cantanomicrofone escreveu: ↑19 Ago 2020 17:53
Opa, valeu pela explicação!
Uma dúvida, como fazem com respeito a novos aportes? Entrou uma grana nova, fazem o que com ela? Compram mais das mesmas empresas da carteira? Pode haver alguma situação onde não seja recomendável aportar mais naquele momento nas ações da carteira (se elas estiverem muito caras)? Nesse caso vocês seguram essa grana em algum lugar até aparecer uma oportunidade atraente de entrada, ou compram ações de outras empresas?
Pra quê investir numa empresa que tu acha que ta cara? Se estiver cara, investe em outra da carteira que tu julgue estar mais barata. Se tu achar que a bolsa como um todo está cara, muito provavelmente a renda fixa estará atraente, então compre uns títulos do tesouro. Conforme esses cenários forem mudando, vá rebalanceando.
O pessoal tem que lembrar que buy’n hold não é buy’n forget. Cenários mudam, governos mudam, políticas mudam, empresas mudam. O cenário de 10 anos atrás não é o cenário de hoje e o Brasil de 10 anos pro futuro não será o Brasil atual. Longo prazo significa confiar na empresa e acreditar na capacidade do setor e da gestão de sobreviver aos solavancos ao longo do caminho. Se porventura essa percepção positiva mudar no futuro, manter a ação encarteirada por apego a uma tese passada não vai te render nada de bom.
Não se perpetua nenhuma excepcionalidade, no sentido de que não se deve considerar para o futuro situações de momento que afetem negativamente um papel, mas também não se deve casar com ativo nenhum só porque lá atrás ele parecia ser um bom investimento.
Imagine se quem comprou Cielo cinco anos atrás tenha deixado de acompanhar a empresa e o setor nos últimos anos. Hoje é uma empresa muito diferente daquela num ambiente competitivo completamente oposto ao fosso que tinha no passado. Obviamente a tese não é mais a mesma. Pode continuar sendo um bom investimento dependendo da análise, mas definitivamente mudou.