patola escreveu: ↑09 Out 2019 06:52Estão interpretando mal o que o ministro disse.
A verdade é que em alguns países com diplomas mela-cueca em excesso, a carreira técnica é mais rentável.
Nos EUA, se formar como soldador, encanador, mecânico de ar-condicionado, ou higienista dentário é garantia de emprego e ingresso na classe média.
O trabalho é duro mas o salário é excelente. Ganham mais do que professor, policial, etc.
Quem acha que cursar uma federal é a chave para mobilidade social deve ter comido merda, porque com exceção de medicina e odontologia, o resto é só um ingresso de entrada pra briga de foice que tá rolando por aí.
Nos EUA um soldador ganha 70-90 mil dólares ano, ou mais se quiser. Isso é muito mais do que um professor, um paramédico, e até mesmo quem trabalha em escritório.
Esse é o ponto pra mim, entre os cursos que mais forma no Brasil estão administração e educação física, administração praticamente não existe mercado especifico do tipo esse cargo exige um profissional formado em administração assim temos vários letrados que não conseguem trabalho na área. Educador físico comum esta sofrendo com os baixos salários.
'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
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Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Vejo alguns defendendo a fala do ministro baseados em contar como gente com faculdade está saindo com diploma e não conseguindo emprego.
O ponto chave é que as pessoas estão se formando sem saber escrever dois parágrafos; a pessoa tem diploma mas não sabe ler nem escrever direito, ou em outras áreas, não sabe preparar um laboratório (serviço q um técnico com ensino médio faz com tranquilidade). Uma torrente de pessoas desqualificadas está com diploma na mão.
E vejam q reação invertida....o ministro ataca as poucas universidades q ainda formam pessoas qualificadas, sobre as UniEsquinas q passam o aluno de qualquer jeito pra q ele continue pagando sua mensalidade cara....o ministro não abre a boca. Não por coincidência, vejam quantas faculdades particulares são propriedades de grandes figuras da política.
Não vejo nem espaço pra falar com ironia ou piadinha, fico apenas triste em ver q por uma guerra ideológica, a área do ensino em q o país avançou está sendo demonizada.
O ponto chave é que as pessoas estão se formando sem saber escrever dois parágrafos; a pessoa tem diploma mas não sabe ler nem escrever direito, ou em outras áreas, não sabe preparar um laboratório (serviço q um técnico com ensino médio faz com tranquilidade). Uma torrente de pessoas desqualificadas está com diploma na mão.
E vejam q reação invertida....o ministro ataca as poucas universidades q ainda formam pessoas qualificadas, sobre as UniEsquinas q passam o aluno de qualquer jeito pra q ele continue pagando sua mensalidade cara....o ministro não abre a boca. Não por coincidência, vejam quantas faculdades particulares são propriedades de grandes figuras da política.
Não vejo nem espaço pra falar com ironia ou piadinha, fico apenas triste em ver q por uma guerra ideológica, a área do ensino em q o país avançou está sendo demonizada.
Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Tem o lance das pessoas quererem começar por cima, em cargos gerenciais e não operacionais. Tem cursos voltados pro Mercado como mecatronica, soldagem, análise de sistemas, etc que são de nível superior e possuem ótima aceitação no Mercado.
E tem MBAs em teoria fodidassos, em gestão de sei lá o quê, que possuem um nicho muito segmentado e limitado.
Que eu eu etsou querendo dizer…. é que talvez, o problema não seja nem no nível da educação (se é médio ou superior, etc), mas nessa mentalidade de que serviço manual, técnico e operacional é menos valorizado socialmente.
E tem MBAs em teoria fodidassos, em gestão de sei lá o quê, que possuem um nicho muito segmentado e limitado.
Que eu eu etsou querendo dizer…. é que talvez, o problema não seja nem no nível da educação (se é médio ou superior, etc), mas nessa mentalidade de que serviço manual, técnico e operacional é menos valorizado socialmente.
Seres pré-históricos, vivendo em instituições medievais, lidando com tecnologia avançada. Que resultado você espera disso?
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
O objetivo do ensino técnico é preparar o aluno formado para o mercado de trabalho, algo que parece incomodar a esquerda. Você se forma na área X e buscará emprego naquilo. Na Universidade, nossos intelectuais ficam com esse papo de formar cidadãos, mentes pensantes, contestadoras, críticas, transformadoras, etc., e deixam de lado a questão do ensino para o mercado de trabalho, termo que causa uma certa ojeriza aos nossos educadores.
Tem um fator que ninguém falou aqui. Pessoas que se formam em uma área, mas trabalham em coisas que não têm nada a ver e as profissões da moda. Conheço várias pessoas que se formaram em nutrição nos anos 90 e reclamavam dos salários e do mercado de trabalho. Grande parte foi trabalhar com outra coisa. Hoje, com o Instagram e a cultura fitness, tem um monte de gente fazendo nutrição achando que ganhará dinheiro com lfoto de suflê de couve-flor com salada de quinoa.
Tem um fator que ninguém falou aqui. Pessoas que se formam em uma área, mas trabalham em coisas que não têm nada a ver e as profissões da moda. Conheço várias pessoas que se formaram em nutrição nos anos 90 e reclamavam dos salários e do mercado de trabalho. Grande parte foi trabalhar com outra coisa. Hoje, com o Instagram e a cultura fitness, tem um monte de gente fazendo nutrição achando que ganhará dinheiro com lfoto de suflê de couve-flor com salada de quinoa.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Mas fique tranquilo Mestreabnerjj escreveu: ↑09 Out 2019 09:22Lembro como se fosse hoje quando voltei do Haiti e logo após alguns anos na legião estrangeira .. somente com minha mochila nas costas e minha faca.. andando pelas ruas do Rio de Janeiro atrás de emprego.. sem profissão .. quando fui escorraçado da cidade sem motivo aparente pelos tiras do BOPE os quais me impediram de entrar na cidade alegando q não forasteiros não era bem vindos, dentre outras coisas (impublicáveis).. que fez com que eu me isolasse na pedra no morro ..onde foram protagonizadas cenas de inteira guerra, terror, morte e destruição contra os mesmos.... tempos difíceis de extrema violência e superação.
Homens que sabem lutar jamais passarão fome
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Minha filha tem 14 anos e sonha em fazer concurso para o Itamaraty, pois quer ser diplomata. Uma das opções seria fazer Relações Internacionais, mas deixei claro que arrumar emprego nessa área não é fácil. Ela conversou com um diplomata de carreira e ele sugeriu direito, que era o que eu tinha em mente. Temos que ser pragmáticos quando pensamos na carreira. Caso ela não passe na prova do Itamaraty, o curso de direito abre outras opções.patola escreveu: ↑09 Out 2019 09:55Do pessoal da minha faculdade (Ciências Politicas), a maioria seguiu pra um mestrado em Relacoes Internacionais. Sabe onde estão agora?
Um virou cozinheiro. Uma virou agente de turismo. Outra abriu uma padaria. Uma virou estilista, um virou professor, outra (minha ex) tá na contabilidade da Dell, uma fez o PhD e agora é professora..... por aí vai. Os que ficaram na área foram quatro: dois no parlamento europeu, um na inteligência da SK, e outra numa ONG. Eu fazia lobby. São 5 de uns 25. Tem um monte na Amazon/IBM/AT&T.
Puta desperdício de tempo.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Ela faz inglês desde os 8 anos e começou esse ano no high school de uma universidade dos EUA que tem convênio com o colégio dela. Pretendo colocá-la no francês ano que vem. O espanhol tem o da escola, mas é bem básico. Ela ainda é muito nova, então não duvido que possa vir mudar de ideia. O ideal é ter um plano B caso a ideia de entrar no Itamaraty não dê certo. O problema maior seria se graduar em algo em que o mercado de trabalho é limitado.
Editado pela última vez por Anônimo em 09 Out 2019 11:07, em um total de 1 vez.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
BINGO
Bem, meu ponto é o seguinte:
Não é que eu ache que TODOS OS JOVENS devam partir pro curso técnico em detrimento da universidade.
O que acontece aqui na Banânia é um desprezo totalmente injustificado pelas carreiras técnicas de nível médio, o que é ruim.
Tem muito jovem deixando de ganhar dinheiro, de ascender socialmente, de consumir, porque o papai disse que filho bom é aquele que sai doutor da universidade aos 25 anos.
No atual cenário, a chance de você corrigir os rumos da sua vida começando pelo técnico e depois, mais vivido (e não tô falando de gente de meia idade, e sim de jovens de 20, 22 anos), buscando uma formação superior, é maior e menos frustrante do que tentando o caminho inverso, que é entrar na faculdade com 17 anos pra alimentar o ego da família e depois viver de bico até os 20 e tantos enquanto sofre pra arrumar um emprego formal decente.
Fora que, é perceptível neste fórum (como era no finado) que a grande maioria dos usuários acha que ou você trabalha com TI ou Direito, ou você vai viver de bater laje na favela. É um negócio engraçado, rs.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Com todo respeito, galera, mas muitos aqui tem um entendimento totalmente alienado sobre educação. A discussão não deveria ser sobre nível de qualificação mas sim sobre trajetória formativa. Não faz qualquer sentido você pensar em um modelo de país cuja formação dos trabalhadores é tratada de forma atômica e isolada. Como se um bom profissional técnico fosse aquele que só fizesse curso técnico oferecido pelo Estado e pronto. Não existe horizontalização de habilidades, não existe possibilidades de sair do perfil operacional. As evidências anedóticas do tipo "tem pedreiro ganhando mais do que engenheiro" são a prova que a discussão está fora dos trilhos, você não pode pensar em todo sistema olhando apenas para os casos fora da curva.
O problema do ministro é que ele está afundado até o pescoço no poço de bosta que é a ideologia. E isso o cega sobre os aspectos existentes no sistema educacional do próprio país. Se ele estivesse atento, saberia que o próprio governo federal possui os Institutos Federais, que foram criados com a proposta (debatida e amplamente discutida por diversos profissionais da educação) de criar trajetórias formativas para os profissionais técnicos e tecnológicos formados. O que isso significa? Significa que no IF, o aluno ingressa no ensino médio, que é integrado a um curso técnico. Vamos supor aqui que o aluno cursa Edificações. No mesmo IF, o aluno técnico formado pode retornar em algum momento para o curso de Engenharia Civil, caso queira ascender sua formação profissional. Ou pode horizontalizar sua formação com um curso técnico subsequente, geralmente feito a noite, para quem trabalha de dia. Vamos supor que o técnico em edificações percebe que será mais valorizado tendo conhecimentos técnico em instalações elétricas, então cursa um Técnico em Eletricidade. Caso opte por continuar a formação em engenharia, o mesmo IF vai ter uma especialização ou até um mestrado profissional, para que o Engenheiro formado retorne e incremente sua formação de bacharel. Sem contar os cursos de formação isolada de curta duração, que oferecem conhecimentos específicos para profissionais de diversos níveis.
Resumindo, trajetórias formativas. Não existe pensar em ascensão social de trabalhador que tem uma única formação técnica a vida inteira. Se tem técnico monotarefa ganhando muito, é pontual, raridade perante aos milhões que tem pouca formação e pouca chance de ascender socialmente em profissionais puramente operacionais. Cada vez mais exige-se que os profissionais formados estejam em constante atualização, é preciso de um suporte educacional que dê conta disso.
No fim das contas, o ministro vai descobrir que ensino técnico exige MUITO investimento, afinal, um ensino profissionalizante sem prática profissional e sem professores que se qualifiquem de forma contínua não serve para nada. Construir laboratório e qualificar professor é caro, não dá voto e não agrada a manada bovina ideológica que acompanha a política de hoje. Lendo a matéria, onde o ministro fala em "curso técnico EAD ou semi-presencial"(?) já dá para notar que o interesse governamental é apenas inflar os números e não formar profissionais que realmente sabem o seu ofício.
O problema do ministro é que ele está afundado até o pescoço no poço de bosta que é a ideologia. E isso o cega sobre os aspectos existentes no sistema educacional do próprio país. Se ele estivesse atento, saberia que o próprio governo federal possui os Institutos Federais, que foram criados com a proposta (debatida e amplamente discutida por diversos profissionais da educação) de criar trajetórias formativas para os profissionais técnicos e tecnológicos formados. O que isso significa? Significa que no IF, o aluno ingressa no ensino médio, que é integrado a um curso técnico. Vamos supor aqui que o aluno cursa Edificações. No mesmo IF, o aluno técnico formado pode retornar em algum momento para o curso de Engenharia Civil, caso queira ascender sua formação profissional. Ou pode horizontalizar sua formação com um curso técnico subsequente, geralmente feito a noite, para quem trabalha de dia. Vamos supor que o técnico em edificações percebe que será mais valorizado tendo conhecimentos técnico em instalações elétricas, então cursa um Técnico em Eletricidade. Caso opte por continuar a formação em engenharia, o mesmo IF vai ter uma especialização ou até um mestrado profissional, para que o Engenheiro formado retorne e incremente sua formação de bacharel. Sem contar os cursos de formação isolada de curta duração, que oferecem conhecimentos específicos para profissionais de diversos níveis.
Resumindo, trajetórias formativas. Não existe pensar em ascensão social de trabalhador que tem uma única formação técnica a vida inteira. Se tem técnico monotarefa ganhando muito, é pontual, raridade perante aos milhões que tem pouca formação e pouca chance de ascender socialmente em profissionais puramente operacionais. Cada vez mais exige-se que os profissionais formados estejam em constante atualização, é preciso de um suporte educacional que dê conta disso.
No fim das contas, o ministro vai descobrir que ensino técnico exige MUITO investimento, afinal, um ensino profissionalizante sem prática profissional e sem professores que se qualifiquem de forma contínua não serve para nada. Construir laboratório e qualificar professor é caro, não dá voto e não agrada a manada bovina ideológica que acompanha a política de hoje. Lendo a matéria, onde o ministro fala em "curso técnico EAD ou semi-presencial"(?) já dá para notar que o interesse governamental é apenas inflar os números e não formar profissionais que realmente sabem o seu ofício.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Pessoas de família de baixa renda não podem se dar ao luxo de fazer 1 ou 2 anos de cursinho depois do ensino médio, para depois fazer mais 4 ou 5 anos e de graduação e só então começar a trabalhar. Se tiver alguma qualificação, já poderá conciliar o trabalho com a universidade. O tema do tópico é o excesso de doutores no mercado. Conheço um pessoal que emendou graduação, mestrado e só foi procurar emprego no final do doutorado, com a tese quase escrita. É claro que esses se tornaram professores, pois não havia outra opção de carreira.
Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Todas as faculdades brasileiras são lanterninhas mundiais. Que avanço é esse? Ele não precisa falar de todas para tá certo das que falou. Isso é argumento de canhoto.kyo_spirit escreveu: ↑09 Out 2019 09:44Vejo alguns defendendo a fala do ministro baseados em contar como gente com faculdade está saindo com diploma e não conseguindo emprego.
O ponto chave é que as pessoas estão se formando sem saber escrever dois parágrafos; a pessoa tem diploma mas não sabe ler nem escrever direito, ou em outras áreas, não sabe preparar um laboratório (serviço q um técnico com ensino médio faz com tranquilidade). Uma torrente de pessoas desqualificadas está com diploma na mão.
E vejam q reação invertida....o ministro ataca as poucas universidades q ainda formam pessoas qualificadas, sobre as UniEsquinas q passam o aluno de qualquer jeito pra q ele continue pagando sua mensalidade cara....o ministro não abre a boca. Não por coincidência, vejam quantas faculdades particulares são propriedades de grandes figuras da política.
Não vejo nem espaço pra falar com ironia ou piadinha, fico apenas triste em ver q por uma guerra ideológica, a área do ensino em q o país avançou está sendo demonizada.
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Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Muito obrigado pelo seu post. Tava doendo os olhos ler esse tópico, pura generalização e anedotas.Sagramor escreveu: ↑09 Out 2019 11:00Com todo respeito, galera, mas muitos aqui tem um entendimento totalmente alienado sobre educação. A discussão não deveria ser sobre nível de qualificação mas sim sobre trajetória formativa. Não faz qualquer sentido você pensar em um modelo de país cuja formação dos trabalhadores é tratada de forma atômica e isolada. Como se um bom profissional técnico fosse aquele que só fizesse curso técnico oferecido pelo Estado e pronto. Não existe horizontalização de habilidades, não existe possibilidades de sair do perfil operacional. As evidências anedóticas do tipo "tem pedreiro ganhando mais do que engenheiro" são a prova que a discussão está fora dos trilhos, você não pode pensar em todo sistema olhando apenas para os casos fora da curva.
O problema do ministro é que ele está afundado até o pescoço no poço de bosta que é a ideologia. E isso o cega sobre os aspectos existentes no sistema educacional do próprio país. Se ele estivesse atento, saberia que o próprio governo federal possui os Institutos Federais, que foram criados com a proposta (debatida e amplamente discutida por diversos profissionais da educação) de criar trajetórias formativas para os profissionais técnicos e tecnológicos formados. O que isso significa? Significa que no IF, o aluno ingressa no ensino médio, que é integrado a um curso técnico. Vamos supor aqui que o aluno cursa Edificações. No mesmo IF, o aluno técnico formado pode retornar em algum momento para o curso de Engenharia Civil, caso queira ascender sua formação profissional. Ou pode horizontalizar sua formação com um curso técnico subsequente, geralmente feito a noite, para quem trabalha de dia. Vamos supor que o técnico em edificações percebe que será mais valorizado tendo conhecimentos técnico em instalações elétricas, então cursa um Técnico em Eletricidade. Caso opte por continuar a formação em engenharia, o mesmo IF vai ter uma especialização ou até um mestrado profissional, para que o Engenheiro formado retorne e incremente sua formação de bacharel. Sem contar os cursos de formação isolada de curta duração, que oferecem conhecimentos específicos para profissionais de diversos níveis.
Resumindo, trajetórias formativas. Não existe pensar em ascensão social de trabalhador que tem uma única formação técnica a vida inteira. Se tem técnico monotarefa ganhando muito, é pontual, raridade perante aos milhões que tem pouca formação e pouca chance de ascender socialmente em profissionais puramente operacionais. Cada vez mais exige-se que os profissionais formados estejam em constante atualização, é preciso de um suporte educacional que dê conta disso.
No fim das contas, o ministro vai descobrir que ensino técnico exige MUITO investimento, afinal, um ensino profissionalizante sem prática profissional e sem professores que se qualifiquem de forma contínua não serve para nada. Construir laboratório e qualificar professor é caro, não dá voto e não agrada a manada bovina ideológica que acompanha a política de hoje. Lendo a matéria, onde o ministro fala em "curso técnico EAD ou semi-presencial"(?) já dá para notar que o interesse governamental é apenas inflar os números e não formar profissionais que realmente sabem o seu ofício.
Destaque para a parte em negrito. O ministro já demonizou os professores de Universidades e está em busca de piorar a situação dos profissionais dessa categoria.
[quote=Shin post_id=1786949 time=1617017667 user_id=1029]
Votei gostoso 17. Votei e não me arrependo
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Votei gostoso 17. Votei e não me arrependo
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Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Faculdades sim, já universidades não, temos universidades de qualidade internacional.
[quote=Shin post_id=1786949 time=1617017667 user_id=1029]
Votei gostoso 17. Votei e não me arrependo
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Votei gostoso 17. Votei e não me arrependo
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Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Concordo. E quero destacar que esse talvez seja outro aspecto da cegueira ideológica que o atual ministro parece ter sido acometido: já existem parecerias de IF's com empresas privadas.
No escopo regional que conheço e atuo, que é o Instituto Federal de Santa Catarina, vários laboratórios do Instituto são utilizados em parcerias com empresas para o desenvolvimento de atividades de P&D. A empresa indica materiais, maquinário e insumos que devem ser comprados (por vezes até doando certos equipamentos) e a escola se compromete a colocar os alunos em contato com projetos e com o equipamento que de fato é utilizado nas empresas. Nem sempre as empresas possuem grana para o maquinário mais caro e, por isso, ainda é importante o financiamento estatal. O trabalho de cooptar o apoio privado é totalmente do professor como indivíduo, sendo a Instituição pouco suportada pelo MEC e governo federal nessa tarefa.
Agora me diz, alguém sabe disso? Alguém veio aqui perguntar quais medidas poderiam ser tomadas para expandir essas parcerias? Alguém perguntou se os professores tem a chance de se qualificar de forma contínua? Ou ajuda para a parceria com empresas privadas? Os IF's foram totalmente esquecidos na atual gestão, que se diz interessada no ensino técnico. As decisões são tomadas em Brasília e aplicadas através de normativas, sem qualquer consulta a quem realmente está no dia a dia da educação profissional. A visão de uma formação profissional técnica completa (horizontal e vertical) vai se perder totalmente nisso tudo.
O que temos do governo federal é um projeto (Futura-se), que não é claro quanto aos seus objetivos, que desconsidera os aspectos regionais e que coloca Institutos Federais no mesmo balaio de Universidades Federais. Discurso e prática estão totalmente dessincronizados e deram espaço a uma batalha ideológica que ninguém vai vencer, vai todo mundo se fuder.
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Re: 'Está cheio de doutor sem emprego, mas é difícil encanador passar fome', diz Weintraub ao defender ensino técnico
Obrigado pelas informações SagramorSagramor escreveu: ↑09 Out 2019 11:00Com todo respeito, galera, mas muitos aqui tem um entendimento totalmente alienado sobre educação. A discussão não deveria ser sobre nível de qualificação mas sim sobre trajetória formativa. Não faz qualquer sentido você pensar em um modelo de país cuja formação dos trabalhadores é tratada de forma atômica e isolada. Como se um bom profissional técnico fosse aquele que só fizesse curso técnico oferecido pelo Estado e pronto. Não existe horizontalização de habilidades, não existe possibilidades de sair do perfil operacional. As evidências anedóticas do tipo "tem pedreiro ganhando mais do que engenheiro" são a prova que a discussão está fora dos trilhos, você não pode pensar em todo sistema olhando apenas para os casos fora da curva.
O problema do ministro é que ele está afundado até o pescoço no poço de bosta que é a ideologia. E isso o cega sobre os aspectos existentes no sistema educacional do próprio país. Se ele estivesse atento, saberia que o próprio governo federal possui os Institutos Federais, que foram criados com a proposta (debatida e amplamente discutida por diversos profissionais da educação) de criar trajetórias formativas para os profissionais técnicos e tecnológicos formados. O que isso significa? Significa que no IF, o aluno ingressa no ensino médio, que é integrado a um curso técnico. Vamos supor aqui que o aluno cursa Edificações. No mesmo IF, o aluno técnico formado pode retornar em algum momento para o curso de Engenharia Civil, caso queira ascender sua formação profissional. Ou pode horizontalizar sua formação com um curso técnico subsequente, geralmente feito a noite, para quem trabalha de dia. Vamos supor que o técnico em edificações percebe que será mais valorizado tendo conhecimentos técnico em instalações elétricas, então cursa um Técnico em Eletricidade. Caso opte por continuar a formação em engenharia, o mesmo IF vai ter uma especialização ou até um mestrado profissional, para que o Engenheiro formado retorne e incremente sua formação de bacharel. Sem contar os cursos de formação isolada de curta duração, que oferecem conhecimentos específicos para profissionais de diversos níveis.
Resumindo, trajetórias formativas. Não existe pensar em ascensão social de trabalhador que tem uma única formação técnica a vida inteira. Se tem técnico monotarefa ganhando muito, é pontual, raridade perante aos milhões que tem pouca formação e pouca chance de ascender socialmente em profissionais puramente operacionais. Cada vez mais exige-se que os profissionais formados estejam em constante atualização, é preciso de um suporte educacional que dê conta disso.
No fim das contas, o ministro vai descobrir que ensino técnico exige MUITO investimento, afinal, um ensino profissionalizante sem prática profissional e sem professores que se qualifiquem de forma contínua não serve para nada. Construir laboratório e qualificar professor é caro, não dá voto e não agrada a manada bovina ideológica que acompanha a política de hoje. Lendo a matéria, onde o ministro fala em "curso técnico EAD ou semi-presencial"(?) já dá para notar que o interesse governamental é apenas inflar os números e não formar profissionais que realmente sabem o seu ofício.
Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).
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