Eu moro em SP há muito tempo. Já morei em outras cidades. Eu sei muito bem do que eu estou dizendo.
Hoje eu respiro futebol de SP, mas a minha visão de futebol é de fora e quem sempre morou aqui fica no automático, não reflete sobre os demais pontos de vista.
Veja o cidadão ali em cima que falou aqueles absurdos arrogantes de futebol paulista, do qual eu estou acostumado. Rebati ponto-a-ponto, mas em vez de refutar os argumentos, ficou no automático de "anti", "ressentido", "reclama na fifa" E BLÁBLÁBLÁ


É mais uma vez a discussão do "ser superior".
Lembrou um amigo meu que estava sendo descascado por uma menina são paulina quando resolveu vencer a disputa: "não discuto futebol como mulher!"

Mas aqui eu nem estou falando dos gambás. Não é sobre Corinthians a discussão. É sobre todos os times daqui.
E também a questão central não é sobre a mídia em si. A mídia entra em outro ponto. Tentaram desviar a discussão, mas não é a mídia - pelo menos a séria - que utiliza e dissemina o termo "refugo". Isso é típico de torcedor daqui. A mídia entra em outro ponto, somente criando a ilusão.
O problema sempre aqui é que a discussão é escrita, eu não tenho tempo para voltar e manter um debate a todo o momento. Então é diferente.
Volto a repetir. O engraçado é ver a reação de pronto quando eu mostro que os times daqui estão cheios de refugos.
A primeira reação é negar. Os caras não admitem, com raras exceções.
Por isso que eu repito esse termo por tudo que eu vi e vejo aqui: refugo é tudo o que não é dos times de SP. Time de SP não tem refugo.
Mas é um termo regional para levantar massagear o ego daqui. Se for pegar ao pé da letra a gente chega no Real Madrid, M.City, Luverpool, Bayer, tudo com refugo dos paulistas.

Aí que eu falo o papel da mídia.
Quando o campeão aí em cima disse algo como o time do SP (bambis) é o maior produtor de refugos, daí vem a arrogância, a ilusão da mídia e o que eu disse de 'craques".
Tem que entender um pouco.
A mídia esportiva nacional na teoria - mas que é regional na prática - põe os times de SP como centros de excelência futebolística mundial. E os torcedores-padrão destes times compram a ideia.
Então eles acreditam piamente que os times tem que ter o elenco de craques.
Vou voltar no exemplo do Roger. Entenda o que eu disse. Não é que a torcida ache ele um craque. Mas ele deveria ser um craque e, se der certo, vão querer fazer acreditar que ele é craque, jogador de seleção e o melhor do mundo. No Roger, óbvio que ele é tosco e a torcida criticou a escolha e muito. Mas a torcida acreditava que o Corinthians, pela arrogância contumaz, tivesse que contratar na posição um craque. E assim com todos os outros de SP. Mesmo com todos os problemas estruturais do futebol brasileiro, o time tem que ser só de craque. E, eventualmente se derem certo por n fatores, pode ter certeza que eles viram "craques". Já em relação aos outros times, se o Lucca eventualmente der certo, vai continuar sendo o refugão mesmo. Eternamente.
Esse negócio da mídia é que alimenta a fábrica de 'craques" e de "refugos". Aí vem o excesso de cobrança dos torcedores paulistas naqueles jogadores meia-boca (quase 100% do plantel que fica aqui na Banânia - basta ver a seleção). Esses jogadores acabam sendo mal-aproveitado e não dando certo nos times de SP pela expectativa dos torcedores, inflamada pela grande mídia, e acabam, por vezes, dando certo em outros times. Seja do Brasil, seja do exterior.
Daí vem aquele papinho debochado e arrogante de que os outros times têm apenas "refugos dos paulistas", mas eles, inacreditavelmente, nunca têm refugo de ninguém.