joaotavares escreveu:
Não há sentido comparar o Vaticano com um País comum. Não há "civis" no vaticano, são todos membros, funcionários (e seus dependentes) da Igreja
num espaço territorial minúsculo. Mesmo desconsiderando isso tudo, você não vê decapitações na Praça de São Pedro...
"A Igreja Católica foi num passado não muito distante a instituição mais perversa, intolerante e assassina do mundo ocidental."
Perdoe-me, amigo, mas isso é frase típica de quem apenas aprendeu história com os professores de ginásio. Esqueça esses quase leigos e procure ler os autores renomados sobre historia da Igreja, da relação entre ciência e religião, sobre Inquisição, sobre Cruzadas, gente como Ronald Numbers (agnósticos), Rodney Stark, David Lindberg e Stephen Haliczer (judeu).
A temida inquisição espanhola matou 2, 3 mil pessoas em três séculos. Era tão "maligna" em relação à sua época (não se pode cometer o anacronismo de julgá-la com os valores atuais), que os prisioneiros comuns blasfemavam propositadamente para ser julgados pela Inquisição (pois haveria um tratamento mais humano) do que pelos tribunais civis. 2,3 mil pessoas dá o quê, um dia de Mao Zedong? Como pode dizer algo assim depois dos regimes totalitários do século XX que mataram milhões de pessoas em pouquíssimo tempo?
Enfim, é uma frase absurda, pesada e vazia. Uma simplificação rasteira, do mesmo modo radical daqueles que não enxergam quaisquer erros da Igreja ao longo da história...
Abraço.
Aí você tá querendo justificar uma "matança pela fé" comparando com outros genocídios. Qual a lógica nisso?
Matar pela fé 1 pessoa, 10 pessoas, 1000 pessoas, ou 10 milhões de pessoas é igualmente um ato de intolerância, e igualmente condenável.
Já li sobre as Cruzadas, sobre a Santa Inquisição, pq são assuntos que me interessam.
Sobre esse "tratamento mais humano" a que você se referiu, só posso pensar que você se equivocou nessa frase. Queimar gente viva, métodos de tortura cruéis eram o modus operandi dos fanáticos.
Sobre os autores citados, você fez questão de dizer que um é agnóstico, outro é judeu etc. Isso não qualifica ninguém a ser fonte exclusiva das verdades históricas.
Quem estuda história sabe que cada autor traz muito de si para sua captação de fontes e interpretação destas.