Crise no Comperj faz movimento cair 90% em bordel próximo de Itaboraí
O salão e o bar que outrora ficavam lotados de clientes agora estão quase vazios. Esse é o cenário do Papu Dance, um night club de Papucaia, bairro de Cachoeiras de Macacu, bem próximo ao limite com o município de Itaboraí. A onda de demissões do Comperj levou embora até os frequentadores mais fiéis. Com isso, o número de garotas de programa no local também caiu. Sem faturamento, muitas decidiram procurar trabalho em outro lugar.
— O movimento caiu 90%. Sem o Comperj, acabou. Por semana, atendíamos de 50 a cem clientes de lá. Hoje, não vem mais ninguém. Eles comiam, bebiam e pagavam só depois. Quando percebemos a crise, cortamos o fiado — disse X., uma das garotas do local, que não quis se identificar.
No Motel Granado, em Papucaia, a queda no número de clientes foi de 50% Foto: Roberto Moreyra / Extra
O motel Granado, que fica colado à boate, também viu a frequência despencar. O local tem uma parceria com a Papu Dance, com metade dos quartos reservada para as garotas que trabalham no bordel.
— Tivemos uma queda de 50% no movimento. Eles (os trabalhadores) costumavam encher os quartos. Tinha dia em que havia 12 meninas aqui (com clientes). Hoje, há só quatro — disse um funcionário do motel, sem se identificar.
Crise no Comperj
A expectativa de avanço econômico que tomou conta de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, com o início das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em 2008, foi diretamente afetada pela série de escândalos de corrupção na Petrobras, responsável pelo projeto. Atualmente, acontecem cerca de 200 demissões por dia. Segundo o prefeito de Itaboraí, Helil Cardozo, a arrecadação mensal de Imposto sobre Serviços (ISS) de qualquer natureza deve cair de R$ 20 milhões para menos de R$ 10 milhões, caso os desligamentos no complexo continuem a acontecer, já que a situação também afeta serviços e empregos indiretos.
O Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial de Itaboraí (Sintramon) afirmou que somente este mês foram homologadas 778 demissões, ou seja, desligamentos de funcionários com mais de um ano de empresa.
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