Renan26 escreveu: ↑04 Abr 2020 16:59
"Segundo ele, seria uma forma "equitativa" e "justa" de aumentar as receita para enfrentar a crise. "Como os bancos nos últimos anos têm auferido lucros bilionários e irão pagar somente 20% de alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), quando comparado à pessoa física que ganha até R$ 55.976,16 mensal, que paga uma alíquota de 27,5% de imposto de renda."
Já que os bancos não estão ajudando reduzindo os spread's e reduziram MUITO o apetite por crédito justamente quando as empresas (principalmente micro e pequenas) estão precisando dele para sobreviver... Acho é o único setor que ano a ano só aumenta os lucros "sem produzir nada", independente do tamanho da crise e com uma concentração absurda de share de mercado de 90% em 5 IF's.
"Ferrar com os bancos" não me parece o termo certo, acho que tá na hora de todo mundo abrir mão um pouquinho e com certeza os bancos que trabalham no Brasil com uma margem absurda podem e tem o dever de ajudar na crise.
Não acho que aumentar impostos seja o meio mais adequado para aumentar a contribuição dos bancos. Primeiro que a argumentação dele ao comparar o imposto de renda da pessoa física com a CSSL é indevida, já que 27% é uma faixa de contribuição que pega uma parte pequena da população, sem contar, que sendo uma empresa, o Banco paga vários outros impostos.
Os bancos são tomadores de risco. Lógico que numa situação como essa, ele iriam ficar arredios, pois a inadimplência deve aumentar bastante, o que torna emprestar dinheiro uma atividade de risco muito grande. De qualquer forma, o governo precisa dos bancos neste momento, para que a retração do crédito não seja tão intensa. Aumentar imposto não ajuda em nada. Há outras formas mais eficazes de fazer os bancos contribuírem.
E, ainda, antes de o governo exigir qualquer contribuição a mais do setor privado, precisa cortar da própria carne. Não vimos até agora nenhuma medida de diminuição de despesas públicas (Fundão e folha salarial são bons exemplos). O setor privado já é paraistado pelo Estado desde sempre. Num momento como esse, teria que começar da própria carne.
Outro problema é saber qual o potencial de arrecadação desse imposto, e se seus efeitos colaterais não são mais prejudiciais do que o benefício de arrecadação. Não adianta olhar para o que os bancos lucraram no ano passado, tudo mudou, e os números dos próximos trimestres devem ser inferiores. Pode ser que seja como o imposto sobre grandes fortunas, que é vendido como a solução fiscal para o Brasil pelos terraplanistas da Economia, mas, na verdade tem um potencial de arrecadação baixíssimo, que não faria nem cócegas nas contas públicas.