Mensagem
por Mr.Vicem » 19 Mar 2015 13:10
Fala, galera, vamo lá.
Em 2010 resolvi fazer tratamento a laser para tirar toda a barba e bigode, pois tenho sérios problemas de alergia no rosto e não me adapto a nenhum tipo de barbeador, seja lâmina ou mecânico e os outros métodos como pinça ou cera se mostraram ainda piores, sendo o jeito recorrer ao laser.
O tratamento, atualmente, não sei precisar muito como está, em questão de modernidade/eficiência/dor/preço, vou falar apenas da experiência que tive naquela época.
Fiz o procedimento com um médico muito bom, dermatologista muito conhecido aqui em Manaus, onde moro. O aparelho era o mesmo utilizado, por exemplo, para remoção de tatuagens. A estimativa inicial é de que eu precisaria fazer oito sessões, com o custo de R$ 840,00 cada. Lembro que fechei o pacote com oito, então não sei quanto sairia uma isolada.
Essas sessões eram realizadas de vinte em vinte dias no início, com um espaçamento maior quando fosse ficando mais pro término, podendo ser de um a dois, três meses.
Como eu era muito novo na época, haveria a possibilidade de ter que fazer mais sessões iniciais além das oito, pois fatores hormonais influenciavam no crescimento e retorno de alguns fios da barba.
Este tratamento não é considerado definitivo, pois você, após esta leva de sessões iniciais tem que retornar de tempos em tempos para avaliar se alguns fios voltaram a crescer, sendo que, na grande maioria dos casos, de ano em ano ou a cada biênio é preciso repetir algumas sessões para eliminar por completo alguns fios, sendo que alguns ainda tornam a aparecer.
Bom, o tratamento é basicamente concebido na aplicação de luz na base do pelo, o que faz com que este tenha sua raiz destruída, impedindo o crescimento. Lembrando que somente pode ser feito por um médico devidamente habilitado, ao contrário da fotodepilação, que é um procedimento com a teoria parecida, mas não usa laser, sendo mais fraco e que pode ser feito por outros profissionais não médicos.
Nos dias das sessões, eu chegava com uma hora de antecedência, pois me era passada uma pomada anestésica que pra mim não fazia muita diferença. Na hora, eu me posicionava em uma maca e colocava óculos de proteção.
O médico era acompanhado por uma auxiliar, que bombeava ar muito gelado no rosto, para amenizar o "sofrimento", por meio de um aparelho que era meio que um duto de ar, uma mangueira e que tinha a vantagem de poder ser manobrado e direcionado aos pontos do rosto que estavam sendo literalmente, fritados.
Como eu sou muito branco, o médico dizia que eu podia, caso segurasse bem a dor, fazer o tratamento com uma potência mais elevada, o que teria maior eficácia, o que foi feito, no meu caso.
Quanto a dor, dói pra caralho, isso é fato. Mesmo com o ar muito gelado sendo bombeado, o negócio é coisa de maluco. Principalmente quando vc faz de um lado do rosto e depois muda pro outro e o ar perde contato. Você sente o as queimaduras como se estivesse com a cara deitada num George Foreman Grill.
A dor é sempre intensa, muito mais do que com uma tatuagem, por exemplo, em que você acaba se acostumando com as furadas. O pior é que vai gradativamente ficando mais dolorido e no fim da sessão você sente o coração batendo no rosto.
Existem lugares que são muito mais doloridos do que outros. Nas bochechas e na base do pescoço é bem tranquilo, quem já fez tatuagem, tá de boa. Na base do queixo e na região do bigode já dói uma barbaridade. Agora, o pior pra mim eram os pelos perto da boca, principalmente abaixo da boca e no queixo. Parece que tem uma faca perfurando e, geralmente isso é feito no final da sessão, ou seja, acaba se juntando com a dor pretérita do rosto em brasa e fica um tanto agoniante.
No fim da sessão, que durava, sei lá, uns quinze, vinte minutos, eu saía meio zonzo e sem pelos na cara, e aplicava uma pomada cicatrizante no rosto, que ficava com cheiro de frango frito. Eu saía, corria pro carro e direcionava todas as saídas de ar pra cara, pois era como aliviava.
Nos dias pós, tem que ficar passando a pomada, e os pelos crescem normalmente. A diferença e que eles aparecem tostados. É até engraçado, pois dá pra tirar o pelo inteiro do local e ele fica quebradiço. Conforme vão passando as sessões fica muito notório o resultado.
Com este médico eu fiz as oito sessões iniciais programadas, porém ainda tinha muitos pelos. Infelizmente, o aparelho dele quebrou e o conserto era muito demorado. Fui indicado a uma outra médica, que inclusive tinha adquirido um aparelho mais modernoso.
Esse aparelho dela tinha uma régua maior que tratava uma área maior ao mesmo tempo e também tinha um diferencial por ter uma sucção, que sugava as regiões mais maleáveis como bochechas e pescoço, e isso tornava mais eficaz. O foda é que pras regiões mais críticas, o aparelho era o mesmo do outro médico, então tava ferrado do mesmo jeito.
O que não gostei deste médica foi que ela não tinha o jato de ar, mas trabalhava aplicando umas barras de gelo no rosto, que se mostraram absurdamente menos eficazes, principalmente por causa da retardada da mulher que colocava, que esperava eu dizer que tava doendo pra poder botar.
Fiz mais seis sessões com essa médica. Nas duas primeiras, tive o desprazer de ser acompanhado pela referida assistente, que só botava a porra do gelo quando eu pedia, o que era uma merda, pois era óbvio que tava doendo pra caralho. O pior é que depois de um tempo ela parecia de má vontade e depois de eu reclamar, a fdp ainda veio me dizer que, como eu estava calminho, nem parecia que estava doendo, sendo que minha cara estava em chamas, aí eu pedi pra trocar por uma mais esperta.
Depois dessas 14 sessões, meu rosto ficou bem limpo. Infelizmente, o lazer não funciona em pelos mais claros, então eu tive que continuar usando métodos tradicionais pra tirá-los. Quem é loiro, ruivo ou grisalho, o laser não funciona, pois ao invés de absorver, reflete o feixe.
Atualmente, como eu não fiz mais nenhuma sessão de retorno, se eu deixar muito tempo sem barbear, eu fico com uma barba bem rala, mas que cobre todos os pontos, pois, como alertado pelo médico, na minha idade são muitos hormônios, então é meio difícil controlar o crescimento e eliminar totalmente.
Se eu indicaria, sim. Atualmente tenho pelos que representam uns 20% do que eram, o que, mesmo não sendo eliminados totalmente, facilitaram absurdamente a minha vida.
Desculpem o relato muito longo, mas quis detalhar ao máximo, colocando todos os aspectos que me lembrei, pois são raras as pessoas que fizeram e eu, pelo menos, não conhecia ninguém que tivesse feito pra me passar como era.
Abraços.
Vi veri veniversum vivus vici