Um moleque pobre, ruivo, do fórum Tabelando, relatou que foi expulso pelo próprio da loja dele.Flaalmendra escreveu:Nao Li tudo.
Mas eu fico pensativo: um dos caras mais preconceituosos que vi foi o Mano Brown, em uma entrevista q nao lembro qual.!

Um moleque pobre, ruivo, do fórum Tabelando, relatou que foi expulso pelo próprio da loja dele.Flaalmendra escreveu:Nao Li tudo.
Mas eu fico pensativo: um dos caras mais preconceituosos que vi foi o Mano Brown, em uma entrevista q nao lembro qual.!
E é um dos negros mais atuantes contra o racismo! Vai entenderRaphael Shaka escreveu:
Um moleque pobre, ruivo, do fórum Tabelando, relatou que foi expulso pelo próprio da loja dele.
Hans de Sulivan escreveu:Sobre o “nojo” a meninos negros e pobres e a covardia de uma elite vazia
Marginalzinho: a socialização de uma elite vazia e covarde. Parada em um sinal de trânsito, uma cena capturou minha atenção e me fez pensar como, ao longo da vida, a segregação da sociedade brasileira nos bestializa
Era a largada de duas escolas que estavam situadas uma do lado da outra, separadas por um muro altíssimo de uma delas. Da escola pública saíam crianças correndo, brincando e falando alto. A maioria estava desacompanhada e dirigia-se ao ponto de ônibus da grande avenida, que terminaria nas periferias. Era uma massa escura, especialmente quando contrastada com a massa mais clara que saia da escola particular do lado: crianças brancas, de mãos dadas com os pais, babás ou seguranças, caminhando duramente em direção à fila de caminhonetes. Lado a lado, os dois grupos não se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar. Desde muito pequenas, aquelas crianças tinham literalmente incorporado a segregação à brasileira, que se caracteriza pela mistura única entre o sistema de apartheid racial e o de castas de classes. Os corpos domesticados revelavam o triste processo de socialização ao desprezo, que tende a só piorar na vida adulta.
Mas eis que, de repente, um menino negro, magro e sorridente, ousou subverter as regras tácitas. Brincando de correr em ziguezague, ele “invadiu” a área branca e se esbarrou num menino que, imediatamente, se agarrou desesperadamente no braço da mulher que lhe buscara. Foi um reflexo automático do medo. O menino “invasor” fez um gesto de desculpas – algo como “foi mal” -, e voltou a correr entre os seus, enquanto que a outra criança seguia petrificada.
No olhar do menino “invadido”, havia um misto de medo, de raiva, mas principalmente, de nojo – como que se a outra criança tivesse uma doença altamente contagiosa. Não é difícil imaginar o impacto de esse olhar no inconsciente do menino negro e pobre. Este aprendia, desde muito cedo, que era um intocável, que vivia em uma sociedade na qual seu corpo, na esfera pública, valia menos que o de um menino da mesma idade, que ainda não tinha nenhum mérito conquistado, apenas privilégios herdados. As consequências desse gesto minúsculo serão trágicas para o menino “invadido“, pois é vítima da ignorância social. Mas será muito mais trágica para quem é negro e desprovido de capital econômico, social e cultural. Para que essa criança não se corrompa no futuro, ela precisa ser salva do olhar de nojo.
É possível que, por meio de leitura e mistura, o menino amedrontado se engrandeça politicamente no futuro, se liberte do muro que lhe protege e dispense o braço da babá. Mas, infelizmente, há uma tendência grande de que ele, cercado por medo e preconceito, passe o resto de sua existência se protegendo do “marginalzinho”. Pivetes, favelados, fedorentos: isso é tudo que o ele ouve sobre seus vizinhos. Trata-se de uma verdade histórica a priori, para além da qual não se consegue pensar. Essas categorias compõem o discurso forjado sobre a pobreza, que, em última instância, visa à intervenção e à manutenção do poder. Reproduzindo este discurso, então, o menino tornar-se-á um adulto. Ele blindará seu carro, colocará alarme em sua casa, pedirá a morte de traficantes. Dirá que rolezinho é arrastão, pedirá mais polícia e curtirá a vida em camarotes. Pode ser até que ele peça a volta da ditadura. Achando que é um cidadão de bem que age contra a marginalidade do mal, forma-se um perfeito idiota.
Ah, mas os pobres da África a gente gosta
Em 2012, enquanto eu estava em Harvard, recebi a visita de uma orientanda do Brasil. Ela tirava fotos e se exibia no Facebook: “#Orgulho”, “Minha orientadora é pós-doutora por Harvard, e a sua?”. Em uma pausa, ela me perguntou em que escola eu havia estudado para ter chegado a uma universidade da elite internacional. Ela buscava identificação. Eu era um exemplo de uma mulher jovem, branca e “bem sucedida”, exatamente como ela se projetava nos próximos dez anos. Eu, sabendo que ela havia estudado do lado de dentro do muro, respondi que passei a parte mais rica da minha vida, dos 2 aos 17 anos de idade, do outro lado do muro. Ela não postou, mas bem que pensou: “#MinhaOrientadoraÉMarginalzinha…”.
A reação dela era de decepção, vergonha e certa pena de mim. Ela ficou vermelha, desconcertada, sem chão. Engasgou-se e começou a tossir para disfarçar a cor de suas bochechas. Isso tudo porque ela sabia muito bem que tinha passado aproximadamente quinze anos de sua vida chamando pessoas como eu de “tigrada”. Ela se socializou negando a alteridade e, portanto, nunca imaginou que a relação de poder entre os atores dos diferentes lados do mundo se inverteria. Tudo que ela havia aprendido sobre aquele Outro era simplesmente de que se tratava de uma não-persona. O motivo pelo qual o seus vizinhos tinham menos do que ela não cabiam em sua imaginação. Fazendo parte da meritocracia sem mérito, ela simplesmente merecia ter o que tinha.
Ela, então, tinha que desvendar um enigma: como uma pessoa que tinha vindo de um lugar tão ruim podia estar em uma Universidade tão boa? A única maneira de ela se reconciliar com seus próprios preconceitos era me classificar como um daqueles casos excepcionais de superação que aparecem Globo Repórter. Eu respondi que não, que o destino de quem sai de lá tem sido muito variado. Há quem entra para o crime e morre antes dos 18 anos, mas a maioria tem histórias de lutas, perdas, mas, sobretudo, conquistas. Uma pena que ela nunca quis saber dessas histórias e deixou de crescer por meio da alteridade.
Ironicamente, essa aluna estava voltando de um programa voluntário para ajudar uma comunidade miserável de Ruanda. Havia poesia – e alívio cristão – em (arrogantemente) querer salvar a África. Por algum motivo, os pobres e negros do lado de lá do oceano (que não assaltariam a sua caminhonete já adquirida aos 21 anos) eram mais dignos de sua profunda bondade do que os pobres e negros que ela havia ignorado por toda a sua existência.
Eu sempre me pergunto as razões pelas quais esse perfil de elite se comove com a pobreza romantizada, mas nega a solidariedade ao pobre da mesma cidade. Nessas horas, me vem à cabeça o dia em que meus colegas de escola estavam participando de um campeonato de futsal, mas não tinham quadra para treinar. Marcamos uma reunião com a diretora da escola do lado no intuito de solicitar, em nome de nossa vizinhança, o uso da quadra durante a noite, que ficava inativa. Em um ato de profunda humilhação, fomos “escoltados” até o escritório e recepcionados com as piadas das outras crianças (que não teriam tido coragem de debochar fora da fortificação). Depois de muita resistência, a diretora liberou o uso do ginásio, o que foi vetado uma semana depois em função de uma bola que tinha desaparecido. Apesar de eu ter convicção de que não houve roubo, eu nunca vou poder afirmar isso com 100% de certeza. O que eu posso afirmar para o resto da minha vida é que, desde então, eu sou contra a pena de morte – e de toda a concepção de que bandido bom é bandido morto – justamente porque muitos inocentes terão suas vidas abortadas por causa do preconceito. Quinze jovens tiveram seu sonho de competir interrompido por causa de uma falsa verdade: a de que nós só poderíamos ser ladrões. Consequentemente, “não adianta mesmo querer ser generoso e dar oportunidade para marginal”.
Entender que o pobre do lado tem o mesmo valor do pobre da África é uma tarefa para uma vida toda, pois envolve uma postura política de grandeza reflexiva intelectual e o reconhecimento de nossa responsabilidade sobre o Outro. Reclama-se da ineficiência do Estado brasileiro, mas toda a violência estrutural gerada por este Estado é reproduzida por sujeitos covardes e apáticos que negam, estigmatizam e inviabilizam o Outro.
Faz vinte anos que eu deixei a escola. Em minha última visita, em 2014, as instalações estavam muito mais deterioradas. As goteiras continuam lá. Sem professores em sala de aula, os alunos não podem ir para área de esportes porque o lugar está interditado há seis anos por risco de o teto desabar. Mas o muro da escola do lado continua a crescer.
Desde pequena eu aprendi que a violência é holista. As elites não são vítimas da violência urbana. A agressão sofrida é a mesma que se pratica. O olhar de nojo é também assassino. E os muros ferem mais do que protegem. Será que as pessoas imaginam o quanto podem crescer derrubando muros?
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2 ... vazia.html" onclick="window.open(this.href);return false;
Sei que esse site e extremamente parcial, mas essa matéria me levou a refletir sobre determinados pontos.
Eu sou negro de classe média e posso falar com certa propriedade sobre o assunto.
Sempre freqüentei, por ser de classe média, lugares em que era minoria. Nem sempre, mas muitas vezes, senti um olhar diferente das pessoas perante mim.
Um desprezo dos meus amigos perante os mais pobres.
Sei muito bem o que e esse olhar de nojo. Quase sempre direcionado por alguém que não sabia que pertencia a classe social ali inserida.
Até em boate isso já aconteceu.
Até nos dias de hoje, em determinadas situações me sinto inferiorizado. Mas levo de boa! A questão e a seguinte. Qual o dano psicológico que esse tipo de tratamento causa em alguém.
Imagine um negro com aparência humilde que hj tem 40 anos e faxineiro. Ele trabalha num shopping e passa grande parte do seu tempo lá. Em quanto está com uniforme ele e bem aceito. Mas em sua folga resolve passear em seu ambiente e trabalho e lá e hostilizado pelos funcionários e freqüentadores apenas com o olhar de desprezo ou outra forma velada. Isso deve ser mt ruim p auto-estrada e p o psicológico
Imaginem uma pessoa que sofreu isso a vida inteira.
Talvez seja fruto da disseminação da cultura do medo + estereótipos.
Apenas p refletir.
Não consigo compreender é como tem retardado que endeusa um cara desse. Só prega bandidagem, discórdia e racismo. Lembro do show deles no Metropolitana, levaram latada a rodo. Esse sujeito, quando soltou que "os heróis" dele estavam nas penitenciárias, deveria ter levado uma bala no meio da testa.Flaalmendra escreveu:
E é um dos negros mais atuantes contra o racismo! Vai entender
ele e o netinho são os 2 mais racistas que conheço, simplesmente odeiam brancos..Flaalmendra escreveu:
E é um dos negros mais atuantes contra o racismo! Vai entender
Tem alguma dúvida que esses "manos" andaram emburacando muitas loiras por ai? São uns babacas oportunistas, que infelizmente, enrolam muitos.cardonelli escreveu: ele e o netinho são os 2 mais racistas que conheço, simplesmente odeiam brancos..
2 babacas..
Sim, lá mesmo. Essa rapaziada do Racionais é tão merda, que um tempinho atrás me mandaram um vídeo sobre um tal de "Guina", que eles negam a existência, e o Mano Brown indo se explicar dizendo que o cara é mentiroso, vai e solta "o problema do Guina é que ele mente demais e mente bem demais", quer dizer, não existia, mas já mente, e mente bem demais. Além de vários vídeos e fotos do cara em palco e entrevistas com eles, que seguiam negando a existência do mesmo. Tipo de esterco que se morrer amanhã, eu tomo um chopp.Filipe escreveu:
Mas isso foi em São Paulo né, n acho que ele teria essa marra toda aqui no Rio n.
senti na pele o preconceito por ser "diferente" la na Europa. Sou moreno meio desbotado com traços árabes.... rapaz, em amsterdã eu e mais 2 amigos estavamos andando a noite com toca e casacos pesados, quando estávamos saindo de uma ruazinha uma menina bateu de frente com a gente, arregalou os olhos e deu meia volta! Sinistro hehehe.RequintesDePuberdade escreveu:É engraçado isso, mas já ouvi inclusive de um parente próximo meu que viajou muito ao exterior que principalmente na Europa e estados unidos o brasileiro vai lá achando que vai passar desapercebido pq é branco, mas todo mundo bate o olho e pra eles é latino.
Usuários navegando neste fórum: Amâncio Siqueira, Anom, Debulho, FernandoFS, Germer, MauricioRSRJ, mendonka, Pegetto, pinhead e 157 visitantes