Ex-campeão dos pesados diz que respeita o brasileiro, mas que não quer terceiro duelo: "Por que eu iria enfrentar alguém que eu já derrotei duas vezes?", indaga
O veterano Frank Mir enfrenta Antônio Pezão na luta principal do UFC Porto Alegre, em 22 de fevereiro, mas antes de o Ultimate confirmar o duelo, o americano tinha aceitado o desafio de Rodrigo Minotauro, que afirmou que não gostaria de se aposentar antes de devolver pelo menos um dos revezes que sofreu para o peso-pesado.
Em conversa com a imprensa brasileira na noite desta quarta-feira, em Las Vegas, onde acompanha o UFC 183, Mir voltou a falar sobre o assunto, mas disse que só enfrentaria novamente o líder da Team Nogueira para fazer um favor ao brasileiro:
- Sinceramente? Se algum dia eu enfrentar o Minotauro de novo, eu só farei como um favor a ele. Tenho muito respeito por ele, mas não tenho nada a ganhar. Já o derrotei duas vezes, o nocauteei e quebrei seu braço. O que mais eu posso ganhar nessa luta? Eu o superei. Em uma terceira luta, eu tenho tudo a perder, mas ele é um lutador que eu respeito e se ele quiser uma terceira luta, eu nunca diria não a ninguém, enfrentaria qualquer um. Se isso o faz feliz como sendo a sua última luta, então nós poderíamos lutar no Brasil. Ele é um grande guerreiro, por que não ir, pelo menos, até o seu país? Então, não estou dizendo isso porque sou ambicioso, eu não quero essa luta. Por que eu iria enfrentar alguém que eu já derrotei duas vezes? - indagou.
O atleta da Jackson's MMA, no entanto, saiu em defesa de "Big Nog", que foi duramente criticado depois de perder para Roy Nelson, em abril passado, quando amargou a sua segunda derrota consecutiva no UFC:
- Achei que ele pareceu muito bem contra o Roy Nelson. A sua visão não é mais tão boa, não sei se ele não conseguiu ver os golpes. Minotauro foi pego. Essa é a divisão dos pesados e Roy Nelson pega muitos caras. É triste, porque as pessoas já têm essas ideias sobre ele, e isso aconteceu em um momento de sua carreira em que as pessoas poderiam dizer “Oh, ele foi pego, mas poderia ter mais lutas”. Mas o que aconteceu nesse momento da carreira dele foi: “Ah, ele não serve mais para isso”, e, na verdade, ele estava indo bem na luta, sua movimentação de pé estava boa, suas mãos também. O Roy Nelson faz isso. Eu o enfrentei. Você tem que tomar cuidado com aquela mão.
Rodrigo Minotauro na luta contra Frank Mir em 2008
Mir também não está em boa fase no UFC, mas acredita que está em situação completamente diferente de Minotauro. O ex-campeão dos pesados, que vem de quatro derrotas seguidas para Junior Cigano, Daniel Cormier, Josh Barnett e Alistair Overeem, justifica o mau desempenho afirmando que não procura lutas fáceis para conquistar vitórias em seu cartel:
- Eu acho que as razões para as minhas derrotas são bobas. Uma delas é que os caras que eu estou enfrentando são os TOP 5 no mundo. Enfrentei quatro caras seguidos que são alguns dos melhores da divisão. Muitos outros lutadores fazer um processo mais inteligente. Quando eles têm alguma derrota, geralmente tentam enfrentar alguém que não é muito bom ou alguém menos perigoso. Eu continuo perdendo, mas continuo enfrentando os caras mais perigosos. Isso torna as coisas mais difíceis. Outra coisa é que não estou 100% em forma atlética. Não tirei o tempo correto para me recuperar das lesões. Não tive nada assim tão grande, mas mesmo quando tenho uma pequena lesão e vou fazer sparring na Greg Jackson’s, eu consigo ver como meu corpo está e o quão bom eu sou. E aí, do nada, você vai lá e tem uma má performance porque é como jogar basquete quando você tem uma lesão no braço: pode não ser uma lesão tão séria, mas você não vai estar 100%. Então eu tirei um ano para ter certeza de que eu conseguiria me recuperar bem e fazer as coisas que eu sei que posso fazer - finalizou.
