EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Molecula » 21 Dez 2014 02:19

Pitbulldog escreveu:Cuba tem pouco mais de 10 milhões de habitantes, aqui temos mais de 200 milhões.

Não tem nem como comparar estatística.
Tb acho, Pitbull. Dependendo da comparação, ficaria inviável mesmo.

Mas os dados e as colocações estão proporcionais a 100 mil habitantes ou em porcentagem. O que dá para comparar com a China até, que não haveria problema..

Abraço!
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Pitbulldog » 21 Dez 2014 02:48

Mas como desenvolver um programa aplicado a 10 milhões para uma população 20 vezes maior?

Isso sem deixar as outras carências de lado.
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Molecula » 21 Dez 2014 02:58

Dutch e mais uma galera com conhecimento em econômia poderiam responder melhor, Pitbull.

Mas acho que como desenvolver um programa, seria apenas: desenvolver com seriedade um programa.

O PIB de Cuba foi U$$ 68,23 bilhões(2011). O do Brasil(2013) foi U$$ 2,246 trilhões. Apesar da população menor de Cuba, o Brasil tem um PIB per capita bem maior que Cuba. Bastaria interesse em fazer acontecer, que teríamos índices tão bons ou melhores que os de Cuba.

Cuba, uma faculdade em medicina é de graça(acho que na Argentina/Bolívia/Peru o processo de vestibular atende a todos tb. Depois confirmo). Aqui no Brasil(RJ) é R$ 5,5 mil a mensalidade, e na UERJ, por exemplo, em 2014, a relação candidato/vaga total foi de 85. Na UFRJ(2010. Último ano de vestibular sem ser todo com Enem) foi de 115. Na UFF(2014) foi de 75. Peguei exemplo só do RJ que é o segundo "maior" estado do Brasil. Tem muita coisa errada..

Abraço!
Editado pela última vez por Molecula em 21 Dez 2014 03:18, em um total de 1 vez.
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Pitbulldog » 21 Dez 2014 03:15

Então o problema não é o programa em si, mas sim quem deveria executa-lo.

Na situação atual do Brasil, não temos seriedade e nem interesse do governo.
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Molecula » 21 Dez 2014 03:25

Olha, fica difícil eu argumentar muito a fundo disso, pq como disse, o meu conhecimento em economia não é aprofundado(sou da área de biomédicas), e poderia acabar falando alguma besteira aqui.

Mas uma coisa tá relacionada a outra. Se formos criticar a ausência de seriedade e interesse do governo daqui(seja situação ou oposição) para com a nossa saúde e educação, teríamos, assim, que elogiar o governo de lá, por ser eficaz nesses pontos .. porém, se puxarmos o debate para esse lado, mais uma vez esse tópico será desvirtuado, e começarão a confundir o elogio ao governo cubano nesses pontos, com uma exaltação ao comunismo ou Fidel etc.

Abraço!
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por pauloctba » 21 Dez 2014 03:57

Pitbulldog escreveu:Cuba tem pouco mais de 10 milhões de habitantes, aqui temos mais de 200 milhões.

Não tem nem como comparar estatística.
Claro que daria, o Brasil tem um PIB per capita bem maior que Cuba. O que dificulta a comparação é a nossa burocracia (ponto positivo para Cuba) e o sistema econômico cubano (ponto negativo), ambos tornam muito mais barato formar e manter um médico na banana-mor.

-Em Cuba não existem outros setores tirando o saúdeeducação, então é natural que mais profissionais qualificados venham a ser médicos e professores. Eles só podem trabalhar para o Goveno, que paga o salário que quiser, o qual é uma mixaria mas muito bom para os padrões locais. O governo banca os estudos, e lucra mandando esses médicos para fora e ficando com mais ou menos 70% do salário(mais -valia).
-O ensino de medicina é mais barato porque eles utilizam conhecimentos adquiridos em outros países e não pagam direitos autorais. Aqui um livro de medicina custa fácil 300 pila.
-Eu conheço o meio e afirmo: Metade das coisas que a gente aprende num curso aqui no Brasil são encheção de linguiça, dava pra cortar quase tudo e focar mais na parte prática mesmo. Galera se forma com um monte de decoreba inútil sem saber olhar um raio x.
-Alem disso, existem muitos procedimentos que são permitidos apenas a médicos, e que dava pra exercer com um curso técnico. Tipo dar ponto, mediro o grau do óculos e aqueles médicos que ficam no p.s. receitando novalgina e encaminhando pacientes com qualquer problema diferente. Em Cuba não existe essa idiotice, os médicos cubanos no Brasil podem ser bem menos capacitados que os nossos, mas dá e sobra para os lugares onde estão trabalhando.

Os 2 últimos problemas são fáceis de resolver, mas aí tem o problema do corporativismo, professores de matérias inúteis e médicos migués não querem perder a boquinha. Um exemplo do desastre que é a interferência estatal em atividade econômicas.
Os 2 primeiros são consequência do desastre que Cuba é economicamente, daí eu acho melhor ter um sistema de saúde um pouco pior mas outros setores funcionando, mesmo que no Brasil já estejam no respirador.

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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Tonho » 23 Dez 2014 15:30

Tem pessoas que acreditam no PT, no papai noel, no Lula, no Dirceu (guerreiro do povo brasileiro), nas estatísticas de cuba, e vocês ainda argumentam com esse tipo de gente???

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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Molecula » 23 Dez 2014 15:41

Tonho escreveu:Tem pessoas que acreditam no PT, no papai noel, no Lula, no Dirceu (guerreiro do povo brasileiro), nas estatísticas de cuba, e vocês ainda argumentam com esse tipo de gente???
Olha, se "esse tipo de gente" fui eu, mostre-me alguma estatística - quando digo estatística é em relação à saúde e educação, que foi o que postei - contrária(a que eu postei tem aval da OMS) para que engrandeça o debate aqui. Pois, assim como grande parte que deve ler esse tópico aqui, minha opinião é com fatos reais, e tanto faz para mim que Cuba esteja em primeiro ou último, só estou em busca de algo que seja concreto.

"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete".
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Anônimo » 23 Dez 2014 16:30

Existem distorções nas estatísticas cubana. Por exemplo, a taxa de mortalidade infantil é mais baixa do que nos EUA, mas a taxa de mortalidade de 0 a 4 anos é muito elevada, superando em muito os EUA. O número de mães que morrem durante o parto também é muito elevado. Como alguém explicaria essa discrepância? É nessas horas que percebemos que as contas não fecham.

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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Molecula » 23 Dez 2014 17:03

Tem alguma fonte sobre isso, Anônimo?

Pergunto de boa, pois queria ver mesmo..

Abraço!
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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Anônimo » 23 Dez 2014 18:40

Molecula escreveu:Tem alguma fonte sobre isso, Anônimo?

Pergunto de boa, pois queria ver mesmo..

Abraço!

A fonte é o Reinaldo Azevedo/Veja, mas ele usa dados de livros recentes sobre Cuba:
/ Blogs e Colunistas
Blog
Reinaldo Azevedo
Análises políticas em um dos blogs mais acessados do Brasil
Assine o Feed RSS | Saiba o que é

27/08/2013 às 20:40
Cuba, a farsa – A baixa mortalidade infantil no país que pratica a eugenia se deve a um número escandaloso de abortos. As mentiras sobre o passado e o presente de Cuba e dois vídeos sobre o que só os cubanos veem

Em Cuba, quase nada é de verdade. Em Cuba, verdadeiro mesmo, só o socialismo. A página sobre o país na Wikipedia parece ter sido redigida pelo Granma, aquele jornal oficial do Partido Comunista que a população usa para a higiene, digamos, íntima porque, vocês devem saber, quase não há papel higiênico na ilha. Lamento pelo desconforto que deve implicar, mas pergunto: que destinação melhor poderia ser dada ao que escrevem os comunistas? A maior de todas as farsas da ilha é antiga. Foi inventada pela canalha de Fidel Castro e adotada por intelectuais ocidentais. Diz respeito ao espetacular avanço social que teria havido no país depois da revolução de 1959.

Esse salto é tão mentiroso quanto as ditas múltiplas tentativas de matar Fidel Castro — o super-herói, no entanto, sempre teria escapado. Se verdade fosse, seria o caso de ele se sentir rejeitado até pelo capeta. Mas também isso era só mistificação. Cuba estava longe de ser um desastre social antes da revolução comunista. Em 1952, o país tinha o terceiro melhor PIB per capita entre os países latino-americanos. Vinte anos depois da revolução, só ganhava de Nicarágua, El Salvador e Bolívia. Os dados estão no livro “La lune et le caudillo: Le rêve des intellectuels et le régime cubain”, de Jeannine Verdes-Leroux (para comprar na Amazon, clique aqui). Quando Fidel chegou ao poder, anunciou que a taxa de analfabetismo no país era de 50%. Mentira! Era de 22% — a do mundo, alcançava 44%. Esses dados estão compilados em “O Livro Negro do Comunismo – Crime, Terror e Repressão” (vários autores, Editora Bertrand Brasil). No Brasil (ver tabela ), era de 39,7% — dados do Ministério da Educação.

Outro dos mitos de Cuba é a baixa mortalidade infantil, que estaria hoje em torno de 4,5 por mil, só perdendo para o Canadá nas Américas. Há uma grande possibilidade de que esses números sejam manipulados (já chego lá). Em todo caso, é preciso que se considere um dado estarrecedor. Em Cuba, o aborto é legal desde 1965. O país é um açougue. Deve estar entre os campeões mundiais na modalidade, que passou a ser empregada como método contraceptivo. Ninguém precisa acreditar em números dos “adversários” de Cuba, não! Segundo dados oficiais, em 2006, por exemplo, 67.903 mulheres na faixa dos 12 aos 49 anos se submeteram a pelo menos um aborto — ou seja, de cada 100 mulheres grávidas, 37 abortaram. Nascem por ano uns 3 milhões de crianças. no Brasil. Se os números fossem os mesmos de Cuba, isso corresponderia a 63% das que não abortaram (100 menos 37). Assim, o total de grávidas seria 4.716.904 grávidas para 3 milhões de nascimentos — ou seja: 1,716.8904 abortos. EIS O MILAGRE CUBANO; MATE ANTES QUE NASÇA. Esses números acabam com a farsa monstruosa de que a legalização do aborto provoca uma redução no número de ocorrências. ISSO É MATEMÁTICA, NÃO É RELIGIÃO.

E ainda pode ser mais horripilantes. Cuba realiza, sem qualquer pudor, o aborto eugênico — a eliminação de fetos com deficiência, qualquer que seja ela. O país também foi um dos pioneiros na propagação do aborto químico, realizado com remédios. Mate os fetos e diminua a mortalidade infantil. É o modo comunista de fazer as coisas.

Em 2009, a CNN exibiu uma reportagem sobre as maravilhas do sistema cubano de saúde, entremeando com cenas do filme “Sicko”, do delinquente Michael Moore, que ataca duramente o sistema de saúde dos EUA. A reportagem mereceu uma resposta de Humberto Fontova, cubano de nascimento, que mora nos EUA e luta contra a ditadura comunista. O texto foi traduzido e publicado no Brasil pelo Instituto Ludwig von Mises Brasil. Fontova lembra, por exemplo, que, em 1958, um ano antes da revolução, Cuba já ocupava a 13a posição no ranking dos países com a menor mortalidade infantil. Escreve ele: “Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores”.

Pois é… Cuba realiza mesmo alguns prodígios. Enquanto a taxa de mortalidade infantil está abaixo de 5 por mil nascimentos (no Brasil, é de 16), abaixo da dos EUA (5,3), quando se trata de verificar a mortalidade das crianças de 1 a 4 anos, aí se verifica o quê? Nos EUA, é de 8,8 por mil; em Cuba, de 11,8 (no Brasil, 18,76 em 2010). Assim, o mais provável é que Cuba falsifique os dados. Mais um trecho do texto de Fontova: “Em abril de 2001, o Dr. Juan Felipe García, de Jacksonville, Flórida, entrevistou vários médicos que haviam desertado recentemente de Cuba. Baseado no que ouviu, ele declarou o seguinte: ‘Os números oficiais da mortalidade infantil de Cuba são uma farsa. Os pediatras cubanos constantemente falsificam os números a pedido do regime. Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho. Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego’”. Faz sentido. O que entra para as estatísticas mundiais são os índices de mortalidade infantil.

Há mais. Em números de 2009, a mortalidade materna em Cuba (mulheres que morrem durante ou logo depois do parto) era de 33 por 100 mil; nos EUA, de 8,4 (ATENÇÃO! NO TEXTO TRADUZIDO, CUJO LINK VAI ACIMA, HÁ UM ERRO IMPORTANTE: FALA-SE LÁ QUE ESSES NÚMEROS SE REFEREM A GRUPOS DE MIL). Entenderam os paradoxos? Cuba, então, teria uma mortalidade infantil mais baixa do que a dos EUA, mas muito maior quando se comparam as crianças até 4 anos. A mortalidade materna, por sua vez, seria quase o quádruplo. De toda sorte, pode ser pior no Brasil, claro! A mortalidade materna, aqui, foi de 65 por 100 mil em 2010. Notem bem: não escrevo este post para provar que a saúde brasileira é melhor do que a cubana, mas para demonstrar que os números cubanos são uma farsa.

Adiante.

O site The REal Cuba publicou vídeos feitos por cubanos sobre as reais condições das instituições de saúde na ilha — não a mistificação mostrada pela CNN. O material foi enviado à emissora, informa Fontova, e estavam prontos para ir ao ar. Mas o governo cubano ficou sabendo e iniciou uma enorme pressão para impedir. E foi bem-sucedido. O bom de haver uma real pluralidade na imprensa americana é que Fox News se interessou pelo material. As cenas são horripilantes, conforme se pode ver abaixo.

Outra fonte:
A medicina cubana - um modelo?
por Humberto Fontova, quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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kubac298.jpgNa semana passada, a CNN exibiu uma reportagem que mais parecia uma propaganda do Partido Comunista falando como Cuba poderia servir de 'modelo para a reforma do sistema de saúde dos EUA'.

A reportagem da CNN incluía cenas do filme Sicko, de Michael Moore, ao mesmo tempo em que o repórter, falando in loco de um hospital de Havana, emanava entusiasmo sobre as "impressionantes estatísticas" do sistema de saúde cubano. "A mortalidade infantil em Cuba", dizia o efusivo repórter, "é a menor do hemisfério, junto à do Canadá!".

"Incrível!", provavelmente suspirou o tipo de pessoa que assiste a CNN hoje em dia. A prova perfeita do "Sim, nós podemos!". Não é de se estranhar que Colin Powell tenha dito que "Castro fez algumas coisas boas para seu povo!". Não é de se estranhar também que Michael Moore seja objeto de desdém daqueles detestáveis cubanos radicados em Miami! Antes de Fidel Castro, apenas estes seres desprezíveis podiam bancar seus próprios médicos, ao passo que a massa de famélicos cubanos definhava na doença e na pobreza!

E, de fato, de acordo com os números da ONU, a atual taxa de mortalidade infantil de Cuba coloca o país na 44ª posição no ranking, bem ao lado do Canadá.

Mas o que a CNN deixou de lado é que, de acordo com essas mesmas estatísticas da ONU, em 1958 (o ano anterior à gloriosa revolução) Cuba figurava na 13ª posição, mundialmente. Isso significa que a Cuba pré-Fidel, robustamente capitalista, tinha a 13ª menor taxa de mortalidade infantil do mundo. Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores.

cubaho3.jpgE mesmo despencando da 13ª posição (quando capitalista) para a 44ª (agora comunista), a "impressionante" mortalidade infantil cubana é mantida artificialmente baixa pelas trapaças estatísticas do Partido Comunista e por uma taxa de aborto verdadeiramente pavorosa: 0,71 abortos para cada feto nascido vivo. Essa é, de longe, a taxa mais alta do hemisfério. Em Cuba, qualquer gestação que sequer insinue alguma complicação é "terminada".

Também digno de nota, de acordo com a Associação dos Médicos e Cirurgiões Americanos, a taxa de mortalidade das crianças cubanas com idade entre um e quatro anos é 34% maior do que a dos EUA (11,8 versus 8,8 por 1.000). Mas esses números — por uma questão de critério — não figuram nas notórias "taxas de mortalidade infantil" da ONU e da Organização Mundial de Saúde. Portanto, não há pressão sobre os médicos cubanos para que eles falsifiquem esses números — por enquanto.

Em abril de 2001, o Dr. Juan Felipe García, de Jacksonville, Flórida, entrevistou vários médicos que haviam desertado recentemente de Cuba. Baseado no que ouviu, ele declarou o seguinte: "Os números oficiais da mortalidade infantil de Cuba são uma farsa. Os pediatras cubanos constantemente falsificam os números a pedido do regime. Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho. Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego."

O que é ainda mais interessante (e trágico): a taxa de mortalidade materna em Cuba é quase quatro vezes maior que a dos EUA (33 versus 8,4 por 100.000). Não deixa de ser algo bem peculiar o fato de que tantas mães morram durante o parto, assim como tantas crianças de um a quatro anos, e, ao mesmo tempo, os bebês com menos de um ano (período durante o qual eles são classificados como bebês pelas estatísticas da ONU) sejam perfeitamente saudáveis!

Tal contradição poderia impelir algumas pessoas a questionar os números oficiais da mortalidade infantil cubana. Porém, se fizessem isso, tais pessoas jamais iriam conseguir um escritório em Havana para suas agências de notícias, e muito menos um visto para filmar um documentário.

99% dos cubanos não têm a mínima experiência com hospitais como aqueles que Michael Moore mostrou em Sicko e os quais o repórter da CNN visitou emocionado. A maioria dos cubanos vê esses hospitais da mesma maneira que adolescentes veem a Playboy e os maridos veem o catálogo da Victoria's Secret: "Ah, se eu pudesse..."

A propaganda castrista contida em Sicko enfureceu de tal forma as pessoas que foram amaldiçoadas pelo destino a viver nas terras feudais de Fidel, que elas resolveram arriscar suas vidas: utilizando câmeras ocultas, elas foram filmar as condições dos genuínos hospitais cubanos, na esperança de que pudessem alertar o mundo que o filme de Moore era uma trapaça a serviço da propaganda do regime stalinista.

Sob um enorme risco, duas horas de cenas chocantes — e quase sempre revoltantes — foram coletadas por minúsculas câmeras, contrabandeadas para fora de Cuba e entregues ao exilado cubano George Utset, que administra o soberbo e revelador website The Real Cuba (você realmente deve clicar ali e ver todas as fotos, clicando em cada uma delas para ampliar). O homem que assumiu a maior parte dos riscos durante a filmagem e que fez a exportação clandestina foi o dissidente cubano — e também médico — Darsi Ferrer, que também se dispôs a falar durante as filmagens, narrando grande parte das revelações do vídeo. O Dr. Ferrer trabalha diariamente nesses hospitais genuinamente cubanos, onde sempre testemunha a verdade. E o que é mais importante: ele não foi intimidado a revelar essa verdade para o resto do mundo — ele fez tudo espontaneamente.

Originalmente, a rede americana ABC planejou mostrar as repugnantes cenas em sua totalidade durante o programa de John Stossel, 20/20. Acontece que, no dia 12 de setembro de 2007, o 20/20 mostrou apenas um minúsculo segmento sobre o "real" sistema de saúde cubano, que durou escassos 5 minutos e com praticamente nenhuma das cenas que foram contrabandeadas. O que aconteceu?

Bem, o regime fidelista ficou sabendo desses vídeos e imediatamente entrou em contato com o escritório da ABC em Havana, enfatizando que a "licença operacional" da ABC no país poderia sofrer "escrutínios intensos" caso eles levassem as imagens ao ar.

A ABC (e, sim, também Stossel, uma pessoa que em outras ocasiões sempre admiramos) se acovardou.

Entra em cena a Fox News e o apresentador Sean Hannity. Esse humilde servo entrou em contato com os produtores de Hannity para falar a respeito dos vídeos, e eles imediatamente se prontificaram a examinar o material. Depois de algumas horas o programa foi ao ar. Você pode ver aqui. E aqui. Os telespectadores da Fox puderam ver pacientes nus cobertos por moscas enquanto deitados em "leitos hospitalares" que consistiam de colchões sem qualquer forro. Puderam ver também prédios e instalações que seriam condenados por qualquer agência sanitária servindo como "hospitais". Eles viram e ouviram o Dr. Darsi Ferrer — junto com outros cubanos entrevistados — descrever a impossibilidade de conseguir algo tão básico como aspirinas.

"Ganância" era o que Michael Moore estava combatendo em Sicko, correto? "Ganância" é o que Obama quer abolir, certo?

Bem, o vídeo mostra burocratas do regime castrista dizendo aos cubanos que aspirinas e outros remédios só poderiam ser disponibilizados se eles pagassem em dólares americanos — e não em pesos cubanos, os quais eles desesperançosamente portavam.
Não consigo acreditar em índices de saúde de um povo mal alimentado. Todos nós sabemos que pessoas subnutridas são mais vulneráveis a todo tipo de doença, mas em Cuba isso parece não ocorrer.

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Mensagem por Carrapeta » 23 Dez 2014 18:46

Anônimo escreveu: Não consigo acreditar em índices de saúde de um povo mal alimentado. Todos nós sabemos que pessoas subnutridas são mais vulneráveis a todo tipo de doença, mas em Cuba isso parece não ocorrer.
Boa Anonimo!

Não existe isso de estatística. Tudo é falso. Qualquer informação duma ditadura tem chances monstruosas de serem falsas. Quem acredita em indices cubanos...pelamordedeus...pelamordedeus...pelamordeus...acorda pra vida.

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Mensagem por Molecula » 24 Dez 2014 02:27

Anônimo escreveu:(...)
Não consigo acreditar em índices de saúde de um povo mal alimentado. Todos nós sabemos que pessoas subnutridas são mais vulneráveis a todo tipo de doença, mas em Cuba isso parece não ocorrer.
Eu, pessoalmente, não dou a mínima se Cuba tá em primeiro ou em último em qualquer índice que seja. Por acaso eu procurei e soube dessas estatísticas, pois pouco me importa saber a fundo de lá. Jamais moraria lá. Jamais faria turismo para lá. Apenas julguei as estatística em saúde e educação que existem. Não quis falar que lá é uma maravilha, pois sei muito bem que tá longe de ser..

Dito isso, fica difícil argumentar, brother. Não me leve a mal, te acho gente boa para caralho, mas é foda, brother.

Eu posto estatísticas com aval da OMS - sendo polêmicas ou não (até acho tb que possam ser) elas têm um valor no meio acadêmico, ao contrário das que vc postou - e vc critica. Tudo bem, é direito de qualquer um não concordar. Até eu acho que possa haver algum exagero, vai saber. Agora querer contra-argumentar algo que vc disse que não tem valor, com uma matéria da Veja, e outra de um jornalista que é conhecido por escrever matérias anti-comunistas(eu tb não curto o comunismo, mas sou imparcial em meus comentários) fica tenso.

Qualquer pessoa querer acreditar (ou não) nas estatísticas da OMS ou nas matérias que vc postou é direito delas. Nem me intrometeria. Agora o que complica é criticar algo, por achar que é subjetivo, com matérias mais subjetivas ainda.

Se houver qualquer estatística de um órgão sério, não veria problema nenhum de com a antítese apresentada, eu sintetizar uma nova opinião. Mas algo sem valor acadêmico me impossibilita em buscar uma dialética Hegeliana, e dar prosseguimento no debate.

**Quando falo de valor acadêmico, é pq mesmo com todas as falhas que possam haver, são as mais imparciais.

**Possivelmente estou desistindo desse tópico. Preguiça de responder outras pessoas (não é vc) que vêm com ataques - o pior é que nem são às minhas teses, são direcionadas a mim mesmo, o que é mais tosco ainda - e nada acrescentam para defender a tese delas.

Abraço e não leva para o pessoal..
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Mensagem por ska4fun » 24 Dez 2014 08:44

É que a OMS é do foro de SP. A única estatística de ditadura confiável é a brasileira, justificando a "ditabranda".
Imagem
Twice The Pride, Double The Fall...
Dutch escreveu:Sobre arrogância e soberba, desculpe-me se não fico passando açúcar no que escrevo, não sabia que num fórum de homens isto seria necessário.
Dutch (2014).

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Re: EUA e Cuba retomam relações diplomáticas após 53 anos

Mensagem por Anônimo » 24 Dez 2014 09:43

Pô pessoal, caiam na real. Se em uma democracia as informações são omitidas, mesmo com toda a liberdade de imprensa, agora imaginem em uma ditadura. Você confiariam nas estatísticas da Somália ou do Gabão? Não estou dizendo que a situação em Cuba seja uma calamidade ou uma maravilha. Os órgãos governamentais passam suas estatísticas para a ONU, OMS e outras instituições. Por exemplo, se fôssemos somar todas as exportações e importações do planeta, o saldo deveria ser zero. Se o Brasil exporta um milhão de dólares para um país, este então importa um milhão de dólares do Brasil. É algo simples, mas quando pegamos as estatísticas, o saldo comercial do planeta é negativo. Dado que o planeta terra não comercializa com outros planetas, como explicar essa discrepância?


A minha análise parte do óbvio: é difícil acreditar em estatísticas referentes à saúde em uma ditadura cujo povo é subnutrido. Da mesma forma, nossa taxa de desemprego é a mais baixa da história e o país não cresce. A taxa de desemprego, dada a nossa metodologia, é essa mesma. Um em cada cinco jovens brasileiros entre 15 anos e 29 anos (20,3%) não estudava nem trabalhava em 2013. Ter uma baixa taxa de desemprego não é sinônimo de pessoas empregadas e ganhando bem.

Um exemplo das contradições Cubanas. Como pode a mortalidade infantil ser baixa e a taxa de mortalidade materna ser alta?

http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=2223&c=cu&l=pt

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