmente em 2013, quando fui escalar a Face Sul do Everest. Já tinha escutado muitas histórias e lido citações em livros sobre essa figura ilustre do montanhismo nos Himalaias. Ela fazia um papel burocrático mas muito importante - o de verificar a veracidade das conquistas das expedições e dos montanhistas e o de desmascarar impostores ou atletas querendo aumentar seus feitos. Ela nunca escalou, mas me deu dicas úteis que poucos escaladores me deram. Lembro bem da sua frase em 2013: "Karina, o cume é apenas metade do caminho. Guarde sua energia pra descida, onde mais vai precisar dela."
Em 2017 voltei pro Everest pra escalar a Face Norte e pela idade e condição de saúde da Miss Hawley fomos eu, Marcelo e Pemba até a casa dela pra essa entrevista, que achamos que seria a última e realmente foi. Ela continuava muito lucida, esperta mas seu físico já não acompanhava sua mente. Com um problema na cervical era impossível pra ela manter a cabeça reta. Sua dificuldade em nos ouvir fez com que tivesse que quase gritar pra responder suas perguntas. Mas em 2017 o que mais me marcou foi a alegria da Miss Hawley ao constatar que eu era a única líder de expedição mulher da temporada. Claramente ela estava
orgulhosa de me ver de volta e de ver que, novamente, iria liderar meu pequeno time de quatro escaladores em um mundo ainda tão masculino.”

Karina Oliani, a 1ª mulher sulamericana a escalar as duas faces do Everest

“Esta simpática senhora nos deixou, mas deixou também um imenso legado para o alpinismo mundial. Ela se dedicou de corpo e alma a registrar tudo sobre o Everest. Jamais subiu esta montanha, mas a conhecia como ninguém. Conquistou o respeito da comunidade internacional. Se existia alguma dúvida de cume ou não cume ela fazia uma série de perguntas e dava o veredito incontestável se o escalador havia ou não chegado ao cume.
Em maio de 2014, após a grande avalanche que deixou 16 vítimas fatais, eu fui entrevistado por ela que queria saber detalhes da avalanche, mas começou me perguntando o que eu estava fazendo do outro lado do mundo. O seu trabalho registrando todos os fatos sobre as expedições ao Everest ajudou e vai continuar ajudando a salvar vidas. Amiga, descanse em paz. A comunidade de alpinistas do mundo inteiro sempre terá gratidão por seu trabalho. Em 2016, ano que fiz o cume do Everest, ela já estava bem debilitada, e fui entrevistado pela sua assistente e sucessora, Billi Bierling.”


Rosier Alexandre, 15º brasileiro a chegar ao cume do Everest

Por algumas vezes, eu (Elias Luiz) tive o prazer de trocar mensagens com Miss Hawley para certificar algumas informações e dados de conquistas brasileiras no Himalaia. Nossos sentimentos aos amigos e familiares de Elizabeth Hawley.

Nossos agradecimentos a Miss Elizabeth Hawley pelo legado que deixou e que seus sucessores possam manter atualizado o Banco de Dados do Himalaia.

PHDookie
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por PHDookie » 24 Mai 2018 01:00

Parece que todo mundo respeitava a senhora mesmo sem ela ter escalado. Devia fazer um trabalho fantástico...

PHDookie
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por PHDookie » 24 Mai 2018 01:13

Cumes em Cheque


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Há anos acompanhamos as expedições da manauense Cleonice Pacheco Weidlich. O nosso convite para ela ser colunista do EXTREMOS veio depois de verificarmos o seu extenso e significante curriculum, principalmente se tratando de escaladas em alta montanha. Apesar de algumas contestações, resolvemos dar voz a ela e assim conhecê-la melhor.

Cleo nasceu em Manaus, mas mudou-se para o Estados Unidos e vive hoje na California. Ela tem cidadania americana que costuma usar em suas expedições, pois assim enfrenta menos burocracias, mas levanta a bandeira de ambos países em suas conquistas.

Hoje, Cleo diz ter em seu curriculum oito montanhas acima de 8.000m, o que a torna a brasileira com mais cumes nesta categoria. O paranaense Waldemar Niclevicz coronou sete montanhas de 8.000m. A meta de Cleo é escalar todas as 14x8.000m.

Mas algumas escaladas de Cleo Weidlich deixaram dúvidas se ela realmente tinha chegado ao cume ou não. É difícil questionar a veracidade de uma escalada, mas o EXTREMOS se incumbiu analisar alguns dados.

Os 14 x 8000m e as conquistas da Cleo


1º - Everest (8848m) - Nepal / China
2º - K2 (8611m) - Paquistão / China
3º - Kangchenjunga (8586m) - Índia / Nepal
4º - Lhotse (8516m) - Nepal / China
5º - Makalu (8463m) - Nepal / China
6º - Cho Oyu (8188m) - China / Nepal
7º - Dhaulagiri (8167m) - Nepal
8º - Manaslu (8163) - Nepal
9º - Nanga Parbat (8125m) - Paquistão
10º - Annapurna (8091m) - Nepal
11º - Gasherbrum I - (8080m) - Paquistão / China
12º - Broad Peak (8051m) - Paquistão / China
13º - Gasherbrum II (8034m) - Paquistão / China
14º - Shisha Pangma (8027m) - China
Cume - 17.05.2010

Cume - 20.05.2011

Cume - 21.10.2012 - (não comprovado)
Cume - 24.09.2009
Cume - 26.05.2012
Cume - 01.10.2010

Cume - 20.04.2012 - (contestado - tem certificado)
Cume - 05.08.2010





Elizabeth Hawlet há mais de 30 anos registra as conquistas nas altas montanhas do Nepal. Se você escalar uma alta montanha no Nepal, certamente terá uma entrevista com ela.

A historiadora

Elizabeth Hawley, a famosa historiadora do Everest, cataloga as escaladas aos cumes de todas as altas montanhas em território nepalês. Das oito montanhas que Cleo escalou, sete estão ou fazem divisa com o Nepal, e Miss Hawley contesta a conquista de duas destas montanhas: Makalu e Annapurna.

O EXTREMOS conversou com a Elizabeth Hawley e seu assistente Richard Salisbury, especialista no Banco de Dados do Himalaia.

Caso Makalu

“Cleonice Pacheco Weidlich não chegou ao cume do Makalu!”

confidenciou Elizabeth Hawley ao editor-chefe do EXTREMOS, Elias Luiz

“A reivindicação de cume do Makalu feita pela Cleo ainda não é reconhecida” disse Richard, após consultar o Banco de Dados do Himalaia. “No início Cleo disse que chegou a 8.000 metros - o Makalu tem 8.463m - mais tarde afirmou a nós que chegou ao cume. Então ela disse que iria fornecer provas, mas até agora - três anos depois da conquista - não recebemos nada,” finaliza Richard.

O EXTREMOS fez a cobertura da expedição de Cleo Weidlich ao Makalu, onde recebíamos dela emails e ligações via telefone satelital diretamente da montanha, e na ocasião nos informou que havia feito cume e que depois escreveria um artigo relatando toda a escalada. Até hoje não recebemos este artigo e nem as fotos ou vídeo do cume.

Caso Annapurna

“Sua alegação do cume do Annapurna foi contestada.”

disse Elizabeth Hawley ao EXTREMOS

“Quando Cleo estava no Annapurna, a maioria das equipes que foram para o cume em 20 de abril de 2012, pararam entre 30 a 50 metros abaixo do topo da crista do cume (incluindo Cleo e seu Sherpa). Apenas um sherpa e um chinês foram para o topo da crista do cume, mas não ao ponto mais alto da crista do cume (o verdadeiro ápice). O cume do Annapurna é bastante longo e muitos alpinistas provavelmente não alcançam a verdadeira cimeira, pois param quando atingem a borda do cume.” enfatiza Richard.

Durante a cobertura desta expedição, o EXTREMOS mantinha contato com um respeitado site norte-americano, como é de nosso costume, sempre procuramos outras fontes para confirmar a posição ou conquista de um alpinista.

“… Elias, mais uma pergunta - por que não há fotos do cume? Dez dias depois que 12 alpinistas (talvez 14) chegaram ao cume e ainda não vimos uma única imagem do cume!”

Tom Sjogren, editor-chefe do renomado site Explorersweb

É comum que no mesmo dia de cume ou no máximo quando eles retornam ao campo base, toda a mídia especializada tenha acesso as fotos de cume dos alpinistas. Não foi o caso desta vez. Na verdade, nunca as recebemos.

O EXTREMOS fez uma extensa pesquisa de quem estava naquele dia fazendo o ataque ao cume do Annapurna e a única pessoa que nos respondeu foi o indiano Basanta Singharoy, que fazia parte da expedição que Cleo Weidlich liderava.

“No dia 20 abril de 2012 às 10h30 quando eu, Mr. Debasish Biswas juntamente com o Sr. Pemba Dorchi Sherpa voltávamos do cume do Monte Annapurna-I, notei que a senhora Cleonice Pacheco Weidlich estava perto do cume do Monte Annapurna-I. Eu acho que ela alcançou o cume, pois ela estava apenas a 15 ou 20 minutos dele.” disse ao EXTREMOS o alpinista indiano Basanta Kumar Singha Roy.

No caso do Annapurna, Cleo Weidlich recebeu no dia 9 de julho de 2012 o certificado de cume do Ministério da Cultura, Turismo e Aviação Civil do Nepal.



O certificado de cume do Annapurna.

A versão da Cleo Weidlich

"A Sra. Hawley e eu tivemos um bom encontro há duas semanas atrás, mas devido os acontecimentos ao redor da escalada do Lhotse, não tivemos tempo de falar sobre os detalhes das montanhas contestadas. Ela me deu o nome da pessoa que contestou o Annapurna I e agora vamos começar a discussão sobre tudo isso. Se você puder aguardar até a Sra. Hawley se manifestar, eu te agradeceria. Seria menos confuso para o pessoal que se liga no EXTREMOS. Pois ela pode chegar a uma conclusão diferente de você, pois ela tem infos que você pode não ter. Se ela decidir que tenho que voltar, então terei de voltar. Não serei a primeira pessoa a repetir uma montanha e tenho certeza que não serei a última." disse Cleo Weidlich em um email para o EXTREMOS no dia 10 de junho de 2014.

O caso ainda não foi encerrado. Por isso Cleo ainda aparece em alguns registros com o cume do Annapurna. No mais respeitado Banco de Dados do Himalaia, não consta a conquista de Cleo Weidlich ao Makalu.

Como comprovar uma escalada ao cume

A forma mais eficaz de comprovar que você escalou uma montanha é através de fotos, com ela podemos identificar proeminências na montanha que confirmam o cume, até mesmo algumas que possuem um marco facilitam essa identificação.

Com o advento da GoPro, hoje em dia é muito comum exigir o vídeo do cume, o que ajuda a dar ainda mais veracidade a conquista.


Algumas vezes acontece do montanhista por algum motivo não ter fotos do cume, por ter perdido a sua máquina fotográfica ou algo parecido. Neste caso tanto o alpinista como o seu Sherpa são entrevistados pela empresa ou Associação de Montanhismo local, ou no caso do Nepal, a entrevista também é feita com a historiadora Elizabeth Hawley, que nunca escalou uma montanha, mas que sabe como poucos os detalhes de cada uma das principais montanhas do Nepal. Ela inclusive foi a responsável por identificar e banir o cume da sul-coreana Miss Oh Eun Sun, que estava se intitulando a primeira mulher a conquistar os 14x8000m. Após a contestação do cume do Kangchenjunga de Miss Oh Eun Sun, pela Elizabeth Hawlet, o próprio Clube de Alpinismo da Coréia do Sul, também baniu a montanhista.

Como fica

A nossa intenção aqui não é julgar a pessoa Cleo Weidlich, mas apenas tornar público um assunto que está pendente há muitos anos. Mas também acreditamos como Elizabeth Hawley, se realmente Cleo chegou ao cume do Makalu e do Annapurna, basta a ela comprovar, esse pedido já fizemos diversas vezes a ela. Enquanto isso não é feito, seguiremos os conselhos de Miss Hawley, e Cleo Weidlich temporariamente, enquanto não recebermos as comprovações dos cumes do Makalu e do Annapurna, volta a ter 6 conquistas de montanhas acima de 8.000m. Sendo assim, Waldemar Niclevicz volta a figurar como o brasileiro com mais conquistas em montanhas de 8.000m.


Todas as conquistas brasileiras acima de 8.000 metros.

Waldemar Niclevicz é o brasileiro com mais cumes de 8.000.

Makalu e Annapurna são as montanhas contestadas de Cleo.



fonte: http://www.extremos.com.br/Blog/Editor/ ... _weidlich/

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por leofla » 24 Mai 2018 01:30

Parece que essa cleo mentiu sobre alguns cumes como ter feito annapurna além de sair de um ponto pra outro nas montanhas de helicóptero.

O que me gera mais dúvidas e não acreditar muito nela é ela não ter fotos do cume.


Aki mostra o perrengue que ela já passou em uma de suas escaladas, foi resgatada por um helicóptero b3 a 7 mil metros!

Será q o alpinista paga algum tipo seguro para poder ser resgatado nessa altura? Vi que esses helicópteros b3 são caríssimos.





http://altamontanha.com/cleo-weidlich-a ... do-abismo/

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por JackmAtAll » 24 Mai 2018 09:28

Deve ter uma boa grana lógico ou bom patrocinador.

Para um simples mortal fazer esses picos já é um bom gasto, imagina resgate de helicoptero e fazer um monte de subidas.
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por Boca » 24 Mai 2018 10:17

Em jan/18 eu fiz a caminhada até as lagoas do Monte Fitz Roy na patagonia, lugar muito bonito. Eu não tenho condições de fazer umas escaladas dessas mas até o acampamentos base eu gostaria de ir.

No Aconcágua eu ja caminhei no parque até onde os não alpinistas podiam ir, lugar muito bonito tambem.

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por leofla » 24 Mai 2018 10:33

o trekking para o base camp do everest ate um monte lá que fica a 5500 metros pelo que pesquisei não sai tao caro e voce ainda pode conseguir mais barato se em vez de contratar uma agencia aki do brasil contratar diretamente la no nepal ou mais barato ainda se so contratar um guia.

agora subir o cume é muita grana obviamente se for fazer tudo certo com guias sherpas ,carregadores ,equipamento...


aki da pra ter uma base do custo pra subir o everest

http://altamontanha.com/planejamento-fi ... o-everest/

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por Kabeça Grande BJJ » 24 Mai 2018 10:36

leofla escreveu:
24 Mai 2018 10:33
o trekking para o base camp do everest ate um monte lá que fica a 5500 metros pelo que pesquisei não sai tao caro e voce ainda pode conseguir mais barato se em vez de contratar uma agencia aki do brasil contratar diretamente la no nepal ou mais barato ainda se so contratar um guia.

agora subir o cume é muita grana obviamente se for fazer tudo certo com guias sherpas ,carregadores ,equipamento...
5500 metros.
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por Lobo Branco » 24 Mai 2018 10:52

Provavelmente, um dos melhores tópicos, já criados no BJJ

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por luce » 24 Mai 2018 11:02

Lobo Branco escreveu:
24 Mai 2018 10:52
Provavelmente, um dos melhores tópicos, já criados no BJJ
Concordo em brother, eu nunca tinha acompanhado ou demonstrado interesse sobre esse tipo de escalada e alpinismo. Mesmo quando era mais novo e assisti Limite Vertical por exemplo eu nem dei muita bola pra parte "esportiva" do filme, apenas pra ação.

Depois que li o tópico dos esportes mais perigosos e esse aqui agora comecei a ler sobre todas as montanhas 8000+, as histórias e desastres são sinistros demais, e porra já quero esquematizar mais um mochilão com a mineira pra ir fazer esse trekking até o base camp do everest em. Assisti ao filme Everest tbm, muito foda essas aventuras.

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por JackmAtAll » 24 Mai 2018 11:14

leofla escreveu:
24 Mai 2018 10:33
o trekking para o base camp do everest ate um monte lá que fica a 5500 metros pelo que pesquisei não sai tao caro e voce ainda pode conseguir mais barato se em vez de contratar uma agencia aki do brasil contratar diretamente la no nepal ou mais barato ainda se so contratar um guia.

agora subir o cume é muita grana obviamente se for fazer tudo certo com guias sherpas ,carregadores ,equipamento...


aki da pra ter uma base do custo pra subir o everest

http://altamontanha.com/planejamento-fi ... o-everest/
Pois é.

Provavelmente para esses caras que são "montanhistas" e fazem sempre e são mais experientes é mais barato, tem equipamento, sabe o que fazer e planejar tudo, agora novato que não conhece ou vai por empresa o custo é alto.
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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por Boca » 24 Mai 2018 11:35

Em julho eu vou subir o vulcao Vila Rica se o tempo ajudar, mas é passeio de veia sedentária perto desses ai kkk

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por Lobo Branco » 24 Mai 2018 11:38

Ron escreveu:
24 Mai 2018 11:32
Tópico muito bom e com muitas informações.

Tenho muita vontade de fazer duas coisas: Escalar o Aconcágua e fazer o Caminho de Santiago e queria colocar na prática um dos dois para 2019 ou 2020.

O Aconcágua é possível para quem nunca praticou montanhismo ou fez outras escaladas? Não sou sedentário, pratico atividade física pelo menos 5 dias na semana.

Os custos são muito altos? Mais de uns 15 mil ou menos?
Aconcágua é uma montanha para alpinistas, meio complicada

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Re: Tragedias do Everest e outras montanhas: O botas verdes, tragedia de 1996, tragédia de 2014 e 2015, etc

Mensagem por LAWYER » 24 Mai 2018 11:40

No Everest nada é simples, não engulam essa de que é uma caminhadona. A travessia da icefall, ou cascata de gelo, entre o base e o camp 2 é uma desgraça! Muita gente morre ali, ou despencando nas fendas (que você atravessará se equilibrando em precárias escadas juntadas uma à outra, formando pontes), ou pelo desabamento de seracs que vão se avolumando na parte mais baixa, como em qualquer glaciar. O gelo está em constante movimento, é água descendo morro abaixo, literalmente, o que torna a passagem da cascata de gelo muito perigosa. Todo mundo tenta passar por ali o mais rápido possível.
Meus parentes suiços são ótimos escaladores. Escalam em rocha, gelo e adoram ascensão em cascatas de gelo, só na base do piolet, troço de doido... Encaram com muita naturalidade as fatalidades, acho que nem ligam. Alpinismo lá começa na infância, no colégio fundamental eles já começam a aprender, uma paixão nacional ao lado do tiro (hehehe). Engraçado que as piores lesões que vi entre eles decorre do esqui... quase todos tem ou tiveram lesões graves descendo morro abaixo em alta velocidade...
"Acorde pela manhã e se olhe no espelho, fale contigo mesmo: "- Sou forte, sou digno, tenho inteligência, tenho equilíbrio, vou ter um excelente dia! Saia de casa para seu trabalho, estudo, seja lá o que for, com estes pensamentos e neste dia e em qualquer dia você será um vencedor!"
Mestre Rickson Gracie
11/10/08, durante seminário ministrado no Rio de Janeiro no ginásio do Flamengo.

“God bless and protect my sons and best friends. I love you guys so fucking deep. All my energy, my waves, my fights, my best feelings and energy, Jesus Christ please take care of them.”
Mestre Marcelo Behring
1994, frase em sua prancha de surf.

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