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ALBANY, Nova York (CNN) -- Aos 21 anos de idade, Christopher Jenkins parecia estar fadado ao sucesso. O veterano da Universidade de Minnesota era bonitão, tinha ótimas notas e uma carreira profissional promissora.
Então, de repente ele sumiu.
Foi visto pela última vez celebrando o Halloween em um bar no centro de Minneapolis, Minnesota em 2002. Os amigos de Jenkins disseram que ele foi embora por volta da meia noite. Quatro meses depois, seu corpo foi encontrado no rio Mississippi, vestido com sua fantasia de Halloween. A polícia de Minneapolis considerou o afogamento como acidental. O nível de álcool no sangue de Jenkins estava bem acima do limite permitido pela lei. A polícia informou aos seus pais que ele provavelmente havia bebido demais ao festejar com seus amigos. Eles acreditavam que ele tinha caído no rio. Apesar da falta de evidências, seus pais Steve e Jan Jenkins insistiam que aquilo não havia sido um acidente.
"Ele foi enfiado dentro de um veículo, uma van, levado para algum lugar e assassinado", disse Jan Jenkins à CNN. "Ele foi assassinado e jogado fora como lixo".
A centenas de quilômetros de distância, Kevin Gannon, um detetive aposentado da polícia de Nova York, estava investigando as mortes misteriosas de vários homens universitários do estado de Nova York. Cada uma das mortes foi considerada "afogamento acidental".
Em 2006, quase quatro anos depois da morte de Jenkins, o caso teve uma reviravolta. Uma dica de um prisioneiro, descrito pela polícia de Minneapolis como testemunha ou suspeito, fez a polícia modificar a causa da morte de Jenkins de "afogamento acidental" para homicídio. Foi um golpe de sorte para Gannon. Ele havia prometido aos pais de Patrick McNeill que ele não desistiria até descobrir como o estudante da Universidade Fordham havia morrido. O corpo de McNeill apareceu no rio East dois meses depois dele ter saído de um bar em Nova York.
Gannon pediu ajuda para outro ex-policial de Nova York, Anthony Duarte, quando a morte de Christopher Jenkins se tornou um homicídio. Em 2003, os dois viajaram até Minneapolis para investigar a morte de Jenkins. Eles tomaram nota sobre uma sequência de afogamentos de estudantes -- muitos deles que frequentavam faculdades ao longo do corredor da Interestadual 94 no meio oeste -- em Minnesota, Wisconsin e Iowa. Nove dos falecidos frequentavam a Universidade de LaCrosse, em Wisconsin. Três frequentavam faculdades no estado de Nova York.
No final, os investigadores disseram que conseguiram conectar os estranhos afogamentos de pelo menos 40 jovens do sexo masculino em idade universitária ao longo do país. Os dois detetives acreditavam que em cada caso os jovens foram sedados e seus corpos foram jogados na água para parecer que haviam se afogados.
Por que o assassino (ou assassinos) jogaria os corpos na água? O efeito da água nas evidências ajuda a tornar o crime quase perfeito, disse Duarte. Não só faz parecer que aquilo foi um afogamento acidental ao invés de assassinato, mas também a água frequentemente acaba com qualquer evidência, como impressões digitais e fibras, de maneira que o assassino não possa ser identificado.
Juntos, os detetives começaram a mapear as mortes por afogamento e a trabalhar nos casos desde o princípio. Ao invés de focar onde os corpos foram achados, utilizaram aparelhos de GPS e traçaram padrões das correntezas dos rios e das profundidades, tentando descobrir aonde os corpos tiveram o primeiro contato com a água.

Ao dar prosseguimento às investigações, Gannon e Duarte começaram a ver um padrão. Os casos espalhavam-se por 25 cidades em 11 estados, e pelo menos uma parte deles estava conectada por um símbolo macabro deixado próximo da beira d'água: um smiley



Os detetives acreditam que os smileys foram deixados pelo(s) assassino(s). Eles variavam em tamanho, com cada um mais aterrorizante que o próximo. O mais sinistro foi encontrado em Iowa. Foi desenhado em vermelho, com chifres. Próximo do smiley estava escrito "Homem malvado com cara de smiley feliz".

Quando perguntado sobre se havia alguma mensagem oculta nos smileys, Duarte disse à CNN, "a mensagem é que estão provocando a polícia".
Duarte e Gannon disseram ter encontrado outros 12 símbolos similares à graffiti de gangues. Mas para proteger a investigação, eles não deram mais detalhes sobre estes. Os detetives dizem que a sequência de mortes pode ser trabalho de mais de um assassino, porque alguns deles ocorreram no mesmo dia e em diferentes estados.
"É tão espalhado. Temos tantas vítimas diferentes em tantos lugares diferentes", disse Duarte. "Em minha visão, seria impossível ser obra de uma única pessoa."

Os detetives também acreditam que as vítimas foram escolhidas a dedo. Todos os rapazes eram populares, atléticos e ótimos estudantes. Quem cometeria este tipo de crime? "O tipo de pessoa que seria o oposto, pouca inteligência, dificuldades na escola, talvez desempregado e impopular", disse Duarte.
Gannon e Duarte acreditam que os jovens foram dopados para enfraquecê-los e em seguida receberam uma substância indetectável na autópsia. "Acredito que estes jovens estão sendo abordados por pessoas em bares, levados para fora e raptados por um período de tempo antes de serem jogados na água", disse Gannon.
Ele também acredita que as vítimas foram abusadas mentalmente e as vezes fisicamente antes de serem mortas. "Esta é a chance deles terem poder e controle sobre outra pessoa. O medo da morte é tão importante quanto o próprio ato da morte", disse Gannon.
A polícia de Minneapolis não está convencida de que a morte de Jenkins foi obra de um serial killer. "Apesar de termos colaborado com investigadores do FBI e nos comunicado com outras jurisdições em que afogamentos similares ocorreram, não podemos confirmar e nem endossar esta teoria do "assassino do smiley" que está se tornando pública", disse o departamento.
O FBI também tem suas dúvidas. "Até então, não conseguimos nenhuma evidência para apoiar as ligações entre estas mortes trágicas ou qualquer evidência substanciando a teoria de que estas mortes são obra de um ou mais serial killers. A grande maioria desses incidentes apresenta ter sido afogamento em função do álcool", disse o bureau em um comunicado.
Ainda assim, Gannon e Duarte estão preocupados que os assassinatos irão continuar. Ele disse que quem quer que tenha matado Jenkins pode estar procurando outros estudantes universitários como alvo. "A não ser que você tenha ido lá fora até as cenas do crime para analisá-las você mesmo, você basicamente está opinando sem ter conhecimento do assunto", criticou Gannon.
Duarte acredita que as polícias locais não investigaram os casos adequadamente e que o FBI também poderia ter feito mais. "Acredito que nenhum deles tenha ido lá fora no campo e revirado os arbustos", disse ele.
http://edition.cnn.com/2008/CRIME/05/21 ... ce.killer/
http://en.wikipedia.org/wiki/Smiley_face_murder_theory