Por que eu não sou um neo-ateu

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Noob
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Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Noob » 24 Dez 2014 09:09

Não existe nada pior que um neoateu. Aqui no fórum tem um, que vixeeeeeeee, faz um desfavor para os ateus. Quem tem percepção, sabe quem é.

Então mando um texto aí de um ateu para um neoateu.



"Alguns ficam confusos com a minha posição quanto à religião. Alguns chegam a pensar que sou católico e quando digo que sou ateu se assustam. Isto porque não me engajo em militância ateísta, não me identifico com os “neo-ateus” e acho a antirreligião uma babaquice que vai contra os princípios de liberdade individual ao culto, à associação e à expressão.

Sou um ateu despreocupado. Não me preocupo se as pessoas adoram Javé, Allah, ou Iansã. Isto não é relevante para mim. Deuses não são relevantes para mim. Eu os desconsidero em toda e qualquer atividade cotidiana da minha vida. Penso que a religião é um hábito, uma tradição da maioria das pessoas, embora hajam aqueles que de fato tenham e vivam a fé.

Tive minha fase de contestação da religião e de “neo-ateísmo”, mas nunca tive uma oposição forte à “rebeldia” inicial por causa da educação que minha mãe, descrente, me deu. Por isso acho muito infantil o modo como se portam hoje ateus de mais de 20 anos na cara que parecem pré-adolescentes com oxiúros. Por isso listei dez razões para que você, ateu level 1, não seja um neo-ateu por muito tempo.

1. Ateísmo não é diploma
Descobriu que é ateu ontem? Ótimo. Não precisa usar as palavras “lógica”, “razão” e “argumento” cinco vezes por frase. O fato de ser ateu não te faz mais inteligente, melhor informado ou maior conhecedor da ciência. Na verdade, grandes gênios da humanidade foram crentes até o final de suas vidas e grandes nomes da ciência hoje continuam sendo crentes. Considere que ateísmo, apesar de não ser recente, é uma filosofia minoritária entre as pessoas. A maioria das pessoas é crente e não deixa de desenvolver habilidades fantásticas por causa disso.

O grande problema dos neo-ateus é justamente o proselitismo. A maioria está recém se descobrindo como ateu e precisa se afirmar de um jeito ou de outro. O resultado é um púbere falando besteira e ofendendo os outros porque acha que é um iluminado que descobriu a verdade.

2. Religião não é doença
O neo-ateu acha que foi milagrosamente curado, e acredita que deve curar os outros “doentes”. Insiste que a religião é um mal no mundo e que ela precisa ser eliminada. Na sua cabeça, a religião é instrumento de poder, de dominação, de enganação, etc.

Iludido pela novidade, embarca numa verdadeira pregação do Devangelho. É um dever moral fazer o maior número possível de desconversões.

Não sabe portanto que a religião nunca foi o mal, e sim a repressão religiosa. Repressão religiosa é feita de religião para religião e de ideologias políticas para religiões em geral. Quando sustentamos que a religião é um mal a ser eliminado, estamos perpetuando justamente a repressão religiosa.

3. Ignorância não é força
Caindo na ilusão de que tudo que é contra a religião é “científico”, o neo-ateu pensa que crer em figuras do “ateísmo” é um tipo de ceticismo ou livre pensamento. Repete ipsis literis as besteiras de Sam Harris e Richard Dawkins sem considerar se estas pessoas estão habilitadas para discutir o assunto ou se o que dizem é lógico e faz sentido. Acreditar no que diz Dawkins sobre Teologia é como acreditar no que diz Craig sobre zoologia. Ambos podem emitir opinião sobre o assunto, mas nenhum está qualificado para discuti-lo com propriedade. Dawkins é um excelente zoólogo, e só isso.


Para deixar o estado de credulidade do neo-ateu, é necessário que ele entenda que o ateísmo é uma postura filosófica como as outras, que precisa ser estudada se pretende levá-la à sério. Não se pode discutir religião sem entender religião. E entendê-las não através de esteriótipos desenhados por aqueles que as atacam. Sem conhecer os argumentos do outro lado, jamais se pode ter segurança e convicção da própria posição, mas sim uma opinião escorada na credulidade, como a de um crente fanático sem conhecimento da própria doutrina religiosa.

É mais fácil ler críticas contundentes à religião em autores que escreveram há séculos como Locke, Paine e Mill, ou até religiosos como Erasmo de Roterdã, do que nos livros de comédia e ficção de nova seita antiteísta.

4. Antiteísmo não é ateísmo
Chame como quiser: neo-ateísmo, ateísmo militante, humanismo secular, fundamentalismo ateu, etc. Antiteísmo não é ateísmo. Ateísmo, com prefixo -a-, indica uma ausência: ausência de crença, de religião, de deus ou deuses. Um ateu não acredita que deuses existem (ou acredita que deuses não existem, dá na mesma), e não segue religião teísta alguma. É só isso. Ateísmo acaba aí.

O único mandamento ateu: não seja um c*zão.

Hoje em dia pouca gente pensa nisso, mas um ateu poderia acreditar em espíritos, forças sobrenaturais e planos não-materiais. É suficiente para ser ateu que não se acredite em divindades. Nada impede a existência de um espiritismo ateu, por exemplo. De fato, existem até religiões ateístas como o positivismo (religião da humanidade), o humanismo, a cientologia, etc.

Antiteísmo é oposição às religiões teístas e ao pensamento teísta. Na prática, significa que o antiteísta acredita que a religião e a crença em deuses são um mal a ser eliminado. O antiteísmo é portanto tão intrusivo quanto uma religião expansionista, já que busca a conversão. Ou, neste caso, a “desconversão”.

5. Se fosse para pregar, eu seria crente
O antiteísta não se contenta em pregar que a religião é nociva e (des)converter os outros para a sua seita. O neo-ateu também se congrega em igrejas, virtuais ou não. Eles se juntam em congregações como a ATEA, a Liga Humanista Secular, etc.

Se fosse para pregar, ter liturgia, ir numa congregação e ter discurso oficial, eu seria crente. Qual o sentido de se congregar em torno de uma descrença? É como juntar pessoas num clube de não-torcedores do Flamengo, ou numa associação de não-moradores da Vila Cruzeiro. É óbvio que as associações se dão em razão de características comuns e positivas: torcedores do Flamengo e moradores da Vila Cruzeiro. Anticomunistas se associam, antifascistas se associam, anticapitalistas se associam. No caso dos neo-ateus, são antiteístas e antirreligiosos se associando em prol de uma doutrina política antirreligiosa.

O que não falta é religião ateísta. Desde as mais respeitáveis e milenares como Budismo, Taoísmo e Confucianismo às mais recentes e cientificistas Religião da Humanidade, Culto da Razão, Cientologia, etc. É inevitável: quanto mais ateus dogmatizam o próprio pensamento para combater religiões e quanto mais incentivam o “ateísmo organizado”, mais os “ateus” entram em esquemas prontos que formatam seu pensamento numa doutrina religiosa. Se religião fosse um problema, antiteísmo não teria virado uma.

6. O antiteísmo tem um passado imundo (e um presente também)
Toda perseguição religiosa trouxe efeitos devastadores quando tomou o poder político. Da Guerra Cristera provocada por Plutarco Elías Calles no México aos verdadeiros massacres cometidos na União Soviética, na China, na Albânia e em todo lugar onde o comunismo se instalou ou tentou se instalar, podemos tirar a lição de que o sectarismo ateu não é menos nocivo que o religioso.

Se neo-ateus acham que podem julgar cristãos por causa das Cruzadas ou da Inquisição, desconhecem que a militância ateísta fez coisa semelhante em lugares onde crentes foram fuzilados e a religião, proibida.

Palden Choetso, monja budista, suicida-se por auto-imolação em protesto contra a repressão religiosa e a ocupação chinesa no Tibet. Protestos deste tipo são frequentes, mas pouco reportados pela mídia.

É difícil calcular quantas foram as mortes decorrentes da repressão à religião. Mas podemos citar alguns eventos desagradáveis decorrentes dela:

A Guerra Cristera provocada por Plutarco Elías Calles, que matou mais de 30 mil cristeros e 50 mil soldados federais.
O massacre de religiosos pelos republicanos espanhóis durante a Guerra Civil Espanhola que totaliza umas 6,8 mil pessoas.
Campanhas de “reeducação” e campanhas “anti-reacionárias” do Partido Comunista Chinês durante o governo de Mao Zedong. Um exemplo é a Revolução Cultural que matou cerca de 500 mil pessoas, o que inclui muitos religiosos já que a China era e é um Estado Ateu.
Os expurgos socialistas na Mongólia para erradicar o Lamaísmo, que custaram entre 30 mil e 35 mil vidas.
A repressão religiosa do governo de Enver Hoxha na Albânia.
A repressão comunista no Camboja, que mandou para os campos da morte Chams (cambojanos muçulmanos), cambojanos cristãos e monges budistas.
As campanhas antirreligiosas da União Soviética de 1917-1921, de 1921-1928, 1928-1941, de 1958-1964, e de 1970-1990, cujo número de vítimas não é conhecido.
A completa repressão religiosa na Coréia do Norte, que impôs o culto ateísta ao Estado (Juche).
A repressão religiosa por Estados Ateus como a República Popular da China, o Laos, o Vietnã, e a Coréia do Norte, que resiste até hoje.

7. O neo-ateísmo desrespeita a liberdade de pensamento
Longe de ser um grupo aberto ao diálogo, os neo-ateus são combativos e desrespeitosos. Não admitem diálogo: para eles a religião é uma enganação, e um mal a ser extirpado.

Nesta posição, sua reação é o fechamento ao debate. As verdades estão evidentes e as peças estão dispostas no tabuleiro: de um lado os religiosos fanáticos, do outro os iluminados defensores da razão e da ciência. Incapaz de um diálogo interreligioso, ele resume sua linguagem à mera afronta à doutrina religiosa que escarnece. Não dialoga: xinga; não argumenta: faz deboche; não aceita negociação: ou você está do lado da razão ou você é um crente que precisa ser desiludido.

Não havendo espaço para diálogo, o objetivo dele é um só: calar a boca dos crentes. Ele quer que retirem as cruzes dos tribunais, que retirem a palavra “Deus” da Constituição e das notas de real, que se acabe com o ensino religioso, que se proíba os crentes de manifestar publicamente a fé ou divulgar as suas opiniões e a sua ideologia na mídia. Combatem, assim, não só a liberdade de culto como também a liberdade de expressão.

8. Darwin não é deus e ciência não é religião
A mentira mais repetida por e para neo-ateus é que religião é inimiga da ciência. É claro, se você fingir que a comunidade científica ocidental não nasceu dentro da Igreja Católica e que todo o sistema universitário ocidental não é baseado num modelo acadêmico estabelecido pela Igreja.

Outra idiotice é militar pelo evolucionismo como se fosse a corporificação da ciência e da razão. Uma teoria científica, válida hoje, pode estar refutada amanhã. O que farão se o evolucionismo for posto em cheque? Admitirão que militavam por uma mentira ou vão cair na real, que não existem “fatos científicos”, verdades incontestáveis? Outra é atacar ad nauseam o criacionismo como se todo cristão fizesse interpretação literal do Gênesis, e esquecendo que quem formulou a teoria do Big Bang era um padre. Um indivíduo pode perfeitamente ser crente e lidar com ciências sem problemas.

Típicos crentes anti-ciência: Pascal, Descartes, Newton, Mendel, Faraday, Lamaître e Schrödinger.

O pior não é ver alguém militar pelo “evolucionismo”, mas ver que o mesmo sujeito não entende a Teoria da Evolução: diz que “animais passam por mutações” ou que “o homem descende do macaco”. Para piorar, louva este ou aquele cientista e sua teoria como se fossem santos e padroeiros da ciência. Darwin, Newton e Einstein foram importantes, mas fazer desta pessoas e de deturpações de suas teorias uma bandeira de militância é idiota, deturpa a visão das pessoas da ciência, tornando-a cada vez mais impopular entre crentes.

Por fim, o cientificismo. A idéia idiota de derivar padrões morais da ciência. A ciência, assim como a filosofia e a religião, tem um escopo, um campo limitado de atuação. Ciência serve para descobrirmos coisas novas e acumular conhecimento, e não ditar como devemos empregar o conhecimento. Podemos usar energia nuclear para iluminar cidades inteiras ou para fazer armas de destruição em massa. O que determina o que fazer com os avanços científicos depende de um padrão moral extrínseco à ciência: vem de uma doutrina política, filosófica ou religiosa.

9. O ateísmo não propõe coisa alguma
Você propõe alguma coisa? Fale por si. O ateísmo não propõe coisa alguma. Ateísmo é não acreditar em deuses e religiões teístas. Ponto. Qualquer coisa além disso é parte de uma doutrina, ideologia e filosofia pessoal sua. Não existe medida científica para o bem e o mal e não vai ser você quem vai inventar.

Se você defende a política X ou Y, você fala de um conjunto de idéias políticas suas. Ateísmo é outra coisa.

10. O antiteísmo sabota a causa da razão.
Qual o sentido de difamar algo que não existe? Que tipo de pessoa escreve livros, faz vídeos e dá palestras para criticar algo que não existe? Das duas uma: ou esta pessoa quer ganhar dinheiro de trouxas, ou ela está conduzindo uma cruzada contra a lógica. Você conhece alguém que escreve livros ou faz vídeos para contestar a existência de duendes, de fadas do dente, do coelhinho da páscoa ou do papai noel? Então porque seria menos ridículo alguém que escreve para contestar a existência de deuses ou espíritos?

Dentre os males causados pelo neo-ateísmo, podemos mencionar:

Emperra o diálogo interreligioso.
Inculca nos crentes o ódio pela ciência, em vez de estimular a sua apreciação.
Deturpa as ciências pela propagação de versões caricaturizadas de teorias científicas.
Cria um tumulto em torno de um ente que não existe, provocando mais militância de ambos os lados.
Desvia o foco do estudo das ciências de questões mais proveitosas para questões que tem pouca aplicação prática.
Pseudoceticismo: fomenta a blindagem cerebral ao aceitar credulamente qualquer coisa com o rótulo de “científica” e ao rejeitar qualquer coisa com o rótulo de “religiosa”.
Dogmafobia. O medo de ter princípios morais e fazer o julgamento da realidade com base em princípios, em vez de fins. O resultado é que o sujeito ataca qualquer coisa “moral” e defenderá qualquer coisa imoral que tenha a pecha de “científica”.
Tornar-se um pé no saco. O sujeito começa a evitar igrejas, grupos de amigos, foge quando alguém reza antes do almoço, critica até a avó porque ela lê a Bíblia, quer discutir com pastor, etc.

Conclusão:
Se você ainda está na fase de contestar os dogmas, mitos e tradições religiosas da sua sociedade para afirmar-se, esqueça esta militância. O ateísmo não é um fenômeno novo, não apresenta nenhum tipo de avanço ou progresso da sociedade moderna. É mais provável que ele seja anterior a qualquer religião que tenha existido, e é portanto mais antigo do que qualquer tradição religiosa. Não se preocupe em desconverter as pessoas, preocupe-se em transmitir os valores que tornam a sociedade melhor: a tolerância, o diálogo, a liberdade individual, a liberdade de expressão. As verdades, “científicas” ou não, cedo ou tarde vão sendo descobertas."

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alexvozao
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por alexvozao » 24 Dez 2014 09:55

bom texto, eu também não ligo pra qualquer tipo de religião, cada um pode seguir o que quiser, só vejo problema quando essa crença interfere na convivência do dia a dia com outras pessoas, causando discriminação, intolerância e discriminação, assim como alguns neo ateus fazem, parece que cresceu muito a militância de ambas as partes e muitas vezes torna-se difícil o diálogo.

Fu Manchu
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Fu Manchu » 24 Dez 2014 09:59

Ateísmo público como conhecemos é novo sim.

O primeiro ateu moderno foi o Jean Meslier que era um padre e só foi descoberto como ateu depois de morto, isso no século XVII.

A força aumentou no século XVIII, mas boa parte ainda se manifestava de maneira escondida. Barão de Holbach é um exemplo.

O antiteísmo é do século XIX.

Uma obra interessante para entender o ateísmo ocidental em um período anterior é "O problema da incredulidade no século XVI" do Lucien Febvre. Ateísmo foi acusação feita para heréticos e cismáticos. Negar Deus (es) no Ocidente só foi possível na Grécia, começo do Império Romano e na Modernidade.
Editado pela última vez por Fu Manchu em 24 Dez 2014 10:23, em um total de 1 vez.

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Steve Jabs
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Steve Jabs » 24 Dez 2014 10:43

"Direitas Já"... Sei...
"Seguindo no desafio de manter a mente quieta, a espinha ereta e a cabeça no lugar".

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Noob » 24 Dez 2014 10:47

Steve Jabs escreveu:"Direitas Já"... Sei...
"ad hominem"

Se atenha ao conteúdo.
“Tu, que descanso buscas com cuidado, no mar desta vida, tempestuoso, não esperes achar nenhum repouso, senão em Cristo Jesus crucificado “

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terroso
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por terroso » 24 Dez 2014 10:57

Sinceramente não vejo diferença entre ateu e neo-ateu, é a mesma coisa, só que umas pessoas são mais xaropes que outras.

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Noob » 24 Dez 2014 11:04

terroso escreveu:Sinceramente não vejo diferença entre ateu e neo-ateu, é a mesma coisa, só que umas pessoas são mais xaropes que outras.
Eu vejo demais.

A maioria é neoateu e precisa afirmar sua fé isso em tudo, em qualquer momento, com qualquer coisa.

Ateu é indiferente.

Ateu, nessa época do ano deseja Feliz Natal kkkkkkkkk...., já que todo mundo está desejando. Veja, não se trata de hipocrisia, e sim que ele não precisa se autoafirmar, tipo: "não posso desejar Feliz Natal, pois sou ateu, não acredito". Para ele é indiferente. Ele entende que o Feliz Natal desejado é uma coisa boa e assim retribui por educação.

Ateus, quase sempre, você descobre que é somente numa conversa que tenha mais relação; já neoateu não.

E o mais importante quesito de diferenciação, ele se acha mais inteligente. Ele resolve ser ateu hoje e acha que viu a luz e passou a ser mais inteligente como passe de mágia. Olham os crentes como "coitados", pois não viu a verdade que salva kkkkkkkkk......

Bicho, é uma fé/religião ao contrário kkkkkk....
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Turbo
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Turbo » 24 Dez 2014 11:19

O grande problema é quando ou os religiosos ou os ateus querem ser os donos da verdade.
Cada um viva sua vida seguindo a doutrina que o agrada e pronto.
Eu sou catolico acredito em algo a mais, porem so vou para igreja em eventos (deve ter uns 10 anos que nao vou para um missa normal).
O grande problema é quando um nao aceita o pensamento do outro. O que eu faco com essse tipo de pessoa é simplesmente conversar sobre outras coisas.
Tipo aqui no forum, nem entro mais nos topicos sobre politicas e aquele de religiao porque ja nao me interessa mais o que é conversado lá. Perdeu o foco.
Nem sei porque eu entrei nesse topico, mas ainda bem que entrei porque achei interessante a materia.
Editado pela última vez por Turbo em 24 Dez 2014 11:21, em um total de 1 vez.
It's time for us as a people to start making some changes. Let's change the way we eat, let's change the way we live. And let's change the way we treat each other.
You see the old way wasn't working so it's on us to do what we gotta do, to survive.

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Striker Eureka » 24 Dez 2014 11:21

Noob escreveu:
Eu vejo demais.

A maioria é neoateu e precisa afirmar sua fé isso em tudo, em qualquer momento, com qualquer coisa.

Ateu é indiferente.

Ateu, nessa época do ano deseja Feliz Natal kkkkkkkkk...., já que todo mundo está desejando. Veja, não se trata de hipocrisia, e sim que ele não precisa se autoafirmar, tipo: "não posso desejar Feliz Natal, pois sou ateu, não acredito". Para ele é indiferente. Ele entende que o Feliz Natal desejado é uma coisa boa e assim retribui por educação.

Ateus, quase sempre, você descobre que é somente numa conversa que tenha mais relação; já neoateu não.

E o mais importante quesito de diferenciação, ele se acha mais inteligente. Ele resolve ser ateu hoje e acha que viu a luz e passou a ser mais inteligente como passe de mágia. Olham os crentes como "coitados", pois não viu a verdade que salva kkkkkkkkk......

Bicho, é uma fé/religião ao contrário kkkkkk....
Feliz natal = vai com deus, vira e mexe eu mando um vai com deus pros meus amigos kkkkj
PS: Sou padrinho de 2 crianças no religioso, fui na igreja participei da missa e do batismo o que importa são os exemplos que eu vou dar como padrinho
PS2: ambos casais que me chamaram sabiam que eu era ateu mas eles me chamaram mesmo assim ou seja tem pessoas que sabem discernir dos 2 lados um babaca de uma pessoa que respeita a crença ou a não crença dos outros
Tem gente que critica o capitalismo mas coloca senha no wifi

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Sagramor » 24 Dez 2014 12:33

Toda radicalização gera armas para o contra-movimento da mesma. O ateu que milita gera argumentos para o religioso que milita contra o ateísmo. As vezes, paro para assistir sermões de pares e pastores, porque gosto de entender o pensamento religioso, seja ele qual for. E o que vejo são eles usando exatamente o comportamento do ateu radical para justificar a necessidade de crença deles mesmos. Denegrir imagens religiosas, por exemplo, é um desses comportamentos que não fazem diferença nenhuma ao pensamento ateísta mas que podem pender na balança do radicalismo.

Em tempo, sou agnóstico do tipo que acha que nunca poderemos resolver a questão "Deus" ou "deuses". Mas, por curtir muito o assunto, sempre me aproximo bastante da religião, da crença e das superstições.

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Fu Manchu » 24 Dez 2014 14:21

Sagramor escreveu:Toda radicalização gera armas para o contra-movimento da mesma. O ateu que milita gera argumentos para o religioso que milita contra o ateísmo. As vezes, paro para assistir sermões de pares e pastores, porque gosto de entender o pensamento religioso, seja ele qual for. E o que vejo são eles usando exatamente o comportamento do ateu radical para justificar a necessidade de crença deles mesmos. Denegrir imagens religiosas, por exemplo, é um desses comportamentos que não fazem diferença nenhuma ao pensamento ateísta mas que podem pender na balança do radicalismo.

Em tempo, sou agnóstico do tipo que acha que nunca poderemos resolver a questão "Deus" ou "deuses". Mas, por curtir muito o assunto, sempre me aproximo bastante da religião, da crença e das superstições.
Cara, mas eu acho que o neoateísmo é filho do fundamentalismo religioso mesmo. Porém, não nesse sentido.

É só você ver o Dawkins, por exemplo. Sempre foi ateu e militou contra o ensino criacionista (o que é dever de todo biólogo sendo ele ateu ou não). Mas ele só focou nos embates antirreligiosos depois de um certo momento.

Agora no Brasil fica difícil contextualizar porque o impacto do 11 de Setembro não foi tão grande quanto na Europa e principalmente nos EUA. O neoateísmo nasceu aí. O termo foi utilizado para se referir a esse "movimento" só em 2006 na revista Wired. Depois das obras de Dawkins, Dennett, Harris e Hitchens serem lançadas com o viés parecido. Todas elas vieram após o 11/9. O Sam Harris que inaugurou o negócio disse que o livro começou a ser escrito nos "escombros" do 11 de Setembro.

Eles são a consequência de algo, mas apesar da intolerância com o pensamento religioso vale lembrar que isso só fica no campo das ideias. Nenhum desses caras e nenhum dos ateus na internet batem, matam ou bombardeiam alguém que é religioso.

Vale lembrar também que mesmo discordando nessa área muitos desses caras são amigos religiosos. O Hitchens morrendo de câncer foi visitado inúmeras vezes pelo Francis Collins que é seu amigo pessoal, chefe do projeto genoma e cristão fervoroso. Para entender esses caras a gente precisa entender não só o contexto histórico e social deles, mas também acadêmico. As discussões na Europa e nos EUA são muito mais acaloradas e quase ninguém leva isso pro lado pessoal, o que não acontece no Brasil.

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Suplê » 24 Dez 2014 14:45

Pior que a militância religiosa é a militância sexual que vem sendo imposta por muitos veículos de comunicação, querendo mostrar que é bacana ser gay, que é moderno e etc... Tentam associar o homossexualismo como sinônimo de status, sucesso e aceitação, daqui a pouco o cara que gostar de mulher vai ser motivo de deboche, de chacota, isso é o fim !
Para os ateus e não ateus.
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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Sagramor » 24 Dez 2014 14:49

Suplê escreveu:Pior que a militância religiosa é a militância sexual que vem sendo imposta por muitos veículos de comunicação, querendo mostrar que é bacana ser gay, que é moderno e etc... Tentam associar o homossexualismo como sinônimo de status, sucesso e aceitação, daqui a pouco o cara que gostar de mulher vai ser motivo de deboche, de chacota, isso é o fim !
Para os ateus e não ateus.
http://lelivros.gratis/book/download-de ... mob-e-pdf/" onclick="window.open(this.href);return false;
Cara, se você vai dar o cu por sucesso, status e aceitação, você era gay desde o princípio. Não precisa de militância nenhuma pra te convencer disso.

Mas quem quiser dar mesmo assim, deixa dar. Fiscalizar o cu dos outros é perda de tempo.
Editado pela última vez por Sagramor em 24 Dez 2014 14:55, em um total de 1 vez.

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Sagramor » 24 Dez 2014 14:49

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Re: Por que eu não sou um neo-ateu

Mensagem por Suplê » 24 Dez 2014 15:08

Sagramor escreveu:
Cara, se você vai dar o cu por sucesso, status e aceitação, você era gay desde o princípio. Não precisa de militância nenhuma pra te convencer disso.

Mas quem quiser dar mesmo assim, deixa dar. Fiscalizar o cu dos outros é perda de tempo.
O que eu quis dizer é que na sociedade hoje, o jovem que não tem sua personalidade formada sofre muita influencia dos veículos de comunicação, não a canal de tv que você ligue que o assunto não seja homossexualismo, aqui no sul mais precisamente em Santana do Livramento os gays queriam fazer um casamento coletivo no principal CTG da cidade, mas isso é um desaforo, macular um símbolo da tradição e cultura gaúcha realizando um casamento de bixas, esses tempos minha mulher comentou que na novela que ela assiste tinha 3 casais de gays, tem que haver uma resposta do outro lado daqui a pouco vão querer criar leis e etc...

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