História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Belo artigo sobre a rivalidade do JJ e LLE publicado no BJJHeroes
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Jiu Jitsu vs. Luta Livre
A luta livre esportiva, mais conhecida como luta livre, é um estilo brasileiro de luta de solo desenvolvido do catch wrestling. O catch wrestling, também conhecido como catch as catch can chegou ao Brasil pelo Rio de Janeiro no início do século 20 por imigrantes europeus, sendo repassado para os cascas grossas locais. No início de 1930, a luta livre se tornou num dos rivais dos Gracie do jiu jitsu, sendo a rivalidade entre Carlos Gracie e Manuel Rufino uma das mais faladas na época. Muitos também acreditam que uma das razões da separação de George Gracie de seus irmãos Carlos e Helio em meados dos anos 30 terá sido parcialmente devido ao seu envolvimento com a luta livre.
Em 1940, George Gracie lutou Euclydes Hatem, o famoso Mestre “Tatu” da luta livre que terá finalizado George, esse resultado faria subir a cotação da luta livre que se manteve como uma das grandes potências do vale tudo nacional durante as decadas de 1940, 1950 e 1960 com vários nomes de relevo, embora a animosidade para com o jiu jitsu não se tenha incendiado até o início de 1980.
A invasão Gracie a Academia Naja, 1982
Flavio Molina
A briga entre o jiu-jitsu e luta livre, na verdade, começou através do tae kwon do/muay thai (boxe tailandês). A história nos conta que tudo começou um pouco antes do carnaval de 1982. Mario Duma, um lutador de tae kwon do da academia Naja, teve uma discussão acalorada com Charles Gracie que terminou em em briga.
Charles voltou para casa e comentou o sucedido para o seu tio Rolls Gracie que não aceitou o que aconteceu de ânimo leve. Charles era um jovem garoto, e Mario (conhecido como Marinho) era um homem adulto. Isso enfureceu Rolls, a tal ponto que ele decidiu reunir alguns de seus alunos e marchar até a academia onde Duma treinava (Academia Naja) para acertar as contas. A Academia Naja era propriedade de Flávio Molina, um famoso lutador de tae kwon do, sendo também um dos pioneiros do muay thai no Brasil, que estava na época tentando aumentar a conscientização sobre esse estilo de luta thailandesa que ele tinha apenas começado a divulgar no Rio de Janeiro.
Uma vez que o contingente Gracie chegou na academia Naja, estaria decorrendo uma aula de crianças. Todas as mulheres e crianças foram levadas para fora enquanto Rolls saiu desafiando Marinho, luta vencida por Rolls. Diferentes histórias sairam após a invasão, enquanto o lado Gracie mencionou que Flavio Molina (treinador e cunhado do Mario) teria sido somente segurado enquanto Rolls batia em Duma, o lado de Molina mencionou que ele tinha sido covardemente agredido pelos alunos de Rolls. Independentemente de que lado estava a verdade, e embora Duma se tenha mudado para os EUA pouco depois e Rolls Gracie tenha falecido também alguns meses após o confronto, esta invasão não foi esquecida e um ano mais tarde, o grupo do boxe tailandês se encontraria no ringue com a academia Gracie.
Marco Ruas vs Fernando Pinduka (JJ vs Artes Marciais Challenge), 1983
Para resolver a rivalidade estabelecida entre a Academia Naja e a academia Gracie, Robson Gracie realizou um evento. onde três lutadores de cada estilo se enfrentariam. Haviam outras lutas no card, mas as relativas a esta disputa eram:
Renan Pitanguy (GJJ) vs Eugênio Tadeu (Naja)
Marcelo Behring (GJJ) vs Flavio Molina (Naja)
Fernando Pinduka (GJJ) vs Marco Ruas (Naja)
Marco RuasMarco Ruas treinava a sua trocação na Naja, mas ele também treinava chão com o pessoal da luta livre na Academia Santa Luzia com Fausto e Carlos Alberto Brunocilla, alunos diretos de Euclydes Hatem (mencionado acima). Foi Ruas quem levou Flavio Molina e Eugênio Tadeu até á luta livre a fim de ajudá-los com seu trabalho de solo em preparação para a luta, começando dessa forma uma relação duradoura entre muay thai e luta livre no Brasil.
A coligação funcionou bem contra o poderoso (e favorito) Jiu Jitsu, conseguindo um empate: Behring derrotou Molina por nocaute técnico, Eugênio Tadeu devolveu a gentileza contra Pitanguy, enquanto o jovem Marco Ruas levou o famoso Pinduka a um empate numa batalha épica. Isto não só causou uma mossa na reputação do Jiu Jitsu, mas também elevou o estatuto da união: luta livre/boxe tailandês.
Rickson Gracie vs Hugo Duarte na Praia do Pepê, 1988
Hugo Duarte
A animosidade continuou, apesar de mais pressionada pelo pessoal da luta livre que pelo lado de Molina e seu muay thai que permaneceu menos vocal/conflituoso. Um dos caras de cartaz da Luta Livre, Marco Ruas começou a ser mencionado como um sério candidato a lutar contra o grande campeão do jiu jitsu, Rickson Gracie. Rickson já tinha decidido neste ponto que se estaria se mudando para os Estados Unidos, mas não queria sair do Rio de Janeiro dando a ideia errada de que estaria fugindo de Ruas. Decidiu então ir na academia onde Ruas treinava para fazer o desafio oficial, e possivelmente lutar ali mesmo.
Rickson chegou na academia, enquanto decorria o treino da noite, acompanhado por seu pai, Helio Gracie, e seus amigos Sergio ‘Malibu’ e Marcelo Behring. Lá, ele se reuniu com Ruas e seus professores, desafiando o lutador para uma luta a portas fechadas, algo comum naqueles tempos. Ruas recusou tendo pedido quatro meses para se preparar, Rickson não aceitou, ele queria lutar mais cedo pois tinha planos de se mudar do Brasil. A discussão esquentou e em determinado ponto o patriarca Helio falou: “Talvez devêssemos fazer uma lista de pessoas que querem lutar contra Rickson”, Hugo Duarte, lutador da luta livre esportiva ouviu o comentário do mestre de jiu jitsu e disse: “você pode colocar meu nome nessa lista”.
A organização Gracie saiu da academia sem a luta que eles queriam, mas o desafio de Hugo Duarte chegou às ruas. A fofoca de rua levou Rickson Gracie a tomar uma posição, assim como já tinha feito aquando dos rumores sobre Marco Ruas anteriormente. Desta vez, Rickson não iria cometer o mesmo erro de antes e dar ao adversário a chance de lhe negar a luta. Duarte visitava regularmente a Praia do Pepê no Rio de Janeiro, daí que Rickson planejou de confrontar o homem da luta livre ali, publicamente, onde Duarte seria forçado a agir. Duas semanas mais tarde, Hugo foi desafiado na praia, numa manhã de sábado. Uma roda de pessoas se reuniu em torno dos dois lutadores e a porrada começou. A luta foi filmada pelo falecido Ryan Gracie, que tinha 12 anos de idade na época e que não conseguia furar a multidão de adultos para filmar a luta, daí a má qualidade do vídeo (abaixo). Após de alguns minutos de peleja Hugo Duarte ‘bateu’, desistindo devido a socos da montada.
Depois de terminado o combate, os dois lutadores se dirigiram ao mar para limpar as feridas, ali Hugo disse a Rickson que não estava satisfeito com o resultado, este sentimento levaria aos acontecimentos que se seguiram.
Luta Livre invade a Academia Gracie, 1988
Hugo Duarte ficou aborrecido com o resultado de sua luta com Rickson pois sentia que tinha sido apanhado desprevenido, a animosidade entre os dois estilos de luta brasileiros estava no auje. Como retaliação à briga na praia, a luta livre decidiu reunir um grupo de 60 a 70 homens , armados com facas e armas de fogo e invadir a academia Gracie. Rickson estava em casa no momento da invasão, mas foi alertado por amigos do perigo que se aproximava e correu na direção da academia. Quando a multidão da luta livre chegou ao local foi Helio Gracie que com 76 anos tomou controle da situação. Em relação ao episódio de Hugo Duarte falou pra Revista TATAME em 2009:
"Nós invadimos a Academia Gracie com uns 60 psicopatas, o Helio Gracie já devia ter mais de 80 anos e ele não só convenceu o Rickson a brigar comigo como entrou no meio da roda e controlou toda a situação. Foi uma das maiores demonstrações de macheza que já vi – Hugo Duarte
Ficou acordado que Rickson lutaria de novo com Hugo Duarte. Eugênio Tadeu, um dos amigos mais próximos de Flavio Molina que era então um forte instigador do lado da luta livre, pediu para lutar também. Sendo mais leve ele recebeu as opções de Rilion Gracie (considerado como o lutador mais técnico da família) ou Royler Gracie, Tadeu escolheu Royler."
A primeira luta foi rápida, Rickson levou alguns socos em pé, mas rapidamente segurou no clinch e levou Hugo para o chão, onde quase de imediato montou Duarte. Depois de alguns socos Hugo cedeu, a luta foi mais rápida do que a anterior e desta vez Duarte falou para Rickson aceitava o resultado. Quando Eugênio e Royler estavam se preparando para ‘brigar’ a polícia apareceu. Alguém teria disparado para o ar, numa tentativa de intimidar os Gracie o que tinha alertado as autoridades.
Poucos dias depois, Rickson Gracie apareceu na academia La Maison, para acertar as contas entre Royler e Tadeu. O desafio foi aceito. A luta durou 38 minutos e terminou em um empate, você poderá assistir a luta no fim dessa matéria, em baixo.
Luta Livre invade Copa Nastra (competição de Jiu Jitsu), 1991
Depois das confusões da década de 1980, o jiu-jitsu e luta livre viveram um período tenso, mas sem ocorrências de maior. O jiu jitsu continuou a prosperar enquanto luta livre, possivelmente sentindo um pouco de falta de orientação de seus rivais, estava começando a perder algum do impeto inicial. A richa poderia até ter acabado se não fosse pelos comentários incendiários de Wallid Ismail para o famoso jornal carioca “O Dia” em Abril de 1991, onde ele falou que luta livre seria apenas uma cópia do jiu jitsu.
Wallid era faixa marrom na época, não tendo ainda muita importância no panorama nacional do jiu jitsu, mas ele era um gênio na auto-promoção e terá usado a entrevista para dar uma levantada no perfil de lutador dele. Os seus comentários foram muito bem ouvidos pela equipe de luta livre que decidiu invadir a Copa Nastra de Jiu Jitsu, alguns dias mais tarde e mostrar a sua força. A Copa Nastra era organizada por Robson Gracie, que já presidia a Federação do Rio de Janeiro de Jiu Jitsu na época, tendo vários nomes de relevo do esporte nas arquibancadas (embora muitas das grandes figuras Gracie, tais como Rickson e Renzo já estivessem vivendo no exterior).
Desta vez seria Carlson Gracie quem tomaria o controle da situação, assim como seu tio Helio havia feito durante a invasão à academia Gracie. Para resolver a questão Carlson combinou que o jiu jitsu e a luta livre se enfrentariam num evento público, dando assim origem a um dos eventos mais famosos da história do vale tudo.
Desafio Jiu Jitsu vs Luta Livre, 1991
O Desafio Jiu Jitsu vs. Luta Livre gerou interesse da Rede Globo, devido à influência dos Gracie dentro da mídia. Ter em frente uma audiência abrangente criou ainda mais espectativas e fez crescer a importancia do evento. As lutas foram então escolhidas:
Wallid Ismail (representante jiu-jitsu) vs Eugênio Tadeu (representante luta livre)
Amaury Bitetti (representante jiu-jitsu) vs Marco Ruas (representante luta livre)
Fábio Gurgel (representante jiu-jitsu) vs Denílson Maia (representante luta livre)
Marcelo Behring (representante jiu-jitsu) vs Hugo Duarte (representante luta livre)
Murilo Bustamante (representante jiu-jitsu) vs Marcelo Mendes (representante luta livre)
Marco Ruas acabou não lutando por ter outros compromissos, e Marcelo Behring se machucou treinando, por essa razão só se realizaram 3 lutas. Todas as lutas foram vencidas pelo lado do Jiu Jitsu:
Wallid Ismail derrotou Tadeu: Tadeu não retornou ao ringues após ambos os lutadores caírem para fora.
Fábio Gurgel derrotou Denílson Maia: O juiz a encerrou o combate para evitar danos desnecessários ao atleta
Murilo Bustamante derrotou Marcelo Mendes: depois de um domínio completo de Bustamante, Mendes recusou-se a voltar aos ringues após cair pra fora.
O evento deu uma grande reforçada na popularidade do jiu jitsu que viu algumas de suas academias lotadas logo após o desafio. O mau ambiente entre os dois rivais acalmou um pouco depois do evento, no entanto, não desapareceu por completo.
Pentagon Combat - Renzo Gracie vs Eugênio Tadeu, 1997
Eugenio Tadeu
O Pentagon Combat foi um evento organizado por Nelson Monteiro, faixa preta de Carlos Gracie Junior, e patrocinado pelo famoso Sheik de Abu Dhabi, o Sheik Tahnoon que na época estava interessado em investir no vale tudo brasileiro. O Pentagon Combat teve uma produção de alto gabarito com alguns dos grandes nomes da época, como Murilo Bustamante, Ricardo Morais, Oleg Taktarov, Sean Alvarez (que era aluno de Nelson Monteiro), Marcelo Tigre e o evento principal, entre Renzo Gracie e Eugênio Tadeu, como que acordando uma rivalidade um pouco adormecida.
Renzo tinha um problema mal resolvido com a gangue da luta livre que vinha dos tempos da briga na Praia do Pepê, em 1988, onde ele e Marcelo Mendes da LLE teriam quase chegado a vias de fato. Ele estava ansioso para testar-se contra a luta livre, enquanto Tadeu queria outra chance de lutar com alguém com o status de Renzo, representante da família real dos artes marciais.
O clima no local estava extremamente volátil durante os momentos que antecederam o evento, com gangues se formando em volta da ‘cage’ de ambos os lados da fronteira, gritando ofensas uns para os outros. Todas as lutas ocorreram mais ou menos de acordo com o cronograma, mas os verdadeiros problemas foram acontecer durante o evento principal, quando um motim eclodiu entre luta livre e apoiadores jiu jitsu a meio da luta. As luzes foram apagadas para acalmar a multidão, mas em vão. Centenas de cadeiras foram jogadas, tiros foram disparados e algumas pessoas foram feridas. O motim chegou ao noticiário nacional no Brasil e até mesmo a emissora internacional de notícias CNN fez um segmento sobre o assunto.
A rixa teve repercussões dramáticas para vale tudo (o pai do MMA) no Brasil, que foi imediatamente banido no Rio de Janeiro, só sendo reinstituido recentemente. Terminado também qualquer das intenções do milionário Sheik em investir no esporte dentro do Brasil.
Veja os vídeos das lutas aqui: http://www.bjjheroes.com/pt-br/culto-ji ... luta-livre" onclick="window.open(this.href);return false;
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Jiu Jitsu vs. Luta Livre
A luta livre esportiva, mais conhecida como luta livre, é um estilo brasileiro de luta de solo desenvolvido do catch wrestling. O catch wrestling, também conhecido como catch as catch can chegou ao Brasil pelo Rio de Janeiro no início do século 20 por imigrantes europeus, sendo repassado para os cascas grossas locais. No início de 1930, a luta livre se tornou num dos rivais dos Gracie do jiu jitsu, sendo a rivalidade entre Carlos Gracie e Manuel Rufino uma das mais faladas na época. Muitos também acreditam que uma das razões da separação de George Gracie de seus irmãos Carlos e Helio em meados dos anos 30 terá sido parcialmente devido ao seu envolvimento com a luta livre.
Em 1940, George Gracie lutou Euclydes Hatem, o famoso Mestre “Tatu” da luta livre que terá finalizado George, esse resultado faria subir a cotação da luta livre que se manteve como uma das grandes potências do vale tudo nacional durante as decadas de 1940, 1950 e 1960 com vários nomes de relevo, embora a animosidade para com o jiu jitsu não se tenha incendiado até o início de 1980.
A invasão Gracie a Academia Naja, 1982
Flavio Molina
A briga entre o jiu-jitsu e luta livre, na verdade, começou através do tae kwon do/muay thai (boxe tailandês). A história nos conta que tudo começou um pouco antes do carnaval de 1982. Mario Duma, um lutador de tae kwon do da academia Naja, teve uma discussão acalorada com Charles Gracie que terminou em em briga.
Charles voltou para casa e comentou o sucedido para o seu tio Rolls Gracie que não aceitou o que aconteceu de ânimo leve. Charles era um jovem garoto, e Mario (conhecido como Marinho) era um homem adulto. Isso enfureceu Rolls, a tal ponto que ele decidiu reunir alguns de seus alunos e marchar até a academia onde Duma treinava (Academia Naja) para acertar as contas. A Academia Naja era propriedade de Flávio Molina, um famoso lutador de tae kwon do, sendo também um dos pioneiros do muay thai no Brasil, que estava na época tentando aumentar a conscientização sobre esse estilo de luta thailandesa que ele tinha apenas começado a divulgar no Rio de Janeiro.
Uma vez que o contingente Gracie chegou na academia Naja, estaria decorrendo uma aula de crianças. Todas as mulheres e crianças foram levadas para fora enquanto Rolls saiu desafiando Marinho, luta vencida por Rolls. Diferentes histórias sairam após a invasão, enquanto o lado Gracie mencionou que Flavio Molina (treinador e cunhado do Mario) teria sido somente segurado enquanto Rolls batia em Duma, o lado de Molina mencionou que ele tinha sido covardemente agredido pelos alunos de Rolls. Independentemente de que lado estava a verdade, e embora Duma se tenha mudado para os EUA pouco depois e Rolls Gracie tenha falecido também alguns meses após o confronto, esta invasão não foi esquecida e um ano mais tarde, o grupo do boxe tailandês se encontraria no ringue com a academia Gracie.
Marco Ruas vs Fernando Pinduka (JJ vs Artes Marciais Challenge), 1983
Para resolver a rivalidade estabelecida entre a Academia Naja e a academia Gracie, Robson Gracie realizou um evento. onde três lutadores de cada estilo se enfrentariam. Haviam outras lutas no card, mas as relativas a esta disputa eram:
Renan Pitanguy (GJJ) vs Eugênio Tadeu (Naja)
Marcelo Behring (GJJ) vs Flavio Molina (Naja)
Fernando Pinduka (GJJ) vs Marco Ruas (Naja)
Marco RuasMarco Ruas treinava a sua trocação na Naja, mas ele também treinava chão com o pessoal da luta livre na Academia Santa Luzia com Fausto e Carlos Alberto Brunocilla, alunos diretos de Euclydes Hatem (mencionado acima). Foi Ruas quem levou Flavio Molina e Eugênio Tadeu até á luta livre a fim de ajudá-los com seu trabalho de solo em preparação para a luta, começando dessa forma uma relação duradoura entre muay thai e luta livre no Brasil.
A coligação funcionou bem contra o poderoso (e favorito) Jiu Jitsu, conseguindo um empate: Behring derrotou Molina por nocaute técnico, Eugênio Tadeu devolveu a gentileza contra Pitanguy, enquanto o jovem Marco Ruas levou o famoso Pinduka a um empate numa batalha épica. Isto não só causou uma mossa na reputação do Jiu Jitsu, mas também elevou o estatuto da união: luta livre/boxe tailandês.
Rickson Gracie vs Hugo Duarte na Praia do Pepê, 1988
Hugo Duarte
A animosidade continuou, apesar de mais pressionada pelo pessoal da luta livre que pelo lado de Molina e seu muay thai que permaneceu menos vocal/conflituoso. Um dos caras de cartaz da Luta Livre, Marco Ruas começou a ser mencionado como um sério candidato a lutar contra o grande campeão do jiu jitsu, Rickson Gracie. Rickson já tinha decidido neste ponto que se estaria se mudando para os Estados Unidos, mas não queria sair do Rio de Janeiro dando a ideia errada de que estaria fugindo de Ruas. Decidiu então ir na academia onde Ruas treinava para fazer o desafio oficial, e possivelmente lutar ali mesmo.
Rickson chegou na academia, enquanto decorria o treino da noite, acompanhado por seu pai, Helio Gracie, e seus amigos Sergio ‘Malibu’ e Marcelo Behring. Lá, ele se reuniu com Ruas e seus professores, desafiando o lutador para uma luta a portas fechadas, algo comum naqueles tempos. Ruas recusou tendo pedido quatro meses para se preparar, Rickson não aceitou, ele queria lutar mais cedo pois tinha planos de se mudar do Brasil. A discussão esquentou e em determinado ponto o patriarca Helio falou: “Talvez devêssemos fazer uma lista de pessoas que querem lutar contra Rickson”, Hugo Duarte, lutador da luta livre esportiva ouviu o comentário do mestre de jiu jitsu e disse: “você pode colocar meu nome nessa lista”.
A organização Gracie saiu da academia sem a luta que eles queriam, mas o desafio de Hugo Duarte chegou às ruas. A fofoca de rua levou Rickson Gracie a tomar uma posição, assim como já tinha feito aquando dos rumores sobre Marco Ruas anteriormente. Desta vez, Rickson não iria cometer o mesmo erro de antes e dar ao adversário a chance de lhe negar a luta. Duarte visitava regularmente a Praia do Pepê no Rio de Janeiro, daí que Rickson planejou de confrontar o homem da luta livre ali, publicamente, onde Duarte seria forçado a agir. Duas semanas mais tarde, Hugo foi desafiado na praia, numa manhã de sábado. Uma roda de pessoas se reuniu em torno dos dois lutadores e a porrada começou. A luta foi filmada pelo falecido Ryan Gracie, que tinha 12 anos de idade na época e que não conseguia furar a multidão de adultos para filmar a luta, daí a má qualidade do vídeo (abaixo). Após de alguns minutos de peleja Hugo Duarte ‘bateu’, desistindo devido a socos da montada.
Depois de terminado o combate, os dois lutadores se dirigiram ao mar para limpar as feridas, ali Hugo disse a Rickson que não estava satisfeito com o resultado, este sentimento levaria aos acontecimentos que se seguiram.
Luta Livre invade a Academia Gracie, 1988
Hugo Duarte ficou aborrecido com o resultado de sua luta com Rickson pois sentia que tinha sido apanhado desprevenido, a animosidade entre os dois estilos de luta brasileiros estava no auje. Como retaliação à briga na praia, a luta livre decidiu reunir um grupo de 60 a 70 homens , armados com facas e armas de fogo e invadir a academia Gracie. Rickson estava em casa no momento da invasão, mas foi alertado por amigos do perigo que se aproximava e correu na direção da academia. Quando a multidão da luta livre chegou ao local foi Helio Gracie que com 76 anos tomou controle da situação. Em relação ao episódio de Hugo Duarte falou pra Revista TATAME em 2009:
"Nós invadimos a Academia Gracie com uns 60 psicopatas, o Helio Gracie já devia ter mais de 80 anos e ele não só convenceu o Rickson a brigar comigo como entrou no meio da roda e controlou toda a situação. Foi uma das maiores demonstrações de macheza que já vi – Hugo Duarte
Ficou acordado que Rickson lutaria de novo com Hugo Duarte. Eugênio Tadeu, um dos amigos mais próximos de Flavio Molina que era então um forte instigador do lado da luta livre, pediu para lutar também. Sendo mais leve ele recebeu as opções de Rilion Gracie (considerado como o lutador mais técnico da família) ou Royler Gracie, Tadeu escolheu Royler."
A primeira luta foi rápida, Rickson levou alguns socos em pé, mas rapidamente segurou no clinch e levou Hugo para o chão, onde quase de imediato montou Duarte. Depois de alguns socos Hugo cedeu, a luta foi mais rápida do que a anterior e desta vez Duarte falou para Rickson aceitava o resultado. Quando Eugênio e Royler estavam se preparando para ‘brigar’ a polícia apareceu. Alguém teria disparado para o ar, numa tentativa de intimidar os Gracie o que tinha alertado as autoridades.
Poucos dias depois, Rickson Gracie apareceu na academia La Maison, para acertar as contas entre Royler e Tadeu. O desafio foi aceito. A luta durou 38 minutos e terminou em um empate, você poderá assistir a luta no fim dessa matéria, em baixo.
Luta Livre invade Copa Nastra (competição de Jiu Jitsu), 1991
Depois das confusões da década de 1980, o jiu-jitsu e luta livre viveram um período tenso, mas sem ocorrências de maior. O jiu jitsu continuou a prosperar enquanto luta livre, possivelmente sentindo um pouco de falta de orientação de seus rivais, estava começando a perder algum do impeto inicial. A richa poderia até ter acabado se não fosse pelos comentários incendiários de Wallid Ismail para o famoso jornal carioca “O Dia” em Abril de 1991, onde ele falou que luta livre seria apenas uma cópia do jiu jitsu.
Wallid era faixa marrom na época, não tendo ainda muita importância no panorama nacional do jiu jitsu, mas ele era um gênio na auto-promoção e terá usado a entrevista para dar uma levantada no perfil de lutador dele. Os seus comentários foram muito bem ouvidos pela equipe de luta livre que decidiu invadir a Copa Nastra de Jiu Jitsu, alguns dias mais tarde e mostrar a sua força. A Copa Nastra era organizada por Robson Gracie, que já presidia a Federação do Rio de Janeiro de Jiu Jitsu na época, tendo vários nomes de relevo do esporte nas arquibancadas (embora muitas das grandes figuras Gracie, tais como Rickson e Renzo já estivessem vivendo no exterior).
Desta vez seria Carlson Gracie quem tomaria o controle da situação, assim como seu tio Helio havia feito durante a invasão à academia Gracie. Para resolver a questão Carlson combinou que o jiu jitsu e a luta livre se enfrentariam num evento público, dando assim origem a um dos eventos mais famosos da história do vale tudo.
Desafio Jiu Jitsu vs Luta Livre, 1991
O Desafio Jiu Jitsu vs. Luta Livre gerou interesse da Rede Globo, devido à influência dos Gracie dentro da mídia. Ter em frente uma audiência abrangente criou ainda mais espectativas e fez crescer a importancia do evento. As lutas foram então escolhidas:
Wallid Ismail (representante jiu-jitsu) vs Eugênio Tadeu (representante luta livre)
Amaury Bitetti (representante jiu-jitsu) vs Marco Ruas (representante luta livre)
Fábio Gurgel (representante jiu-jitsu) vs Denílson Maia (representante luta livre)
Marcelo Behring (representante jiu-jitsu) vs Hugo Duarte (representante luta livre)
Murilo Bustamante (representante jiu-jitsu) vs Marcelo Mendes (representante luta livre)
Marco Ruas acabou não lutando por ter outros compromissos, e Marcelo Behring se machucou treinando, por essa razão só se realizaram 3 lutas. Todas as lutas foram vencidas pelo lado do Jiu Jitsu:
Wallid Ismail derrotou Tadeu: Tadeu não retornou ao ringues após ambos os lutadores caírem para fora.
Fábio Gurgel derrotou Denílson Maia: O juiz a encerrou o combate para evitar danos desnecessários ao atleta
Murilo Bustamante derrotou Marcelo Mendes: depois de um domínio completo de Bustamante, Mendes recusou-se a voltar aos ringues após cair pra fora.
O evento deu uma grande reforçada na popularidade do jiu jitsu que viu algumas de suas academias lotadas logo após o desafio. O mau ambiente entre os dois rivais acalmou um pouco depois do evento, no entanto, não desapareceu por completo.
Pentagon Combat - Renzo Gracie vs Eugênio Tadeu, 1997
Eugenio Tadeu
O Pentagon Combat foi um evento organizado por Nelson Monteiro, faixa preta de Carlos Gracie Junior, e patrocinado pelo famoso Sheik de Abu Dhabi, o Sheik Tahnoon que na época estava interessado em investir no vale tudo brasileiro. O Pentagon Combat teve uma produção de alto gabarito com alguns dos grandes nomes da época, como Murilo Bustamante, Ricardo Morais, Oleg Taktarov, Sean Alvarez (que era aluno de Nelson Monteiro), Marcelo Tigre e o evento principal, entre Renzo Gracie e Eugênio Tadeu, como que acordando uma rivalidade um pouco adormecida.
Renzo tinha um problema mal resolvido com a gangue da luta livre que vinha dos tempos da briga na Praia do Pepê, em 1988, onde ele e Marcelo Mendes da LLE teriam quase chegado a vias de fato. Ele estava ansioso para testar-se contra a luta livre, enquanto Tadeu queria outra chance de lutar com alguém com o status de Renzo, representante da família real dos artes marciais.
O clima no local estava extremamente volátil durante os momentos que antecederam o evento, com gangues se formando em volta da ‘cage’ de ambos os lados da fronteira, gritando ofensas uns para os outros. Todas as lutas ocorreram mais ou menos de acordo com o cronograma, mas os verdadeiros problemas foram acontecer durante o evento principal, quando um motim eclodiu entre luta livre e apoiadores jiu jitsu a meio da luta. As luzes foram apagadas para acalmar a multidão, mas em vão. Centenas de cadeiras foram jogadas, tiros foram disparados e algumas pessoas foram feridas. O motim chegou ao noticiário nacional no Brasil e até mesmo a emissora internacional de notícias CNN fez um segmento sobre o assunto.
A rixa teve repercussões dramáticas para vale tudo (o pai do MMA) no Brasil, que foi imediatamente banido no Rio de Janeiro, só sendo reinstituido recentemente. Terminado também qualquer das intenções do milionário Sheik em investir no esporte dentro do Brasil.
Veja os vídeos das lutas aqui: http://www.bjjheroes.com/pt-br/culto-ji ... luta-livre" onclick="window.open(this.href);return false;
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
A árvore da Luta-Livre
Quando olhei a “arvore” que está na excelente revista TATAME deste mês fiquei contente vendo muitos amigos e velhos companheiros, mas também me perguntei “onde estão Fulano, Sicrano e Beltrano?”.
E eu que vivi aqueles tempos me indago também como foi possível naquela proposição X estar acima de Y? É, amigos leitores, acho que a modéstia de alguns, o trabalho em silêncio de outros, até alguma timidez, tiveram muita influencia. Mas, principalmente, fiquei triste com algumas colocações injustas, que tem que ser corrigidas. Exemplo: o Mestre João Ricardo, da Academia Budokan, meu mais fiel discípulo, não poderia de forma alguma estar abaixo da foto do Carlos Brunocilla, pois se um dia seu próprio pai Fausto Brunocilla, um dos pioneiros da Luta Livre, já falecido, o levou (ainda menor) a academia dizendo: “João, quero que você ensine ao meu filho Carlinhos”, e João procurou atender na medida do possível. Não se pode esquecer, entretanto, que Carlinhos, já conhecedor da Luta, anos depois teve o mérito de juntar em torno de si, durante algum tempo, atletas que, quando se tornaram independentes, fizeram e continuam fazendo um bom trabalho, mostrando uma grande dedicação a Luta Livre. Só que eu estava sendo precipitado, pois a foto do Brunocilla (Carlos, o filho) que aparece, foi colocada lá pela falta de uma foto do pai Fausto, conforme me esclareceram os autores da matéria. Acertando a cronologia, nova posição poderia ser dada para o Carlos.
Reconheço também a imensa dificuldade de se montar a “arvore” geral pela interferência de uma disciplina com as outras, causando uma séria dificuldade na representação gráfica. Também não podemos esquecer que a prioridade é dos formadores de campeões, e que nos primórdios havia pouquíssimas competições para deixar claro o desempenho de cada atleta. Finalmente, temos que entender que a arvore é essencialmente cronológica, apresentando em cada nível pessoas de uma mesma época.
Seria justo colocar assim, nos “galhos” mais altos pelo menos, Hugo Melo (ainda vivo em atividade ensinando Judô), ”Baianinho”, Regadas, Euclides Ratem (“Tatu”), Tenente Moises, ”Sinhozinho“ e, mais abaixo, não falando sobre qualidade, mas cronologicamente, “Setenta”, Ricardo Calmon, ”Alemão”, Adir de Oliveira “Índio”, Orlando Barradas e muitos outros.
É certo que eu compreendo a dificuldade prática que existe.
Já me perguntaram diversas vezes onde eu ficaria e eu sempre respondo: “Eu quero é ficar onde estou, nem precisa ser na arvore, ou seja, no tatame ou tapete, treinando normalmente com qualquer um e ensinando como venho fazendo nestes últimos cinqüenta anos”.
Servir a Luta é o meu lema, jamais me servir da Luta...
Qualquer um que pesquisar a história da Luta Livre no Brasil poderá definir minha posição, que evidentemente ficará, atendendo a um mínimo de coerência, com o nível dos outros de minha época ou especialmente de minha faixa etária. No meu modesto ponto de vista o que ficará definitivo em minha passagem na história da Luta Livre foi, sem dúvida, a introdução da “inteligência” na sua prática, característica que nunca abri mão e continuo a pregar.
Finalmente, sem querer me intrometer na área de outra disciplina, também não vi o Mestre do Jiu-Jitsu Oswaldo Fadda, que teve contato direto com os próprios introdutores do Jiu-Jitsu/Judo no Brasil desde o inicio, a semelhança dos pioneiros da família Gracie no norte do país. Por outro lado, o lendário lutador nordestino, Ivan Gomes, também já falecido, que eu trouxe para o Rio e que antes de se associar com o Mestre Carlson foi meu aluno por pouco mais de um ano, desenvolvendo seu chão, que naquela época era bastante limitado, está numa posição no mínimo estranha.
Feitas as devidas correções, esta arvore vai servir como uma referência, portanto, parabéns àqueles que enfrentaram este desafio de montá-la, pois mostra para as gerações que estão chegando um pouco da historia de muitos heróis anônimos que deve ser preservada.
Obrigado, bons treinos e
Até a próxima.
ROBERTO LEITÃO
http://web.archive.org/web/201111250121 ... php?area=6" onclick="window.open(this.href);return false;
Quando olhei a “arvore” que está na excelente revista TATAME deste mês fiquei contente vendo muitos amigos e velhos companheiros, mas também me perguntei “onde estão Fulano, Sicrano e Beltrano?”.
E eu que vivi aqueles tempos me indago também como foi possível naquela proposição X estar acima de Y? É, amigos leitores, acho que a modéstia de alguns, o trabalho em silêncio de outros, até alguma timidez, tiveram muita influencia. Mas, principalmente, fiquei triste com algumas colocações injustas, que tem que ser corrigidas. Exemplo: o Mestre João Ricardo, da Academia Budokan, meu mais fiel discípulo, não poderia de forma alguma estar abaixo da foto do Carlos Brunocilla, pois se um dia seu próprio pai Fausto Brunocilla, um dos pioneiros da Luta Livre, já falecido, o levou (ainda menor) a academia dizendo: “João, quero que você ensine ao meu filho Carlinhos”, e João procurou atender na medida do possível. Não se pode esquecer, entretanto, que Carlinhos, já conhecedor da Luta, anos depois teve o mérito de juntar em torno de si, durante algum tempo, atletas que, quando se tornaram independentes, fizeram e continuam fazendo um bom trabalho, mostrando uma grande dedicação a Luta Livre. Só que eu estava sendo precipitado, pois a foto do Brunocilla (Carlos, o filho) que aparece, foi colocada lá pela falta de uma foto do pai Fausto, conforme me esclareceram os autores da matéria. Acertando a cronologia, nova posição poderia ser dada para o Carlos.
Reconheço também a imensa dificuldade de se montar a “arvore” geral pela interferência de uma disciplina com as outras, causando uma séria dificuldade na representação gráfica. Também não podemos esquecer que a prioridade é dos formadores de campeões, e que nos primórdios havia pouquíssimas competições para deixar claro o desempenho de cada atleta. Finalmente, temos que entender que a arvore é essencialmente cronológica, apresentando em cada nível pessoas de uma mesma época.
Seria justo colocar assim, nos “galhos” mais altos pelo menos, Hugo Melo (ainda vivo em atividade ensinando Judô), ”Baianinho”, Regadas, Euclides Ratem (“Tatu”), Tenente Moises, ”Sinhozinho“ e, mais abaixo, não falando sobre qualidade, mas cronologicamente, “Setenta”, Ricardo Calmon, ”Alemão”, Adir de Oliveira “Índio”, Orlando Barradas e muitos outros.
É certo que eu compreendo a dificuldade prática que existe.
Já me perguntaram diversas vezes onde eu ficaria e eu sempre respondo: “Eu quero é ficar onde estou, nem precisa ser na arvore, ou seja, no tatame ou tapete, treinando normalmente com qualquer um e ensinando como venho fazendo nestes últimos cinqüenta anos”.
Servir a Luta é o meu lema, jamais me servir da Luta...
Qualquer um que pesquisar a história da Luta Livre no Brasil poderá definir minha posição, que evidentemente ficará, atendendo a um mínimo de coerência, com o nível dos outros de minha época ou especialmente de minha faixa etária. No meu modesto ponto de vista o que ficará definitivo em minha passagem na história da Luta Livre foi, sem dúvida, a introdução da “inteligência” na sua prática, característica que nunca abri mão e continuo a pregar.
Finalmente, sem querer me intrometer na área de outra disciplina, também não vi o Mestre do Jiu-Jitsu Oswaldo Fadda, que teve contato direto com os próprios introdutores do Jiu-Jitsu/Judo no Brasil desde o inicio, a semelhança dos pioneiros da família Gracie no norte do país. Por outro lado, o lendário lutador nordestino, Ivan Gomes, também já falecido, que eu trouxe para o Rio e que antes de se associar com o Mestre Carlson foi meu aluno por pouco mais de um ano, desenvolvendo seu chão, que naquela época era bastante limitado, está numa posição no mínimo estranha.
Feitas as devidas correções, esta arvore vai servir como uma referência, portanto, parabéns àqueles que enfrentaram este desafio de montá-la, pois mostra para as gerações que estão chegando um pouco da historia de muitos heróis anônimos que deve ser preservada.
Obrigado, bons treinos e
Até a próxima.
ROBERTO LEITÃO
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Resgatando algumas coisas do antigo blog do Roberto Leitão. Já havia lido um ou outro post mas hoje achei quase completo.
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Não sei se quero esquecer... ou se quero me lembrar!
Amigos do Portal do Vale Tudo,
É... Assim está difícil entender o que estou sentindo...
Vamos ver se esclareço:
Nos idos da década de 60 (não consigo me situar exatamente), estava eu ainda dando aula na Engenharia da PUC-RJ e ocupava a outra metade da minha vida com a Luta. Havia em Recife um grande programa quinzenal de Vale-Tudo onde lutava preferencialmente a turma do Norte/Nordeste. E de lá surgiram grandes lutadores como o Ivan Gomes, que depois eu trouxe para o Rio e de onde partiu para uma carreira internacional; o Euclides Pereira, o único lutador que venceu em Salvador o grande campeão Carlson Gracie (morava ultimamente em Brasília e eu perdi o contato); o Hilário; o gigante “Pinheirão do Ceará” e muitos outros.
Vez por outra vinham lutadores de outros centros para enfrentar a prata da casa. Assim, Ivan enfrentou Carlson (empate, não havia pontos naquele combate, embora Ivan estivesse um pouco melhor, pois sempre derrubava) e Juarez Ferreira, com quem fez uma luta duríssima.
Em várias oportunidades coube a mim levar lutadores do Rio, como o “Borrachinha”, um verdadeiro campeão de 54 kg; Zé Carlos Caetano, o rei da guilhotina daquela época; o Teles; o grande “Senador” que ainda vive nas Minas Gerais; Joacy Galvão, que lutou com Euclides e muitos outros.
Num dia daqueles em cima da hora faltou um lutador...
Quis o destino que ele fosse da categoria de 70-75 kg. O empresário, desesperado - este era o termo - tinha 15 minutos para arranjar um substituto, já que a luta reserva já tinha ocorrido. Estava eu cuidando do meu lutador, que por sinal não era meu aluno, eu apenas o estava acompanhando, quando ele entrou esbaforido e perguntou direto: “Ei você, não quer ganhar um troco? Porque você não luta com o fulano?
(um nome tipo Severino ou coisa parecida)”. Bem, naquela época eu pesava 64kg, se fosse uma luta de Judô, Jiu-jitsu, Luta Livre, Wrestling, Grappling, etc, acho que a resposta seria rápida, mas vale tudo? Minhas pernas tremeram, e começaram as perguntas: “Quem é o cara? Já lutou com quem? Treina onde? Quantos kg?”. Nessa altura eu queria até saber se ele tinha tomado vacina, se era católico praticante, torcedor do Náutico, se sabia dançar frevo, etc.
Enquanto houvesse perguntas sem respostas a dúvida continuava.
“Vou ou não vou?”
Me disseram então que ele era de uma academia local que eu visitava freqüentemente e dava um passeio até nos professores.
Aí eu cresci, “É, eu vou!”.
Me arranjaram um short - acho que tenho guardado até hoje, só que dava três de mim dentro - gentilmente cedido pelo lutador local “Bolão”, vocês podem imaginar... Era o único limpo.
Lá fui eu, estréia forçada.
Planejei: “Dou uma “baianada” (a avó do double-leg), passo a guarda e fim”. Será que tinham avisado ao tal Severino? O bicho seguramente não era nordestino, mais parecia um cigano forte. Já não gostei, e ainda por cima com o corpo brilhando.
Toca o gongo, lá fui eu. O cara quase levantou os braços como se estivesse me aguardando, e estava mesmo! Levei logo uma cotovelada e uma joelhada, e não consegui segurar. Mais uma tentativa e mais uma falha. Ele escorregava que nem quiabo. E tome soco, joelhada, etc.
Já com um olho fechado e o nariz sangrando, tive que me acalmar. Enrolei, enrolei e ele aguardava. O público vaiava e o juiz reclamava, “Combate! Luta!”. Afobado, tentei novamente, agora na cintura, e tome soco, joelhada e desta vez chutes também. Resultado: saí do ringue pelas cordas para me recuperar, já na intenção de não voltar. Enrolei novamente e felizmente acabou o round (5 de 4 minutos, se me lembro). No intervalo, quase em vias de desistir, olhei para baixo e vi o saudoso Waldemar Santana, o “Pantera Negra”, que venceu Helio Gracie numa luta memorável de mais de três horas, que estava junto do córner.
Me lembro das palavras dele: “Troca com ele garoto, mete a porrada!”.
Enquanto isto eu tentava convencer o meu segundo a jogar a toalha, mas ele não concordava.
Que situação.
Poderia estar dando minhas aulas de Mecânica tranquilamente lá na Gávea....
Bem, mas lá fui eu. Quem está na chuva é para se “queimar”, como falava o lendário Vicente Mateus, presidente do Corinthians.
O “bicho” me esperava de braços para o alto, novamente. “Deu certo, vou continuar”, deve ter pensado ele. Fingi que ia atacar as pernas e dei um soco direto no queixo dele, surpreendendo todo mundo. Quando eu penso, minha mão dói até hoje! Ele caiu e eu fui para cima, continuei batendo até o juiz me arrancar à força para terminar a luta. Quis agradecer ao Waldemar, mas ele tinha ido embora. Agradeci 10 anos depois no Rio de Janeiro, mas ele quase não se lembrava.
O meu amigo, o empresário Domingos Carrozini, que chegou um dia depois da luta, quando me viu no hotel perguntou espantado: “Leitão, o que houve? Você foi atropelado?”.
E a volta para casa? Olho roxo, beiço inchado, corte no supercílio com pontos, nariz também inchado, era o caos. Resultado: tive que adiar minha volta em uma semana, pois eu não poderia me apresentar daquele jeito. E na hora não teve como, tive que mentir e inventar outros motivos.
Aquela minha estréia ou despedida, não sei bem, foi terrível!
Lição: Entrou ali dentro, temos que respeitar!
É, agora vocês estão vendo como eu não sei se me esqueço ou se tenho vontade de me lembrar...
Até a próxima, um abraço para todos.
Roberto Leitão
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Não sei se quero esquecer... ou se quero me lembrar!
Amigos do Portal do Vale Tudo,
É... Assim está difícil entender o que estou sentindo...
Vamos ver se esclareço:
Nos idos da década de 60 (não consigo me situar exatamente), estava eu ainda dando aula na Engenharia da PUC-RJ e ocupava a outra metade da minha vida com a Luta. Havia em Recife um grande programa quinzenal de Vale-Tudo onde lutava preferencialmente a turma do Norte/Nordeste. E de lá surgiram grandes lutadores como o Ivan Gomes, que depois eu trouxe para o Rio e de onde partiu para uma carreira internacional; o Euclides Pereira, o único lutador que venceu em Salvador o grande campeão Carlson Gracie (morava ultimamente em Brasília e eu perdi o contato); o Hilário; o gigante “Pinheirão do Ceará” e muitos outros.
Vez por outra vinham lutadores de outros centros para enfrentar a prata da casa. Assim, Ivan enfrentou Carlson (empate, não havia pontos naquele combate, embora Ivan estivesse um pouco melhor, pois sempre derrubava) e Juarez Ferreira, com quem fez uma luta duríssima.
Em várias oportunidades coube a mim levar lutadores do Rio, como o “Borrachinha”, um verdadeiro campeão de 54 kg; Zé Carlos Caetano, o rei da guilhotina daquela época; o Teles; o grande “Senador” que ainda vive nas Minas Gerais; Joacy Galvão, que lutou com Euclides e muitos outros.
Num dia daqueles em cima da hora faltou um lutador...
Quis o destino que ele fosse da categoria de 70-75 kg. O empresário, desesperado - este era o termo - tinha 15 minutos para arranjar um substituto, já que a luta reserva já tinha ocorrido. Estava eu cuidando do meu lutador, que por sinal não era meu aluno, eu apenas o estava acompanhando, quando ele entrou esbaforido e perguntou direto: “Ei você, não quer ganhar um troco? Porque você não luta com o fulano?
(um nome tipo Severino ou coisa parecida)”. Bem, naquela época eu pesava 64kg, se fosse uma luta de Judô, Jiu-jitsu, Luta Livre, Wrestling, Grappling, etc, acho que a resposta seria rápida, mas vale tudo? Minhas pernas tremeram, e começaram as perguntas: “Quem é o cara? Já lutou com quem? Treina onde? Quantos kg?”. Nessa altura eu queria até saber se ele tinha tomado vacina, se era católico praticante, torcedor do Náutico, se sabia dançar frevo, etc.
Enquanto houvesse perguntas sem respostas a dúvida continuava.
“Vou ou não vou?”
Me disseram então que ele era de uma academia local que eu visitava freqüentemente e dava um passeio até nos professores.
Aí eu cresci, “É, eu vou!”.
Me arranjaram um short - acho que tenho guardado até hoje, só que dava três de mim dentro - gentilmente cedido pelo lutador local “Bolão”, vocês podem imaginar... Era o único limpo.
Lá fui eu, estréia forçada.
Planejei: “Dou uma “baianada” (a avó do double-leg), passo a guarda e fim”. Será que tinham avisado ao tal Severino? O bicho seguramente não era nordestino, mais parecia um cigano forte. Já não gostei, e ainda por cima com o corpo brilhando.
Toca o gongo, lá fui eu. O cara quase levantou os braços como se estivesse me aguardando, e estava mesmo! Levei logo uma cotovelada e uma joelhada, e não consegui segurar. Mais uma tentativa e mais uma falha. Ele escorregava que nem quiabo. E tome soco, joelhada, etc.
Já com um olho fechado e o nariz sangrando, tive que me acalmar. Enrolei, enrolei e ele aguardava. O público vaiava e o juiz reclamava, “Combate! Luta!”. Afobado, tentei novamente, agora na cintura, e tome soco, joelhada e desta vez chutes também. Resultado: saí do ringue pelas cordas para me recuperar, já na intenção de não voltar. Enrolei novamente e felizmente acabou o round (5 de 4 minutos, se me lembro). No intervalo, quase em vias de desistir, olhei para baixo e vi o saudoso Waldemar Santana, o “Pantera Negra”, que venceu Helio Gracie numa luta memorável de mais de três horas, que estava junto do córner.
Me lembro das palavras dele: “Troca com ele garoto, mete a porrada!”.
Enquanto isto eu tentava convencer o meu segundo a jogar a toalha, mas ele não concordava.
Que situação.
Poderia estar dando minhas aulas de Mecânica tranquilamente lá na Gávea....
Bem, mas lá fui eu. Quem está na chuva é para se “queimar”, como falava o lendário Vicente Mateus, presidente do Corinthians.
O “bicho” me esperava de braços para o alto, novamente. “Deu certo, vou continuar”, deve ter pensado ele. Fingi que ia atacar as pernas e dei um soco direto no queixo dele, surpreendendo todo mundo. Quando eu penso, minha mão dói até hoje! Ele caiu e eu fui para cima, continuei batendo até o juiz me arrancar à força para terminar a luta. Quis agradecer ao Waldemar, mas ele tinha ido embora. Agradeci 10 anos depois no Rio de Janeiro, mas ele quase não se lembrava.
O meu amigo, o empresário Domingos Carrozini, que chegou um dia depois da luta, quando me viu no hotel perguntou espantado: “Leitão, o que houve? Você foi atropelado?”.
E a volta para casa? Olho roxo, beiço inchado, corte no supercílio com pontos, nariz também inchado, era o caos. Resultado: tive que adiar minha volta em uma semana, pois eu não poderia me apresentar daquele jeito. E na hora não teve como, tive que mentir e inventar outros motivos.
Aquela minha estréia ou despedida, não sei bem, foi terrível!
Lição: Entrou ali dentro, temos que respeitar!
É, agora vocês estão vendo como eu não sei se me esqueço ou se tenho vontade de me lembrar...
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Roberto Leitão
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Muito bom esse artigo do bjj heroes
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
The “Dirty Dozen”, The First 12 non-Brazilian Black Belts
http://www.bjjee.com/articles/old-schoo ... ack-belts/" onclick="window.open(this.href);return false;
http://www.bjjee.com/articles/old-schoo ... ack-belts/" onclick="window.open(this.href);return false;
"Talk low, talk slow and don´t talk too much..."
John Wayne
"Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo."
Nicolau Maquiavel
"Nós somos o que fazemos repetidamente."
Aristóteles
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Cara eaqueceu o primeiro não-brasileiro a ganhar um mundial: João Roque.malaca escreveu:The “Dirty Dozen”, The First 12 non-Brazilian Black Belts
http://www.bjjee.com/articles/old-schoo ... ack-belts/" onclick="window.open(this.href);return false;
Ele foi campeão mundial em 1997 e campeão panamericano em 1996. Ambas na faixa preta
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
valeu hall!
"Talk low, talk slow and don´t talk too much..."
John Wayne
"Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo."
Nicolau Maquiavel
"Nós somos o que fazemos repetidamente."
Aristóteles
- Dano Cardoso
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- Registrado em: 14 Jun 2014 23:42
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Marcos Ruas não lutou esse desafio, pq foi pra Manaus pegar um frango!! foi meu 1 evento de vale-tudo na época e acreditem, ele lutou pelo jiu-jitsu aqui!!!
Tem no youtube mas parece q não está disponível pro Brasil! Nome do vídeo Marco Ruas Valetudo Oldschool
Tem no youtube mas parece q não está disponível pro Brasil! Nome do vídeo Marco Ruas Valetudo Oldschool
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
po hall se não me engano, no primeiro mundial tinha o inoue, bj e um gigante que perdeu no pentagon pro taktarov ..(alguma coisa alvarez)Hall escreveu: Cara eaqueceu o primeiro não-brasileiro a ganhar um mundial: João Roque.
Ele foi campeão mundial em 1997 e campeão panamericano em 1996. Ambas na faixa preta
acho que o primeiro gringo a vencer um mundial foi o inoue ou o penn (até pq tecnicamente falando a categoria preta vem por ultimo..logo ele lutou de azul lutou primeiro e foi campeão primeiro..rsrs
PORRRAAAAAAAAAA como que esse bjjee esquece o Kimo Leopoldo???????????
Existem bons lutadores que praticam boas lutas, porem existem os melhores que praticam a melhor luta!
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Po magrim o Joao eh gringo mas eh esquecido porque veio criança para o Brasil.magrinho escreveu: po hall se não me engano, no primeiro mundial tinha o inoue, bj e um gigante que perdeu no pentagon pro taktarov ..(alguma coisa alvarez)
acho que o primeiro gringo a vencer um mundial foi o inoue ou o penn (até pq tecnicamente falando a categoria preta vem por ultimo..logo ele lutou de azul lutou primeiro e foi campeão primeiro..rsrs
PORRRAAAAAAAAAA como que esse bjjee esquece o Kimo Leopoldo???????????
Ele eh angolano mas veio para o Brasil com 5 anos.
Era da turma do Dedé.
E oq vale eh a faixa preta.
O kimo era faixa preta de jj???
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
kimo é preta..se não me engano do joe moreira...Hall escreveu: Po magrim o Joao eh gringo mas eh esquecido porque veio criança para o Brasil.
Ele eh angolano mas veio para o Brasil com 5 anos.
Era da turma do Dedé.
E oq vale eh a faixa preta.
O kimo era faixa preta de jj???
disse que os primeiros gringos a vencerem o mundial (não foi na prrta) foi egan enoue, o alvarez e o bj,
que foi o de 96 no tijuca
Existem bons lutadores que praticam boas lutas, porem existem os melhores que praticam a melhor luta!
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Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Mt top esse artigo do bjjheroes e o post do leitao.
Boa hall, essa eu n sabia.
Boa hall, essa eu n sabia.
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
Foi o Flavio Molina que morreu em uma matéria para a Globo? Parece que caiu do prédio?
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
isso aiPHDookie escreveu:Foi o Flavio Molina que morreu em uma matéria para a Globo? Parece que caiu do prédio?
Vídeo: Morte de Flávio Molina completa 16 anos em fevereiro
Escrito por PVT
No dia 19 de fevereiro de 1998, um acidente de trabalho tirou a vida de Flávio Molina. Integrante da tropa de elite da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Flávio fazia uma demonstração de como realizar um resgate - como os 1500 que somava no currículo - para uma reportagem televisiva, quando foi traído pelo equipamento e não resistiu à queda.
Faixa preta de muay thai, tae kwon do e luta livre, ele foi instrutor, nesta área, na academia de polícia, além de ter feito segurança pessoal de pessoas importantes como a família Marinho, os presidentes Sarney e Collor, além do presidente George Bush, quando esteve no Brasil, na ECO 92.
Molina foi fundador e líder da famosa Academia Naja na zona sul do Rio de Janeiro, tendo formado grandes nomes no boxe tailandês, como: Luis Alves, Narany, Paulo Nikolai, Jutu, Eugênio Tadeu, Marco Ruas, Wandro Ribeiro, Guere, Paulo Borracha, Márcio Sobral Machado, Flávio Roberto Alves, Manoel Stepp e centenas de outros alunos que por ali passaram, além de ter sido treinador de nomes como Hugo Duarte, Ivan “Batman”, atualmente no UFC, entre outros.
Confira no vídeo abaixo imagens que contam um pouco do seu legado.
http://portaldovaletudo.uol.com.br/br/n ... reiro.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Re: História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fech
"Em 1940, George Gracie lutou Euclydes Hatem, o famoso Mestre “Tatu” da luta livre que terá finalizado George"
Só uma observação, a luta foi em 42, no Rio Grande do Sul. Estrangulamento no inicio do terceiro round.
Só uma observação, a luta foi em 42, no Rio Grande do Sul. Estrangulamento no inicio do terceiro round.
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