Lutador fala dos treinos na Blackzilians e revela seus sonhos: nocautear, ser o campeão dos leves, bater recordes e se tornar o número um peso-por-peso
Vindo de uma bela vitória por finalização contra Christos Giagos no UFC 179, no Rio de Janeiro, quando aumentou sua invencibilidade para nove lutas na carreira, o carioca Gilbert Durinho acredita que seu próximo passo seja evoluir na trocação. Campeão mundial de jiu-jítsu e técnico de Vitor Belfort na "arte suave", o lutador acredita que chegou a hora de nocautear, provavelmente em um evento em fevereiro de 2015, para se mostrar um atleta mais completo e dar mais um passo rumo ao topo da divisão. A estreia do UFC em Porto Alegre, no dia 22 de fevereiro, é a possibilidade mais forte para Durinho voltar a se apresentar.
- Estou 100%, sem lesão, treinando forte e pedi para lutar agora no começo do ano. O UFC me disse que eu luto em fevereiro, mas ainda não sei em qual evento. Acho que vai ser em Porto Alegre. Estou focado após um mês no Rio, e agora voltei para a Blackzilians. Estou recebendo mais atenção na parte da trocação, porque todo mundo está esperando o chão do Durinho. Chegou a hora de pegar o pessoal meio de surpresa na trocação. Estou investindo na luta em pé e no wrestling. Acho que esse ano de 2015 será muito bom para mim, porque estou conseguindo planejar melhor meus treinos. O Vitor Belfort está me ajudando muito na trocação, e se a minha luta se confirmar mesmo para Porto Alegre, nós vamos fazer o camp juntos, já que ele luta dia 28 de fevereiro. A cada camp dele eu consigo evoluir muito, porque ele traz atletas de alto nível para trabalhar em áreas diferentes, e eu faço amizade e aprendo muito com eles.
Solicitado a se dar uma nota, Durinho diz que ainda não se sente à vontade para isso, mas revela que sua evolução é quase uma obrigação, pelo alto nível de treinos da Blackzilians. Segundo o lutador, as terças e sextas-feiras são dias duros, com verdadeiras guerras na academia.

- É difícil eu me dar uma nota, mas estou buscando evoluir ao máximo. Hoje eu tenho confiança para lutar em pé, como mostrei na minha estreia no UFC. Na Blackzilians não tem conversa, toda sexta-feira a gente diz que é o dia da carne, ou "meat day", quando não tem treino de chão, é só treino em pé e vai um para nocautear o outro. É Eddie Alvarez, Abel Trujillo, Gesias Cavalcante, Michael Johnson... todo mundo lá. É uma guerra. Sempre que um de nós vai lutar, a gente coloca esse cara no meio e cada um faz um round com ele, dentro do planejamento. O Eddie, que vai lutar contra o Ben Henderson, fez sete rounds para se preparar para cinco. Se for falar de outras categorias, tem o Ryan LaFlare, o Tyrone Spong, o Vitor Belfort... As pessoas dizem que parece que eu tenho mais experiência do que as minhas nove lutas mostram, e é por isso. Toda terça e sexta lá é luta, só não vai pro Sherdog. Tem nocaute, tem finalização... É uma guerra mesmo. Só não evolui quem não quer. E eu quero muito.
Falando sobre o seu futuro, os planos de Durinho são ambiciosos, para se dizer o mínimo.
- O meu objetivo é ser campeão, e depois dominar a categoria dos pesos-leves. Quero mostrar que eu mereço estar lá. Meu negócio não é ganhar, é acabar com a luta. E, depois que pegar o cinturão, aí é que começa. Quero bater recorde, ser o melhor peso-por-peso... Eu sou muito crítico. O Georges St-Pierre, por exemplo, era um cara de altíssimo nível, mas não finalizava as suas lutas. Eu quero ser aquele cara que vai acabar com a luta. O juiz não vai decidir nada, eu vou acabar com a parada.
Enquanto não alcança o topo da divisão, Durinho analisou a próxima disputa de cinturão dos pesos-leves, entre o campeão Anthony Pettis e o brasileiro Rafael dos Anjos, ainda sem data ou local confirmados.
- Eu conheço o Rafael dos Anjos há muito tempo. Ele estudava na mesma escola que eu, no bairro do Fonseca, em Niterói, e estava na sala do meu irmão mais velho, que tem dois anos a mais que eu. Tenho uma grande amizade por ele, já treinamos juntos. O cara que pode ganhar do Pettis é ele, que vem de grandes vitórias, matou o Cerrone, espancou o Nate Diaz, nocauteou o Ben Henderson. Ele tem a mão pesada, está evoluindo muito no muay thai, tem um jiu-jítsu bom e não vai dar mole no chão. O Pettis é bem esquisito, muito técnico, mas vai ser uma luta boa. O Rafael parece ser mais forte fisicamente, o jiu-jítsu deve empatar, no wrestling o Rafael ganha e na trocação o Pettis é mais inteligente, mais imprevisível e tem muitas cartas na manga. Mas o Gordo e o Rafael Cordeiro vão trabalhar muito na estratégia dele, e acho que tem chances de ser campeão, sim.
Fonte: http://sportv.globo.com/site/combate/no ... erdog.html" onclick="window.open(this.href);return false;