Reli 100 Bullets, do Brian Azzarello, hoje. Edição americana, cinco volumes encadernados. É impressionante que, residindo relativamente obscura dentro do conjunto que compõe a totalidade de obras do autor, o trabalho é MUITO superior a praticamente qualquer coisa que ele já tenha escrito. Seriamente, alguns arcos são dos melhores já criados, e dos trabalhos de escrita e de roteiro mais bem elaborados por aí. E essa inspiração nunca se repetiu, em qualquer ponto da trajetória do autor (tem algumas preciosidades, como as histórias do Batman em geral e, principalmente, da Mulher Maravilha, mas godlike mesmo, sem dúvidas, 100 Bullets é a única - ironicamente, pra mim, a mais conhecida e, geralmente, mais celebrada, é também a mais superestimada e mal arranjada dentre as principais, a do Coringa, com o Lee Bermejo, que ilustrou, entre outras, aquela do caralho, Batman/Deathblow: After the Fire). Pra qualquer um que se interesse por produção escrita, a narrativa é de um primor didático anômalo (praticamente em tudo: manutenção de gênero, eficiência de estilo, caracterização, desenvolvimento, ambientação, e tudo que possa ser atribuído ao refino gráfico e gênio do homem em dar sopro e nutrir uma peça de ficção – Azzarello é uma usina de idéias, de uma riqueza, sutileza e cultura gigantescas). Não por acaso, a obra me foi recomendada uns anos atrás por um amigo, que também é o melhor escritor que eu conheço.